O JUDÔ PARALÍMPICO
O judô é uma das modalidades paralímpicas disputadas apenas por atletas com deficiência visual. Eles são divididos em 13 categorias de acordo com o peso corporal. As lutas acontecem sob as mesmas regras utilizadas pela Federação Internacional de Judô (IJF), tendo poucas modificações em relação ao judô convencional.
No judô paralímpico, o combate já é iniciado com os atletas em contato com o quimono do adversário e a luta é interrompida sempre que os lutadores perdem a pegada. Além disso, não há punições para quem sai da área de combate.
Assim como no judô convencional, o objetivo do judô paralímpico é derrubar o adversário com as costas voltadas para o chão, imobilizá-lo no solo por 20 segundos ou forçá-lo a desistir (estrangulamento). A pontuação também consiste em waza-ari e ippon.
O objetivo do judô paralímpico é o mesmo do judô convencional: derrubar o adversário com as costas no chão (Foto: Alexandre Schneider/Exemplus/CPB) |
A modalidade é praticada por homens e mulheres em Paralimpíadas. O tempo regulamentar de combate nas lutas masculinas é de cinco minutos, enquanto que no feminino é de quatro minutos. Em caso de empate, a decisão vai para o golden score. A área de competição é igual para ambos os gêneros: entre 14m² e 16m².
Os homens competem nas categorias 60kg, 66kg, 73kg, 81kg, 90kg, 100kg e +100kg (sete ao todo), e as mulheres estão presentes na 48kg, 52kg, 57kg, 63kg, 70kg e +70kg (seis no total). Em relação ao judô convencional, a única diferenciação na divisão dos pesos é a exclusão das categorias femininas 78kg e +78kg para substituir pela +70kg.
A judoca Lúcia Araújo competindo no Parapan de Lima, em 2019 (Foto: Alexandre Schneider/Exemplus/CPB) |
CLASSIFICAÇÃO
Além das categorias por peso, os judocas paralímpicos são divididos em três classes, de acordo com o grau de deficiência visual. Todas começam com a letra B, de "blind", que significa cego em inglês: B1, B2 e B3.
O B1 representa cegos totais ou com percepção de luz, mas sem reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância; o B2 é destinado a atletas com percepção de vultos; e o B3 é para atletas que conseguem definir imagens. Apesar da diferenciação, nos Jogos Paralímpicos atletas de classes distintas competem juntos, separados apenas pelo peso.
B1 - Cegos totais ou com percepção de luz, mas sem reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância (identificado com um círculo vermelho em cada ombro no quimono)
B2 - Atletas com percepção de vultos
B3 - Atletas que conseguem definir imagens
Atletas da classe B1 (cegos totais) são identificados com um círculo vermelho no judogi (Foto: Alê Cabral/CPB) |
HISTÓRICO DO BRASIL
O judô entrou no programa paralímpico nos Jogos de Seul, em 1988, somente com categorias masculinas. A estreia feminina aconteceu 16 anos depois, em Atenas-2004. No Brasil, a modalidade começou a ser praticada no início da década de 1980 e o país fez sua primeira aparição internacional em 1987.
Hoje, cerca de 200 atletas participam das competições da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV), segundo dados da própria entidade. Já no mundo, existem mais de 500 competidores ativos na modalidade, de cerca de 50 países.
Em toda a história, o Brasil já faturou 22 medalhas paralímpicas, sendo quatro ouros, nove pratas e nove bronzes. O país foi ao pódio logo na primeira edição paralímpica, em 1988, com Jaime de Oliveira (60kg), Júlio Silva (65kg) e Leonel Filho (+95kg) que faturaram bronzes.
Depois de não medalhar em 1992, o Brasil conquistou seu primeiro ouro em Atlanta-1996, com a lenda Antônio Tenório, que mais tarde viria a conquistar mais três ouros, uma prata e um bronze em Jogos Paralímpicos. Todos os quatro ouros do Brasil em Paralimpíadas foram conquistados por Tenório.
Antônio Tenório foi ao pódio pela sexta vez em sua carreira na Rio-2016 (Foto: Cléber Mendes/MPIX/CPB) |
Desde 1996 até a Rio-2016, o Brasil conquistou medalhas no judô paralímpico em todas as edições. As primeiras medalhas femininas vieram na estreia, em 2004, com a prata de Karla Cardoso (48kg) e o bronze de Daniele Bernardes (57kg). Karla voltou a ser vice-campeã olímpica em Pequim, enquanto Dani também foi bronze em 2008 e em Londres-2012. Além delas e de Tenório, apenas Lúcia Araújo (pratas em Londres-2012 e Rio-2016) e Michele Ferreira (bronzes em Pequim-2008 e Londres-2012) conquistaram mais de uma medalha paralímpica representando o judô brasileiro.
A melhor campanha do judô paralímpico brasileiro foi em Pequim-2008, com a conquista de cinco medalhas, sendo uma de ouro (Antônio Tenório), duas de prata (Deanne Almeida e Karla Cardoso) e duas de bronze (Daniele Bernardes e Michele Ferreira). Na última edição, na Rio-2016, o Brasil faturou quatro pratas, com Lúcia, Tenório, Willians Araújo e Alana Maldonado.
Alana Maldonado foi campeã mundial em 2018 e ficou com a prata no Para Pan de Lima, em 2019 (Foto: Alexandre Schneider/Exemplus/CPB) |
Para Tóquio, o Brasil contará com nove atletas, sendo que cinco deles já são medalhistas paralímpicos: Karla Cardoso (52kg), Lúcia Araújo (57kg), Alana Maldonado (70kg) e Meg Emmerich (+70kg); Thiego Marques (60kg), Harlley Damião Arruda (81kg), Arthur Cavalcanti (90kg), Antônio Tenório (100kg) e Willians Araújo (+100kg). As principais esperanças de medalha são Alana Maldonado, atual campeã mundial e pan-americana, a lenda Antônio Tenório, e Meg Emmerich, que foi bronze no Mundial de 2018.
BRASILEIROS EM TÓQUIO-2020
Karla Cardoso (52kg): B3
Idade: 39 anos
Participações paralímpicas: 4 (de Atenas-2004 a Rio-2016)
Medalhas: 2 pratas (2004 e 2008)
Idade: 40 anos
Participações paralímpicas: 3 (de Pequim-2008 a Rio-2016)
Medalhas: 2 pratas (2012 e 2016)
Medalhas: 2 pratas (2012 e 2016)
Alana Maldonado (70kg): B3
Idade: 26 anos
Participações paralímpicas: 1 (Rio-2016)
Medalhas: 1 prata (2016)
Medalhas: 1 prata (2016)
Meg Emmerich (+70kg): B3
Idade: 34 anos
Participações paralímpicas: 0
Thiego Marques (60kg): B3
Participações paralímpicas: 0
Thiego Marques (60kg): B3
Idade: 22 anos
Participações paralímpicas: 0
Harlley Damião Arruda (81kg): B1
Participações paralímpicas: 0
Harlley Damião Arruda (81kg): B1
Idade: 42 anos
Participações paralímpicas: 2 (Londres-2012 e Rio-2016)
Medalhas: 0
Arthur Cavalcante da Silva (90kg): B1
Participações paralímpicas: 2 (Londres-2012 e Rio-2016)
Medalhas: 0
Arthur Cavalcante da Silva (90kg): B1
Idade: 29 anos
Participações paralímpicas: 2 (Londres-2012 e Rio-2016)
Medalhas: 0
Antônio Tenório (100kg): B1
Participações paralímpicas: 2 (Londres-2012 e Rio-2016)
Medalhas: 0
Antônio Tenório (100kg): B1
Idade: 50 anos
Participações: 6 (de Atlanta-1996 a Rio-2016)
Medalhas: 4 ouros (1996, 2000, 2004 e 2008), 1 prata (2016) e 1 bronze (2012)
Wilians Silva de Araújo (+100kg): B1
Participações: 6 (de Atlanta-1996 a Rio-2016)
Medalhas: 4 ouros (1996, 2000, 2004 e 2008), 1 prata (2016) e 1 bronze (2012)
Wilians Silva de Araújo (+100kg): B1
Idade: 29 anos
Participações paralímpicas: 2 (Londres-2012 e Rio-2016)
Medalhas: 1 prata (2016)
Participações paralímpicas: 2 (Londres-2012 e Rio-2016)
Medalhas: 1 prata (2016)
DISPUTAS
MULHERES: 48kg, 52kg, 57kg, 63kg, 70kg, +70kgHOMENS: 60kg, 66kg, 73kg, 81kg, 90kg, 100kg, +100kg
CALENDÁRIO
26/08, a partir das 22h30
48kg feminina - oitavas, quartas, semi e repescagem
60kg masculina - oitavas, quartas, semi e repescagem
52kg feminina - oitavas, quartas, semi e repescagem
66kg masculina - oitavas, quartas, semi e repescagem
27/08, a partir das 04h
48kg feminina - bronze e final
60kg masculina - bronze e final
52kg feminina - bronze e final
66kg masculina - bronze e final
27/08, a partir das 22h30
57kg feminina - oitavas, quartas, semi e repescagem
73kg masculina - oitavas, quartas, semi e repescagem
63kg feminina - oitavas, quartas, semi e repescagem
81kg masculina - oitavas, quartas, semi e repescagem
28/08, a partir das 04h
57kg feminina - bronze e final
73kg masculina - bronze e final
63kg feminina - bronze e final
81kg masculina - bronze e final
28/08, a partir das 22h30
90kg masculina - oitavas, quartas, semi e repescagem
70kg feminina - oitavas, quartas, semi e repescagem
100kg masculina - oitavas, quartas, semi e repescagem
+70kg feminina - oitavas, quartas, semi e repescagem
+100kg masculina - oitavas, quartas, semi e repescagem
29/08, a partir das 04h
90kg masculina - bronze e final
70kg feminina - bronze e final
100kg masculina - bronze e final
+70kg feminina - bronze e final
+100kg masculina - bronze e final
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