Faltando exatos três meses para a cerimônia de abertura da Olimpíada de Tóquio, a cidade-sede dos Jogos voltou a intensificar seus esforços contra o avanço da pandemia do coronavírus. Nesta sexta-feira (23), o primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, declarou um novo estado de emergência em Tóquio e em outras três prefeituras metropolitanas a fim de controlar o fluxo de pessoas nas ruas durante a semana de feriados da "Golden Week".
A medida deverá ser implementada a partir deste domingo e ficará em vigor até 11 de maio, abrigando justamente o período em que está programada a Golden Week, uma das semanas mais tradicionais do Japão, que reúne sete dias "não-úteis" ao unir feriados nacionais do final de abril e início de maio. A semana ocorrerá entre 29 de abril e 05 de maio.
Esta é a terceira vez que Tóquio é inserida em um estado de emergência desde o início da pandemia. A primeira ocorreu ainda no começo da crise sanitária, no ano passado, e a segunda no início deste ano. A medida de agora também se dá por conta do aumento do número de infecções nas últimas semanas. O país registrou mais de cinco mil casos nesta sexta, ultrapassando a marca pelo terceiro dia consecutivo.
Deste vez, o decreto incluirá ordens de fechamento de bares, lojas de departamentos, shoppings, parques, teatros e museus em Tóquio, Osaka, Kyoto e Hyogo. Restaurantes e transporte público encerrarão as atividades mais cedo. Eventos esportivos voltarão a ter portões fechados. Por outro lado, as escolas permanecerão abertas, enquanto as universidades deverão retornar ao ensino à distância.
Apesar das preocupações quanto à realização dos Jogos Olímpicos, os organizadores não se veem ameaçados pelo de estado de emergência. Em entrevista coletiva na última quarta, ainda em meio à especulações sobre a implementação do decreto, o presidente do COI, Thomas Bach, comentou o assunto.
"Este (estado de emergência) está absolutamente de acordo com a política geral do governo. Mas não tem a ver com os Jogos Olímpicos. Está relacionado com a Golden Week", disse o alemão, que inclusive segue com uma viagem programada para o Japão para 17 de maio, pouco menos de uma semana após o fim do estado de emergência.
Já Seiko Hashimoto, presidente do Comitê Organizador dos Jogos, falou nesta sexta-feira e mais uma vez descartou a possibilidade de cancelamento do megaevento. "Estamos nos esforçando para realizar medidas preventivas contra o coronavírus para que (o público) possa entender que os Jogos de Tóquio podem ser realizados", disse ela.
Os Jogos Olímpicos de Tóquio estão programados para acontecer entre 23 de julho e 08 de agosto. Entre as indefinições a respeito da organização, está a quantidade de público liberada nas arenas, mas uma decisão só deve sair em meados de junho. O revezamento da tocha olímpica segue percorrendo as 47 prefeituras do território japonês desde o último dia 25, ainda que com restrições.
Foto de capa: REUTERS
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