Importante lembrar também que futuras modificações ainda podem acontecer até a realização dos Jogos Olímpicos na capital francesa.
Esportes que saem do programa olímpico
THE CANADIAN PRESS/HO, COC, Vincent Ethier |
CARATÊ
Após a sua estreia olímpica na edição de Tóquio, o caratê sairá do programa. A sua participação se deu por conta da escolha do comitê organizador dos Jogos que, a partir da Olimpíada de Tóquio, possuía o direito de decisão quanto aos esportes que fariam parte deste evento, além das modalidades consideradas permanentes dentro do programa olímpico.
Apesar da França ter conquistado até mesmo um ouro em Tóquio, o Comitê Organizador dos Jogos de Paris 2024, não escolheu este esporte para fazer parte da festa. Assim, agora cabe a WKF (Federação Mundial de Caratê) trabalhar para que o esporte possa estar presente em futuras edições olímpicas. O presidente da entidade já anunciou que quer contar com a modalidade em Los Angeles 2028.
BEISEBOL/SOFTBOL
Mesmo sendo modalidades distintas, o beisebol e o softbol foram tratados como uma só para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. O motivo foi o grande número de atletas que seriam adicionados ao já sobrecarregado programa olímpico. E até por isso, apenas seis nações competiram em território japonês em ambas modalidades.Além disso, outro motivo para a junção desses esportes foi a questão de equidade de gêneros. Assim, o beisebol ficou para os homens, e as mulheres competiram no softbol.
Contudo, tal como o caratê, os dois esportes estão de saída do programa olímpico, mais uma vez. Eles estiveram presentes pela última vez em Pequim 2008, e voltaram para Tóquio, como uma opção do comitê organizador. Apesar da retirada, existe uma expectativa que o esporte retorne para os Jogos Olímpicos em Los Angeles 2028, uma vez que ambos são altamente praticados nos Estados Unidos e nas Américas.
Estreante
BREAKING
Criado na década de 70, nos Estados Unidos, o breaking nasceu como um estilo de dança de rua, sendo parte da cultura hip-hop, e altamente influenciado por latinos e afro-americanos de Nova York. Inicialmente, este estilo de dança era utilizado como uma manifestação popular, além de uma forma de escape da criminalização dominante da época.
Com o tempo, o breaking cresceu e ganhou espaço no mundo. Porém, o auge, só ocorreu em 2004, quando a marca de energéticos, Red Bull, que já vinha investindo em diferentes modalidades esportivas, criou o Red Bull BC One.
O evento foi uma das primeiras competições oficiais da modalidade, e fez com que esta dança se tornasse ainda mais reconhecida. Desde então, a marca organiza uma competição todos os anos para os B-Boys, e desde 2018 também para as B-Girls (Como são chamados os praticantes desta modalidade). O Brasil, inclusive, já sediou este evento por algumas ocasiões e até mesmo faturou o título.
Divulgação/Red Bull |
Desde 2017, a WDSF tem organizado competições do breaking pelo mundo. A primeira competição adulta da modalidade só aconteceu em 2018, e o primeiro Mundial em 2019. Para Paris, serão 16 B-boys e 16 B-girls lutando... ou melhor, dançando, pela inédita medalha de ouro olímpica.
Esportes com mudanças no número de vagas
O nado artístico terá uma pequena alteração no número de vagas para Paris. Na atualização mais recente do comitê olímpico, este esporte passaria das atuais 104 vagas, para 96. Basicamente, isto seria como se o país-sede não tivesse mais a vaga assegurada na disputa por equipes. De qualquer modo, é necessário esperar a divulgação dos sistemas qualificatórios para se ter certeza.
MARATONA AQUÁTICA
O esporte que consagrou a baiana Ana Marcela Cunha como campeã olímpica em Tóquio, também terá uma pequena redução no número de participantes. Este ano, 25 nadadores competiram nas águas do Japão; para os Jogos Olímpicos de Paris serão 22 atletas por naipe.
Foto: Reuters/Pool |
CICLISMO BMX FREESTYLE
Outra novidade dos Jogos do Japão que passará por alterações para as Olimpíadas de Paris. Neste caso, a mudança é positiva para os praticantes e admiradores desta modalidade, uma vez que o número de vagas aumentará dos nove participantes para 12, em ambos os gêneros.
CICLISMO MOUNTAIN BIKE
O mountain bike terá apenas uma pequena redução no número de participantes. Saindo dos 38 em cada gênero, em Tóquio, e indo para 36 atletas em Paris.
Reuters/Michael Steele |
CICLISMO DE ESTRADA
Apesar de continuar com os mesmos eventos que ocorreram em terras japonesas, o ciclismo de estrada foi a modalidade mais afetada entre os esportes de duas rodas para Paris. Além da pequena redução de sete ciclistas no número total de participantes (saindo de 197 para 190), o esporte teve uma enorme redução no número de atletas no masculino. Isto deve-se à busca pela igualdade no número de competidores dos dois naipes.
Porém, o corte causou bastante controvérsia e revolta por parte da comunidade e dos praticantes desta modalidade, que consideram como exagerada a abrupta redução no número de vagas. Em vez dos 130 homens e 67 mulheres presentes nos Jogos Olímpicos de Tóquio, serão 90 para cada lado em Paris.
CICLISMO DE PISTA
Outra modalidade do ciclismo que irá se ajustar à equidade de gênero é o de pista. Porém, o ajuste para esta modalidade será mais leve. Inclusive, este terá o aumento de um atleta no número total. Em Tóquio tivemos 98 homens e 91 mulheres, para Paris teremos 95 em ambos.
Kacper Pampel/REUTERS |
A ginástica rítmica teve uma pequena redução no número total de atletas. Saindo dos 96 de Tóquio, para 94 em Paris.
GINÁSTICA ARTÍSTICA
Uma pequena redução também está programada para a modalidade da campeã olímpica Rebeca Andrade. Tanto homens quanto mulheres, terão duas vagas a menos, saindo de 196 no total, para 192.
JUDÔ
Mais um esporte que terá uma leve redução no número total de atletas é o judô. Em vez dos 396 judocas de Tóquio, 372 terão a chance de competir em território francês.
Gaspar Nobrega/COB |
REMO
Outro esporte que não escapou das reduções em vagas olímpicas foi o remo. Este vai passar por um corte um pouco mais significativo, saindo dos 526 remadores de Tóquio para 502 em Paris.SKATE
Se Rayssa Leal, Kelvin Hoefler e Pedro Barros vierem a defender suas medalhas olímpicas em Paris, eles terão um número maior de concorrentes pelo caminho. A modalidade que fez muito sucesso entre os brasileiros, teve um aumento no número de participantes: dois skatistas a mais, para cada evento (park e street, masculino e feminino), totalizando 88 atletas (22 em cada disputa) para a próxima edição dos Jogos Olímpicos.
SURFE
Se o skate terá um trabalho maior pela frente o mesmo pode-se dizer para o surfe. A modalidade ganhou quatro vagas, duas para cada gênero. Vale lembrar que a competição do surfe em Paris 2024 acontecerá bem distante da Europa. O local escolhido para sediar os eventos foi Teahupoo, no Taiti.
Lisi Niesner/REUTERS |
Esportes com mudanças nos eventos olímpicos
BOXE
O boxe só esteve presente nos Jogos Olímpicos de Tóquio graças ao esforço feito pelo COI. A AIBA (Associação Internacional de Boxe Amador, em português) normalmente é a responsável pela organização e regulamentação das competições do boxe nas Olimpíadas. Contudo, por causa de diversos problemas de transparência e discordância entre o COI e a AIBA, esta acabou sendo suspensa da edição de Tóquio.
Assim, uma força-tarefa foi criada pelo Comitê Olímpico Internacional e ficou responsável por organizar os eventos classificatórios, e o próprio evento olímpico. Ainda não se sabe quem estará por trás deste esporte em Paris, mas algumas mudanças já estão encaminhadas.
Ao todo, tivemos 13 eventos para os boxeadores em Tóquio. Oito para os homens, e cinco para as mulheres. Em Paris, serão sete categorias masculinas e seis femininas; aproximando-se da tão sonhada equidade de gênero. Os pesos dessas categorias ainda serão definidos. Além disso, o número total de boxeadores será reduzido de 278, no Japão, para 252, na França.
ATLETISMO
O atletismo terá uma das principais mudanças para Paris 2024. O esporte terá uma pequena redução no número estipulado de atletas, saindo dos 1900 de Tóquio, para 1810 na capital francesa. Além disso, a principal mudança no programa olímpico de Paris será a retirada da prova da marcha atlética de 50km e a entrada de um recém-criado evento, o revezamento misto da marcha atlética.Novamente, essa mudança ocorre a partir dos novos ideais do COI de equidade de gênero e na tentativa de atrair os jovens para o evento. Apesar de termos a prova dos 50km sendo realizada para ambos os sexos em Mundiais, a disparidade no número de praticantes entre homens e mulheres não colabora para a inclusão de um evento exclusivo para elas em Olimpíadas.
Kim Hoon-ji/REUTERS |
Ainda não se sabe muito quanto à prova do revezamento misto, que fará sua estreia em Paris, uma vez que a própria federação internacional ainda está trabalhando no desenvolvimento e regras que serão criadas para esta disputa.
VELA
A vela provavelmente será o esporte com o maior número de modificações para os próximos Jogos Olímpicos em Paris 2024. Durante os anos que antecederam os Jogos de Tóquio, o COI e a World Sailing (federação internacional) estiveram em constante contato para definir as principais mudanças.
Assim como a prova da marcha atlética de 50km, no atletismo, a vela teve que se adequar aos novos ideais do Comitê Olímpico Internacional, que desejava por eventos nos quais o acompanhamento das provas fosse mais propício aos tempos atuais, e com barcos e pranchas que pudessem velejar numa maior velocidade.
Assim, estas foram as alterações definidas para os eventos da vela, em Paris. Ou melhor, em Marselha, local de competições deste esporte:
Foto: Sailing Energy |
470 – Outra grande mudança em relação aos jogos do Japão será a junção das classes 470 da vela. A modalidade foi disputada no masculino e no feminino, mas, para Paris, ela será mista. Ainda existem algumas indefinições de quais serão as posições de cada membro na nova prova deste barco em Jogos Olímpicos.
Finn – Uma das classes mais tradicionais da vela, presente desde os Jogos de Helsinque 1952, a Finn não fará parte das competições em águas francesas daqui três anos. A classe era disputada apenas por homens, e até por isso ela foi retirada do programa olímpico.
Kitesurf – Outra grande novidade será a entrada do Kitesurf para o programa olímpico. Inicialmente, havia uma discussão para que este evento fosse misto nos Jogos franceses. Porém, a decisão final foi para a inclusão de eventos masculinos e femininos. A adição desta modalidade pode vir a ser positiva para o Brasil, uma vez que o atual campeão pan-americano é o brasileiro Bruno Lobo.
© Marcelo Maragni/Red Bull Content Pool |
Outro esporte que busca se adaptar aos novos tempos é o pentatlo moderno. A modalidade sempre teve um grande problema de acompanhamento, por parte do público, de seus eventos. Pensando nisso, a UIPM (Federação Internacional de Pentatlo Moderno) desenvolveu um novo formato de competições, que já foi aprovado para os próximos Jogos Olímpicos. Nele, a duração da disputa será de 1h30. Confira neste texto todas as mudanças no formato de competição para a modalidade a partir de Paris.
LEVANTAMENTO DE PESO
Tal como o boxe, o levantamento de peso está constantemente na mira do Comitê Olímpico Internacional. Apesar da IWF (Federação Internacional de Halterofilismo) não ter sido punida pelo COI, e pôde organizar toda a classificação e disputa deste esporte em Tóquio, o futuro dele ainda parece incerto.
A IWF precisou tomar diversas medidas durante a classificação olímpica de Tóquio, uma vez que o seu esporte é assombrado por corrupção e, principalmente, doping. Vários países foram impedidos de enviar representantes para o Japão, ou até mesmo um número limitado, devido ao alto número de casos de doping em suas respectivas nações.
Por causa disso, o levantamento de peso corre sério riscos de nem estar presente na edição francesa dos Jogos. Logo após o fim da Olimpíada de Tóquio, o COI anunciou medidas na Carta Olímpica que afetam diretamente o levantamento de peso, e o boxe, colocando-os em risco de exclusão dos Jogos Olímpicos de Paris.
Ainda assim, até este momento, o levantamento de peso está programado para acontecer em território francês com dez categorias de peso, cinco para cada gênero. Uma redução significativa, se compararmos com as 14 da edição japonesa. A definição dos pesos das categorias ainda será feita.
Edgard Garrido/REUTERS |
ESCALADA ESPORTIVA
Mais um esporte que fez a sua estreia em Olimpíadas no Japão e que terá mudanças para a próxima edição. No caso da escalada, as mudanças são positivas. Ao invés da prova combinada entre as três modalidades da escalada: boulder, lead e speed; em Paris teremos uma prova combinada entre o Lead e o Boulder, e um evento exclusivo para o Speed.
Esta mudança agrada a comunidade da escalada, que contestou muito a junção das três modalidades para as disputas em Tóquio. Assim, o número total de escaladores sairá dos 40, no Japão, para 68, na França.
Mood Rasfan/REUTERS |
O tiro esportivo também terá uma redução no número de participantes, serão 40 atiradores a menos, do que em Tóquio, onde tivemos 360 atletas. Além disso, uma das provas mistas de Tóquio, será substituída.
A prova da fossa olímpica mista, que garantiu a primeira medalha de prata da história de San Marino em Jogos Olímpicos, sairá do programa. No lugar dela, entra a prova do skeet misto.
CANOAGEM VELOCIDADE
A canoagem de velocidade também terá uma redução em número de atletas. Ao todo, serão 236 canoístas em Paris, doze a menos que em Tóquio. Outras mudanças foram a retirada das provas do K1 200m para homens e mulheres, totalizando dez eventos para esta modalidade. E a alteração das provas do C2 masculino e K2 masculino, que foram disputadas na distância de 1000m. Em Paris, as provas serão de 500m.
CANOAGEM SLALOM
A canoagem slalom não terá nenhuma alteração no seu número de participantes para os próximos Jogos. Porém, o esporte ganhará mais uma modalidade de competições, a canoagem slalom extreme. Essa prova simula uma corrida com obstáculos nas corredeiras.
A adição desta prova é uma ótima notícia para o Brasil, que já teve a brasileira Ana Sátila como campeã mundial em 2018, e o brasileiro Pepê Gonçalves medalhista de bronze no Mundial de 2019. Ambos foram os nossos representantes nas disputas dos eventos tradicionais da canoagem slalom em Tóquio.
Breno Barros/rededoesporte.gov.br |
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