Após os bons resultados conquistados por atletas nascidos fora da Itália em Tóquio, o presidente do Comitê Olímpico da Itália (CONI), Giovanni Malago, pediu pela agilização do processo de naturalização de atletas que tenham nascido no país, mas são filhos de estrangeiros.
Na Itália, uma criança nascida no país mas com pais estrangeiros, só pode dar inicio ao processo de naturalização aos 18 anos em um processo que pode levar até 4 anos, pelo menos.
O debate veio após as 40 medalhas obtidas pela Itália em Tóquio, com diversas sendo conquistadas por atletas que não são nascidos no país, como o campeão olímpico dos 100m Lamont Jacobs, que tem a mãe italiana apesar de nascido nos EUA, ou Eseosa Desalu, campeão que foi parte do revezamento 4x100m, é nascido na Itália, mas é filho de nigerianos, e que apenas aos 18 anos pôde dar inicio a sua naturalização.
Malago disse que: "Se tivermos que esperar até o atleta completar 18 anos para obter a sua naturalização, corremos o risco de perdê-lo para outro país."
"Pode-se agilizar o processo burocrático que é infernal, pode causar a aposentadoria do atleta ou mesmo que ele passe a representar o país de origem dos seus pais. Podemos perder muitos desses atletas", completou o dirigente.
O projeto que visa agilizar esse processo, chamado de "Ius soli desportivo" encontra-se paralisado no parlamento do país, principalmente por causa da oposição dos partidos da direita e extrema direita, que são contra a imigração. O caso mais conhecido na atualidade é a da atleta do salto com vara Great Nnachi (ITA). Com 17 anos, nascida em Turim e filha de pais nigerianos, Nnachi tem quebrado diversos recordes e recentemente saltou 4.01m, sua melhor marca.
Em entrevista a um jornal italiano, a saltadora disse que: "Apesar de ser italiana, não posso representar o meu país no exterior. Sou campeã italiana mas não posso disputar competições além das fronteiras."
Segundo o CONI, 46 atletas que fizeram parte da delegação da Itália em Tóquio eram nascidos fora do país.
Foto: EFE
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