A noite brasileira deste sábado (24) entrou para a história ao marcar a estreia do surfe em Jogos Olímpicos. Os brasileiros Ítalo Ferreira e Gabriel Medina estrearam em Tóquio-2020, na praia de Tsurigasaki, com o mar agitado mas com ondas baixas. Os dois venceram suas baterias e avançaram direto para a terceira fase. A repescagem, para os dois últimos colocados, será disputada ainda este sábado. Medina e Ítalo voltam pro mar no domingo
Gabriel Medina venceu sua série com 12.23 pontos (6.20 e 6.03). Seu companheiro de WSL, o francês Michel Bourez, ficou em segundo com 10.10 (5.43 + 4.67). O brasileiro tomou um susto durante a bateria e chegou a ficar na terceira colocação, mas encontrou uma boa sequência de ondas na reta final para pegar o elevador e ir para a primeira colocação.
Primeiro, Medina pegou uma esquerda, rápida, e fez um aéreo completo com boa aterrissagem, marcando 6.03. Em seguida, ele engatou uma direita, em backside, com o voo perfeito e pousando na espuma, fazendo 6.20. O brasileiro ainda pegou outras três ondas, que foram descartadas.
A bateria de Medina contou com apenas três atletas. O português Frederico Morais iria participar da bateria, porém pegou Covid-19 esta semana. O costa-riquenho Carlos Munoz foi chamado às pressas, mas não chegou a tempo. Caso consiga chegar no Japão, ele irá disputar a repescagem.
Ítalo fez ainda mais história ao vencer a primeira bateria do surfe em Olimpíadas. Ele passou em primeiro com 13.67 pontos e o japonês Ohhara Hiroto também se classificou ao ficar em segundo com 11.40 (6,00 + 5.40) Os primeiros dez minutos da série foram marcados pelas tentativas tanto do brasileiro quanto do japonês de tentar encaixar um aéreo. Eles alternavam as tentativas de aéreo com ondas regulares.
A insistência do potiguar na manobra deu resultado, e foram elas as responsáveis pelas suas melhores notas. A oito minutos do fim, com um 360º voando alto, ele marcou 7.00 pontos e em um aéreo, feito em backside, com rotação completa, o brasileiro somou 6.67. O italiano Leonardo Fioravanti e o argentino Leandro Usuna vão para a repescagem. Com o resultado, os brasileiros só podem se enfrentar na final ou na disputa de bronze.
Ítalo falou em entrevista que gostou das ondas. "Eu cresci surfando esse tipo de onda, é claro que eu tiro uma vantagem disso, pelo fato da velocidade, de criar manobras grandes em ondas pequenas e impressionar os juízes.", disse o surfista após a competição.
Nas outras baterias, Julian Wilson, da Austrália, e John John Florence, dos Estados Unidos, este último voltando de uma lesão no joelho, não foram bem e terão que disputar a repescagem. O anfitrião Igarashi Kanoa, uma das esperanças de medalha do Japão, fez uma bateria tranquila e se classificou em primeiro.
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Foto em destaque: Miriam Jemske / COB
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