Aconteceu nesta quarta-feira (17) o sorteio das chaves do Grand Slam de Judô de Tel Aviv (ISR), que será disputado entre quinta-feira e sábado. O Brasil estará representado por 14 atletas na importante competição, não só para a definição das vagas olímpicas no esporte, mas também para garantir uma presença como cabeça de chave em Tóquio 2020.
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Sem Rafaela Silva, o Brasil corre o risco de não ter 14 atletas classificados para Tóquio, especialmente nas categorias 48kg e 57kg feminina e 73kg masculina. Na primeira, Gabriela Chibana está com a última vaga direta; na segunda, o Brasil ainda não tem uma representante na zona de classificação com a punição de Rafaela Silva; e, na terceira, Eduardo Barbosa tem atualmente a vaga continental - cada país só pode levar um judoca nesta cota.
Muitos brasileiros também buscam a condição de cabeça de chave em Tóquio e assim conquistar um caminho mais fácil para as medalhas na capital japonesa. Desta forma, os pontos a serem disputados na capital israelense são de suma importância para a pretensão dos brasileiros nos Jogos Olímpicos, especialmente depois da péssima campanha no Masters de Doha, disputado em janeiro, além de auxiliar nos preparativos físicos, técnicos e táticos.
O campeão ou a campeã do Grand Slam de Tel Aviv leva 1000 pontos; o vice-campeonato dá 700, enquanto a medalha de bronze, 500, o quinto lugar, 360, o sétimo lugar, 260, e uma vaga nas oitavas, 160. As eliminatórias começam às 4h30 da manhã, horário de Brasília, nesta quinta-feira (18), e 5h30 da manhã na sexta (19) e sábado (20). As finais serão disputadas a partir de 12h nos três dias.
Muitos brasileiros que buscam vaga ou que brigam pela condição de favoritos estarão ausentes em Tel Aviv. A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) afirmou que a convocação foi balanceada entre o Grand Slam de Tel Aviv e o Grand Slam de Tashkent, a ser disputado na capital uzbeque entre 5 e 7 de março e que tem 17 judocas brasileiros pré-inscritos.
Os atletas só poderão embarcar apresentando dois testes negativos de RT-PCR em um prazo de 72 horas. A judoca Ketelyn Quadros obteve um resultado positivo e foi cortada da delegação de última hora. Durante o evento, cada judoca será testado mais duas vezes, na chegada ao país e na véspera da luta, ficando o tempo todo isolados no hotel oficial quando não estiverem em competição.
Israel proibiu a entrada para brasileiros e a delegação do país teve que embarcar em um voo fretado pela Federação Internacional de Judô em parceria com a Associação de Judô de Israel. Segundo a CBJ, essa foi a única maneira de chegar a Israel.
Confira as chaves do torneio israelense que começa nesta quinta-feira e os adversários dos brasileiros:
-48kg feminino
O Brasil não estará representado nesta categoria em Tel Aviv. Gabriela Chibana poderá sair da zona de classificação provisoriamente depois do torneio. Ela está em 28º lugar e fecha a lista das classificadas diretamente. A judoca está em fase final de recuperação de uma cirurgia no joelho e tem previsão de retorno ao circuito no Grand Slam de Tashkent, no Uzbequistão.
-52kg feminino
Eleudis Valentim estreia diante da azeri Gultaj Mammadaliyeva (39ª). Em caso de vitória, deve enfrentar a francesa Astride Gneto, 8ª melhor do mundo, nas oitavas.
Larissa Pimenta, 11ª do ranking olímpico, deverá ser a representante brasileira em Tóquio mas não faz parte da delegação brasileira. Como duas japonesas e duas francesas estão a frente dela, ela está a 10 pontos de ser uma das cabeças de chave no atual ranking olímpico. Eleudis está em 35º, a mais de 800 pontos da zona de classificação.
-57kg feminino
Sem Rafaela Silva, a CBJ precisa correr contra o tempo para que uma judoca consiga a vaga nesta categoria. O Brasil está representado em Tel Aviv por Ketelyn Nascimento (43ª com 1045 pontos) e Jessica Pereira (56ª com 630 pontos), sendo que a última classificada direta por enquanto seria a sul-coreana Kwon Youjeong, com 2113 pontos, em 24º lugar.
Ketelyn Nascimento estreia diante da tcheca Vera Zemanova (52ª) e em caso de vitória desafia nas oitavas a polonesa Julia Kowalczyk (13ª), medalhista de bronze no Mundial de Tóquio 2019 e quinta cabeça de chave do torneio. A cabeça de chave deste lado é a alemã Theresa Stoll (11ª), quarta favorita.
Já Jessica Pereira estreia contra Kaja Kajzer (20ª), da Eslovênia, campeã do Grand Prix de Tel Aviv em 2020 e sexta principal ranqueada. Vencendo, ela enfrenta ou a alemã Pauline Starke (51ª) ou a cazaque Sevara Nishanbayeva (41ª). A israelense Timna Nelson Levy, 10ª do ranking é a adversária mais forte da chave e terceira favorita do torneio.
-63kg feminino
O Brasil não estará representado nesta categoria em Tel Aviv. Ketelyn Quadros, bronze em Pequim 2008, deverá ser a representante na categoria em Tóquio. Atual 11ª, seria a oitava cabeça de chave por ter três japonesas e duas eslovenas a frente. Ela iria participar do torneio israelense, mas foi infectada por coronavírus e não pôde embarcar. Alexia Castilhos (21ª) também está na zona de classificação.
-70kg feminino
Maria Portela, em 13ª no ranking olímpico, é a única brasileira na zona de classificação e também a única representante do país em Tel Aviv. Como são duas francesas, duas japonesas, duas britânicas e duas neerlandesas na frente, ela estaria a apenas 172 pontos da oitava cabeça-de-chave, a portuguesa nascida no Brasil Bárbara Timo - que não vai a Tel Aviv.
Portela é a cabeça 8 da chave e estreia contra a "convidada" da casa Shaked Amihai, sem ranking, medalhista de bronze no Europeu Juvenil de 2020. Confirmando o favoritismo, ela pega ou a turca Minel Akdeniz (sem ranking na categoria, 131ª nos 63kg) ou a britânica Kelly Petersen Pollard (98ª).
A provável adversária nas quartas é a francesa Marie Eve Gahie, campeã mundial em 2019 e líder do ranking. Em caso de surpreender a principal favorita, a adversária na semi deverá ser a neerlandesa Kim Polling (4ª), enquanto a neerlandesa Sanne van Dijke (2ª) e a francesa Margaux Pinot (3ª) encabeçam os quadrantes inferiores.
-78kg feminino
O Brasil não está representado na categoria. A titular incontestável Mayra Aguiar, atual 6ª do ranking olímpico, espera voltar a tempo para disputar o Mundial de Budapeste entre 6 e 13 de junho e, claro, os Jogos Olímpicos. Samanta Soares, em 35º, está a mais de 500 pontos atrás de Sarah-Myriam Mazouz, do Gabão, que tem a última vaga direta no momento.
+78kg feminino
Maria Suelen Altheman, 3ª do ranking, é a única brasileira que disputará o Grand Slam de Tel Aviv na categoria. Ela chega em Israel na condição de principal favorita. Ela estreia nas oitavas contra a sérvia Milica Zabic (30ª) e pode enfrentar ou a israelense Raz Hershkko (29ª), a lituana Sandra Jablonskyte (34ª) ou a polonesa Paula Kulaga (46ª).
A possível adversária na semi é a portuguesa Rochele Nunes (12ª) – outra judoca brasileira que trocou de nacionalidade em busca de melhores oportunidades – enquanto a francesa Romane Dicko (10ª) e a belarussa Maryna Slutskaya (9ª) são as cabeças chave da parte de baixo da chave.
Beatriz Souza, 7ª do ranking e próxima de Maria Suelen Altheman, não estará em Israel e volta ao circuito em Tashkent.
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-60kg masculino
Dois brasileiros que atualmente estão fora da zona de classificação buscam pontos importantes em Tel Aviv pelo sonho da vaga olímpica. Allan Kubawara (41º do ranking olímpico), campeão do Grand Slam de Brasília em 2019, mas que atuou pouco neste ciclo, estreia contra Otar Bestaev (72º), de Quirguistão. O vencedor do confronto desafia o principal favorito Gusman Kyrgybayev (10º) nas oitavas. Em caso de zebra, o provável adversário de quartas é o alemão Moritz Plafky (27º), oitavo cabeça de chave.
Já Phelipe Pelim (31º) estreia contra o georgiano Temur Nozadze (33º). O adversário das oitavas será ou o turco Mihrac Akkus (26º), sétimo cabeça e vice-campeão do Grand Prix de Tel Aviv de 2020, ou o italiano Angelo Pantano (96º), enquanto deve enfrentar nas quartas o britânico Ashley McKenzie (14º), favorito do quadrante para a vaga nas semifinais.
O inglês divide suas atenções entre os tatames e a televisão: ele foi finalista do Big Brother de Celebridades em 2012 e da primeira temporada do Celebridades na Fazenda (Celebs on the Farm) em 2018; em 2019 ele foi vice-campeão do Grand Prix de Zagreb e gravou sua participação da versão britânica do De Férias com Ex, exibido em 2020.
O melhor brasileiro ranqueado é Eric Takabatake, 13º do ranking olímpico.
-66kg masculino
Com 37 competidores na chave, o Brasil está representado por Willian Lima, que estreia diante do búlgaro Bozhidar Temelkov (47º). Na segunda rodada, o vencedor deste confronto enfrenta o principal favorito da competição, Baruch Shmailov, de Israel, quinto melhor do ranking.
Lima está em 29º no ranking olímpico e dentro da zona de classificação, mas muito atrás de Daniel Cargnin, atual oitavo no ranking, e que estaria em posição de ser sétimo cabeça em Tóquio e não estará em Tel Aviv.
-73kg masculino
Eduardo Barbosa estreia contra o britânico Eric Ham (47º) e tem parada dura na segunda fase: o israelense Tohar Butbul (6º), principal favorito pela segunda rodada. Surpreendendo ele enfrenta ou o peruano Alonso Wong (37º) ou o grego Georgios Azoidis (39º) nas oitavas e pode pegar nas quartas o oitavo favorito, Victor Sterpu (18º), de Moldávia.
David Lima estreia já na segunda rodada ou contra o búlgaro Mark Hristov (66º) ou contra o grego Georgios Markarian (57º). Nas oitavas de final, o adversário deve ser o georgiano Lasha Shavdatuashvili (17º), sétimo cabeça, enquanto o principal favorito do quadrante é o sueco Tommy Macias, nono melhor do mundo.
-81kg masculino
Melhor brasileiro ranqueado e único na zona de classificação para Tóquio, Eduardo Yudi dos Santos (20º) não estará em Tel Aviv. Com 2.525 pontos, ele ainda não está numa posição garantida, mas corre poucos riscosde dentro da seleção: João Macedo é apenas o 57º, com 831 pontos e Guilherme Schimidt é o 59º, com 774 pontos. Macedo e Victor Penalber (69º, com 600 pontos) são os representantes brasileiros no Grand Slam de Tel Aviv.
Macedo tem uma chave dura: ele estreia contra o israelense Dilan Rechister (410º). O vencedor deste confronto encara o belga Matthias Casse, líder do ranking e vice-campeão mundial em 2019, na segunda rodada. Se ele aprontar diante do favorito europeu, luta contra o porto-riquenho Adrian Gandia (34º) ou o austríaco Shamil Borchashvili (25º) nas oitavas. O outro cabeça neste quadrante e provável adversário de quartas seria o russo Aslan Lappinagov (14º e oitavo cabeça).
Penalber estreia já na segunda rodada contra o italiano Kenny Komi Bedel. Em caso de vitória, deve duelar nas oitavas contra o russo Khasan Khalmurzaev (11º), cabeça 6 e atual campeão olímpico. Khalmurzaev ou Penalber provavelmente terão pela frente o neerlandês Frank de Wit (5º), terceiro favorito, ou o azeri Hidayat Heydarov (86º), medalhista de bronze no mundial de 2018 e 2019, nas quartas.
-90kg masculino
Rafael Macedo é o único brasileiro entre os 95 melhores do mundo e em 16º ele está na zona de classificação olímpica. Macedo, campeão mundial sub-21 em 2014, também é o único judoca do país no Grand Slam de Tel Aviv e é o sexto favorito do torneio.
Ele estreia direto na segunda rodada contra o polonês Piotr Kuczera (30º). Nas oitavas o vencedor deste confronto desafia ou o russo David Oganisian (157º), campeão mundial em 2018, ou o italiano Nicholas Mungai (28º), vice-campeão do Grand Prix de Tel Aviv em 2019. O provável adversário nas quartas será Lasha Bekauri, da Geórgia, 8º do mundo e tricampeão mundial e terceiro cabeça de chave da competição.
-100kg masculino
Gonçalves, oitavo cabeça de chave, estreia contra Simeon Catharina (22º), dos Países Baixos, campeão mundial cadete em 2015 e vice-campeão juvenil em 2018. Em caso de vitória, espera pelo vencedor do húngaro Cirjenics Miklos (23º) e o chileno Thomas Briceno (48º). O prinicpal cabeça de chave deste quadrante é o israelense Peter Paltchik, vice-líder do ranking e principal favorito do torneio. Medalhista de bronze no Masters de Doha, ele foi campeão do Grand Prix de Tel Aviv e do Grand Slam de Paris ano passado.
+100kg masculino
Nenhum brasileiro está inscrito nesta categoria que é dominada no Brasil por David Moura (7º) e Rafael ‘Baby’ Silva (8º).
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