A prefeitura japonesa de Shimane está planejando cancelar sua participação no revezamento da tocha olímpica de Tóquio 2020, anunciou o governador da região, Tatsuya Maruyama, nesta quarta-feira (18). Ele disse que está insatisfeito com a forma como os governos nacional e metropolitano de Tóquio têm lidado com a pandemia do coronavírus.
Segundo informado pela Kyodo News, uma reunião com representantes da prefeitura - que é a segunda menor do país em número de habitantes -, será realizada ainda nesta quarta-feira para que uma definição mais concreta sobre o assunto seja tomada. Todas as decisões serão expostas por Maruyama em uma coletiva.
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Vale lembrar que, apesar do adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio, o cronograma do revezamento da tocha permaneceu inalterado. A chama passará pelas 47 prefeituras japonesas durante seus quase quatro meses de rodagem. A cerimônia será iniciada em Fukushima, em 25 de março, e a previsão é que atinja Shimane entre 15 e 16 de maio. A Olimpíada acontecerá entre 23 de julho e 08 de agosto.
Os comentários de Maruyama agitam ainda mais os bastidores da organização olímpica. Na última semana, ele já havia feito duras críticas aos governos do Japão e de Tóquio, reprovando a realização de um megaevento como os Jogos Olímpicos em meio a uma pandemia. Ele apontou as mais de sete mil vítimas fatais da Covid-19 no Japão como justificativa para sua postura rígida.
O país-sede dos Jogos Olímpicos já registrou mais de 418 mil casos de coronavírus, sendo 100 mil somente em Tóquio. Shimane, que possui uma população de pouco mais de 660 mil habitantes, confirmou cerca de 280 casos até aqui. Diferente da capital japonesa, a região não está inserida no estado de emergência, em vigor desde o início de janeiro em dez prefeituras japonesas.
A ameaça de Shimane de não participar do revezamento da tocha olímpica surge como mais uma dor de cabeça para os Jogos de Tóquio. Além do ceticismo quanto à sua realização - 80% dos japoneses indicaram no último mês que a Olimpíada deveria ser adiada ou cancelada -, o Comitê Organizador enfrenta problemas internos, vendo Yoshiro Mori renunciar da chefia do grupo após falas machistas.
Foto de capa: Mainchini
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