A BOCHA PARALÍMPICA
A bocha está presente no programa dos Jogos Paralímpicos desde os Jogos de Nova York 1984. Antes disso, uma modalidade similar esteve presente nas Paralimpíadas, o lawn bowls, uma espécie de bocha ao ar livre, disputada na grama. Foi no lawn bowls que o Brasil conquistou sua primeira medalha paralímpica, em Toronto-1976, com Róbson Sampaio de Almeida e Luiz Carlos “Curtinho” conquistando uma prata na modalidade.
Um jogo estratégico, a bocha é disputada em provas por equipes, pares ou individuais, com homens e mulheres competindo juntos. No começo de cada período do jogo (chamado de end), uma bola branca (o jack ou bolim) é lançada na área de competição. O objetivo dos atletas é lançar bolas coloridas o mais próximo possível do bolim. Ao fim de cada end, o jogador com a bola mais próxima do bolim marca um ponto, podendo marcar pontos extras se tiver outras bolas à frente da bola do adversário que esteja mais próxima do bolim.
As partidas individuais ou de pares são disputadas em quatro ends. Já os jogos de equipes têm a duração de seis ends. Ganha quem tiver mais pontos no final.
CLASSIFICAÇÃO
Na bocha paralímpica, competem pessoas com paralisia cerebral ou outras deficiências severas. Todos os atletas competem em cadeira de rodas e são divididos em quatro classes de acordo com o grau da deficiência e a necessidade de auxílio. Os atletas com maior grau de comprometimento podem usar uma calha para ajudar a impulsionar a bola. E os que não tem movimentos de braços usam uma faixa ou capacete na cabeça com uma agulha para conseguir impulsionar a bola.
Evelyn Oliveira direciona bola com auxílio da calha - Foto: Daniel Zappe/MPIX/CPB |
BC1 - conta apenas com pessoas com paralisia cerebral, que podem jogar com as mãos ou com os pés e podem ter um auxiliar para entregar a bola
BC2 - o atleta apresenta quadro de paralisia cerebral. Na BC2, não é permitida a assistência de um auxiliar e os atletas jogam a bola com a mão.
BC3 - é a classe com os atletas com maior grau de comprometimento motor. Os jogadores são assistidos pelos calheiros, que tem a função de direcionar a calha que auxilia na impulsão da bola, de acordo com as orientações do atleta.
BC4 - atletas com deficiências com origem não cerebral, como distrofia muscular progressiva, esclerose múltipla, lesão medular com tetraplegia, etc.
HISTÓRICO DO BRASIL
A bocha paralímpica começou a ser organizada no Brasil apenas em 1995. Na ocasião, antes de existirem os Jogos Parapan-Americanos, a cidade de Mar del Plata na Argentina sediou os Jogos Pan-Americanos e, além deles, três competições de esportes paralímpicos. Para os I Jogos Paradesportivos de Paralisados Cerebrais, o Brasil recebeu o convite para participar das competições de bocha, sendo ali formada a primeira Seleção Brasileira da modalidade.
A primeira participação nos Jogos Paralímpicos foi em Pequim-2008, com a participação de Eliseu Santos e Dirceu Pinto na classe BC4. Os dois levaram a medalha de ouro nos pares, enquanto no individual Dirceu levou o ouro e Eliseu a prata. A dupla repetiu os resultados em Londres-2012, onde o Brasil também levou o ouro no individual da classe BC2 com Maciel Santos.
Na Rio-2016, foram duas medalhas: o ouro nos pares da classe BC3 com Evani da Silva, Antônio Leme e Evelyn de Oliveira - que será uma das porta-bandeiras do Brasil em Tóquio - e a prata nos pares da BC4 com Dirceu, Eliseu e Marcelo dos Santos.
Mesmo com apenas três participações, o Brasil já é uma das potências da modalidade, estando em terceiro lugar no quadro de medalhas da bocha paralímpica, atrás apenas de Coreia do Sul e Portugal. O maior campeão olímpico da modalidade é Dirceu Pinto, dono de quatro ouros e uma prata.
BRASILEIROS EM TÓQUIO-2020
Andreza Ferreira de Oliveira: BC1
Idade: 20
Participações paralímpicas: 0
Medalhas: 0
Guilherme Germano Moraes: BC1
Idade: 31
Participações paralímpicas: 0
Medalhas: 0
José Carlos de Oliveira: BC1
Idade: 44
Participações paralímpicas: 2 (Londres-2012 e Rio-2016)
Medalhas: 0
Maciel Santos: BC2
Idade: 36
Participações paralímpicas: 2 (Londres-2012 e Rio-2016)
Medalhas: 1 ouro
Natalí de Faria: BC2
Idade: 31
Participações paralímpicas: 1 (Londres-2012)
Medalhas: 0
Evani da Silva: BC3
Idade: 31
Participações paralímpicas: 1 (Rio-2016)
Medalhas: 1 ouro
Renata da Silva: calheira da Evani
Idade: 41
Participações paralímpicas: 1 (Rio-2016)
Medalhas: 1 ouro
Evelyn de Oliveira: BC3
Idade: 44
Participações paralímpicas: 1 (Rio-2016)
Medalhas: 1 ouro
Roberto Ferreira: calheiro da Evelyn
Idade: 43
Participações paralímpicas: 0
Medalhas: 0
Mateus Rodrigues Carvalho: BC3
Idade: 28
Participações paralímpicas: 0
Medalhas: 0
Oscar Carvalho: calheiro do Mateus
Idade: 55
Participações paralímpicas: 0
Medalhas: 0
Eliseu dos Santos: BC4
Idade: 44
Participações paralímpicas: 3 (Pequim-2008 a Rio-2016)
Medalhas: 2 ouros, 1 prata e 2 bronzes
Ercileide da Silva: BC4
Idade: 45
Participações paralímpicas: 0
Medalhas: 0
Marcelo dos Santos: BC4
Idade: 48
Participações paralímpicas: 1 (Rio-2016)
Medalhas: 1 prata
DISPUTAS
Individual:
BC1, BC2, BC3 e BC4
Pares:
BC3 e BC4
Equipes:
BC1/BC2
CALENDÁRIO
27/08, 28/08, 29/08 e 30/08 - fase de grupos individual - a partir das 21h30
30/08 - quartas de final individual - a partir das 22h45
31/08 - semifinais individual - a partir das 5h15
31/08 - disputas do bronze individual - a partir das 21h30
01/09 - final BC4 individual - 0h05
01/09 - final BC3 individual - 3h05
01/09 - final BC1 individual - 4h50
01/09 - final BC2 individual - 6h25
01/09 e 02/09 - fase de grupos - equipe e pares - a partir das 21h30
03/09 - semifinais - equipes e pares - a partir das 21h30
04/09 - disputas do bronze - equipes e pares - 0h10
04/09 - final pares BC4 - 3h20
04/09 - final pares BC3 - 5h05
04/09 - final equipes BC1/BC2 - 7h10
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