Com 15 desfalques e apenas quatro judocas inscritos, o Brasil encerrou sua participação no Grand Slam de Antalya sem medalhas ou grandes resultados. O peso pesado David Moura foi o último representante nacional a entrar em ação, competindo neste sábado (03), e acabou eliminado ainda na estreia, derrotado pelo uzbeque Alisher Yusupov após sofrer dois waza-ari.
Décimo colocado do ranking olímpico, David perdeu a oportunidade de voltar a ficar a frente do compatriota Rafael Silva, que foi prata no Grand Slam de Tbilisi na última semana, na briga para ser o representante brasileiro na categoria acima de 100kg em Tóquio-2020. A diferença entre os dois se mantém em cerca de 400 pontos.
David era o cabeça de chave número 3 do peso pesado em Antalya e entrou na competição já nas oitavas, precisando vencer apenas uma luta para entrar na briga pelas medalhas. O rival, Yusupov, era apenas o 34º do mundo antes do torneio e foi eliminado na luta seguinte à vitória sobre o brasileiro, perdendo também na repescagem.
Além de Moura, competiram no torneio turco Eric Takabatake (60kg), Daniel Cargnin (66kg) e Willian Lima (66kg), todos na quinta-feira. A melhor campanha foi de Takabatake, que venceu duas lutas e parou nas quartas de final entre os ligeiros, ficando na sétima colocação. Cargnin derrotou um adversário, mas caiu logo em seguida. Willian, por sua vez, perdeu ainda na estreia, assim como David.
Os resultados aquém do esperado foram consequência de um turbulento cenário vivido pelos brasileiros além dos tatames. Um erro de planejamento da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) tirou quinze atletas da competição: toda a delegação que participou do Grand Slam de Tbilisi, na Geórgia, precisou ser afastada depois que Eduardo Yudy testou positivo para o coronavírus.
Acontece que Yudy já não havia participado do torneio georgiano, isolado por estar no mesmo quarto que o xará Eduardo Barbosa, que testou positivo na ocasião. Como Yudy estava negativado, ele foi liberado para embarcar com a equipe brasileira à Turquia e, na chegada ao país, foi positivado pela primeira vez.
Assim, o meio-médio foi barrado do Grand Slam de Antalya e "levou" todos os seus companheiros de seleção ao mesmo caminho, mesmo eles tendo apresentado teste negativo. Seguindo os protocolos sanitários da Turquia, os 14 atletas precisaram ser afastados preventivamente por terem tido contato de alguma forma com Yudy.
Restando agora apenas três competições com alta distribuição de pontos antes do fechamento da corrida olímpica, o cenário de alguns judocas brasileiros se complicou visando Tóquio-2020. O Brasil tem, atualmente, judocas classificados em 12 das 14 categorias olímpicas, estando de fora da 48kg e da 57kg, ambas femininas. Eduardo Barbosa está dentro na 73kg, ainda que pelo critério continental.
O próximo compromisso da seleção será o Campeonato Pan-Americano, a ser disputado entre 15 e 17 de abril, em Guadalajara, no México. Serão dados 700 pontos ao campeão no ranking olímpico. Até o momento, a convocação brasileira para a competição não foi realizada. Depois, serão disputados o Grand Slam de Kazan, em maio, com 1.000 pontos em jogo, e o Mundial de Budapeste, em junho, valendo 2.000 pontos.
Foto de capa: Roberto Castro/rededoesporte.gov.br
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