Sim, "tá tudo assim tão diferente", como Renato Russo cita na belíssima letra de "Por Enquanto", eternizada na voz de Cássia Eller. O novo coronavírus assolou o planeta, parou quase tudo e revirou as equipes do voleibol brasileiro ao avesso. A crise financeira cresceu, o coronavírus ainda está por aqui, uma debandada de atletas brasileiros aconteceu. Tudo isso será cenário do Campeonato Paulista de Voleibol masculino, que abre a temporada 2020/21 do vôlei nacional nesta sexta-feira (11).
No retorno do vôlei no Brasil, protocolos rígidos estão sendo protagonistas para um campeonato esvaziado, com apenas cinco equipes. Nos times as estações estão mudadas com várias saídas e chegadas de jogadores. Com tudo isso, apenas um fator não deve mudar: o Taubaté é MUITO favorito para manter sua hegemonia do Paulista.
O Vôlei Taubaté estreia na próxima semana e tem tudo para, na bola, mostrar que para eles segue tudo igual: dominando São Paulo. Não será simples, é verdade. As jovens equipes do Sesi-SP e Vôlei Itapetininga devem querer mostrar serviço, assim como o Vôlei Vedacit/Guarulhos, estreante na próxima Superliga. Mas é o time do Vôlei Renata que deve brigar pela conquista do caneco, igualmente no ano passado, em que o Taubaté só saiu com a vitória no golden set. Este ano tem tudo para ser diferente e a expectativa é que Taubaté não sofra tanto contra um menos poderoso Campinas.
A equipe do interior paulista tem grandes mudanças, tendo perdido Lucarelli para o voleibol italiano e Vissoto para o rival Renata. No entanto, isso não deve ser problema, já que Maurício Borges e Felipe Roque chegaram para compor os buracos deixados por eles. Nos levantamentos, saiu o ótimo Carísio, reforço do Itapetininga, mas chegou o campeão olímpico Bruninho. Os contratos ainda foram renovados com Lucão e Maurício Souza, além do líbero Thales.
Taubaté conseguiu sair bem ao mercado em meio a tantas indefinições, mantendo grandes peças, o que facilmente credencia o clube como predileto ao título. As apostas da equipe taubateana também foram interessantes, como o ponta João Franck e o oposto Gabriel Cândido, que defenderam o Itapetininga, o central Bruno Biella, destaque do Vôlei Pacaembu na última temporada, e o Vitor Yudi, aposta da equipe para a posição de líbero.
A cereja do bolo de Taubaté terá o argentino Javier Weber em difícil missão de substituir Renan Dal Zotto. Conhecendo Weber, ele deve tirar de letra com o elenco que tem e só um grande acidente tiraria esse sétimo título em sequência da cidade de Taubaté.
"Mas nada vai conseguir mudar o que ficou". Parece que Renato Russo já sabe que, em um mundo tão perdido em 2020, o que ficou foi a hegemonia do Vôlei Taubaté. Com todo respeito aos adversários, mas esse campeonato tem dono e nós já sabemos quem é.
Foto: Arquivo/ Maxx Sports Brasil
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