O Brasil voltou a ter um ótimo desempenho nesta sexta-feira (16) e conquistou mais sete medalhas no Pan-Americano de Judô. Com direito a uma dobradinha entre os pesos-pesados, foram obtidos quatro ouros, duas pratas e um bronze. Somando com o primeiro dia, o país deixou a competição com 14 pódios, sendo sete títulos continentais, dominando o quadro de medalhas.
Guilherme Schimidt (81kg), Ellen Santana (70kg), Rafael Silva (+100kg) e Beatriz Souza (+78kg) tiveram campanhas impecáveis e foram os campões do dia. Rafael Macedo (90kg) e David Moura (+100kg) venceram duas lutas e ficaram com a medalha de prata. Leonardo Gonçalves (100kg) ficou com o bronze. Rafael Buzacarini (100kg) foi o único que não medalhou.
Os pódios mais emocionantes vieram do peso pesado masculino (+100kg), em que os dois postulantes à vaga olímpica na categoria, Rafael Silva e David Moura, fizeram a final. Melhor para Baby, que lutou "pendurado" com dois shidôs em boa parte do combate, mas conseguiu levar o duelo para o golden score e derrubou o compatriota com um belíssimo ippon.
Baby iniciou sua trajetória já na semifinal, e se sobressaiu sobre o estadunidense Ruben Martin para emplacar um ippon. David teve uma luta a mais, mas nem se esforçou para bater o dominicano Quibian Arosemena na estreia, conseguindo derrubá-lo em 45 segundos. Em seguida, no entanto, sofreu para passar pelo equatoriano Freddy Figueroa, conseguindo um ippon no golden score.
Com o título, Baby disparou na corrida olímpica e abriu uma larga vantagem de pontos sobre o rival. Ele deve subir para a sexta colocação do ranking mundial, tornando-se momentaneamente o quinto cabeça de chave de Tóquio-2020, com 4.975 pontos. David permanece na 11ª posição, com 4.383 pontos, estando a quase 600 atrás do compatriota.
Quem acirrou a disputa olímpica foi Beatriz Souza, que foi ouro no peso-pesado feminino ao superar a norte-americana Nina Cutro-Kelly na decisão, com um lindo ippon. Antes, ela havia passado pela mexicana Priscila Martinez e pela porto-riquenha Melissa Mojica, sua algoz no Pan de Lima 2019, nas preliminares. A cubana Idalys Ortiz, líder do ranking mundial, estava inscrita, mas não competiu.
É CAMPEÃAA!!!
— #SempreJudoca (@noticiascbj) April 16, 2021
Beatriz Souza +78kg vence Nina Cutro-Kelly 🇺🇸 por ippon na decisão do Pan e conquista mais um 🥇 para o Brasil! #SempreJudoca #BrasilJudo pic.twitter.com/7irIBTZikZ
Com o título, Bia subiu para a sexta colocação do ranking mundial e diminuiu a desvantagem sobre a compatriota Maria Suelen Altheman na corrida da categoria, que agora é de 428 pontos. Suelen já havia sido campeã do Pan no ano passado - derrotando Bia na final - e, por isso, não competiu na edição deste ano.
Com apenas 20 anos, Guilherme Schimidt disputou seu primeiro Pan-Americano Adulto e já faturou um título, na categoria até 81kg após três lutas. Nas preliminares, projetou o uruguaio Alain Aprahamian e o dominicano Medickson Cortorreal, cabeça de chave número 1. Na decisão, conseguiu um lindo ippon sobre o argentino Emmanuel Lucenti.
Com o título, o meio-médio, que foi bronze no Mundial Jr. de 2019, deve dar um salto de 18 posições no ranking mundial, atingindo a 39ª colocação, e passa a sonhar com a conquista de uma vaga olímpica. Ele terá 1584 pontos, contra 2525 do hoje classificado Eduardo Yudy, que aparece na 23ª posição. Schimidt ainda pode cortar 90 pontos caso conquiste o Open que disputará neste sábado no mesmo local (saiba mais abaixo).
Ellen Santana, de 22 anos, conseguiu um título em sua primeira participação continental |
Quem não precisou fazer muito esforço para conquistar seu título foi Ellen Santana, no peso médio feminino (até 70kg). Em uma categoria com apenas quatro atletas, ela só precisou vencer duas lutas. Na estreia, imobilizou a mexicana Marcela García. Na decisão, superou a equatoriana Celinda Corozo com um lindo ippon. Apesar da conquista, ela não tem mais chances de garantir a vaga olímpica.
Cabeça de chave número 1 da categoria até 90kg, Rafael Macedo acabou com a medalha de prata, depois de perder para o dominicano Robert Florentino por ippon. Antes, ele superou o colombiano Santiago Garzon Dias e o peruano Yuta Villar, ambos de forma sofrida. O brasileiro não soma pontos no ranking, já que também foi vice-campeão no ano passado, permanecendo na 18ª colocação.
Na categoria até 100kg masculina, a situação dos brasileiros na disputa olímpica não foi alterada. Leonardo Gonçalves ficou com o bronze depois que Rafael Buzacarini não compareceu à luta pela medalha. Buzaca havia sido prata e Leo, bronze, no último Pan. Rafael permanece com a vaga olímpica, 600 pontos a frente do compatriota.
BRONZE para Leonardo Gonçalves 100kg!
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Rafael Buzacarini 100kg, que foi prata em 2020, foi poupado da luta pelo bronze por já ter um resultado melhor e por estar recuperando-se de uma lesão no pé.
Léo melhora seu 5º lugar de 2020 com a medalha de bronze em 2021!
Com as medalhas conquistadas nesta sexta, o Brasil encerrou o Pan-Americano com 14 medalhas, sendo sete de ouro, quatro de prata e três de bronze. Foi um desempenho superior ao visto na última edição do torneio continental, disputado em novembro do ano passado, quando a Seleção deixou Guadalajara com apenas quatro títulos individuais.
Com o fim do continental, um Open será realizado neste sábado, também em Guadalajara, no México. A competição dá 100 pontos no ranking olímpico e terá ainda menos atletas que o Pan-Americano. Oito brasileiros estão inscritos: Nathália Brígida (48kg), Gabriela Chibana (48kg), Ketelyn Nascimento (57kg), Jessica Pereira (57kg) e Ellen Santana (70kg); Renan Torres (60kg), Willian Lima (66kg) e Guilherme Schimidt (81kg).
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Foto de capa: Abelardo Mendes Jr/rededoesporte.gov.br
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