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IKF América/Manuel Hernandes |
* Com Marcos Antonio
A Olimpíada não é só o sonho da imensa maioria dos atletas. Dezenas de modalidades buscam uma chance para cair nas graças do COI e estar no programa olímpico. Um desses esportes que vem buscando isso é o corfebol, esporte coletivo que existe a mais de 100 anos e quem tem uma característica que poderia interessar o Comitê olímpico internacional: Ele é misto, ou seja, disputado entre homens e mulheres
Mas o que é o Corfebol?
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Exibição do Corfebol na Olimpíada de 1920 (foto: COI/Arquivo) |
O Corfebol é um esporte que nasceu nos Países Baixos surgiu em 1902 com o Professor de Educação Física Nico Broekhuysen, que inspirado em um esporte sueco chamado Ringball, criou uma modalidade que atendia a necessidade da Associação de Educação Física de Amesterdã: um esporte que pudesse ser disputado por jovens de ambos os sexos e que fosse atrativo para os jovens
Broekhuysen então criou uma modalidade uma proposta atraente, inovadora, inclusiva e motivacional. O Corfebol (Korfball, bola ao cesto em neerlandês) é um dos únicos esportes originalmente misto desde a sua criação. E em uma época em que as mulheres raramente tinham a autorização para disputar esportes, a modalidade acabou causando uma certa revolução no país, fazendo a integração de meninas e meninos em uma mesma equipe, atuando em caráter de igualdade, cooperação e colaboração no início do século XX.
A modalidade se popularizou nos Países Baixos e Bélgica, tanto é que o Corfebol foi esporte de exibição nos Jogos de Antuérpia em 1920 e Amsterdã em 1928. Em 1933 a Federação internacional de Corfebol (IKF) foi criada, mas a primeira competição internacional regida pela entidade aconteceu trinta anos depois, em 1963 e a primeira edição do mundial aconteceu em 1978. Em 1985 a modalidade entrou nos Jogos Mundiais, onde permanece desde então. Países Baixos, os criadores do Corfebol, venceram a grande maioria dos campeonatos mundiais na história e a seleção dominante na modalidade, seguido da Belgica e China.
Regras
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IKF/Divulgação |
A prática é muito simples: dois postes são fixados à poucos metros em relação ao fundo de quadra. As equipes de oito atletas são divididas entre zonas de ataque e defesa contendo duas mulheres e dois homens em cada uma delas. Quem está na defesa busca passar a bola até a zona de ataque, além de impedir que o ataque adversário marque pontos. E quem está no ataque busca converter seus arremessos em pontos ao acertar as cestas que ficam a 2,50m do chão. A cada dois pontos a equipe troca de posições, ou seja, quem estava na defesa passa a atacar e vice-versa. Esta é mais uma das diversas características que tornam o Corfebol tão inédito e democrático. Outras características tão relevantes quanto como:
- Cada atleta só pode marcar outro atleta do mesmo sexo, ou seja, homem marca homem e mulher marca mulher;
- O(a) jogador(a) que possui a posse de bola deve manter-se no local onde a obteve, o seu deslocamento ocorre após a bola sair de suas mãos.
- O(a) jogador(a) que possui a posse de bola tem o direito de ficar com ela e ninguém poderá tirar de suas mãos.
- Jogadores fazem uso de suas habilidades para obter vantagem e não sua capacidade física, assim, contato físico é controlado e integridade de todos que estão atuando na partida é preservada.
O Corfebol atualmente conta com 70 países em todos os continentes e segue crescendo, principalmente aqui na América. Além do Brasil temos também Argentina, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Suriname e Peru como países reconhecidos pela Federação Internacional de Corfebol (IKF). Estados Unidos e Canadá recentemente iniciaram também seus projetos e cada vez mais países agregam o esporte em seu quadro de modalidades. Estima-se que ao redor do mundo a modalidade tenha atualmente uma base entre 700 mil a 1 milhão de pessoas.
E no Brasil?
Seleção brasileira de Corfebol (IKF Americas/Cami Stuchi) |
A modalidade já tem alguns anos no país e conta com cerca de 250 praticantes entre os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe, mas esse número deve aumentar em breve com novos projetos surgindo em Minas Gerais, como conta Alexandre Silva, Diretor da Federação de Corfebol do Estado do Rio de Janeiro e Presidente do Comitê de Desenvolvimento e Educação das Américas (IKF América DEC) da Federação de Corfebol Internacional (IKF).
Quais os melhores resultados do Brasil na modalidade?
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Brasil na final do Pan-americano contra Suriname (Foto:IKF Americas/Cami Stuchi) |
O Brasil esteve presente em muitas competições internacionais na Argentina e no Uruguai, mas podemos dizer que nossas maiores conquistas foram os torneios Pan-Americanos de 2014 (Campeão, São Paulo) e 2022 (Vice-Campeão, Argentina), eventos que concederam as vagas para os Mundiais de 2015 na Antuérpia, Bélgica (onde o Brasil foi 16º lugar) e 2023 (Taipei Chinês) e está em 20º lugar no ranking mundial do Corfebol. Nas Américas está atrás apenas do Suriname, atual campeão Pan-americano.
Alexandre explica que a seleção brasileira de Corfebol está se preparando para o mundial em Taipei chinês: "Este é um momento emocionante para o esporte brasileiro e estamos ansiosos para mostrar ao mundo a nossa força e determinação.", mas faz um apelo em busca de apoio para a modalidade:
"Precisamos da ajuda de todos para tornar isso possível. Estamos buscando patrocinadores e apoiadores que acreditem em nosso potencial e queiram se unir a nós nessa jornada. Com seu apoio, podemos garantir que teremos os recursos e equipamentos necessários para representar o Brasil nesta competição, e seguir inspirando novas gerações de atletas a perseguir seus sonhos e acreditarem em si mesmos. Buscamos unir nossas forças e estabelecer a presença do Brasil em mais competições internacionais."
Alexandre explica que atualmente, a modalidade se mantém "com o apoio de seus atletas e amigos do esporte, carecendo de investimentos mais expressivos para alavancar a pratica e levar com segurança seus atletas."
Como faz pra aprender, ver, divulgar ou patrocinar o Corfebol?
Segundo Alexandre, o Corfebol está presente em alguns locais e escolas do Estado do Rio de Janeiro, como Tijuca, Cidade Universitária, Maricá, Casimiro de Abreu, Sana e Macaé. "E em São Paulo, temos nossa equipe tricampeã Brasileira ‘União Corfebol Clube’ na cidade de Americana, além de estarmos em Aracaju, no estado de Sergipe."
Entre os dias 8 e 11 de junho, será disputado o brasileiro da categoria, com cinco equipes em Santa Bárbara D'Oeste-SP.
"Para interessados em conhecer, nos visitar ou até mesmo promover uma apresentação, entre em contato com o e-mail contato@fcerj.com.br, a página no instagram @FCERJ_OFICIAL / @alexandreros e na página da Seleção Brasileira de Corfebol (@selecaobrasileiradecorfebol)" diz Alexandre
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