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Joaquim Cruz será o chefe de equipe do Brasil no Mundial de Atletismo


Joaquim Cruz, campeão olímpico dos 800 m em Los Angeles-1984 e prata em Seul-1988, e um dos melhores atletas da história do Brasil, será o chefe da delegação brasileira no Campeonato Mundial do Oregon de Atletismo, como voluntário no Programa ídolos da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), que será disputado de 15 a 24 de julho, no Estádio Hayward Field, em Eugene, onde viveu sete anos. O Mundial é o principal evento da World Athletics em 2022, vai reunir 2.000 atletas em 16 sessões, 12 no estádio e 6 nas ruas.

“Recebi esta homenagem que considero única, que eu saiba, acho que nunca existiu no Brasil e no mundo. Tentando até agora achar um significado nisso tudo. Criar uma experiência nova para o Brasil e os Estados Unidos”, comemorou o campeão olímpico.

“Quando fui convidado, a minha primeira reação foi achar impossível. Sou funcionário do Comitê Olímpico dos Estados Unidos, do Comitê Paralímpico e achei difícil trabalhar para o Brasil”, comentou Joaquim. “Mas acabou dando tudo certo e o Comitê disse que me apoiaria em tudo o que eu precisasse.”

Joaquim foi morar nos Estados Unidos em 1981. “Me mudei de Provo, em Utah, para Eugene, no Oregon, para estudar, treinar e competir. Foi lá que descobri o meu verdadeiro potencial para o atletismo. A cidade respira, fala sobre o atletismo o tempo inteiro e é considerada a capital da modalidade nos Estados Unidos”, lembrou Joaquim. “É um lugar muito especial, cidade de muita energia, uma coisa extraordinária.”

O brasiliense de Taguatinga, nascido no dia 13 de março de 1963, treinou no estádio da Universidade do Oregon por um bom tempo. “Fui bem em várias competições lá, é uma coisa do outro mundo. Só atleta que competiu lá entende o que estou dizendo”, afirmou.

A cidade de Eugene tem grande história ligada ao atletismo. “Foi lá que se criou a lenda do Steve Prefontaine. Em um treino de 200 m, o Phil Knight e o Bill Bowerman, fundadores da Nike, me viram, depois de vencer provas dos 800 m e 1.500 m do campeonato universitário, e o Bowerman disse para o meu treinador, Luiz Alberto de Oliveira, que se eu tivesse cabeça boa seria o maior corredor de 800 m do mundo, isso antes de Los Angeles.”

O brasiliense, de origem humildade (seus pais migraram do Piauí para a nova capital da República), entrou para a história ao conquistar a medalha de ouro nos 800 m na Olimpíada de Los Angeles-1984, aos 21 anos, no Memorial Coliseu, no dia 6 de agosto, em 1:43.00, novo recorde olímpico, que iria vigorar por 12 anos. Joaquim superou todos os favoritos da prova, e entre todos Sebastian Coe, o britânico que era então o recordista mundial (1:41.73), desde 1981, o atual presidente da World Athletics. Ainda conquistou uma segunda medalha olímpica, a prata dos Jogos de Seul.

Além das medalhas olímpicas, Joaquim levou o bronze na primeira edição do Mundial de Helsinque-1983, aos 20 anos. E o bicampeonato pan-americano nos 1.500 m (Indianápolis-1987 e Mar Del Plata-1995), e a marca de 1:41.77 nos 800 m, obtida no Meeting de Colônia, da Alemanha, em 1984, que é até hoje os recordes brasileiro e sul-americano.

O campeão vive em San Diego, na Califórnia, com a família. “Saí de Eugene porque aquela área do Oregon tem muita plantação de feno e tive muita alergia. Vou levar medicamentos contra a alergia. Acho que vai dar tudo certo pelo fato de não estar correndo, usar máscara o tempo todo, não é só contra a COVID.”

Foto: Wagner Carmo/CBAt

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