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Felipe Vinicius dos Santos fez um primeiro dia que deixou os fãs de atletismo cheios de expectativa e ele manteve o alto nível neste sábado (12) ficando perto de suas melhores marcas em todas as provas. Ele não só marcou a melhor pontuação de 2020 em todo mundo no decatlo, mas principalmente ele conquistou o primeiro índice olímpico para o Brasil desde a parada no circuito pelo coronavírus, carimbando o passaporte pra Tóquio 2020.
Mantendo os bons resultados alcançados na sexta, Felipe Vinicius começou o dia correndo os 110m com barreiras para 14s01, beirando os mil pontos, com 973. No lançamento do disco, Felipe alcançou 42,46m, ficando em segundo marcando 715 pontos. No complemento da manhã, Felipe venceu mais uma prova, desta vez no salto com vara, com 4,90m, sendo o único a saltar mais de 4,60m.
Ele estava balizado para a prova de salto com vara no início da tarde, mas desistiu para se concentrar no restante do decatlo. A preferência por se poupar para suas provas mais fracas deu certo: Ele marcou 735 pontos por seus 59,82m no dardo e precisava fazer 4:58.30 para alcançar o índice olímpico e precisava de 4:50.85 para bater o recorde sul-americano de Carlos Chinin, de junho de 2013 com 8393 pontos.
Seu início de prova nos 1.500m foi bem fraco, acendendo um alerta, mas com um forte sprint no final, ele fechou em 4.55.83, terceiro na prova, lhe dando 584 pontos, 8364 pontos no total. Jose Fernando Ferreira Santana levou a prata com 7753 e Jordan Santos de Souza ficou com o bronze com 7545, melhor marca da carreira.
No primeiro dia ele já havia conquistado 10s40 nos 100m rasos (999 pontos); 7,64m no salto em distância (recorde pessoal, 970 pontos); 14,04m no arremesso do peso (731 pontos); 2,07m no salto em altura (recorde pessoal, 868 pontos); e 48s01 nos 400m rasos (909 pontos).
Ele venceu todas as provas, com exceção dos 400m, 0.24s atrás de Jordan Santos de Souza, no disco, 77 centímetros atrás de José Fernando Ferreira Silva e no dardo, quando ficou a apenas 86 centímetros de José Fernando. Nos 1.500m, ele ficou 'apenas' em terceiro, prova vencida por Lucas da Silva Catanhede, que terminou o decatlo em quarto lugar com 7545, melhor marca de sua carreira.
Para ter uma comparação, nas provas principais já disputadas neste Troféu Brasil, ele ficaria em quarto lugar no salto com vara, quinto lugar nos 100m rasos, em quarto lugar no salto em distância, em sétimo no salto em altura, 14º nos 400m rasos, sétimo lugar nos 100m com barreiras, 14º no disco.
Em entrevista a TVN Sports, ele disse que irá se reunir com seu treinador para fazer a preparação até Tóquio, mas que pensará "prova em prova".
Outras provas do Troféu Brasil
O sábado começou com as finais da marcha atlética. Sem surpresas, Érica Sena e Caio Bonfim foram os vencedores. Ela correu para 1h36min39s94, enquanto ele chegou em 1h23min05s46.
No feminino, Viviane Lyra e Gabriela Muniz completaram o pódio batendo seus recordes pessoais, com 1h37min19s91 e 1h39min37s63, respectivamente. No masculino, a prata ficou com Matheus Gabriel de Liz Correa (1h23min57s50, melhor marca da carreira) e o bronze ficou com Paulo Henrique Ribeiro (1h33min04s01).
Depois de faturar os 3.000m com obstáculos na sexta-feira, Altobeli Santos da Silva voltou às pistas já na manhã deste sábado para correr os 5.000m. Mais uma vez, saiu campeão, com o tempo de 14min03s18. Gilmar Silvestre Lopes (14min13s43) e Daniel Ferreira do Nascimento (14min17s07) fizeram os melhores tempos da carreira para levar a prata e o bronze, respectivamente.
Tatiane Raquel da Silva também levou seu segundo título no Troféu Brasil, com a conquista nos 1.500m, um dia depois da vitória no 3.000m com obstáculo. Ela terminou a prova com 4min22s83, a frente de Jenifer do Nascimento Silva (4min24s81) e Antonia Keyla da Silva Barros (4min27s60, seu PB)
Thiago Alfano venceu o salto em altura com 2,27m, igualando sua melhor marca da temporada. Ele também teve três tentativas falhas para 2,30m. Fernando Ferreira foi o segundo colocado, com 2,24m, e Elton Junio fechou o pódio, parando em 2,17m.
No aguardado retorno da disputa entre Andressa de Morais e Fernanda Martins pelo domínio do lançamento do disco feminino, deu Fernanda, com 61,83m. Andressa que lançou para 58,03m e liderou o início da prova terminou com a prata em sua segunda prova depois da paralização por doping. Izabela Rodrigues da Silva ficou com o bronze, com 56,14m.
Já no salto com vara, sem a presença de Thiago Braz, Augusto Dutra entrou apenas em 5,20m quando apenas sobrava Abel Curtinove na disputa. Depois de passar um sufoco, acertando o sarrafo na primeira tentativa e desistindo da segunda, Augusto passou com grande folga na terceira tentativa, iniciando uma briga acirrada. Abel que também ficou na berlinda nos 5,20m, passou na terceira tentativa e saltou a 5,30m em sua primeira chance, esperando Augusto Dutra.
O medalhista de prata pan-americano de Lima com 5,71m e que já saltou para 5,82m acabou fazendo três tentativas ruins para 5,30m e encerrou com a prata no Troféu Brasil, com 5,20m. Abel, com título assegurado subiu o sarrafo para 5,43 em busca da melhor marca na carreira. O bronze ficou com Lucca Leonardo Radhuany Torres que saltou para 4,95m.
Pódio do salto com vara masculino - foto: reprodução / TVN Sports
No 4x100m feminino, a equipe do Pinheiros formada por Bruna Jessica Farias, Rosangela Santos, Franciela Krasucki e Vitória Rosa disparou para a vitória com 44.28s, a frente do Orcampi (46s38) e UCA (46s46). O round 2 do duelo Paulo André e Felipe Bardi aconteceu ao fim do 4x100 masculino. Paulo André disparou no final para dar o título para o Pinheiros, com 39s49, enquanto Bardi fechou pela equipe do SESI para 4005. O UCA ficou co o bronze, com 40s21. Hederson Alves Estefani, Aldemir Gomes da Ssilva Junior e Derick de Souza Silva completaram a equipe campeã.
No aquecimento para o round 3, Paulo André venceu a segunda semifinal dos 200m com 20s52, a frente de Felipe Bardi, com 20s84. Os dois disputam a grande final da prova neste domingo.
O dia termina com a prova de marcha atlética de 35.000m, com 87 voltas e meia pela pista, em substituição aos 35km de rua que não podem ser disputado devido às políticas públicas locais de combate ao coronavírus.
*com Wesley Felix
Foto: Reprodução / TVN Sports
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