A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) convocou os atletas da maratona e da marcha atlética 35 km para o Campeonato Mundial do Oregon, nos Estados Unidos, que será disputado de 15 a 24 de julho. Foram chamados seis atletas – três para a maratona e três para a marcha -, cujas provas tiveram seus prazos de obtenção de índice encerrados no domingo (29/5), segundo determinação da World Athletics.
Para a maratona masculina foram convocados os três atletas com as marcas mínimas exigidas pela entidade: Daniel Ferreira do Nascimento (Associação Noroeste Runners-RS), José Márcio Leão da Silva (Associação Desportiva e Cultural Alto do Ipiranga-PE) e Paulo Roberto de Almeida Paula (São Paulo FC-SP).
Daniel Ferreira, o Danielzinho, conseguiu o melhor resultado do ano ao correr a Maratona de Seul, na Coreia do Sul, no dia 17 de abril, em 2:04.51, novo recorde brasileiro e sul-americano dos 42,195 km - superou as marcas que eram de Ronaldo da Costa, desde 1998, quando ele tinha menos de 2 meses de vida.
Nos 35 km marcha foram chamados Viviane Santana Lyra (AEFV-RJ), Elianay Santana Barbosa (CASO-DF) e Caio Bonfim (CASO-DF), medalha de bronze no Mundial de Londres-2017, que também tem índice para os 20 km e o calendário da competição permitirá a disputa das duas provas.
Caio Bonfim é destaque na seleção. Vem fazendo uma boa temporada e foi bronze no Grande Prêmio de La Coruña, na Espanha, no dia 28 de maio, nos 20 km, competindo com os principais atletas do mundo. Lidera a World Athletics Race Walking Tour de 2022.
"A marcha do Brasil vem evoluindo - o Brasil foi campeão sul-americano por equipe - e vejo o Caio como um atleta maduro, sereno, no ápice, muito bem treinado e consciente. As perspectivas são as melhores possíveis. Estou muito feliz com a constância do Caio na temporada e os resultados que tem feito na Europa", disse Wlamir Motta Campos, presidente do Conselho de Administração da CBAt, após a convocação.
Também destacou o empenho e a superação de Viviane Lyra, que fez o índice em Dundice, Eslováquia (2:49.12, em abril) e de Elianay Barbosa que, inclusive, superou uma lesão e se qualificou para os 35 km pela cota do Ranking Mundial.
"Temos três maratonistas com índices e com melhores marcas pessoais. E o Daniel batendo esse recorde histórico (2:04.51) que era do Ronaldo, numa prova técnica, estratégica, que depende de condições físicas, psicológicas, do clima etc. E o Daniel vem orgulhando demais o País, com a melhor marca do mundo de um não africano, um dos grandes destaques de 2022", disse Wlamir, dizendo ainda que é difícil fixar limites para o fundista. "Tenho certeza que quando botou na cabeça que ia para o Quênia para treinar com os melhores do mundo, não foi a passeio - está mostrando isso", acrescentou.
"Temos exemplos na equipe, como o do José Márcio Leão, lá de Guaranhuns, Pernambuco, com o seu treinador Bingo (Adjilson Mendes da Silva), que recentemente esteve com a gente num camping em Bragança Paulista. Conquistou o índice na maratona e vai inspirar muitos atletas e, principalmente, os do Nordeste. E também do nosso highlander Paulo Paula que mostra que não há limites, um jovem senhor, com 42 anos, com cabeça de menino, que sonha e trabalha muito", acrescentou Wlamir.
Gravidez tira Erica Sena do Mundial
A pernambucana Érica Sena (Pinheiros-SP), que tem índice para os 35 km, não está na lista dos convocados por estar grávida. Ela foi eleita no ano passado a melhor atleta feminina brasileira no 1º Prêmio Melhores do Ano do Atletismo de 2021.
"É um meninão e ainda não decidimos o nome. Ele vai nascer no final desse mês de junho ou no início de julho. Tudo vai depender dele porque quero tentar parto normal", disse Érica que vive e treina em Cuenca, Equador, com o marido e treinador Andrés Chocho. Érica já disse que retomará sua carreira, voltando a marchar e a competir após o nascimento do filho.
Foto: Wagner Carmo/CBAt
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