Foi como um roteiro de cinema. Para entrar na história! Khyzhniak imprimiu um forte ritmo nos dois primeiros rounds e levou vitória por 5:0 em ambos os assaltos. Com uma situação praticamente irreversível, somente um nocaute o daria o ouro. E foi o que aconteceu! Na metade do último round, o brasileiro acertou uma esquerda espetacular e jogou o ucraniano para o chão, conquistando a virada.
"Eu tinha perdido dois rounds, tinha mais um, a pesar de a pontuação ser adversa eu sabia que em 3 minutos dava para reverter com um nocaute. Se vocês perceberam no começo do round eu já fui para uma luta franca e falei, se tomar nocaute aqui não interessa, estou perdido, agora eu vou buscar o meu. E sabia que na trocação era loteria. Consegui conectar um bom cruzado, que eu treino muito também quando estou simulando situações de trocação. Essa medalha de ouro é para o Brasil”, disse Hebert.
Momento em que o ucraniano cai no solo após o cruzado do brasileiro (Ueslei Marcelino/REUTERS) |
Hebert é natural de Salvador, na Bahia, e tem 23 anos. Medalhista de bronze no último Mundial, ele chegou em Tóquio com o posto de cabeça de chave número 3 e cresceu ao longo da competição. O baiano venceu o chinês Erbieke Tuoheta, o cazaque Abilkhan Amankul e o russo Gleb Bakshi, atual campeão mundial, até chegar na semifinal.
Se superou Bakshi na semi, Hebert encontrou outro gigante na decisão: Khyzhniak foi campeão mundial de 2017 e é líder do ranking mundial. Mas nada disso foi posto em jogo. Hebert virou uma luta espetacular e se tornou o segundo brasileiro campeão olímpico no boxe - o primeiro foi Robson Conceição na Rio-2016.
Esquerda de Hebert sobre o ucraniano (Foto: Wander Roberto/COB) |
Tóquio já é a melhor campanha do boxe brasileiro em Olimpíadas. Além do ouro de Hebert, o país conquistou outras duas medalhas nesta edição, sendo um bronze com Abner Teixeira (91kg) e uma de cor ainda indefinida, com Beatriz Ferreira, que está na decisão do peso leve feminino. Bia enfrentará a irlandesa Kellie Harrington neste domingo, às 02h, no horário de Brasília.
Agora, o Brasil já tem seis medalhas de ouro na Olimpíada de Tóquio, estando a uma de igualar o recorde histórico que é da Rio-2016. Em total de medalhas, o número já foi superado: o Brasil conquistou 19 medalhas na última edição e já tem, pelo menos, 20 asseguradas em Tóquio. São seis ouros, quatro pratas e oito bronzes, mas está em três finais (Bia, vôlei feminino e futebol masculino).
Foto de capa: Wander Roberto/COB
0 Comentários