Novak Djokovic errou. E não foi uma bola na rede quando tentava alcançar a paralela, nem uma dupla falta ou um smash mal dado. O tenista sérvio, atual número 1 do mundo, foi desclassificado do US Open, primeiro Grand Slam pós paralisação do circuito por causa da pademia, porque acertou uma bolada em uma juíza de linha. Veja os vídeos abaixo.
HOLY CRAP. Djokovic defaulted after he inadvertently hits a ball and strikes a line judge in the neck. She had to leave. pic.twitter.com/BECdydrKFw— Mark Armstrong (@ArmstrongABC11) September 6, 2020
Djokovic ha quedado descalificado por golpear de manera accidental a un juez de línea 😩#USOpen pic.twitter.com/gxszYUaTv1— ESPN Deportes (@ESPNDeportes) September 6, 2020
Claramente Djokovic não acertou a juíza de propósito. Isso é óbvio. Mas vamos fazer uma analogia com um esporte mais popular que o tênis aqui no Brasil, para que tudo fique claro.
Quando um jogador de futebol faz um gol e tira a camiseta para comemorar, ele é punido com cartão amarelo. Se já tiver uma advertência como essa, ele recebe um segundo cartão amarelo e o vermelho, e é expulso do jogo.
Mas convenhamos, quando o atleta tira a camiseta para comemorar, ele já sabe que será punido com o cartão amarelo, não é nenhuma novidade isso. Pois então, é exatamente isso que aconteceu com o tenista sérvio no US Open, na tarde do último domingo. Ele assumiu o risco de acertar alguém.
Quando um jogador de futebol faz um gol e tira a camiseta para comemorar, ele é punido com cartão amarelo. Se já tiver uma advertência como essa, ele recebe um segundo cartão amarelo e o vermelho, e é expulso do jogo.
Mas convenhamos, quando o atleta tira a camiseta para comemorar, ele já sabe que será punido com o cartão amarelo, não é nenhuma novidade isso. Pois então, é exatamente isso que aconteceu com o tenista sérvio no US Open, na tarde do último domingo. Ele assumiu o risco de acertar alguém.
E ao acertar uma bolada em um oficial de partida ou em alguém no público, o jogador deve ser punido e a regra públicada pela Federação Internacional de Tênis (ITF) é bem clara.
"Os jogadores não devem bater, chutar ou lançar uma bola de tênis de forma violenta, perigosa ou com raiva dentro do local do torneio, exceto na busca de um ponto durante uma partida. Para os fins desta Regra, abuso de bolas é definido como golpear intencionalmente uma bola para fora do recinto da quadra, acertar uma bola perigosa ou imprudente dentro da quadra ou acertar uma bola sem levar em conta as consequências".
No final, pouco importa a intenção de Djokovic. Ele acertou uma juíza e as regras que valem para o número 500, para o número 1.000, também valem para ele, mesmo sendo dono de 17 títulos de Grand Slam, mesmo estando invicto no ano até aquele instante, mesmo ele sendo o número 1 do mundo.
Qualquer tenista que dá uma raquetada na bola entre os pontos, ou na virada de lado, independentemente da direção, passa a assumir a consequência de que essa bola pode atingir alguém. O mesmo vale para arremessos ou quebra de raquetes.
Além disso, como parte da punição, Djokovic não receberá a premiação de 250 mil dólares e os 180 pontos que ganharia referente a fase de oitavas de final, por causa da sua eliminação via desclassificação.
E por favor, não digam que é um complô por causa da PTPA ou porque querem o mal da dinastia de Djokovic, isso tudo é "balela". A regra é essa, vale para todos os tenistas e foi bem aplicada. Por mais que seja possível encontrar vezes em que um acidente como esse tenha sido ignorado, na média geral, a desclassificação é aplicada e eu tenho exemplos disso.
Outros casos que foram punidos
Até mesmo o ex-número 1 do mundo, Gustavo Kuerten, já foi desclassificado de um torneio por conta de uma situação como essa. Aconteceu em Roland Garros, o grande palco de sua carreira.
Nas quartas de final do torneio de duplas do Grand Slam parisiense em 1998, ao lado de Fernando Meligeni, Guga teve um momento de raiva e arremessou sua raquete contra uma cadeira. Porém, um erro de cálculo fez com que o equipamento fosse em direção ao juiz de cadeira Bruno Rebeuh, que desviou.
A raquete acabou atingindo um torcedor que acompanhava a partida e Guga foi desclassificado. Saiba mais sobre este caso nesta matéria publicada pela Folha de S. Paulo, em 3 de junho de 1998, escrita pela jornalista Fernanda Papa.
Um caso famoso e recente é o do tenista australiano Nick Kyrgios, no Masters 1000 de Roma no ano passado. Incomodado com o público e irritado por ter tido o saque quebrado no game anterior, o atleta jogou sua raquete no chão e arremessou uma cadeira para dentro da quadra. Mesmo sem atingir uma pessoa, Kyrgios foi desclassificado da partida.
O pedido de desculpas de Djokovic
Em sua conta no Instagram, Djokovic assumiu seu erro e pediu desculpas.
"Toda essa situação me deixou muito triste e vazio. Eu verifiquei as situação da juíza de linha e o torneio me disse que graças a Deus ela está se sentindo bem. Lamento muito ter causado tanto estresse. Tão involuntário. Tão errado. Não estou divulgando o nome dela para respeitar sua privacidade. Quanto à desclassificação, preciso voltar e trabalhar a minha decepção e fazer disso tudo uma lição para o meu crescimento e evolução como jogador e ser humano. Peço desculpas ao torneio US Open e a todos os associados pelo meu comportamento. Sou muito grato à minha equipe e família por serem meu apoio e aos meus fãs por sempre estarem comigo. Obrigado e sinto muito".
O fato de Djokovic ter assumido o erro torna tudo isso menos discutível ainda. Ele mesmo foi capaz de parar um pouco, esfriar a cabeça e ver que cometeu um erro.
Smash!
- O mundo do tênis terá um novo campeão de Grand Slam após a desclassificação de Djokovic do US Open, que era o único atleta na chave que já havia conquistado um Major.
- Bia Haddad Maia retornou ao tênis em grande estilo, ao faturar o título do torneio W25 de Montemor-O-Novo, disputado em Portugal. Com o título, ela, que é atual número 1.342 do mundo, deve ganhar mais de 700 posições no ranking da WTA a ser divulgado após o US Open. Confira mais detalhes clicando aqui.
Foto: Reprodução/Twitter
"Os jogadores não devem bater, chutar ou lançar uma bola de tênis de forma violenta, perigosa ou com raiva dentro do local do torneio, exceto na busca de um ponto durante uma partida. Para os fins desta Regra, abuso de bolas é definido como golpear intencionalmente uma bola para fora do recinto da quadra, acertar uma bola perigosa ou imprudente dentro da quadra ou acertar uma bola sem levar em conta as consequências".
No final, pouco importa a intenção de Djokovic. Ele acertou uma juíza e as regras que valem para o número 500, para o número 1.000, também valem para ele, mesmo sendo dono de 17 títulos de Grand Slam, mesmo estando invicto no ano até aquele instante, mesmo ele sendo o número 1 do mundo.
Qualquer tenista que dá uma raquetada na bola entre os pontos, ou na virada de lado, independentemente da direção, passa a assumir a consequência de que essa bola pode atingir alguém. O mesmo vale para arremessos ou quebra de raquetes.
Além disso, como parte da punição, Djokovic não receberá a premiação de 250 mil dólares e os 180 pontos que ganharia referente a fase de oitavas de final, por causa da sua eliminação via desclassificação.
E por favor, não digam que é um complô por causa da PTPA ou porque querem o mal da dinastia de Djokovic, isso tudo é "balela". A regra é essa, vale para todos os tenistas e foi bem aplicada. Por mais que seja possível encontrar vezes em que um acidente como esse tenha sido ignorado, na média geral, a desclassificação é aplicada e eu tenho exemplos disso.
Outros casos que foram punidos
Até mesmo o ex-número 1 do mundo, Gustavo Kuerten, já foi desclassificado de um torneio por conta de uma situação como essa. Aconteceu em Roland Garros, o grande palco de sua carreira.
Nas quartas de final do torneio de duplas do Grand Slam parisiense em 1998, ao lado de Fernando Meligeni, Guga teve um momento de raiva e arremessou sua raquete contra uma cadeira. Porém, um erro de cálculo fez com que o equipamento fosse em direção ao juiz de cadeira Bruno Rebeuh, que desviou.
A raquete acabou atingindo um torcedor que acompanhava a partida e Guga foi desclassificado. Saiba mais sobre este caso nesta matéria publicada pela Folha de S. Paulo, em 3 de junho de 1998, escrita pela jornalista Fernanda Papa.
Um caso famoso e recente é o do tenista australiano Nick Kyrgios, no Masters 1000 de Roma no ano passado. Incomodado com o público e irritado por ter tido o saque quebrado no game anterior, o atleta jogou sua raquete no chão e arremessou uma cadeira para dentro da quadra. Mesmo sem atingir uma pessoa, Kyrgios foi desclassificado da partida.
O pedido de desculpas de Djokovic
Em sua conta no Instagram, Djokovic assumiu seu erro e pediu desculpas.
"Toda essa situação me deixou muito triste e vazio. Eu verifiquei as situação da juíza de linha e o torneio me disse que graças a Deus ela está se sentindo bem. Lamento muito ter causado tanto estresse. Tão involuntário. Tão errado. Não estou divulgando o nome dela para respeitar sua privacidade. Quanto à desclassificação, preciso voltar e trabalhar a minha decepção e fazer disso tudo uma lição para o meu crescimento e evolução como jogador e ser humano. Peço desculpas ao torneio US Open e a todos os associados pelo meu comportamento. Sou muito grato à minha equipe e família por serem meu apoio e aos meus fãs por sempre estarem comigo. Obrigado e sinto muito".
O fato de Djokovic ter assumido o erro torna tudo isso menos discutível ainda. Ele mesmo foi capaz de parar um pouco, esfriar a cabeça e ver que cometeu um erro.
Smash!
- O mundo do tênis terá um novo campeão de Grand Slam após a desclassificação de Djokovic do US Open, que era o único atleta na chave que já havia conquistado um Major.
- Bia Haddad Maia retornou ao tênis em grande estilo, ao faturar o título do torneio W25 de Montemor-O-Novo, disputado em Portugal. Com o título, ela, que é atual número 1.342 do mundo, deve ganhar mais de 700 posições no ranking da WTA a ser divulgado após o US Open. Confira mais detalhes clicando aqui.
Foto: Reprodução/Twitter
0 Comentários