O gaúcho Jovane Guissone, 39, conquistou a medalha de ouro na Copa do Mundo de esgrima em cadeira de rodas, na quinta-feira, 14, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. Na decisão do florete B, o brasileiro, medalha de prata nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, derrotou o iraquiano Ammar Ali, 36, por 15 a 12.
A decisão foi bastante equilibrada e começou com os dois esgrimistas se alternando na pontuação. O jogo permaneceu empatado até 10 a 10, quando o brasileiro conseguiu abrir vantagem em 14 a 11 antes de finalizar a vitória em 15 a 12.
Antes da final, Guissone passou pela fase de grupos e pelas oitavas de final antes de derrotar por 15 a 12 o tailandês Visit Kingmanaw nas quartas. Depois, superou o italiano Michele Massa por 15 a 11 pelas semis.
"Estou muito feliz porque é a primeira competição internacional depois dos Jogos de Tóquio. E já comecei com uma medalha de ouro. Então, saio do florete com meu dever cumprido. Fiz tudo que pensei, planejei e treinei. Agora é ajustar os erros para continuar bem nos próximos jogos", disse o gaúcho, que teve uma lesão na medula aos 22 anos causada por um disparo de arma de fogo durante um assalto.
Assim como Jovane, Ammar também foi vítima da violência. Em 2009, quando o iraquiano estava a caminho do trabalho, na cidade de Bagdá, capital do Iraque, uma bomba explodiu na calçada em que ele estava. Alguns estilhaços do explosivo atingiram sua coluna vertebral e, ao acordar, Ammar não sentia mais suas pernas.
Um ano depois, o iraquiano participou de sua primeira competição internacional pela seleção de seu país. Em 2016, nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016, o esgrimista conquistou a medalha de prata. Nos Jogos de Tóquio 2020, ele foi eliminado pelo próprio Jovane nas quartas de final.
"Eu gosto muito do Brasil e dos brasileiros. Esta é a terceira vez que estou no país. Além dos Jogos do Rio, eu também disputei a Copa do Mundo em 2019, aqui, em São Paulo. O país têm uma grande estrutura e ótimos atletas, como o Jovane", disse Ammar, que, antes de chegar à final nesta quinta-feira, eliminou outro brasileiro nas oitavas de final: Mauricio Stempniak, por 15 a 13.
O iraquiano e o gaúcho já eram adversários que se conheciam de jogos anteriores. Ambos jogaram nos Jogos de Tóquio, quando Jovane Guissone derrotou o mesmo rival nas quartas por 15 a 10.
"Somos atletas que estamos sempre nos enfrentando há vários anos. Foram dois espadistas que fizeram final no florete. Ele é um atleta muito bom. O florete é a segunda arma dele, foi medalha de prata na espada nos Jogos do Rio. Ele ainda vai brigar por muitos títulos também", avaliou Guissone, que ainda vai jogar na espada individual e por equipes.
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