A seleção brasileira feminina de vôlei vive um momento de renovação após a conquista da medalha de prata nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. Mesmo assim, a equipe se classificou para as quartas de final da Liga das Nações com a segunda melhor campanha e enfrentará o Japão, na quarta, 13, na Turquia, valendo vaga na semifinal.
E esse momento de transição passa sobretudo pelas mãos de uma jogadora: a ponteira Gabi. Mas não é só dentro de quadra que ela se tornou a principal referência do time comandado por José Roberto Guimarães.
Gabi assumiu o posto de capitã da equipe. Já são quase dez anos de seleção brasileira, com inúmeras conquistas. Assim, ela tem a missão de liderar um grupo de jovens jogadoras, que ainda dão os primeiros passos pela equipe nacional.
"Isso tem me ajudado muito a crescer, o aprendizado é muito grande que tenho nessa função, tento passar tudo que vivi nesses anos de seleção. Acho que vai ser uma oportunidade de evolução ainda maior pra mim e de me firmar cada vez mais no cenário internacional", disse ela, que contou também como tem sido a relação com as companheiras na função.
"Não mudei muito, o líder acaba sendo uma referência nas atitudes, tento ser líder pelo exemplo nas pequenas coisas, como disciplina, determinação, entrega, que é o que sempre busquei. Tem sido algo natural. Tudo que aprendi com as outras gerações nos últimos dez anos, estou passando. As meninas me perguntam um pouco mais questões táticas, dica de jogo... É um trabalho técnico e mental, de passar que é um processo, que vamos ter altos e baixos, mas temos que continuar determinadas", explicou.
Além da liderança como capitã, Gabi também se tornou a principal referência técnica da seleção brasileira. Na última temporada, ganhou todos os torneios que disputou pelo VakifBank, da Turquia, e foi eleita a melhor jogadora da Liga dos Campeões da Europa.
O desempenho excepcional fez a ponteira ser considerada por muitos como a melhor jogadora do mundo, opinião da qual ele prefere ficar à parte.
"Muito se fala sobre isso, mas não é algo que eu fico pensando. O que sempre fiz e faço é manter minha caminhada e meus objetivos, sem me preocupar com o o que acham e com coisas externas. Meu foco não é querer ser melhor do que alguém, é querer melhorar minha performance cada dia mais. Se isso vai me fazer chegar a ser a melhor do mundo ou não, isso vai ser consequência do meu trabalho e do meu foco diário", falou.
Nesta quarta-feira, contra o Japão, a seleção brasileira terá mais uma oportunidade de evidenciar que a renovação está no caminho certo. Gabi prefere manter os pés no chão, mas mostra confiança no potencial da equipe.
"Estamos muito animadas, conseguimos fazer uma bela apresentação na primeira fase, conseguimos perceber o que precisamos melhorar ou não. Tivemos uma semana de preparação em Portugal. Vai ser um desafio muito grande para nós, mas é muito importante, Vamos com tudo no primeiro jogo porque queremos muito estar entre os quatro melhores", explicou.
"Sabemos que temos muito a evoluir ainda, uma seleção nova, estamos buscando um sistema, ainda não tivemos tempo de treinar como grupo e ajustar o que precisamos. Vejo um crescimento muito grande, um potencial muito grande nessa geração. Ainda temos muito a crescer comparando com as favoritas, mas é bacana ver que estamos crescendo com muito potencial pela frente", completou.
Foto: Gaspar Nobrega/COB
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