No último domingo, 24 de abril, Vitor Tavares escreveu mais um importante capítulo em sua trajetória no paradesporto brasileiro. Ao vencer a final do IV Internacional de Parabadminton, realizada no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo (SP), contra o número 9 do mundo, Charles Noakes, da França, Vitor reforçou a sua colocação como um dos três melhores no ranking da Federação Mundial de Badminton (BWF).
O último jogo da classe MS-SH 6 (baixa estatura), teve os três sets disputados ponto a ponto. No primeiro set, o francês saiu na frente ao abrir seis pontos de diferença e fechar por 21 a 15. No segundo, o empate do Brasil veio após Vitor vencer por 21 contra 16 pontos marcados pelo adversário. No terceiro e decisivo set, a disputa acirrada terminou com parcial de 21/19 que garantiu a medalha de ouro ao atleta paranaense responsável pela estreia do país no badminton paralímpico em Tóquio 2021.
Para Marcelo Haiachi, Gestor do Parabadminton na Confederação Brasileira de Badminton (CBBd), a realização do evento consolida a parceria da entidade com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e abre novos - e positivos - horizontes para a visibilidade do esporte no Brasil.
- O parabadminton é uma modalidade nova e o CPB sempre nos incentiva a buscar o que tem de melhor no cenário internacional. Essa competição representou justamente isso pois nós trouxemos os melhores atletas do mundo, foram cerca de 120 estrangeiros, 60 brasileiros e conseguimos resultados importantes para colocarmos o nosso país no radar do ranking mundial, além de trazer um pouco mais de perspectiva pra nossa modalidade - analisou Haiachi.
- Tivemos um feedback positivo sobre a organização do evento e muitos elogios referentes à competição, que é o mais importante. O Brasil teve uma participação brilhante por parte dos nossos atletas ganhando várias medalhas e mostrando que estamos no caminho certo para Paris 2024. Este foi o segundo torneio internacional no novo ciclo paralímpico que será um pouco mais curto e temos muitas possibilidades para avançarmos e trabalharmos. Foram vários resultados positivos para os brasileiros e isso mostra um pouco do equilíbrio desta competição que deve passar a figurar no calendário internacional, o que será fundamental para o nosso desenvolvimento - concluiu Marcelo.
Brasil fecha o torneio com 14 medalhas para o Brasil no campeonato
Além de Vitor, o Brasil subiu no pódio em diversas categorias. Na Simples Feminina-WH 1, Daniele Torres ganhou o ouro enquanto Auricélia Nunes Evangelista faturou a prata, e Ana Gomes o bronze. Na Simples Feminina-WH 2, Maria Gilda dos Santos Antunes garantiu a medalha de prata e na SF-SL 3, Abinaécia Maria da Silva fechou com o bronze. Edwarda Oliveira também garantiu a medalha de bronze do Brasil na SF-SL 4. Já na Simples Masculina-WH 2 (cadeirantes), Júlio Cesar Godoy foi o responsável por levar a bandeira do Brasil ao 3º lugar do pódio.
Na classe WH1-WH 2 mista, Sérgio Barreto Santana e Maria Gilda levaram a prata, e Rômulo Soares e Daniele Souza ganharam a medalha de bronze. Nas duplas masculinas SH 6, Márcio Dellafina e Dheyvid de Almeida ficaram com o bronze, enquanto nas duplas femininas WH1-WH 2 teve dobradinha brasileira com Maria Gilda/Auricélia Nunes e Ana Gomes/Daniele Souza ganhando prata e bronze, respectivamente. Na Dupla Feminina SL 3-SU 5, Abinaécia da Silva entrou em quadra fazendo dupla com a indiana Arati Patil e juntas levaram o bronze fechando em 14 o total de medalhas do Brasil no campeonato.
Atualmente à frente da Coordenadoria do Antidoping da CBBd, Juliana Soares que também fez parte da equipe de organização do evento ressaltou a importância da presença do controle antidoping como um estímulo de autocuidado para os atletas.
- Este foi o meu primeiro evento do parabadminton internacional com a CBBd e observei um grande envolvimento de todos que estão na entidade, além da excelência em eventos internacionais. Isso proporcionou entregarmos um torneio bonito atendendo a todas as demandas como transporte, hospedagem, alimentação e árbitros com grande qualificação técnica. Um ponto muito interessante foi ter conseguido trazer o controle de antidoping nessa nova gestão da CBBd pois isso é muito importante para que os atletas paralímpicos vejam que isso é uma realidade deles. Acredito que possa funcionar como um estímulo para que se cuidem, atletas de elite precisam ter postura de atletas de elite! - pontuou.
Foto: Divulgação/CBBd
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