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Sul-africana Caster Semenya tem apelação negada e só pode competir se reduzir o nível de testosterona

Caster Semenya corredora da África do Sul

A sul-africana Caster Semenya, bicampeã olímpica nos 800m rasos, teve uma apelação negada pelo Supremo Tribunal da Suíça nesta terça-feira (08). A negação se baseia em uma regra da World Athletics (Federação Internacional de Atletismo) que obriga mulheres que possuem níveis de testosterona alto, que diminuam. Caster sofre de uma doença, um distúrbio que faz elevar o nível de testosterona. A atleta só poderá voltar a competir se diminuir os hormônios do corpo, o que ela é contra.

"Vou continuar a lutar pelos direitos humanos das atletas femininas, tanto dentro como fora das pistas, até que possamos todas correr livres da forma como nascemos", disse Semenya.

As regras atuais do órgão máximo do atletismo mundial força que atletas como Semenya, com transtornos do desenvolvimento sexual (DSD), reduzam clinicamente sua testosterona natural para menos de cinco nmol/L de sangue, em um período inicial de seis meses, que posteriormente será contínuo durante toda a carreira no esporte, em provas mais longas, dos 400m ao 1.500m.


A World Athletics argumenta que as regras são para proteger o esporte feminino e tem o aval do Conselho Arbitral do Esporte, o CAS. As Nações Unidas não concordam e diz que a regra fere os direitos humanos.

Nas redes sociais, Semenya desabafou após à decisão do tribunal suíço. "Você nunca deve se arrepender de nada na vida. Se é bom, é maravilhoso. Se for ruim, é experiência", disse a atleta.

Semenya é bicampeã olímpica, conquistando o ouro em Londres 2012 e Rio 2016. Em Tóquio, a sul-africana poderia lutar pela hegemonia na distância, mas recentemente a atleta já havia dito que o seu foco, independentemente do resultado do tribunal, seria a prova dos 200m.

Foto: AAP

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