TÊNIS EM CADEIRA DE RODAS
O tênis em cadeira de rodas é um esporte paralímpico desde Barcelona 1992, sendo que em Seul 1988 foi um evento de demonstração. Assim como no tênis sem adaptações, a modalidade é regida pela Federação Internacional de Tênis (ITF), que também comanda o circuito mundial, mas sem as participações de ATP e WTA.
Existem apenas duas grandes diferenças entre o tênis em sua forma convencional e o formato com adaptações. Neste caso, os tenistas utilizam uma cadeira de rodas especial para a prática do esporte, que proporciona excelente movimentação em quadra. Além disso, a regra permite que a bola possa quicar até duas vezes, mesmo que o segundo toque no chão seja já no lado de fora da quadra.
O tênis em CR conta com poucas diferenças em relação ao tênis sem adaptações (Foto: Douglas Magno/Exemplus/CPB) |
Fora essas duas observações, tudo é igual ao tênis sem adaptações. Raquetes, bolas e até mesmo as quadras são as mesmas do torneios organizados pela ITF. Os tenistas disputam até mesmo os torneios Grand Slam, o conjunto dos quatro principais eventos deste esporte (Australian Open desde 2002, Roland Garros desde 2007, Wimbledon desde 2016 e US Open desde 2005 ).
A modalidade conta com seis eventos paralímpicos, sendo dois para homens, dois para mulheres e dois mistos, divididos em duas categorias: open e quad. O formato de disputa é o mesmo para todos, uma partida em melhor de três sets, com disputa de tiebreak no caso de empate em 6-6.
CLASSIFICAÇÃO
A única exigência dentro do tênis em cadeira de rodas é que o atleta seja diagnosticado com uma deficiência ligada à sua locomoção, que o impeça de disputar partidas de tênis sem adaptações. Há dois tipos de classe dentro do tênis em cadeira de rodas. Confira:
Ymanitu Silva foi vice-campeão das duplas na categoria Quad, em Roland Garros 2019 (Foto: Ale Cabral/CPB) |
Open: para atletas diagnosticados com alguma deficiência nos membros inferiores, ou seja, nas pernas. Essa categoria conta com eventos paralímpicos de simples e duplas para mulheres e homens.
Quad: classe para tenistas com deficiência em três ou mais extremidades, ou seja membros inferiores e ao menos um dos membros superiores (braços). Essa categoria é considerada ‘mista’ pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC), apesar de ser predominantemente disputada por homens nos Jogos Paralímpicos. Até o momento, apenas duas mulheres disputaram o megaevento nesta categoria, a neerlandesa Monique de Beer (bronze nas duplas em Atenas 2004) e a canadense Sarah Hunter.
Dois eventos de Quad são disputados: simples e duplas.
HISTÓRICO DO BRASIL
A estreia do Brasil no tênis em cadeira de rodas em Jogos Paralímpicos ocorreu em Atlanta 1996. José Carlos Morais e Francisco Reis Júnior, da categoria Open, foram os nossos primeiros representantes. Apesar de conseguir levar dois tenistas logo na primeira participação, nosso país sofreu com um hiato e não classificou ninguém para Sydney 2000.
Em Atenas 2004, Carlos Santos e Mauricio Pomme colocaram a bandeira do Brasil de volta na chave de Open masculino, mas saíram sem triunfos. A primeira vitória brasileira no tênis em cadeira de rodas ocorreu quatro anos depois, em Pequim 2008, pelas mãos de Carlos Santos. Ele bateu o austríaco Thomas Mossier na primeira rodada.
Carlos Santos foi um dos tenistas mais importantes do Brasil no movimento paralímpico (Foto: Reprodução/CBP) |
A conquista de uma vitória na chave paralímpica segue sendo a melhor campanha dos tenistas brasileiros. Além de Carlos Santos, o feito foi alcançado ainda por Mauricio Pomme, em Londres 2012 e Daniel Rodrigues, no Rio de Janeiro 2016, (Open masculino em simples), Ymanitu Silva no quad (Rio 2016) e da parceria entre Carlos Santos e Mauricio Pomme nas duplas do Open masculino (Atenas 2004 e Londres 2012).
Em Tóquio 2020, Meirycoll Duval se tornará a terceira mulher a ter representado o Brasil no tênis em CR (Foto: Saulo Cruz/Exemplus/CPB) |
As mulheres brasileiras demoraram mais para garantirem uma vaga paralímpica na modalidade. A estreia ocorreu apenas em Londres 2012, com Natália Mayara. Quatro anos depois, a mesma conquistou a primeira vitória do nosso país no Open feminino em simples, ao ganhar da turca Busra Un, durante a Rio 2016. Rejane Candida também representou nosso país, mas foi eliminada na estreia.
Ao todo, 10 tenistas (oito homens e duas mulheres) já participaram dos Jogos Paralímpicos. Após Tóquio 2020, esse número vai para 13, com três estreias brasileiras no megaevento.
BRASILEIROS EM TÓQUIO
Ana Caldeira: Open feminino
Idade: 22
Ranking ITF: 45ª
Participações paralímpicas: 0
Daniel Rodrigues: Open masculino
Idade: 34
Ranking ITF: 20º
Participações paralímpicas: 2 (Londres 2012 e Rio 2016)
Gustavo Carneiro: Open masculino
Idade: 48
Ranking ITF: 38º
Participações paralímpicas: 0
Mauricio Pomme: Open masculino
Idade:
Ranking ITF: 100°
Participações paralímpicas: 4 (Atenas 2004, Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016)
Meirycoll Duval: Open feminino
Idade: 26
Ranking ITF: 28ª
Participações paralímpicas: 0
Rafael Medeiros: Open masculino
Idade: 31
Ranking ITF: 51º
Participações paralímpicas: 2 (Londres 2012 e Rio 2016)
Ymanitu Silva: Quad
Idade: 38
Ranking ITF: 9º
Participações paralímpicas: 1 (Rio 2016)
DISPUTAS
HOMENS: Open simples e Open duplas
MULHERES: Open simples e Open duplas
MISTAS: Quad simples e Quad duplas
CALENDÁRIO
*As datas podem ser alteradas devido à programação dos jogos e às condições climáticas
Open masculino simples
Início: 27/08
Final: 04/09
Open feminino simples
Início: 27/08
Final: 03/09
Open masculino duplas
Início: 28/08
Final: 03/09
Open feminino duplas
Início: 28/08
Final: 04/09
Quad simples
Início: 28/08
Final: 02/09
Quad duplas
Início: 27/08
Final: 01/09
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