O pesista Serafim Veli, albanês naturalizado brasileiro, deixou seu país muito novo, aos 11 anos, depois que a mãe quase foi atingida por uma bala do lado de fora da casa onde moravam por causa da guerra civil. Saiu de Tirana, capital do país, e precisou se refugiar na Grécia junto aos pais e as três irmãs para continuar a vida, antes de vir para o Brasil em 2015. Para quem teve uma experiência tão marcante, encarar as restrições impostas pela pandemia parecem ser mais simples. Apesar das incertezas em relação à busca da tão sonhada vaga olímpica.
“Foi um ano muito difícil. Estava me preparando para os eventos classificatórios para Tóquio. A preparação era muito forte e tive que jogar tudo fora. Graças a Deus, superei. Eu fiquei um tempo parado, perdi a motivação, a vontade de treinar. Sem objetivo, você perde a vontade. Busquei outras coisas, ficar mais tempo com meu filho, deixar o corpo descansar mais”, lembra.
Mesmo sem a vaga garantida, Serafim Veli, terceiro lugar no Europeu sub-23 de Levantamento de Pesos em 2009, já traçou seus planos para o Japão. Tóquio 2020 será a última chance de Veli de estar nos Jogos Olímpicos.
“Quero chegar entre os oito melhores. É um sonho que tenho como atleta. A gente tem que superar. É muito difícil viver assim. Acho que vão acontecer os Jogos Olímpicos, com muito sacrifício. Alguns atletas, como eu, não conseguem mais suportar a carga de treinos para buscar outra Olimpíada”.
Depois dos Jogos, pretende continuar competindo, no plano nacional. Mas já tem um novo plano a longo prazo.
“Quero passar o que aprendi para outros atletas. Estou criando um projeto em Santo André, onde vou trabalhar como treinador, com crianças”.
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