O jovem paranaense de 18 anos Renan Correa de Lima Galina (AA Maringá-PR) ganhou destaque quando correu os 200 m em 20.12 (0.8), em Cuiabá, Mato Grosso, índice da World Athletics para o Mundial de Budapeste adulto, em 2023, novo recorde brasileiro e sul-americano sub-20, recorde brasileiro sub-23. Foi no último domingo (18/9). O velocista agora corre em 'casa' no Campeonato Sul-Americano Sub-23 de Atletismo que será realizado no Centro Nacional de Treinamento em Atletismo, em Cascavel, Paraná, dias 29 e 30 de setembro e 1 de outubro.
Renan vai disputar os 200 m e também estará na equipe brasileira do revezamento 4x100 m. O Brasil vai a Cascavel com 79 atletas – 39 no feminino e 40 no masculino - numa competição que terá 11 países.
Um papelzinho colado na mesa da treinadora Sandra Regina Crul numa sala da Vila Olímpica do Estádio Willie Davids, em Maringá, onde Renan treina, estava escrito 20.16, marca que é o índice para o Mundial de Budapeste, na Hungria, de 19 a 27 de agosto de 2023. Agora que Renan correu abaixo desse tempo pensa em treinos para o Mundial, os Jogos Pan-Americanos de Santiago, em 2023, e para a Olimpíada de Paris, em 2024.
Renan Galina - que disputou o Mundial Sub-20 de Cáli (COL), em agosto - ainda com "a cabeça a mil", como define, vem construindo resultados desde a categoria sub-16 - foi campeão brasileiro nos 75 m e no salto em altura em Fortaleza (CE), em 2019. No Brasileiro Sub-23 de Cuiabá ficou com a medalha de prata nos 100 m (10.32), além da vitória nos 200 m.
Mas foi campeão dos 100 m no Brasileiro Sub-20, com 10.52 (0.1), em abril, em São Paulo, e no Brasileiro Sub-18 em Porto Alegre (RS), em 2019 - fez 10.64 (1.1) nos 100 m e venceu ainda no salto em altura (1,97 m).
"Me vejo sim numa Olimpíada e trazendo uma medalha. Mas o futuro só o futuro dirá. Então, vou caminhando e vendo as coisas acontecerem. Diante dos resultados talvez as coisas possam vir um pouco antes", disse Renan. "Tive um problema no joelho antes do Mundial, uma lesão, tratei, viajei bem, mas tive a corrida prejudicada por uma parada por causa da chuva. Mas aproveitei o meu momento em Cáli, dei o meu melhor. Fiquei frustrado com o tempo, mas conversei com a minha treinadora e combinamos de seguir em frente."
Disse que depois do Mundial treinou saída de bloco e o começo da corrida, que ainda pode melhorar, e trabalha "para ter a mente sempre tranquila". Chegou a ficar nervoso na disputa do Brasileiro Sub-23 por estar correndo com atletas mais experientes, mais velhos do que ele e "grandes nomes do atletismo". Mas pensou na frase de que "os 19 segundos estão na perna" e correu. "Foi um dia inesquecível", completou.
Para o Sul-Americano de Cascavel, o paranaense espera ter os pais na arquibancada - Maringá é pertinho, observou - e disse que se sentirá correndo em casa. "Conheço a pista, me sinto bem e confiante. Vou correr sempre pensando em evoluir."
Renan treina em Maringá desde os 12 anos - foi descoberto fazendo os 50 m num evento chamado Corrida Rústica. A treinadora Sandra - que coordena o projeto de atletismo da Prefeitura da cidade de Maringá - percebeu o talento do menino, conversou com os pais Juliana e Edvaldo e Renan começou a treinar no Estádio Willie Davids, no sub-14.
A pista é oficial e atualmente ele tem apoio do fisioterapeuta Rogério Azevedo, da Academia Axis, e do nutricionista Rodrigo Murta. "Nós conversamos muito, aqui é tudo no diálogo. Priorizamos a saúde do atleta. Mas o Renan tem muito potencial atlético e agora acho que podemos pensar em treinar para conseguir o índice para os Jogos Olímpicos de Paris", disse Sandra.
Foto: Guilherme Toledo/CBAt
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