A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) considerou positivo o balanço da participação da equipe do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio, encerrados na manhã deste domingo (8), no horário de Brasília. A delegação conquistou duas medalhas de bronze, com Alison dos Santos, nos 400 m com barreiras, e Thiago Braz, no salto com vara.
O presidente do Conselho de Administração da CBAt, Wlamir Motta Campos, disse ter ficado feliz. “As duas medalhas de bronze foram muito importantes, mas sabemos que poderiam ser mais, pelo menos mais duas, porque tanto o Darlan Romani quanto a Érica Sena beliscaram”, comentou, referindo-se aos atletas do arremesso do peso e da marcha atlética, respectivamente. “Tem que ser comemorado sim porque podemos mais, precisamos mais e temos condições de mais, tanto pelo material humano que temos como pelo apoio.”
Wlamir destacou alguns pontos muito positivos. “Tivemos nos Jogos Olímpicos muitos atletas jovens que estarão na idade ideal em Paris, em 2024”, observou. “Nesta segunda-feira, dia 9, começa o novo ciclo olímpico para Paris, muita coisa no planejamento vai mudar", disse Wlamir, agradecendo aos patrocinadores e ressaltando a importância do apoio para o futuro.
Claudio Castilho, diretor executivo da CBAt e chefe da missão do atletismo em Tóquio, lembrou que estavam nos planos a conquista de duas ou três medalhas, meta alcançada. "Além do Alison e do Thiago, nós também tínhamos expectativa grande de um dos dois representantes da marcha, que quase carimbou, e também em cima do revezamento 4x100 m masculino, que não se confirmou”, disse.
Para Claudio Castilho, Thiago Braz mostrou o quanto é competitivo e a grande surpresa positiva foi a medalha nos 400 m com barreiras com Alison dos Santos. "O Piu conquistou uma medalha com muita propriedade na que eu julguei ser a prova mais forte dos Jogos Olímpicos. Caiu o recorde do mundo (com o norueguês Karsten Warholm), o segundo (Rai Benjamim) e o terceiro colocados (Alison dos Santos) fizeram recordes de área, outros atletas o personal best e recordes de área, um nível muito alto. Em algumas provas, mas especialmente nos 400 m com barreiras, essa edição demonstrou um nível altíssimo."
Ciclo curto até Paris-2024
Claudio destacou os problemas enfrentados, como levar os atletas do Brasil para competir no exterior, por causa das restrições sanitárias causadas pela pandemia. Mesmo assim, reforçou o aprendizado. A participação brasileira dá uma boa sinalização do trabalho que precisa ser feito no futuro. “O que mais chama a atenção é o número baixo de season best e personal best no Japão. Agora teremos um ciclo curto. Teremos de ser cirúrgicos, olhar para frente e ver quais atletas terão condições de organizar um planejamento mais assertivo”, observou.
“Temos de buscar soluções para potencializar o resultado dos nossos atletas. Também já temos mais domínio sobre o sistema de qualificação e uma grande oportunidade na mão, com renovação, para Paris. Agora é organizar o futuro, pensando no Mundial de Oregon, em 2022, e na Olimpíada de Paris."
Além das duas medalhas, o Brasil teve outros dois finalistas: Darlan Romani, quarto colocado no arremesso do peso, e Izabela Rodrigues da Silva, 11º lugar no lançamento do disco. Outros dois atletas disputaram as semifinais da Olimpíada: Paulo André Camilo de Oliveira, nos 100 m, e Rafael Henrique Pereira, nos 110 m com barreiras.
A equipe brasileira de atletismo contou com 55 atletas (34 homens e 21 mulheres) no Japão – a segunda maior da história, ficando atrás apenas da delegação que representou o País nos Jogos do Rio-2016, quando teve 67 atletas (36 no masculino e 31 no feminino).
Foto: Wagner Carmo/CBAt
0 Comentários