Depois de faturar a medalha de prata no skate street feminino nas Olimpíadas de Tóquio e encantar o Brasil, Rayssa Leal foi a mais votada pela premiação internacional Visa Award, que reconhece atletas que melhor representaram o espírito olímpico, a fim de ajudar instituições sociais. Com o resultado, a skatista brasileira, de apenas 13 anos, destinará 50 mil dólares da premiação, aproximadamente R$ 250 mil, para a ONG Social Skate, de Poá, na Grande São Paulo. A informação foi confirmada na terça-feira (12) pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e o Comitê Paraolímpico Internacional (IPC).
Na votação, concluída ainda em agosto, Rayssa desbancou ninguém menos que Simone Biles, maior estrela da ginástica. Ela foi a única representante olímpica entre as duas mais votadas. Além dela, Holly Robinson, da Nova Zelândia, que foi ouro no lançamento de dardo F46 na Paralimpíada, também recebeu o prêmio, que será destinado para uma instituição de seu país com foco na melhoria da saúde e bem-estar de crianças e suas famílias.
Para Rayssa, que após os Jogos de Tóquio ainda foi campeã da etapa da Liga Mundial de Skate em Salt Lake City, nos Estados Unidos, a honraria coroa uma mudança que se tornou ainda mais predominante após a estreia da modalidade em Jogos Olímpicos.
🛹 @RayssaLeal is the winner of The Visa Award as voted by fans around the world!
— Olympics (@Olympics) August 12, 2021
Visa and the IOC congratulate Rayssa for showing the best of humanity at the Olympic Games Tokyo 2020.
Vote now for the @Paralympics!#TheVisaAward@timebrasil | @worldskatesb pic.twitter.com/Vbb2urSQqS
"Fiquei muito surpresa e muito feliz em ganhar o prêmio. Esse momento faz parte dos valores do skate. Sempre somos assim, estamos sempre felizes, torcendo para que todos façam suas manobras, e quando o fazem, todos comemoramos. Pra mim o skate é uma família. Estou vendo muitas meninas começando no esporte, dizendo que querem tentar ir à Olimpíada como a gente. Estou super feliz com isso, porque o skate costumava ser marginalizado. Você não costumava ver muitas garotas no esporte. Pudemos mudar a maneira como as pessoas olhavam para o skate. Isso é muito gratificante e muito importante. Muita coisa mudou e isso nos deixa muito felizes" disse.
Localizada em Poá, na Grande São Paulo, a ONG Social Skate, escolhida por Rayssa, atende cerca de 150 crianças e adolescentes. A instituição foi criada em 2011 com o objetivo de contribuir para a vida de jovens em situação de vulnerabilidade socioeconômica no Brasil, incluindo atividades relacionadas ao esporte, educação, cultura e lazer de forma interdisciplinar.
Presidente do COI, Thomas Bach parabenizou a brasileira e enalteceu o envolvimento e a contribuição da torcida, ainda que distante fisicamente em razão da pandemia, durante as Olimpíadas.
"Esta é uma iniciativa realmente inspiradora, o que foi ainda mais importante porque, infelizmente, os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 tiveram que acontecer sem nenhum espectador. Os fãs de todo o mundo ansiavam por esse momento. Queriam fazer parte da ação e torcer por seus atletas. É por isso que o prêmio foi absolutamente um destaque em todos esses esforços, porque reuniu o que poderiam ser os três elementos mais importantes: primeiro os atletas, segundo os fãs ao redor do mundo e, em terceiro lugar, os valores. E porque esses momentos memoráveis são sobre os valores, sobre as mensagens veiculadas por esses Jogos Olímpicos e pelos atletas."
Rayssa fez história ao conquistar a medalha de prata no skate street em em Tóquio, como a atleta brasileira mais jovem a subir no pódio olímpico com apenas 13 anos. Seu carisma rendeu um enorme sucesso nas redes sociais, pulando de 1 milhão de seguidores no instagram para 6,8 milhões após os Jogos Olímpicos.
Foto: Wander Roberto/COB
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