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CPB defende André Brasil e critica Comitê Paralímpico Internacional: "Deixa a dúvida se a prioridade do esporte são os atletas"




O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) emitiu nesta quarta (7) uma nota de apoio ao nadador André Brasil, que perdeu na justiça comum na terça (6) o recurso contra o Comitê Paralímpico Internacional (IPC) contra a reclassificação feita que o tornou inapto para a natação paralímpica e deixando o nadador brasileiro fora dos jogos Paralímpicos de Tóquio.


A nota assinada pelo presidente Mizael Conrado não poupou críticas a IPC , acusando as novas regras da reclassificação que vetou André Brasil em 2019, afirmando que ela "não foi pautada pela ciência e nem tampouco por pesquisa que pudesse retratar a equidade do esporte paralímpico. " e que desequilibrou a natação paralímpica no meio de um ciclo, afetando o sistema de classificação funcional de "maneira brutal"


André Brasil é exaltado na nota, com suas medalhas paralímpicas (14 no total) e seus recordes mundiais (4 no total) sendo citados e a CPB ainda explica que a deficiência do atleta - uma sequela na perna esquerda causada pela poliomielite quando criança - não é progressiva e na verdade limita ainda mais os seus movimentos com o tempo. 


A nota se encerra com um tom forte, com Mizael dizendo que esta mudança na classificação é um dos mais tristes episódios da história do paralimpismo mundial: "O fato de o Andre Brasil não ter tido nova oportunidade de classificação aumenta nossa tristeza e deixa a dúvida se a prioridade do esporte são os atletas. "


Tanto a IPC quanto o seu atual presidente, o brasileiro Andrew Parsons - que também já foi presidente da CPB - se pronunciaram sobre o assunto.


Veja abaixo a nota da CPB na íntegra:


"O CPB considera que a mudança no processo de classificação, implementado em meados de 2018 pelo IPC, do qual Andre Brasil foi uma das vítimas, não foi pautado pela ciência e nem tampouco por pesquisa que pudesse retratar a equidade do esporte paralímpico. Além de trazer o desequilíbrio, mudou a ordem das classes paralímpicas, ocorreu no meio do ciclo, já com metade da preparação para os Jogos de Tóquio em andamento, afetou o sistema de maneira brutal. 


É inegável o prejuízo que este processo intempestivo causou. 


Andre Brasil competiu por 14 anos, conquistou 14 medalhas paralímpicas, participou de três edições de Jogos Paralímpicos, ainda é o detentor de quatro recordes mundiais da classe S10.  

A deficiência do Andre não é progressiva, ela só limita ainda mais os movimentos, portanto, como justificar então tudo o que ele conquistou? 


Denominamos esta mudança na classificação como um dos mais tristes episódios da história do paralimpismo mundial. O fato de o Andre Brasil não ter tido nova oportunidade de classificação aumenta nossa tristeza e deixa a dúvida se a prioridade do esporte são os atletas. 


Mizael Conrado

Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro"


foto: Heusi Action/Gabriel Heusi

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