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Alison dos Santos avança às semis na abertura do atletismo em Tóquio


Começaram na noite desta quinta-feira (29), no Estádio Nacional de Tóquio, as disputas do atletismo nos Jogos Olímpicos. A primeira sessão de provas já contou com a presença de alguns brasileiros, incluindo Alison dos Santos. Sem muito esforço, ele avançou às semifinais dos 400m com barreiras com a segunda melhor marca das eliminatórias, 48.42. 


Piu, como é conhecido o barreirista, competiu logo na primeira série da prova. Ele não se esforçou e até soltou na reta final, ficando em segundo lugar, atrás do catari Abderrahman Samba, medalhista de bronze no último Mundial, por apenas quatro centésimos. Os dois foram os mais velozes das classificatórias na soma das cinco baterias.


“A nossa intenção era passar bem para a semifinal, não só em colocação, mas em tempo também. Era fazer uma corrida econômica, ser rápido, chegar bem e passar entre os dois primeiros da série para conseguir uma boa raia na semifinal, melhor posicionada para chegar na final”, disse Alison após sua corrida.


Também nos 400m com barreiras, Márcio Teles não se classificou para as semifinais. Ele terminou na sexta colocação na terceira série, fazendo seu melhor tempo da temporada, com 49.70. Apenas os quatro melhores de cada bateria mais os quatro melhores tempos no geral seguiram na competição. O brasileiro foi o atleta mais veloz das eliminatórias a ficar sem vaga na próxima fase. 

Karsten Warholm venceu a bateria de Márcio (Foto: Phil Noble/REUTERS)

Teles competiu na mesma bateria do norueguês Karsten Warholm, que quebrou o recorde mundial há um mês. Também bem conservador, Warholm venceu com 48.65.  O norte-americano Rai Benjamin, dono do terceiro melhor tempo da história, marcou 48.60 na última bateria. A semifinal dos 400m com barreiras acontecerá no domingo (1º), a partir das 09h05, no horário de Brasília.


Demais brasileiros não vão bem

Os demais atletas brasileiros a competirem nessa sessão não foram bem. Rosângela Santos ficou na quinta colocação na segunda série dos 100m rasos. Ela anotou 11.33, sendo ainda seu melhor tempo na temporada. Elaine Thompson venceu a bateria, marcando 10.82. Medalhista de bronze em Pequim-2008, Rosangela ainda voltará a competir no revezamento 4x100m feminino.


Vitória Rosa, que também estava inscrita para a prova, não competiu, ainda sem motivo claro. Na série em que a brasileira deveria correr, a marfinense Marie-Joseé Ta Lou venceu com 10.78 e bateu o recorde africano. Vitória também deve integrar o revezamento brasileiro, caso sua ausência não seja lesão. Ainda nas eliminatórias dos 100m, a jamaicana Shelly-Ann Fraser-Pryce correu para 10.84.


Brasileiros no salto ficam distantes da final

Thiago Moura e Fernando Ferreira saltaram para 2,21m e acabaram na 21ª colocação na qualificatória do salto em altura, sem vaga na final. Os dois tiveram a mesma trajetória nos saltos: ultrapassaram com tranquilidade a marca inicial de 2,17m, mas tiveram com dificuldades em 2,21m e só obtiveram êxito na terceira tentativa. Em seguida, falharam três vezes para 2,25m e não avançaram na prova. O último classificado à final saltou para 2,28m.

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Thiago Moura tem 25 anos e participou de sua primeira Olimpíada (Foto: Julio Cesar Guimarães/COB)

Os brasileiros também ficaram longe de igualar suas melhores marcas pessoais, que, inclusive, foram batidas esse ano. Thiago vinha apresentando uma constância e saltou para 2,28m em junho, num meeting organizado pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) em Bragança Paulista-SP. Já Fernando, de apenas 26 anos, venceu o Sul-Americano de Atletismo, em maio, com 2,29m.


Altobeli vai mal e desabafa

Altobeli Silva, campeão pan-americano em Lima-2019, foi outro que não chegou em seu melhor. O brasileiro ficou na nona colocação na última bateria qualificatória dos 3.000m com obstáculos, com 8:29.17, em prova que foi vencida pelo marroquino Soufiane El Bakkali. Os três primeiros de cada série avançavam à final, além dos seis melhores tempos no geral. Altobeli ficou com a 27ª melhor marca no agregado.


Altobeli foi finalista da prova na Rio-2016 e se mostrou chateado após sua corrida nesta quinta. Seu recorde pessoal é de 8:23.67, de 2017. "Estou me sentindo muito mal, chateado. Eu sei o quanto eu treinei, o quanto eu batalhei, o quanto abri mão, o quanto eu me empenhei. É uma frustração muito grande. Eu sinceramente fico sem entender e a minha vontade por dentro é de chorar", desabafou. 

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Altobeli Silva participou de sua segunda Olimpíada (Foto: Julio Cesar Guimarães/COB)

"Treinei muito para estar aqui. Eu merecia classificar. Não sei o que aconteceu que eu endureci as pernas porque eu fiz os melhores treinos da minha vida. Na Rio-2016 eu fui finalista e eu não treinava o que eu treino agora. É uma decepção muito grande ao ponto de se analisar: 'será que isso está valendo a pena?'", continuou Altobeli, muito abatido.


"Não estou tirando o mérito de ninguém, estou falando por mim. Eu merecia um resultado melhor. Não estou falando que eu merecia ganhar, mas merecia algo melhor pela minha dedicação. Ficar longe da família, ficar isolado. Dormindo cedo. É duro. Eu me cobro muito. Esse resultado aqui eu não gostei. Se eu estou aqui (na Olimpíada), por que eu não não vou buscar mais? Por que tenho que ser um perdedor estando aqui?", completou o corredor.


Fotos: Phil Noble/REUTERS e Julio Cesar Guimarães/COB

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