Tabela de Jogos (No Horário de Brasília)
• 1ª Rodada:
21/07 – 22h: Estados Unidos x
Vietnã (Eden Park – Auckland/NZL)
23/07 – 04h30: Países Baixos x Portugal
(Forsyth Barr Stadium – Dunedin/NZL)
• 2ª Rodada:
26/07 – 22h: Estados Unidos x
Países Baixos (Wellington Regional Stadium – Wellington/NZL)
27/07 – 04h30: Portugal x Vietnã
(Waikato Stadium – Hamilton/NZL)
• 3ª Rodada:
01/08 – 04h: Portugal x Estados
Unidos (Eden Park – Auckland/NZL)
01/08 – 04h: Vietnã x Países Baixos (Forsyth Barr Stadium – Dunedin/NZL)
• As duas seleções classificadas enfrentam adversários do Grupo G nas Oitavas de Final
Guia da Copa do Mundo Feminina de Futebol - Grupo A
Guia da Copa do Mundo Feminina de Futebol - Grupo B
Guia da Copa do Mundo Feminina de Futebol - Grupo C
Guia da Copa do Mundo Feminina de Futebol - Grupo D
Estados Unidos
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Foto: Brad Smith (ISI Photos) |
Atual bicampeã mundial, a equipe estadunidense é uma natural candidata ao título. Porém, o ciclo foi turbulento e em poucos momentos o time de fato empolgou e mostrou parte do potencial que o credencia aos postos mais altos da Copa. O técnico Vlatko Andonovski é muito questionado por conta de algumas convocações (e não convocações) e surge como o alvo mais fácil às pedras, mas é verdade que ele comanda um trabalho de renovação. Em alguns casos e momentos, com essa mudança sendo praticamente forçada.
Isso porque, durante esses anos, o
comandante sofreu com a ausência de nomes importantes para o funcionamento da
equipe. Em especial o de Julie Ertz, que voltou ao conjunto dos Estados Unidos
somente em Abril deste ano após grave lesão no joelho, uma participação nos
Jogos Olímpicos de Tóquio sem estar em suas melhores condições e também por
conta da gestação. Sem contar os problemas médicos de Mallory Swanson, Christen
Press e Tobin Heath, todas elas ausências confirmadas para a Copa.
Apesar do título da CONCACAF W
Championship (que serviu também como eliminatória ao mundial de Austrália e
Nova Zelândia) e a classificação sem grandes sustos, a sequência de derrotas sofridas
em amistosos impressiona. Quando os Estados Unidos enfrentaram rivais de
aspirações semelhantes, tiveram problemas. Contra Inglaterra, Espanha e
Alemanha, foram nada menos do que três derrotas.
E com a ressalva de que o resultado
negativo diante das espanholas teve as rivais atuando com seu bastante
modificado grupo de atletas. A boa notícia para a seleção estadunidense em 2023
foi o título da SheBelieves Cup, ainda que as atuações nesse torneio não sirvam
para empolgar. De qualquer forma, as três vitórias serviram para acabar com a sequência
negativa diante de seleções de maiores ambições e aliviar a pressão da comissão
técnica até a Copa.
Ranking da FIFA: 1º Lugar.
Participações Anteriores em Copas do Mundo: 8/8 (1991, 1995, 1999,
2003, 2007, 2011, 2015, 2019).
Melhor Campanha: Campeão (1991, 1999, 2015, 2019).
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Vlatko Andonovski não é exatamente uma unanimidade no país, ainda que esteja comandando uma renovação no elenco estadunidense. Foto: Getty Images |
Técnico: Vlatko Andonovski (desde Outubro de 2019).
Convocação
Goleiras:
1-Alyssa Naeher (35 anos – 20/04/1988; Chicago Red Stars), 18-Casey Murphy (27
anos – 25/04/1996; North Carolina Courage), 21-Aubrey Kingsbury (31 anos –
20/11/1991; Washington Spirit);
Laterais:
3-Sofia Huerta (30 anos – 14/12/1992; OL Reign), 5-Kelley O’Hara (34 anos –
04/08/1988; NJ/NY Gotham FC), 19-Crystal Dunn (31 anos – 03/07/1992; Portland
Thorns), 23-Emily Fox (25 anos – 05/07/1998; North Carolina Courage);
Zagueiras:
4-Naomi Girma (23 anos – 14/06/2000; San Diego Wave), 12-Alana Cook (26 anos –
11/04/1997; OL Reign), 14-Emily Sonnett (29 anos – 25/11/1993; OL Reign);
Volantes/Meio
Campistas: 2-Ashley Sanchez (24 anos – 16/03/1999; Washington Spirit),
8-Julie Ertz (31 anos – 06/04/1992; Angel City FC), 9-Savannah DeMelo (25 anos
– 26/03/1998; Racing Louisville), 10-Lindsey Horan (29 anos – 26/05/1994;
Lyon-FRA), 16-Rose Lavelle (28 anos – 14/05/1995; OL Reign), 17-Andi Sullivan
(27 anos – 20/12/1995; Washington Spirit), 22-Kristie Mewis (32 anos –
25/02/1991; NJ/NY Gotham FC);
Pontas:
7-Alyssa Thompson (18 anos – 07/11/2004; Angel City FC), 11-Sophia Smith (22
anos – 10/08/2000; Portland Thorns), 15-Megan Rapinoe (38 anos – 05/07/1985; OL
Reign), 20-Trinity Rodman (21 anos – 20/05/2002; Washington Spirit).
Atacantes:
6-Lynn Williams (30 anos – 21/05/1993; NJ/NY Gotham FC), 13-Alex Morgan (34
anos – 02/07/1989; San Diego Wave).
Lista
de Suplentes: Não Divulgada.
Ausências Notáveis: Sam Mewis (MC/VOL – Kansas City Current; recupera-se de cirurgia no joelho realizada em Janeiro de 2023), Catarina Macario (MA/AT – Lyon-FRA; lesão no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo sofrida em Junho de 2022), Mallory Swanson (PD/PE – Chicago Red Stars; rompimento do tendão patelar do joelho esquerdo ocorrido em Abril de 2023), Christen Press (PE/PD – Angel City FC; lesão no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo sofrida em Junho de 2022), Tobin Heath (PD/PE – OL Reign; recupera-se de cirurgia no joelho esquerdo realizada em Setembro de 2022), Becky Sauerbrunn (ZAG – Portland Thorns; lesão no pé sofrida em Abril de 2023), Casey Krueger (LD/ZAG/LE – Chicago Red Stars; opção técnica), Tierna Davidson (ZAG/LE – Chicago Red Stars; opção técnica), Sam Coffey (VOL – Portland Thorns; opção técnica), Taylor Kornieck (MA/MC/VOL – San Diego Wave; opção técnica), Midge Purce (PD/PE – NJ/NY Gotham FC; opção técnica), Ashley Hatch (AT – Washington Spirit; opção técnica).
Time-Base:
Casey Murphy; Sofia Huerta, Alana Cook, Naomi Girma, Crystal Dunn; Rose Lavelle, Julie Ertz, Lindsey Horan; Trinity Rodman, Alex Morgan ©, Sophia Smith.
Mesmo com tantos problemas enfrentados durante esse quadriênio, é inegável que o elenco dos Estados Unidos tem qualidade suficiente para competir pelo tricampeonato mundial consecutivo. Porém, a distância para outras seleções ao redor do mundo vem caindo com o passar dos anos a ponto de que um torneio internacional desse tamanho não tenha mais as estadunidenses como amplas favoritas e equipe a ser batida.
E isso pode ser positivo para a
equipe de Vlatko Andonovski, já que tira a obrigação de conquistar o título
mundial e permitiu que a etapa final de preparação fosse realizada num clima de
menor pressão sobre o elenco. Um trunfo da comissão técnica para Copa é o retorno de atletas
indisponíveis durante esses últimos anos do ciclo. Em especial: Crystal Dunn e
Julie Ertz. As duas foram ausências por conta de suas fases de gestação e buscam
retomar o alto nível apresentado em anos anteriores.
Se levarmos em conta a última Copa
do Mundo, aliás, Dunn e Ertz foram fundamentais para a conquista dos Estados
Unidos em solo francês. A primeira por adicionar velocidade e ofensividade pelo
flanco esquerdo do campo, enquanto a outra se destacava justamente por um
trabalho de marcação e cobertura que permitia que diferentes nomes do esquema
estadunidense tivessem liberdade de avanço. Até pelo fato de ambas se
complementarem, Andonovski não abre mão da dupla.
E esse período de inatividade de Julie Ertz causou muita dor de cabeça para a comissão técnica. Outrora uma zagueira, ela foi adiantada para um posto de contenção no meio campo ainda na época de Jill Ellis e acabaria se tornando uma das grandes referências no mundo para uma volante de suas características. Além de ter uma boa saída de bola e ajudar no momento de transição ao ataque, Ertz era importantíssima para a manutenção do equilíbrio na equipe.
Como fora dito, é comum que pelo
menos uma das laterais se projete ao campo adversário a fim de colaborar com as
tarefas ofensivas. Mas não é só isso. No meio campo ideal projetado por Vlatko
Andonovski, as duas meio campistas parceiras de Ertz se destacam mais pelo
apoio e construção na intermediária rival do que propriamente pela recomposição. Cabe a Ertz, portanto, realizar
esse trabalho de proteção às zagueiras.
Andi Sullivan foi a aposta da
comissão técnica para repor a atleta de 31 anos, mas ela não concentra
exatamente as mesmas características da titular. Sullivan até mantém a qualidade
na saída de bola e a capacidade de organizar as ações ofensivas, mas não conta
com um poderio tão grande para coberturas. Sam Coffey, de grande temporada no
Portland Thorns justamente quando foi ajustada nessa função entre defesa e meio
campo, seria uma alternativa interessante. Entretanto, ela praticamente não
recebeu chances durante o ciclo.
Dessa forma, a jogadora ficou de fora da lista final em decisão que dividiu opiniões. Por conta dessa reposição praticamente impossível, a ausência de Ertz faz com que os Estados Unidos sofram quando se deparam com uma equipe bem posicionada e de qualidade na circulação de bola. O duelo contra o Japão no início deste ano mostrou isso. O que evitou um empate ou derrota foi a sequência de boas chances desperdiçadas pelas rivais do continente asiático.
Rose Lavelle e Lindsey Horan
despontam como as favoritas para completar o trio de meio campo na Copa. Ambas
estiveram no elenco campeão mundial em 2019 e seguem sendo importantes para a
mecânica da equipe, que frequentemente deixa o 4-3-3 e ruma a um 4-2-3-1 por
conta da característica dessas atletas. Neste caso, quem costuma assumir o
posto de armação é Lavelle, um dos maiores destaques dos Estados Unidos no
título conquistado quatro anos atrás. Algo a se observar, porém, é como a
craque chegará ao mundial no aspecto físico.
A facilidade que Lavelle apresenta
para se desprender e carregar a bola pelo lado direito do gramado faz com que a
meio campista do OL Reign possa ser utilizada até mesmo como uma ponta. Quem se
assemelha ao seu estilo móvel é Ashley Sanchez, que vem de ótimas temporadas
como armadora no Washington Spirit e aparece com destaque também quando
escalada pelos lados. Desse elenco, ela parece ser a meio campista mais capaz
de apresentar algo diferente em matéria de talento e movimentações individuais.
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Rose Lavelle é garantia de talento no meio campo dos Estados Unidos. A maior preocupação é a sua condição física, já que ela era dúvida até uns dias antes da convocação oficial. Foto: Liza Rosales |
Já Horan é menos uma atleta de transição e mais uma pensadora, possuindo qualidade técnica para trocar passes e sendo arma em lances de bola parada e finalizações de média distância. Eventualmente, ela pode ser utilizada como uma volante central. Sem tanta intimidade com os trabalhos defensivos, é verdade, mas sendo capaz de adicionar talento e criatividade para duelos onde os EUA despontam como favoritos e podem ter um cuidado não tão grande assim com coberturas às zagueiras.
Uma novidade das mais interessantes
para essa região é Savannah DeMelo, que chama a atenção pelo trabalho ofensivo
e a qualidade nos momentos de bola parada enquanto atleta do Racing Louisville.
Na atual temporada, ela já tem cinco gols e uma contribuição gigante nos
momentos em que a equipe está com posse de bola e inicia a construção dos
movimentos de ataque. Além de passes decisivos e importantes, DeMelo chega
muito bem ate às cercanias da área rival para buscar finalização. Referência
local, ela seria outra atleta a demorar a estrear na seleção. Isso aconteceu apnas em Julho, após a lista.
É importante mencionar que essa
zona do gramado tem o desfalque importantíssimo de Sam Mewis, outra atleta de
grande experiência no conjunto estadunidense e que vem sendo afetada com
frequentes lesões. Sua irmã, a polivalente Kristie Mewis, está no grupo e é uma
boa opção para o centro do campo. Quem também ganhou espaço com a ausência de
Sam foi Taylor Kornieck, alternativa para elevar a média de altura e auxiliar
em movimentos próximos ao centro do campo. Porém, ela não consta na convocação
decisiva e perderá o mundial.
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Lindsey Horan tem um estilo de jogo mais cadenciado, mas nem por isso é menos importante para o esquema dos Estados Unidos do que a companheira Rose Lavelle. Foto: Brad Smith (Getty Images) |
Por falar em problemas físicos, é necessário abordarmos as laterais. Kelley O’Hara (34 anos) fez parte de um grupo que venceu inúmeros títulos internacionais na última década, mas no atual estágio da carreira dificilmente consegue emendar uma sequência grande de partidas. Ainda que tenha bastante prestígio com a comissão técnica e acrescente bastante em experiência e pela representatividade vencedora que carrega, não se sabe exatamente em que condições O’Hara chega ao mundial.
E, se pensarmos que a Copa do Mundo
tende a exigir mais da atleta no aspecto físico, não é possível assegurar a sua
presença durante toda a competição. Porém, Andonovski não pode se queixar das
opções disponíveis para a função. Uma atleta que vivia grande momento individual
e acabaria de fora da lista decisiva é Casey Krueger. Também experiente, a
defensora do Chicago Red Stars se firmou como uma das melhores laterais da Liga
local e ainda seria opção para o centro da defesa se fosse preciso.
Além disso, a ausência de O’Hara
durante o ciclo serviu para que Sofia Huerta tivesse minutos importantes
atuando pelo lado direito. Meia de origem, a jogadora de 30 anos correspondeu quando
foi chamada e é destaque principalmente no apoio ao ataque e à velocidade que
imprime partindo com bola dominada desde o campo defensivo. Esse lado direito
dos Estados Unidos que deve iniciar a Copa ainda contém um alto nível de entrosamento,
já que Huerta é companheira da meio campista Rose Lavelle no OL Reign.
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Meia no início da carreira, Sofia Huerta se firmou na seleção como uma lateral-direita. Assim como Crystal Dunn, porém, seu forte está no apoio. Foto: NBC Sports |
Pelo lado esquerdo, o grande ganho para a reta final do ciclo foi Crystal Dunn. Como fora dito anteriormente, a jogadora ficou afastada dos gramados por conta da gravidez. Porém, desde que retornou à ativa, vem mostrando notável evolução física e técnica com a camiseta do Portland Thorns. O lado positivo para a comissão técnica nacional é que a lateral foi titular nas vitórias contra a Nova Zelândia e também nas três partidas da SheBelieves Cup.
Ou seja: começou o ano de 2023 já
com bons minutos em campo e atuando com boa parte do grupo convocado para a
Copa do Mundo. Outra meia/ponta transformada em lateral, a atleta de 31 anos
naturalmente adiciona um poderio ofensivo bastante interessante pelo setor
canhoto. Em duelos onde os Estados Unidos são claramente favoritos, é possível
imaginar a equipe com Sofia Huerta e Crystal Dunn atuando juntas e oferecendo
uma variação ofensiva bastante interessante nos movimentos da intermediária em
diante.
Em confrontos mais equilibrados, porém,
isso pode mudar. Até pela experiência, Dunn é a favorita para permanecer na
equipe titular e a mudança muito provavelmente iria acontecer no lado direito. Durante
a ausência da defensora do Portland Thorns, Andonovski utilizou Emily Sonnett,
Tierna Davidson (zagueiras de origem) e Emily Fox como lateral-esquerda. Agora,
com a volta da campeã mundial em 2019, Fox acabou se tornando opção também para
o lado direito. Tanto que ela e Dunn atuaram juntas na vitória de 2x0 sobre a
Irlanda no início de Abril.
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O centro da defesa tem em Naomi Girma um ponto de muita solidez. De quebra, a jovem zagueira se destaca com a bola nos pés e com frequência ajuda na construção ofensiva. Foto: Getty Images |
O centro da defesa tinha em Becky
Sauerbrunn um ponto de bastante solidez, além da óbvia experiência de disputar
e também vencer competições de alto nível. Contudo, uma lesão ocorrida em Abril
acabaria tirando a chance de a atleta de 39 anos disputar sua quarta Copa do
Mundo consecutiva. Até por conta da idade, se imaginava que Sauerbrunn fosse
utilizada de forma inteligente e quando fosse realmente necessário, aparecendo
principalmente nos confrontos de mata-mata.
Sem ela, Naomi Girma, Emily Sonnett
e Alana Cook são as opções de Andonovski para preencher os postos no miolo da
zaga. Tierna Davidson parecia o nome mais provável à titularidade ao retornar de
grave lesão no joelho, mas a jogadora do Chicago Red Stars seria ausência até
mesmo da lista decisiva apesar de atuar com boa frequência no clube a partir da
reta final de Março. O rendimento abaixo das expectativas da comissão técnica
desde o seu retorno parece ser o principal motivo para o corte da versátil
defensora.
Essa, aliás, foi outra decisão bastante
contestada pelo torcedor estadunidense. Vale dizer que a escalação de Tierna
Davidson acrescentaria muito em matéria de presença física, o que seria um
ponto importante para os Estados Unidos especialmente em jogos contra seleções que
se destacam nesse quesito. Lembrando: o Grupo E nos reserva um EUA x Países
Baixos já na segunda rodada. As neerlandesas possuem defensoras que se dão bem nos duelos pelo
alto em ambas as áreas e também Jill Roord, ainda que não contem como uma centroavante de ofício como Fenna Kalma.
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Alyssa Thompson é a esperança para o futuro, mas já vem dando o que falar no presente. Aos 18 anos, ela é a caçula de um elenco experiente e acostumado a títulos. Foto: Jeff Roberson (AP) |
No setor defensivo, o grande ganho para Andonovski no ciclo é Naomi Girma. De 23 anos recém-completados, a jovem apareceu recentemente na equipe principal graças ao trabalho muito bem feito em Ligas Universitárias do país e também no San Diego Wave. Ela se destaca especialmente pelo bom posicionamento e a velocidade para equilibrar os duelos contra atacantes de velocidade. Além disso, Girma apresenta uma enorme capacidade técnica para sair jogando com bola trabalhada. Isso auxilia nos momentos de construção ofensiva dos EUA.
Sem dúvida, trata-se de uma joia capaz
de se manter na titularidade da equipe nacional por alguns longos anos. Outra certza é
que Naomi Girma terá como parceira de defesa uma atleta do OL Reign. Emily
Sonnett é quem possui maior rodagem, já tendo no currículo uma participação em
Copa do Mundo e também em Olimpíada. Porém, Alana Cook foi a titular em todos
os confrontos da reta final de 2022 e parece estar em vantagem pelo menos para
o início da Copa do Mundo.
Outra dúvida bastante positiva para
a comissão técnica se dá no posto de goleira titular. Casey Murphy
merecidamente passou a receber chances na seleção principal após passagem pelas
equipes nacionais de base dos Estados Unidos e também clubes como Seattle Reign
e North Carolina Courage. Uma das suas principais atuações aconteceu no amistoso
contra a Austrália, ainda no ano de 2021. Contra um ataque poderoso e que
finalizou muito, ela deu conta do recado e teve uma jornada impecável.
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Alex Morgan segue sendo a referência (técnica e em matéria de posicionamento) no setor ofensivo dos Estados Unidos. Ela marcou seis vezes na edição de quatro anos atrás. Foto: Robin Alam (ISI Photos) |
Porém, existe a possibilidade de a comissão técnica apostar na experiente Alyssa Naeher, titular na conquista do mundial de 2019 e na campanha olímpica de dois anos mais tarde (essa já sob o comando de Andonovski). Na Copa do Mundo, aliás, Naeher brilhou na semifinal contra a Inglaterra ao defender um pênalti cobrado pela defensora Steph Houghton já aos 39 minutos da etapa final. Dessa forma, manteria o apertado 2x1 que mais tarde daria a vaga na grande decisão ao conjunto dos Estados Unidos então comandado por Jill Ellis.
Os atuais 35 anos de Naeher não
pesam, já que ela ainda é uma das goleiras mais confiáveis do país. A disputa
parece em aberto, e não seria realmente uma surpresa se Vlatko Andonovski
apostasse em uma alternância de nomes nas três partidas da fase de grupos.
Certo é que o conjunto estadunidense está muito bem servido nessa posição. Isso
porque Aubrey Kingsbury, terceira opção para atuar na meta, também tem um
histórico bastante interessante como goleira na Liga nacional ainda que tenha
atuado somente uma vez com a camiseta da seleção.
O ataque é um ponto em aberto e que
também promete uma disputa bastante interessante na Copa. Sobram jogadoras de
talento e de diferentes características, mas muitas delas sofreram com
problemas médicos recentemente. A ausência considerável é Mallory Swanson, de séria
lesão sofrida em Abril. Christen Press e Tobin Heath, outrora nomes
fundamentais para criar espaços pelos lados do campo e que venceram muita coisa
dentro do time estadunidense nos últimos anos, também estão fora dos gramados
já há um bom tempo.
Outra jogadora a sofrer com lesão foi Catarina Macario, nascida no Maranhão e que optou por defender o país da América do Norte. Ela é mais meia-atacante do que uma atacante, já que apresenta uma enorme movimentação no ataque mesmo quando escalada em um posto central. Apesar desses tantos problemas durante o ciclo, os EUA se dão ao luxo de contar ainda com nomes como os de Sophia Smith, Trinity Rodman, Megan Rapinoe e Alex Morgan para compor o seu trio de frente.
Morgan segue sendo o nome para a
referência, enquanto as demais costumam aparecer pelos lados do campo e se
destacam pela habilidade e também a qualidade em dribles e cruzamentos à grande
área. Para ocupar esse posto de centroavante, quem recebeu chances a partir do
ano passado foi Ashley Hatch, de ótima média de gols no Washington Spirit em
temporadas recentes. Contudo, ela perderia o posto na Copa do Mundo para Lynn
Williams, que correspondeu na Olimpíada passada e desde então vem mantendo o
bom rendimento ofensivo – apesar de perder o ano de 2022 quase que total por
conta de uma lesão.
A grande novidade no grupo é Alyssa
Thompson, de somente 18 anos e poucas aparições na seleção principal. Seu raro
talento técnico apresentado com as camisetas nacionais de base e também com a
do Angel City FC chamou a atenção de Andonovski já em 2022, com somente 17 anos.
A concorrência por minutos tende a ser pesada, mas qualidade técnica ela já
apresentou. É ver a frequência com que a jovem, que pode atuar centralizada ou
com maior mobilidade para deixar a área e buscar os lados do campo, vai receber
minutos na Copa.
Destaque – Sophia Smith
Até por perder Mallory Swanson por
lesão a poucos meses da Copa do Mundo, as expectativas tendem a crescer sobre
Sophia Smith. Por mais que Alex Morgan seja a real esperança de gols pelo que
apresentou até hoje na carreira, quem tende a desequilibrar para os Estados
Unidos é a habilidosa e veloz atacante do Portland Thorns.
Que na seleção atua preferencialmente
pelas pontas, ainda que venha mostrando ótimo faro de gol desde a última
temporada e eventualmente atue mais centralizada em seu clube. O que pode
contribuir para esse seu novo posicionamento no comando de ataque em algum
momento da Copa do Mundo é a condição física de Morgan, atleta que deve se
preservada em confrontos considerados mais acessíveis.
Outro fator que colabora para que
Smith seja uma atacante é o alto número de jogadoras de qualidade capazes de
atuar pelas pontas, como mencionado anteriormente. Importante nas seleções de
base dos Estados Unidos, Smith confirmou todas as expectativas que foram
criadas por conta do seu desempenho e já é uma referência importante do futebol
local mesmo com somente 22 anos. Nesta reformulação iniciada por Andonovski,
ela encabeça a lista das jovens estadunidenses com potencial para explodir já
nesta edição de mundial.
Vietnã
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Foto: Voice of Vietnam |
Chegar a uma Copa do Mundo é um feito histórico para o Vietnã. A seleção asiática já vinha beliscando a classificação em edições anteriores, mas geralmente esbarrava na vizinha equipe da Tailândia e saía de mãos abanando. Desta vez, porém, a vaga veio com direito a um 2x0 sobre as rivais tailandesas na disputa do triangular continental que classificaria a vencedora do grupo diretamente à Copa. Independentemente do gênero, será a estreia do país do Sudeste Asiático em mundiais.
O grande problema para as
vietnamitas se deu no sorteio. A seleção estreia simplesmente contra os Estados
Unidos, atuais bicampeões mundiais. E não é só isso: as asiáticas ainda terão
Países Baixos pela frente. Nada mais nada menos do que a atual vice-campeã. Por
conta disso, pontuar já seria um feito histórico para o Vietnã. Até mesmo um
golzinho marcado nas prováveis derrotas para essas seleções já seria motivo de comemoração.
O fato de encarar Portugal também
não é muito animador. Ainda que se trate de outra equipe estreante em Copas, as
lusas possuem maior experiência internacional e despontam como a principal
candidata a desbancar as duas potências da chave. Mas, mesmo com o
desequilíbrio técnico, o confronto terá seu simbolismo. Isso porque ele marca o
encontro da capitã Huỳnh Như com o país onde atualmente joga.
Principal nome do futebol
vietnamita, a atacante defende o Länk FC Vilaverdense desde o ano passado em
transferência que foi a primeira de uma atleta local para o continente europeu.
Quem comandou a campanha de classificação das Guerreiras da Estrela Dourada foi Mai Đức Chung, um dos pioneiros na
história da seleção feminina e que tem uma passagem também pela equipe
masculina. Mai havia manifestado interesse em deixar a seleção em Fevereiro de
2022, mas permanece no cargo para a Copa.
Ranking da FIFA: 32º Lugar.
Participações Anteriores em Copas do Mundo: Não Possui.
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Nome histórico do futebol no país graças aos resultados em torneios regionais, Mai Đức Chung enfim conseguiu classificar a seleção vietnamita a uma Copa do Mundo. Foto: VN Express |
Técnico: Mai Đức Chung (desde Dezembro de 2015).
Convocação
Goleiras: 1-Đào Thị Kiều Oanh (20 anos – 25/01/2003; Hanoi), 14-Trần Thị Kim Thanh (29 anos – 18/09/1993; Hồ Chí Minh City), 20-Khổng Thị Hằng (29 anos – 10/10/1993; Than KSVN);
Alas: 5-Hoàng Thị Loan (28 anos – 06/02/1995; Hanoi), 22-Nguyễn Thị Mỹ Anh (28 anos –
27/11/1994; Thai Nguyen T&T), 23-Nguyễn Thị Bích Thùy (29 anos – 01/05/1994; Hồ
Chí Minh City);
Zagueiras: 2-Lương Thị Thu Thương (23 anos – 01/05/2000; Than KSVN), 3-Chương Thị Kiều (27 anos – 19/08/1995; Hồ Chí Minh City), 4-Trần Thị Thu (32 anos – 15/01/1991; Hồ Chí Minh City), 6-Trần Thị Thúy Nga (28 anos – 02/11/1994; Thai Nguyen T&T), 17-Trần Thị Thu Thảo (30 anos – 15/01/1993; Hồ Chí Minh City);
Meio Campistas: 8-Trần Thị Thùy Trang (34 anos – 08/08/1988; Hồ Chí Minh City), 10-Trần Thị Hải Linh (22 anos – 08/06/2001; Hanoi), 11-Thái Thị Thảo (28 anos – 12/02/1995; Hanoi), 13-Lê Thị Diễm My (29 anos – 06/03/1994; Than KSVN), 16-Dương Thị Vân (28 anos – 20/12/1994; Than KSVN);
Meias/Pontas: 7-Nguyễn Thị Tuyết Dung (29 anos – 13/12/1993; Phong Phú Hà Nam), 19-Nguyễn Thị
Thanh Nhã (21 anos – 25/09/2001; Hanoi);
Atacantes: 9-Huỳnh Như (31 anos – 28/11/1991; Länk Vilaverdense-POR), 12-Phạm Hải Yến (28 anos – 09/11/1994; Hanoi), 15-Nguyễn Thị Thúy Hằng (25 anos – 19/11/1997; Than KSVN), 18-Vũ Thị Hoa (19 anos – 06/11/2003; Hồ Chí Minh City), 21-Ngân Thị Vạn Sự (22 anos – 29/04/2001; Hanoi).
Lista
de Suplentes: Não Divulgada.
Ausências Notáveis: Trần Thị Phương Thảo (ZAG - Hồ Chí Minh City; ausente por escolha própria), Phạm Hoàng Quỳnh (MC/MD - Phong Phú Hà Nam; ausente do futebol por conta do nascimento do segundo filho), Châu Thị Vang (MD/ME - CLB Than Quảng Ninh; se aposentou em Maio), Đoàn Thị Ngọc Phượng (GOL – Hồ Chí Minh City; opção técnica), Trần Thị Duyên (AD - Phong Phú Hà Nam; opção técnica), Phạm Thị Tươi (AD - Phong Phú Hà Nam; opção técnica), Hà Thị Ngọc Uyên (AE – Phong Phú Hà Nam; opção técnica), Nguyễn Thị Trúc Hương (VOL/MC – Than KSVN; opção técnica), Trần Nguyễn Bảo Châu (VOL/MC – Hồ Chí Minh City; opção técnica), Nguyễn Thị Vạn (MD - Than Khoáng Sản; opção técnica), Nguyễn Thị Tuyết Ngân (AT – Hồ Chí Minh City; opção técnica).
Time-Base:
Trần Thị Kim Thanh; Nguyễn Thị Bích Thùy, Lương Thị Thu Thương, Chương
Thị Kiều, Trần Thị Thu Thảo, Hoàng Thị Loan; Trần Thị Thùy Trang, Thái Thị Thảo,
Nguyễn Thị Tuyết Dung; Huỳnh Như ©, Phạm Hải Yến.
A permanência de Mai Đức Chung no comando técnico vietnamita acaba sendo boa também por ajudar a manter o estilo de jogo da equipe. Que, até pela dificuldade imposta já na fase de grupos, não deve apresentar muito mais do que um organizado sistema defensivo e investidas à frente através de contra-ataques e lançamentos longos em direção à atacante central. Em confrontos onde é considerado o favorito e precisa ter iniciativa ofensiva, o Vietnã utiliza um 4-4-2 com frequente presença das meias no apoio ao ataque.
É dessa forma que a equipe se
apresenta especialmente em competições regionais, como fora visto nas recentes
aparições em Copa do Sudeste da Ásia e também nas fases prévias da eliminatória
olímpica. Para duelos onde a tendência é o time ser muito atacado pelo
adversário, porém, é normal o experiente técnico optar por um 5-3-2 que na
prática acaba se tornando um 5-4-1.
Contra Estados Unidos e Países
Baixos, a tendência é por essa escalação mais cautelosa e que prioriza o
fechamento de espaços e o povoamento da própria área para rebotes e
consequentes rebatidas. Isso porque nos embates físicos e aéreos a vantagem das
favoritas estadunidenses e neerlandesas é bastante evidente. No amistoso
realizado conta a França no final do ano passado (com derrota vietnamita pelo
placar de 7x0), essa diferença entre as equipes foi gritante.
Entretanto, apesar desse alto número de gols sofridos, em nenhum momento pode-se discutir a contribuição dada por Trần Thị Kim Thanh. Tanto que a sua continuidade para o mundial nem parece ameaçada. Titular nos seis jogos da recente Copa da Ásia, a goleira foi a que mais realizou defesas durante a competição e foi um dos destaques de um conjunto organizado e que ofereceu alguma resistência até mesmo diante de seleções mais fortes.
Contra a futura campeã continental China
e contra o sempre poderoso Japão na primeira fase, o Vietnã mostrou-se bem
posicionado e concentrado na linha de defesa antes de sofrer os gols. No duelo
diante das chinesas, a seleção do Sudeste asiático largou em vantagem no placar
e chegou até a conseguir alguns bons lances em contra-ataque antes de sofrer a
virada no marcador.
Trần Thị Kim Thanh mostrou estar em
grande forma no torneio e realizou defesas incríveis tanto no clássico local
contra Myanmar como na partida das Guerreiras
da Estrela Dourada contra a vice-campeã Coreia do Sul. A tendência para
esta Copa é que a boa goleira vietnamita seja bastante exigida nos três duros
duelos da fase de grupos e apareça ainda mais.
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A defensora Chương Thị Kiều costuma incomodar também nos lances aéreos ofensivos. Foi dela o gol que confirmou a classificação do Vietnã à Copa do Mundo. Foto: Getty Images |
Até para dar essa continuidade ao time que fez história, a tendência era que Trần Thị Phương Thảo, Chương Thị Kiều e Trần Thị Thu Thảo formassem o trio de zagueiras pelo menos para o início do mundial. O destaque principal aqui é Chương Thị Kiều, seja pela contribuição que dá no aspecto anímico ou por ser a mais imponente vietnamita nos duelos físicos. É ela quem costuma se dar bem nos duelos pelo alto, sendo efetiva inclusive no campo ofensivo.
Tanto que foi Chương quem abriu o
marcador na histórica vitória de 2x1 contra Taiwan, em placar responsável por
colocar o Vietnã na Copa do Mundo. Sua parceira de defesa Trần Thị Phương Thảo era
a atleta com maior facilidade para sair jogando. Era normalmente através dela
que acontecia a saída com bola dominada desde o campo de defesa. E sempre pelo
setor direito, o preferencial para iniciar as tramas vietnamitas ao campo rival.
Porém, a defensora perderá a Copa do Mundo por escolha própria, em decisão ocorrida já em 2023.
A substituta no grupo é Trần Thị
Thúy Nga, titular na conquista vietnamita dos Jogos do Sudeste da Ásia. Outra
opção para atuar como zagueira é Lương Thị Thu Thương. Nome também para a
lateral-direita, ela adiciona uma maior estatura à linha de defesa do Vietnã.
Isso ajuda especialmente na tentativa de tornar o setor mais sólido pelo alto e
na briga por rebotes nas proximidades do próprio gol. Já Trần Thị Thu Thảo
cumpre o papel defensivo pela esquerda, mas costuma guardar mais posição e
raramente ultrapassa a linha de meio campo.
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Como zagueira ou ala, certo é que Lương Thị Thu Thương adiciona maior poderio físico ao setor defensivo do Vietnã. Foto: VFF (Vietnam Football Federation) |
Nesse 5-4-1 montado por Mai Đức Chung, Nguyễn Thị Bích Thùy aparece como uma boa opção para atuar como ala pelo lado direito do campo. Até pelo fato de a saída de bola asiática geralmente começar por ali, ela é a jogadora que costuma se desprender da linha de defesa e buscar um lance mais contundente no campo adversário. Sua participação na mais recente Copa da Ásia foi digna de muitos elogios, especialmente pelo que apresentou nos confrontos “mais acessíveis” ao conjunto do Sudeste da Ásia.
Duas laterais de ofício e que nos
últimos anos foram utilizadas tanto em linhas de quatro atletas como de cinco
foram Trần Thị Duyên (22 anos) e Phạm Thị Tươi (29 anos). Porém, nenhuma delas
se fará presente na equipe que disputará a Copa. Uma opção para essa função é a
promissora Nguyễn Thị Thanh Nhã. Normalmente ela atua como meia-direita ou até
como atacante de mobilidade em um 4-4-2, mas o cenário para a Copa do Mundo
tende a ser diferente.
Como o esquema dá prioridade aos
trabalhos defensivos, o fato de Nguyễn ter fôlego e disposição para cobrir toda
a faixa direita do gramado a torna uma ótima alternativa para o posto de ala.
Outro ponto que contribui para esse posicionamento mais retraído da jovem de 21
anos é o fato de a capitã Huỳnh Như ser uma titular indiscutível neste posto de
atacante que cobre a faixa direita. Em resumo: a ala mais ofensiva do Vietnã
atua por esse lado. E isso independe da atleta escolhida pelo técnico.
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De volta após a ausência na Copa da Ásia, Hoàng Thị Loan deve ser a titular na ala-esquerda vietnamita. De boa experiência internacional, ela também dá mais velocidade ao setor. Foto: Bongda |
Pelo setor canhoto, quem larga na frente pelo posto de titularidade é Hoàng Thị Loan. Com 28 anos de idade e uma boa experiência em competições continentais de maior exigência, ela deve naturalmente retomar o posto para o mundial após as frequentes aparições em torneios locais e amistosos recentes. Contra a Alemanha, a seleção asiática até apresentou uma maior solidez por aquele lado (apesar do gol do 0x1 nascer por ali), o que deve colaborar para a manutenção de Thị Loan para os primeiros compromissos da equipe.
É importante dizer que sua ausência
na disputa da última Copa da Ásia se deu por fazer parte do surto de COVID-19 que
afetou o elenco das Guerreiras da Estrela
Dourada pouco antes do início da competição, e não exatamente por escolha
da comissão técnica. Nesta competição, a titular foi a jovem Nguyễn Thị Mỹ Anh,
de muito menor ímpeto ofensivo do que a escolhida para desempenhar o papel de
ala pelo setor direito.
O detalhe é que esse equilíbrio
acabou funcionando bem, e contribuiu para fortalecer a linha defensiva do
Vietnã. Como a saída à frente geralmente acontece pela direita, é normal que o
lado inverso esteja focado em guardar posição e não se desprender tanto. Porém,
vale ressaltar que Hoàng Thị Loan é uma opção com maior característica
ofensiva, já que em anos passados atuou como meia-esquerda e também apresenta maior
velocidade se comparada à Nguyễn Thị Mỹ Anh.
E essa opção da comissão técnica por uma defensiva Nguyễn Thị Mỹ Anh acabou contribuindo para que Nguyễn Thị Tuyết Dung tivesse maior liberdade de ataque na Copa da Ásia. Algo que deu muito certo, diga-se. Isso porque a experiente atleta do Phong Phú Hà Nam teria uma menor exigência nos trabalhos defensivos e poderia focar a maior parte do seu preparo físico em movimentos já no campo de frente.
Acabaria sendo essencial para que a
meio campista terminasse a competição asiática com dois gols marcados e
participasse de vários outros lances de perigo criados pelo conjunto de Mai Đức
Chung. Quando o Vietnã tinha a posse de bola, Nguyễn Thị Tuyết Dung avançava a
ponto de se tornar praticamente uma ponta pelo lado esquerdo (5-2-3). Foi dessa
forma, como elemento-surpresa, que ela apareceu para abrir o marcador diante da
China nas quartas de final.
Quando a equipe se defendia, Nguyễn
se transformava em outra atleta de combate na linha de meio campo e encostava
às volantes na formação de um 5-3-2/5-4-1. Caso o técnico opte por retomar a
formação da linha defensiva com uma ala mais acostumada ao ataque, vale a pena
observar como será o ajuste para que a equipe se mantenha perigosa quando ataca
ao mesmo tempo em que não fique exposta demais atrás.
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Phạm Hải Yến é uma companheira das mais interessantes para a artilheira Huỳnh Như. A movimentação da dupla de ataque vietnamita costuma dar trabalho às rivais. Foto: Bongda24h |
Na frente, reside a principal esperança do Vietnã em fazer história na Copa do Mundo. Phạm Hải Yến e Huỳnh Như certamente fazem parte do grupo de jogadoras históricas do futebol local pelo alto número de gols marcados que acabariam contribuindo para que o país se tornasse nome frequente em fases finais de pré-olímpicos e também Copas da Ásia em anos recentes.
E, por mais que uma deles apareça
também na recomposição pelo lado direito em confrontos de maior peso (formando
o 5-4-1), são duas jogadoras que se caracterizam pela finalização dos lances
ofensivos. Outro ponto forte da dupla é o avanço em velocidade, o que fortalece
o jogo em contra-ataques e um eventual lançamento longo às costas de laterais ou
zagueiras adversárias para uma trama rápida.
Dentro desse esquema montado pela
comissão técnica, a capitã Huỳnh Như atua normalmente pelo lado direito. Porém,
a troca de posição com a parceira Phạm Hải Yến é constante e evita o natural
cansaço físico que uma delas possa ter ao acompanhar rivais por longos metros
do campo e também em muitos momentos. Dessa forma, o bastante móvel setor
ofensivo do Vietnã pode causar problemas justamente por essa alternância, já
que não conta com uma atleta que atue como referência no centro do ataque.
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Nguyễn Thị Thanh Nhã adiciona velocidade e pode atuar como ala, meia ou atacante. Foi dela o histórico gol marcado pelo país na derrota contra a Alemanha em Junho. Foto: Le Hoai Nam |
Outra opção interessante para o ataque seria Nguyễn Thị Vạn, com bons minutos na Copa da Ásia e que acrescenta uma maior disposição física para cobrir toda a faixa lateral do gramado. Porém, ela não faria parte do grupo para a Copa do Mundo. A entrada de Thị Vạn no lugar de Phạm Hải Yến ou Huỳnh Như acabaria liberando a remanescente atacante para o posto central, sem maiores incumbências na marcação.
Esse importante papel também era
bem cumprido por Châu Thị Vang, atacante que passou a frequentar as listas de
Mai Đức Chung a partir da metade do ano passado e que prezava especialmente
pelo cumprimento tático de suas tarefas de recomposição e fechamento de espaços
pelos lados do campo. Entretanto, ela deixaria de fazer parte das convocações
mais recentes para priorizar a vida fora dos gramados.
Esse estilo de velocidade e drible
é algo semelhante ao apresentado pela já mencionada Nguyễn Thị Thanh Nhã, uma
meia-direita por característica e que pode ser utilizada por ali ou como ala
pelo mesmo setor direito. Ela foi destaque da derrota recente contra a Alemanha, quando o Vietnã surpreendeu e conseguiu fazer um jogo competitivo apesar de ser derrotado por 2x1. Quem surge de fato como opção para o centro do ataque
é Ngân Thị Vạn Sự, de apenas 22 anos e que já marcou gol importante pelo time
principal vietnamita no último pré-olímpico.
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Vũ Thị Hoa foi a melhor jogadora jovem do país em 2022 e é uma opção das mais interessantes para reforçar o fôlego vietnamita no setor de ataque. Foto: Vietnam Football Federation (VFF) |
Até pela boa capacidade de definição dos lances, espera-se que ela apareça principalmente como alternativa à histórica dupla formada por Phạm Hải Yến e Huỳnh Như. Outro nome de bom rendimento com a camiseta da seleção é Nguyễn Thị Thúy Hằng, de 27 anos e de bom tempo de bola para lances aéreos ao mesmo tempo em que é móvel e mostra qualidade ao sair da área.
Uma aposta para o posto central seria
Nguyễn Thị Tuyết Ngân, de 23 anos e muitos gols marcados pela seleção de base.
No Sub-20 nacional, ela vestia também a braçadeira de capitã do Vietnã, mas
acabaria descartada na convocação decisiva para o mundial. Outra jovem que vem dando
o que falar é Vũ Thị Hoa, melhor jogadora jovem do país em 2022 aos 19 anos e
que fez parte do time nacional que venceu o primeiro lugar nos Jogos do Sudeste
da Ásia no último mês de Maio. Essa sim está garantida na Copa.
Existe ainda a opção da comissão
técnica em escalar somente uma das suas atletas de frente mais decisivas. Neste
caso, além de todas as demais citadas que apresentam um bom poderio ofensivo,
quem despontou como uma interessante alternativa para o lado direito foi Phạm
Hoàng Quỳnh. Porém, ela é muito mais uma meio campista de recomposição do que
propriamente uma atacante, o que certamente comprometeria as tentativas de
contra-ataque pelo lado mais ofensivo vietnamita.
Outro detalhe: por conta da recente gravidez, ela obviamente não se fará presente na Copa do Mundo. Quando Phạm está em campo, quem se beneficia é Nguyễn Thị Tuyết Dung, que ganha ainda mais liberdade de apoio pelo setor canhoto e de fato se torna uma ponta ou uma segunda atacante. As volantes titulares, se priorizarmos o aspecto técnico, devem ser Trần Thị Thùy Trang e Thái Thị Thảo, que se caracterizam pela boa troca de passes e um relativo apoio ao ataque.
A alternativa com um estilo mais
parecido seria Nguyễn Thị Trúc Hương, grande promessa das seleções de base em
anos recentes. Porém, ela é ausência para o mundial. E, em um campeonato de
exigência maior, não seria nada surpreendente se a dupla escolhida priorizasse
o trabalho defensivo e pouco de postasse no campo rival. Chance, portanto, para
as marcadoras Dương Thị Vân e Lê Thị Diễm My, bem como à jovem Trần Thị Hải
Linh, que venceu a briga contra as também novatas Phạm Thị Lan Anh e Trần Thị
Thu Xuân e vai à Copa.
E vale mencionar: mesmo nos
momentos em que o time atuava no 4-4-2, uma dessas meio campistas costumava
recuar e marcar as bolas aéreas ao lado das zagueiras. Assim, consolidava-se
uma quinta defensora. Isso foi visto especialmente nos duelos do Vietnã contra
seleções de primeiro porte do futebol mundial. Diante de Alemanha e França, a
equipe buscou povoar bem a sua área devido ao porte físico privilegiado das
adversárias. A tendência é que isso ocorra também contra Países Baixos e
Estados Unidos na primeira fase da Copa.
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A capitã Huỳnh Như chega ao mundial como uma das esperanças do Vietnã para conseguir ao menos um golzinho nos três confrontos da primeira fase. Foto: Hoàng Linh (TTXVN) |
Destaque – Huỳnh Như
A capitã do Vietnã sempre foi uma
das principais referências da equipe, mas não conseguia um maior reconhecimento
internacional por conta das participações discretas do país em torneios continentais
de patamar mais alto. Com a classificação inédita ao mundial, porém, a maior
artilheira da história do país terá a chance de escrever mais um importante capítulo
em sua carreira.
Poucos meses após a histórica
campanha do país na Copa da Ásia, Huỳnh Như foi contratada pelo Länk
Vilaverdense para disputar divisões inferiores do futebol português. E ela vem
conseguindo bons números na liga lusa, mostrando que tem mesmo faro de gol e
possui capacidade de atuar em equipes de porte médio na Europa. Na seleção do
Sudeste da Ásia, a jogadora costuma atuar pelo lado direito do campo, ainda que
o seu habitat principal seja o de um posto mais central e próximo ao gol.
De qualquer forma, seu bom
posicionamento dentro da área e a inteligência para ocupar espaços em meio a
defensoras adversárias certamente ajudarão o Vietnã durante a Copa do Mundo.
Pensar em classificação e vitória é demais em um Grupo E tão complicado, mas um
golzinho já seria algo marcante para o país asiático. E gol é com ela, a maior
artilheira da história das Guerreiras da
Estrela Dourada.
Países Baixos
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Foto: UEFA (Getty Images) |
A atual vice-campeã chega ao mundial em um cenário bastante diferente daquele de quatro anos atrás. No caso, a equipe de Andries Jonker apresenta muito mais dúvidas do que certezas. A maior baixa é a ausência de Vivianne Miedema, uma das melhores atacantes do futebol mundial e que vem sofrendo constantemente com lesões. A mais séria viria no último mês de 2022, mas outras questões médicas vinham afetando seu rendimento pelo menos desde a última Eurocopa.
Outro ponto importante e que vem
afetando a preparação neerlandesa é a falta de constância de Lieke Martens, vítima
de problemas clínicos e técnicos durante todo o ciclo. Mesmo assim, a jogadora
do Paris Saint-Germain é a única remanescente do ataque que foi tão bem em
2019. Isso porque o atual técnico optou pela não convocação de Shanice Van de
Sanden, de volta ao time do Liverpool ainda que longe dos melhores momentos da
carreira.
Porém, mesmo com tantos problemas,
o time comandado por Andries Jonker acompanha os Estados Unidos no favoritismo
para chegar à segunda fase. O trunfo parece ser a facilidade da seleção em
trocar de formações e esquemas táticos sem perder a força. Desde que a comissão
técnica iniciou o trabalho à frente das Leoas
Laranja, ocorreram muitos posicionamentos e testes que até geraram
questionamentos, mas serviram para que o conjunto europeu tivesse um maior
leque de possibilidades para o decorrer da Copa.
Jonker é o segundo nome a comandar
a seleção desde a saída de Sarina Wiegman para a Inglaterra em 2020. Com o
contestado Mark Parsons, que durou pouco mais de um ano no cargo, poucas coisas
positivas são relembradas. Espera-se que o novo técnico consiga reajustar a
equipe a tempo de ser competitiva. Repetir o vice-campeonato parece improvável,
mas Países Baixos têm qualidade suficiente para realizar mais uma boa campanha
em mundiais.
Ranking da FIFA: 9º Lugar.
Participações Anteriores em Copas do Mundo: 2/8 (2015 e 2019).
Melhor Campanha: 2º Lugar (2019).
Técnico: Andries Jonker (desde Agosto de 2022).
Convocação
Goleiras: 1-Daphne van Domselaar (23 anos – 06/03/2000; FC Twente), 16-Lize Kop (25 anos – 17/03/1998; AFC Ajax), 23-Jacintha Weimar (25 anos – 11/06/1998; Feyenoord);
Laterais: 2-Lynn Wilms (22 anos – 03/10/2000; VfL Wolfsburg-ALE), 18-Kerstin Casparij (22 anos
– 19/08/2000; Manchester City-ING);
Zagueiras: 3-Stefanie van der Gragt (30 anos – 16/08/1992; Internazionale-ITA), 4-Aniek Nouwen (24 anos – 09/03/1999; AC Milan-ITA), 5-Merel van Dongen (30 anos – 11/02/1993; Atlético de Madrid-ESP), 15-Caitlin Dijkstra (24 anos – 30/01/1999; FC Twente), 20-Dominique Janssen (28 anos – 17/01/1995; VfL Wolfsburg-ALE);
Volantes/Meio Campistas: 6-Jill Roord (26 anos – 22/04/1997; VfL Wolfsburg-ALE), 8-Sherida Spitse (33 anos – 29/05/1990; AFC Ajax), 10-Daniëlle van de Donk (31 anos – 05/08/1991; Lyon-FRA), 12-Jill Baijings (22 anos – 23/02/2001; Bayern de Munique-ALE), 14-Jackie Groenen (28 anos – 17/12/1994; Paris Saint-Germain-FRA), 17-Victoria Pelova (24 anos – 03/06/1999; Arsenal FC-ING), 19-Wieke Kaptein (17 anos – 29/08/2005; FC Twente), 21-Damaris Egurrola (23 anos – 26/08/1999; Lyon-FRA).
Pontas: 7-Lineth Beerensteyn (26 anos – 11/10/1996; Juventus FC-ITA), 11-Lieke Martens (30
anos – 16/12/1992; Paris Saint-Germain-FRA), 22-Esmee Brugts (19 anos –
28/07/2003; PSV Eindhoven);
Atacantes: 9-Katja Snoeijs (26 anos – 31/08/1996; Everton FC-ING), 13-Renate Jansen (32 anos – 07/12/1990; FC Twente).
Lista
de Suplentes: Barbara Lorsheyd (GOL | 32 anos – 26/03/2001; ADO Den
Haag), Shanice van de Sanden (PD/AT | 30 anos – 02/10/1992; Liverpool FC-ING).
Ausências Notáveis: Vivianne Miedema (AT – Arsenal-ING; lesão no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo sofrida em Dezembro de 2022), Kika Van Es (LE – PSV Eindhoven; anunciou aposentadoria em Junho de 2023), Lisa Doorn (ZAG – AFC Ajax; opção técnica), Inessa Kaagman (MC/MA – PSV Eindhoven; opção técnica), Marisa Olislagers (PE/AE – FC Twente; opção técnica), Alieke Tuin (ME/AE – Fortuna Sittard; opção técnica), Romée Leuchter (AT – AFC Ajax; opção técnica), Fenna Kalma (AT – FC Twente; opção técnica), Tiny Hoekstra (AT – AFC Ajax; opção técnica).
Time-Base:
Daphne van Domselaar; Kerstin Casparij, Sherida Spitse ©, Stefanie van der Gragt, Dominique Janssen, Esmee Brugts; Damaris Egurrola, Jackie Groenen, Daniëlle van de Donk; Lineth Beerensteyn, Lieke Martens.
Nos últimos anos, nos acostumamos a ver a seleção especialmente em um 4-3-3. Foi dessa forma que Países Baixos conseguiram o título continental em 2018 e chegaram à decisão da Copa do Mundo no ano seguinte, quando sofreram derrota para os Estados Unidos. Porém, a saída da competente Sarina Wiegman deu início a uma sequência de acontecimentos que comprometeram o andamento do ciclo.
Mark Parsons foi bastante criticado
por algumas escolhas durante a Eurocopa e seria demitido pouco tempo após o
final do torneio. Os principais pontos de contestação durante o seu período à
frente das Leoas Laranja foram o fato
de realizar substituições questionáveis e também não dar chances a certas
atletas jovens que vinham pedindo passagem pelo desempenho apresentado em seus
clubes.
A nova comissão técnica busca
retomar pontos fortes da equipe e vê com bons olhos uma mudança no esquema
tático para que os ajustes sejam ainda mais eficazes e façam com que Países
Baixos deixem para trás esse período decepcionante que viveu nos últimos tempos.
Desta forma, o 4-3-3 dividiu espaço com os esquemas 5-3-2 e 4-2-3-1 desde o
final de 2022. Ambos são interessantes alternativas pelo que o plantel
neerlandês oferece a Andries Jonker.
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A polivalente Kerstin Casparij pode atuar em qualquer um dos lados e parece ser a opção prioritária para o setor direito caso a comissão técnica improvise uma ponta na ala-esquerda. Foto: Pro Shots |
Na meta, Daphne van Domselaar dificilmente perderá o posto de titular após a fenomenal Eurocopa que fez. Suas ótimas aparições durante toda a competição continental evitaram que o problemático setor defensivo de Países Baixos sofresse ainda mais. Tanto que até mesmo na aparentemente tranquila vitória de 4x1 contra a Suíça ela foi fundamental para o resultado final ao fazer boas defesas quando o confronto ainda estava em aberto.
O FC Twente conseguiu segurá-la até
a metade deste ano, mas no mês passado a goleira de 23 anos deixou o clube para
acertar com o inglês Aston Villa. E vale dizer que a atleta continuou em alto
nível após o torneio continental de seleções e foi essencial para o clube neerlandês na conquista do
seu terceiro título nacional consecutivo.
Um detalhe importante e que deve
ser mencionado é que Daphne van Domselaar teve a difícil tarefa de substituir a
histórica Sari van Veenendaal com a competição continental em andamento. E ela
deu conta do recado. Só para termos uma ideia: Van Veenendaal foi titular da
seleção nacional em Copa do Mundo, Eurocopas e Jogos Olímpicos até se aposentar
em Julho de 2022 ainda com 32 anos de idade.
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Esmee Brugts é uma das sensações do conjunto neerlandês. Ponta em um 4-3-3, ela se torna uma ala extremamente ofensiva quando escalada em um 5-3-2. Foto: Toon Dompeling |
As indefinições começam já na linha defensiva. Jogar com uma linha de quatro nomes faz com que a seleção tenha em mente um meio campo mais equilibrado e que também seja capaz de colaborar no trabalho de marcação e no fechamento de espaços. Caso Jonker opte por um 5-3-2, porém, essa maior proteção atrás faz com que as duas alas estejam mais presentes no campo de ataque. E, pela convocação feita para o mundial, a tendência é que a seleção ao menos inicie o mundial desta maneira.
Independentemente do esquema, quem
desponta como as favoritas para a titularidade nos duelos mais duros são Lynn Wilms e Kerstin
Casparij. Mas, vale ressaltar que essa última encontra bastante facilidade caso
precise atuar também no lado direito. Casparij tem uma vocação mais ofensiva e
começou seu início de trajetória no Manchester City de maneira bastante
promissora, chamando a atenção pelas assistências e também pela qualidade ao
efetuar cruzamentos.
Ela, independentemente do lado que
atue, é quem mais avança desta dupla. Nesse setor esquerdo que é mais afeito ao
apoio e conta com um maior número de alternativas, a comissão técnica escolheu Esmee
Brugts, do PSV. A ausência mais sentida foi a de Marisa Olislagers, campeã
nacional com o Twente e que ficou fora até mesmo da convocação prévia à
oficial. Outra opção para essa função no corredor canhoto foi Alieke Tuin, mais
uma atleta que não fará parte do grupo que viaja à Oceania.
Brugts e Olislagers são duas jovens de bastante potencial (19 e 22 anos respectivamente) e que já atuaram até mesmo em uma zona mais avançada do campo em seus clubes. A bola de segurança seria a experiente Kika Van Es, polivalente defensora de 31 anos e parte importante das neerlandesas no ciclo passado. Entretanto, ela ficaria de fora da convocação em anúncio feito ainda na reta final de Junho e anunciaria sua saída do futebol internacional após o corte.
No centro da defesa, Stefanie van
der Gragt, Aniek Nouwen, Merel van Dongen e Dominique Janssen são nomes
remanescentes do último ciclo e que possuem grande experiência em confrontos “pesados”.
Caso se opte por uma escalação onde somente duas zagueiras estejam em campo,
dificilmente a escolha será por alguém de fora desse quarteto. Isso mesmo com
as neerlandesas tendo Caitlin Dijkstra à disposição como boa novidade no ciclo.
Sua presença, a princípio, ocorreria em um confronto teoricamente menos
complicado.
A grande alteração posta em prática
pela atual comissão técnica foi a presença de uma meio campista de origem capaz
de ocupar um posicionamento na zaga quando a equipe atuou em um 5-3-2. Dessa
forma, a ideia era ter uma jogadora de grande qualidade para passes curtos e
longos já na saída de bola. Ainda que Países Baixos sejam capazes de atuar
muito bem em combinações rápidas de contra-ataque, é sabido que ter uma posse
de bola consciente pode evitar apuros diante de uma natural adaptação das
atletas ao novo esquema.
Essa iniciativa de Jonker é muito semelhante ao que foi feito pela seleção masculina de Países Baixos em anos recentes, quando Louis van Gaal chegou a utilizar Matthijs de Ligt como um zagueiro que se desprendia da linha de defesa quando a equipe tinha a posse de bola e se tornava mais um meio campista. O detalhe é que no conjunto feminino essa atleta tem uma maior liberdade de movimentação, já que não necessariamente fica restrita a fazer a saída à frente por um dos lados ou no centro. Isso ajuda a desencaixar uma marcação individual.
Especialmente Sherida Spitse e
Damaris Egurrola foram utilizadas dessa forma. A primeira foi essencial para o
grande ciclo passado das neerlandesas pelo que contribuiu principalmente nos
momentos em que tinha a bola nos pés. Além do bom porte físico e a inteligência
para buscar sempre o melhor posicionamento em campo, seu talento para
lançamentos em profundidade ajuda na adaptação a esse papel de maior
participação no jogo desde a linha de zagueiras.
Até porque Spitse já tem 33 anos,
então é natural que a questão física não seja a mesma de quatro anos atrás e um
maior desgaste surja quando escalada no centro do campo. Porém, vale dizer que esse
foi somente um dos testes realizados por Andries Jonker desde que foi
contratado para comandas as Leoas Laranja.
Em outros cenários, Sherida Spitse chegou a atuar como meio campo e até como
lateral pelo lado direito. Preferencialmente guardando posição, e permitindo o
avanço constante de quem aparece pelo lado inverso.
Alguns ganhos evidentes desse 5-3-2: Países Baixos variam sua forma de iniciar as transições ao ataque; ganham em qualidade técnica já nas proximidades da própria meta; e ainda liberam suas ofensivas alas ao frequente apoio. Como dito anteriormente, Egurrola também foi recuada e testada no trio central. Porém, ela é uma meio campista que costuma se desprender mais ao ataque. Assim, é muito mais provável que a atleta do Lyon apareça realmente em funções centrais e não em um posto defensivo.
Todos esses ajustes da comissão
técnica foram montados para que o meio campo ficasse livre de tantas
incumbências defensivas e focasse principalmente em pensar o jogo no momento de
ataque. E, diga-se, a equipe europeia está muito bem servida nesse setor. Além
das já citadas Damaris Egurrola e Sherida Spitse, Jill Roord, Jackie Groenen e
Daniëlle van de Donk surgem como talentos inquestionáveis e já trazem na
bagagem uma grande experiência em torneios internacionais.
Durante o período Sarina Wiegman, o
funcionamento do meio campo era parte essencial para o sucesso da equipe, e
todas essas atletas contribuíram de alguma forma para o sucesso de Países
Baixos a nível continental e mundial. Esse grupo todo possui uma qualidade técnica
alta, mas não se mostra afeito ao combate a partir do momento em que acontece um
desarme. Muito menos lhe interessa uma corrida desesperada na direção do
próprio gol na tentativa de frear um contra-ataque adversário.
Por conta disso, a nova comissão técnica optou por uma linha defensiva mais preenchida. Na última Eurocopa, ficou evidente como o centro do campo parecia desorganizado, mal posicionado e não aproveitava a qualidade das atletas para que o jogo fluísse a seu favor. Ao invés de manter a posse de bola e ter a iniciativa de jogo, a equipe com muita frequência errava passes até certo ponto arriscados demais e, por consequência, se via exposta por já estar posicionada para receber a bola no campo do adversário.
Outro nome para o setor central do
campo é Victoria Pelova. Ela é a principal esperança para adicionar talento e
juventude ao setor de criatividade neerlandês. Muito se espera dela desde que a
atleta de 24 anos passou a frequentar as seleções nacionais de base, e este
ciclo foi responsável por dar uma maior sequência de oportunidades à Pelova.
Recém-chegada ao poderoso Arsenal,
ela já mostrou no clube a grande qualidade que dispõe para organizar o meio
campo, cumprindo o papel de conduzir a equipe ao ataque através de bons passes
e também aparecendo perto da área rival para finalizar eventuais movimentações.
Pelova já foi utilizada como ponta-direita em testes passados no futebol de
clubes e também na seleção, mas por vezes centralizando seu posicionamento e
variando o 4-3-3 para o 4-3-1-2.
Uma alternativa interessante durante o ciclo para esse posto de organização em uma região mais central é Jill Baijings, com números interessantes de gols e assistências no Bayer Leverkusen na última temporada e recentemente negociada com o Bayern de Munique. Ela e a jovem Wieke Kaptein (de somente 17 anos) são outras peças de renovação para os próximos anos. Essa última teve momentos atuando como volante, mas costuma ser uma atleta com maior liberdade para se desprender e auxiliar o ataque.
Como é possível notar, são muitas
as possibilidades de jogo para Países Baixos durante a Copa do Mundo. Pelo
potencial de polivalência apresentado por grande parte do elenco, a equipe tem
todas as condições de variar o seu esquema em campo sem necessariamente
precisar de um alto número de trocas. O grande problema pode ser a compreensão
de algumas ideias, já que o tempo com a nova comissão técnica foi relativamente
curto e determinadas mudanças são profundas.
Se tivermos como base o 5-3-2, o
setor ofensivo também passa a ser beneficiado nesta nova formação. Claro que
perder uma craque como Vivianne Miedema afeta bastante o poderio neerlandês em
matéria de gols marcados e também jogo gerado, mas deixar Lieke Martens e
Lineth Beerensteyn livres para circular e trocar funções torna o ataque um
ponto interessante. Ambas adicionam movimentação e qualidade técnica, e se
forem bem abastecidas pelo meio campo podem fazer estragos (especialmente
contra uma defesa mais lenta).
Além disso, esse estilo de reforçar o centro do campo e apostar em contra-ataques pode ser uma boa visando o duelo direto contra os Estados Unidos. Por mais que as estadunidenses não sejam tão afeitas a um jogo de maior condução de bola e também se sintam confortáveis ao acionar suas pontas para explorar os espaços deixados pelas defensoras rivais, é fato que as atuais campeãs do mundo vêm encontrando sérios problemas para fechar espaços e proteger sua própria meta após a lesão sofrida pela volante Julie Ertz.
Uma alternativa diferente a esse
estilo móvel adotado recentemente por Andries Jonker é Jill Roord. Sempre uma
reserva com bons minutos (seja no meio campo ou no setor de frente), ela é a
mais experiente opção de Países Baixos para um jogo físico e baseado em bolas cruzadas
à área. Foi assim que a atleta do Wolfsburg decidiu o duro jogo contra a Nova
Zelândia em 2019. A própria convocação, sem nomes considerados de peso para
esse papel central no ataque, dá a entender que Roord pode ser frequentemente utilizada nessa
região do gramado.
Por falar em centroavantes, as Leoas Laranja contam com boas opções
durante o ciclo. As maiores finalizadoras do país com essas características
voltadas ao embate físico foram Fenna Kalma e Renate Jansen. Especialmente a
primeira conseguiu números assombrosos em seu período no FC Twente. Esses
acabariam lhe rendendo uma transferência ao Wolfsburg vice-campeão europeu a
partir da próxima temporada. Entretanto, a decisão mais controversa da comissão
técnica foi a de não leva-la ao mundial.
Para termos uma ideia: Kalma marcou 45 gols em 30 jogos durante a temporada 2022/2023. Isso após um 2021/2022 onde já havia balançado as redes por 47 vezes em 33 partidas. Essa média absurda a colocaria como uma forte postulante a um espaço na equipe titular, especialmente no 4-3-3. Entretanto, sua ausência dá a entender que a formação só será usada de maneira emergencial na Copa. A jogadora convocada com essas características de atleta de referência na área foi Katja Snoeijs, de números menos chamativos no Everton.
Quem também buscou seu espaço no
ataque foi a promissora Romée Leuchter, de 22 anos e que vem de temporadas muito
produtivas no Ajax. Seus 53 gols em dois anos obviamente chamam a atenção e a
tornam um sonho de consumo para diferentes equipes do futebol europeu. Porém, e
de forma surpreendente, esses números não foram suficientes para convencer
Jonker de sua convocação. Dessa forma, a jogadora é mais uma ausência notável na
lista de 23 nomes neerlandeses a disputar a Copa do Mundo.
Mesmo assim, nota-se que o fato de
não contar com a lesionada Vivianne Miedema não tira a capacidade de Países
Baixos de incomodar qualquer linha defensiva do mundo. Com características
diferentes e com um time remodelado, pensando primeiro em dar maior sustentação
defensiva do que propriamente manter o estilo ofensivo do ciclo anterior. Por
falar em peça importante do time de quatro anos atrás: a dribladora Shanice Van de Sanden também
não faz parte do grupo que viajou para a Oceania na lista original, ainda que
seja suplente.
Destaque – Daphne van Domselaar
A jovem goleira do Twente foi o
principal nome de Países Baixos na decepcionante campanha de Eurocopa do ano
passado. Por mais que tenha sofrido com problemas de lesão e ausências por
COVID, as Leoas Laranja pareciam
depender muito de suas individualidades para conseguir algo dentro dos jogos.
Em geral, a equipe então comandada por Mark Parsons teve raríssimos momentos
dignos de elogios enquanto conjunto.
E é lógico que tamanha
desorganização fez com que o setor defensivo acabasse ficando sobrecarregado em
todos os confrontos. Foi neste momento que apareceu Daphne van Domselaar. A
goleira começou a competição no banco de reservas, entrou de forma emergencial
já na difícil partida de estreia contra a Suécia e tomou conta da posição com
defesas incríveis e uma tranquilidade notável quando estava debaixo das traves.
O andar da competição manteve a
goleira como o principal nome de Países Baixos e a Copa do Mundo tem tudo para
afirmar van Domselaar como um nome indiscutível na equipe neerlandesa. Em meio
a testes, trocas frequentes de esquemas e variações táticas, ela é uma das
poucas certezas que comissão técnica e torcida têm para o mundial que vem aí.
Portugal
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Foto: Federação Portuguesa de Futebol |
Portugal enfim disputará a sua primeira Copa do Mundo. A equipe lusa vinha de participações consecutivas em Eurocopas e demonstrava notória evolução dentro da local Algarve Cup, mas faltava dar esse salto a uma grande competição mundial para consolidar sua melhora. E o time comandando por Francisco Neto chegou ao ápice de sua história no futebol feminino graças ao resultado de 2x1 diante de Camarões em repescagem intercontinental realizada nos primeiros meses de 2023.
O maior problema para as Lusas ocorreu
na realização do sorteio para a Copa, responsável por colocar a Seleção das Quinas em um Grupo E que
conta simplesmente com os finalistas da edição anterior: Estados Unidos e
Países Baixos. Além desses duros rivais, Portugal encara o também estreante
Vietnã nesta primeira fase da competição. Esse é um duelo válido pela segunda
rodada e tem tudo para ser o mais acessível para as europeias nesta fase
inicial.
Contudo, se quiser algo mais do que
simplesmente participar da Copa do Mundo, as europeias precisarão beliscar
pontos diante da dupla favorita à classificação. Dessa forma, o confronto de
estreia contra Países Baixos já possui um ar de decisão. E o que faz as
portuguesas acreditarem num bom resultado diante das neerlandesas é o bom
enfrentamento realizado na Eurocopa do ano passado, quando Portugal fez um jogo
parelho e perdeu apenas por 3x2.
A defesa, aliás, é um ponto a ser
mais bem trabalhado pela comissão técnica para a Copa. Por mais que todas as
atletas da função tenham qualidade e experiência de sobra em competições de boa
exigência, o conjunto defensivo das portuguesas como um todo deixa a desejar em
confrontos diante de equipes de maior nível. O outro lado da balança é que o ataque
luso já mostrou em diferentes momentos ser capaz de incomodar as seleções favoritas.
Nesse ponto, Portugal dará trabalho.
Ranking da FIFA: 21º Lugar.
Participações Anteriores em Copas do Mundo: Não Possui.
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O técnico Francisco Neto guiará Portugal ao seu primeiro mundial na categoria. A ideia agora é continuar fazendo história e desbancar uma das duas seleções finalistas da última Copa. Foto: Imago |
Técnico: Francisco Neto (desde Fevereiro de 2014).
Convocação
Goleiras: 1-Inês Pereira (24 anos – 26/05/1999; Servette FC-SUI), 12-Patrícia Morais (31 anos
– 17/06/1992; SC Braga), 22-Rute Costa (29 anos – 01/06/1994; SL Benfica);
Laterais: 2-Catarina Amado (23 anos – 21/07/1999; SL Benfica), 3-Lúcia Alves (25 anos – 22/10/1997; SL Benfica), 5-Joana Marchão (26 anos – 24/10/1996; Parma-ITA);
Zagueiras: 4-Sílvia Rebelo (34 anos – 20/05/1989; SL Benfica), 15-Carole Costa (33 anos – 03/05/1990; SL Benfica), 17-Ana Seiça (22 anos – 25/03/2001; SL Benfica), 19-Diana Gomes (24 anos – 26/07/1998; Sevilla FC-ESP);
Volantes/Meio Campistas: 6-Andreia Jacinto (21 anos – 08/06/2002; Real Sociedad-ESP), 11-Tatiana Pinto (29 anos – 28/03/1994; Levante UD-ESP), 13-Fátima Pinto (27 anos – 16/01/1996; Deportivo Alavés-ESP), 14-Dolores Silva (31 anos – 07/08/1991; SC Braga);
Armadoras: 7-Ana Rute (25 anos – 29/01/1998; SC Braga), 8-Andreia Norton (26 anos; 15/08/1996;
SL Benfica), 20-Francisca Nazareth (20 anos – 17/11/2002; SL Benfica);
Atacantes: 9-Ana Borges (33 anos – 15/06/1990; Sporting CP), 10-Jéssica Silva (28 anos – 11/12/1994; SL Benfica), 16-Diana Silva (28 anos – 04/06/1995; Sporting CF), 18-Carolina Mendes (35 anos – 27/11/1987; SC Braga), 21-Ana Capeta (25 anos – 22/12/1997; Sporting CP), 23-Telma Encarnação (21 anos – 11/10/2001; CS Marítimo).
Lista de Suplentes: Não Divulgada.
Ausências Notáveis: Alícia Correia (LE – Sporting CF; opção técnica), Suzane Pires (MC/MA – Ferroviária-BRA; opção técnica), Vanessa Marques (MC – SC Braga; opção técnica), Andreia Faria (MC/VOL – SL Benfica; opção técnica), Kelsey Araújo (AT – Le Havre AC-FRA; opção técnica).
Time-Base
Inês Pereira; Catarina Amado, Diana Gomes, Carole Costa, Joana Marchão;
Andreia Jacinto, Dolores Silva ©, Tatiana Pinto; Ana Borges, Diana Silva,
Jéssica Silva.
Até por conta do trabalho conduzido por Francisco Neto durar quase dez anos, as atletas que fazem parte do elenco já estão acostumadas ao seu modo de montar o esquema de jogo. E ele muito dificilmente abandona o 4-3-3 ou o 4-3-1-2, com a grande diferença de um para o outro sendo a característica principal da atleta mais centralizada do setor ofensivo. Para específicos confrontos, o conjunto português utiliza uma atacante de referência ou uma atleta inteligente e móvel que seja capaz de ocupar e criar espaços dentro ou próximo à área rival.
Em outros, a ideia de Neto é
colocar uma armadora nata e que combine ainda mais com o estilo técnico do
setor de meio campo. O nascedouro de uma jovem de raro talento no país serviu
para facilitar essa alternância, como veremos adiante. No mais, Portugal já está
habituado a ir a campo com meio campistas de boa qualidade com a bola nos pés e
que se mostram capazes de trocar suas funções com facilidade.
Outra virtude do estilo luso é
utilizar os lados do campo para o ataque. Dessa forma, as laterais são presença
constante na zona ofensiva e com frequência aparecem mais próximas às atacantes
e também meio campistas para tabelas. Além disso, elas servem também para
desencaixar uma possível marcação individual e abrir espaços na linha de defesa.
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Com passagem por grandes clubes do futebol europeu, faltava apenas uma Copa do Mundo no currículo da polivalente Ana Borges. Faltava. Foto: Mais Futebol |
Comecemos a nomear essas jogadoras que fazem os torcedores portugueses sonharem. Para a lateral-direita, a briga pelo posto de titularidade envolve principalmente Ana Borges e Catarina Amado. Porém, existe a possibilidade de ambas jogarem juntas pela faixa direita do gramado, como foi possível observar em alguns momentos do ciclo.
A primeira tem 33 anos de idade e é uma das maiores referências do futebol feminino português em toda a história, tendo atuado em mais de 150 jogos com a camisa da Seleção das Quinas. Enquanto isso, Catarina Amado é mais jovem e dá uma maior presença física para o setor defensivo em lances aéreos. Ela tem tudo para ter uma carreira bastante longa dentro do conjunto luso e é tida como a sucessora natural de Borges, ainda que se caracterize por ser uma lateral bem mais equilibrada do que a companheira. E é justamente por conta desse estilo de jogo distinto que elas podem ser usadas simultaneamente.
Por ter como principais
características de seu jogo a velocidade e o drible, ver a experiente jogadora
do Sporting atuando numa linha mais avançada é algo comum. Isso ajuda a não
sobrecarrega-la em tarefas defensivas de exigência alta e serve especialmente
para duelos onde Portugal pensará primeiro em marcar bem o rival.
Na esquerda, a principal opção é Joana Marchão. Trata-se de outra atleta do elenco luso que iniciou a carreira atuando em uma função mais ofensiva e acabou sendo recuada para que pudesse ter maiores oportunidades no grupo. Nos tempos de Sporting, Marchão era escalada como se fosse uma meia-esquerda e tinha como principal característica pegar muito bem na bola.
Ainda que tenha sido recuada, essa
facilidade para efetuar cruzamentos e arriscar chutes de média distância não
desapareceu. Dessa forma, a atual atleta do Parma-ITA é essencial para os bons
momentos ofensivos de Portugal pelo setor esquerdo do campo. Nos Leões de Lisboa, inclusive, era comum
vê-la cobrando faltas e levando perigo também quando optava por fazer
lançamentos à área sem necessariamente estar nas proximidades da linha de fundo.
A opção imediata é Lúcia Alves, que
também começou a carreira atuando no ataque e aos poucos foi ganhando espaço na
seleção como alternativa à Marchão. O detalhe é que ela pode atuar em qualquer
um dos lados, se caracterizando pela alta velocidade e o ímpeto ofensivo quando
está perto da linha lateral do campo.
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Ter Diana Gomes em boa forma é fundamental para que o setor defensivo de Portugal consiga fazer frente aos dois amplos favoritos da chave. Foto: Federação Portuguesa de Futebol (FPF) |
Vale a pena lembrar que a comissão técnica não utiliza necessariamente meias-laterais em seu esquema, o que deixa Francisco Neto mais à vontade para optar por atletas de velocidade atuando já na linha de defesa. Quem apresentava um maior equilíbrio entre os campos ofensivo e defensivo no lado esquerdo era Alícia Correia, defensora do Sporting e ausência na lista final.
O centro da defesa parece
consolidado com Diana Gomes e Carole Costa. A dupla foi a titular durante toda
a Eurocopa e teve certos momentos de destaque apesar do alto número de gols
sofridos nos três jogos disputados pelo conjunto português. Diana é um dos
nomes de maior destaque da equipe pelo que apresentou recentemente no Braga e
em sua temporada inicial no Sevilla, ainda que uma lesão tenha interrompido sua
boa sequência no futebol espanhol.
Vale destacar ainda a importância
das duas no aspecto ofensivo. Isso porque foram Diana e Carole as responsáveis
pelos gols lusos no 2x1 contra Camarões, em partida que decretou a
classificação das europeias à Copa do Mundo. As duas opções imediatas no banco
de reservas são a experiente Sílvia Rebelo (de 34 anos) e Ana Seiça (de 22
anos), companheiras de Carole Costa no Benfica.
A última estreou na equipe principal já em 2023 e conseguiu uma das raras vagas ainda em aberto na lista final de Francisco Neto. Para a meta, Inês Pereira é o nome que transmite maior segurança. Mesmo com alguns erros ao deixar o gol, dificilmente ela perderá a posição para a Copa do Mundo. Ainda assim, vale destacar que Patrícia Morais é uma sombra interessante no banco de reservas, tendo inclusive iniciado a decisão diante de Camarões.
O meio campo português é um dos
trunfos da equipe. O tripé central é garantido, e o esquema adotado pela
comissão técnica eventualmente adiciona uma quarta jogadora ao setor. Essa, de
qualidade técnica para organizar melhor as ações de ataque e aparecendo no
entorno da área rival a partir de uma zona mais central. Dessa forma, Portugal
deixa de lado o 4-3-3 que utiliza um veloz e móvel trio de frente e adota o
4-3-1-2.
E ninguém no elenco parece ser mais
capaz de realizar essa tarefa de armação do que a jovem Francisca Nazareth. A
maior joia do futebol local vem de temporadas fantásticas pelo Benfica e,
apesar de ainda não ser titular absoluta do conjunto luso, é uma excelente
opção para o andamento das partidas. É questão de tempo para que ela acabe
assumindo um posto de maior importância na Seleção
das Quinas.
Vale dizer também que “Kika” se sente muito bem quando tem essa maior liberdade de rodar em diferentes zonas do campo, o que possibilita aparições mais próximas ao tripé de volantes e também ao ataque. Assim, e até pela boa estatura que possui, vê-la como opção na área para cruzamentos gerados pelos lados do campo também acaba se tornando algo interessante a ser explorado. Isso caracteriza o retorno luso ao 4-3-3, ainda que gerado de uma forma diferente.
Quando a opção é por um 4-3-1-2 sem
Kika Nazareth, a jogadora mais utilizada para esse posto de ligação ao ataque é
Andreia Norton. Ela que viveu excelentes momentos com a camiseta do Braga em
temporadas recentes e também se sente muito confortável quando tem o controle
da bola. Norton, porém, tem um estilo diferente em comparação à talentosa
atleta do Benfica. Sua principal virtude é a mobilidade, o que a torna uma meio
campista a mais e facilita tabelas curtas com a volante mais próxima.
De quebra, a utilização de Andreia
Norton à frente do trio contribui para a movimentação total das peças do centro
do campo, o que facilita uma troca de posições constante com o andamento da
partida. No caso, a jogadora pode sem maiores problemas aparecer como uma meio
campista pelo lado direito ou esquerdo e permitir que a parceira que atua ali
apareça como elemento-surpresa em uma eventual movimentação.
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Dolores Silva é a volante do time, mas também tem qualidade técnica para auxiliar na construção ofensiva quando preciso. Foto: CNN Portugal. |
Algo distinto do que ocorre quando Nazareth está em campo, já que ela sempre vai ser a alternativa principal para essa aproximação ao ataque a partir de uma zona central. Ana Rute foi chamada para a seleção graças a ótimos momentos recentes em Braga e Condeixa e se assemelha mais a esse estilo de Kika. Inclusive pela estatura, o que tende a aumentar suas aparições na área.
Outra opção à armação é Tatiana
Pinto. A meio campista do Levante normalmente atua mais recuada e tem como
principal virtude a facilidade em encontrar passes e coordenar a saída de bola
desde o seu setor defensivo, ainda que já tenha mostrado capacidade de fazer a
diferença também quando escalada com uma maior liberdade no campo de ataque. A
tendência, porém, e que a vejamos como uma meio campista que se aproxima
bastante da volante Dolores Silva.
A capitã portuguesa é a principal encarregada
da marcação, algo que difere da forma como ela quase sempre é escalada no Braga.
Quem parece estar em vantagem pela última vaga no tripé de meio campo é Andreia
Jacinto, ausência na última Eurocopa por conta de uma lesão e que retomou o
posto de titularidade na equipe nacional desde a data FIFA de Fevereiro. A
opção no banco de reservas é Fátima Pinto, que venceu a batalha contra Suzane
Pires, Vanessa Marques e Andreia Faria nesse concorrido setor central.
Fátima Pinto e Andreia Jacinto elas
se destacam quando escaladas como meio campistas, ainda que não fosse realmente
uma surpresa se uma delas aparecesse como reposição imediata à volante Dolores
Silva e ocupasse um papel mais retraído. Especialmente Fátima, de bons momentos
vividos no Sporting e que atualmente defende o Deportivo Alavés. Independentemente
das escolhas, Portugal se caracteriza por ser um time de bom controle de bola em
seu meio campo.
Agora, o ponto de desequilíbrio
português parece estar mesmo em seu ataque. Especialmente se pensarmos que a
equipe de Francisco Neto terá em contra-ataques a sua principal maneira de
causar problemas aos favoritos conjuntos de Estados Unidos e Países Baixos
dentro deste Grupo E. Caso a opção da comissão técnica seja por contar com uma
meio campista a mais, a interessante dupla formada por Jéssica Silva e Diana
Silva ganha uma maior liberdade para se movimentar e buscar espaços gerados
pelos adversários.
E é importante mencionar que eles
devem aparecer bastante. Isso porque as estadunidenses não demonstram uma
solidez como as de ciclos passados e costumam deixar generosos espaços entre as
linhas de meio campo e de defesa. Além disso, a necessidade de tomar a
iniciativa do confronto pode fazer com que desajustes ocorram e cresçam em número
com o passar do tempo. Diante de Países Baixos, o cenário é semelhante.
E aqui, há de se ressaltar que a equipe neerlandesa foi afetada por duas trocas no comando técnico desde o último mundial e ainda procura corrigir arestas defensivas. É lógico que a possibilidade de Portugal pontuar nesses dois confrontos está muito mais ligada ao que a equipe vai apresentar em sua linha de defesa, mas entender as fraquezas dos rivais é importante para que se busque uma opção que não seja somente defender-se por 90 minutos.
Se a escolha de Francisco Neto for
pelo 4-3-3, Ana Borges desponta como a companheira de Jéssica Silva e Diana
Silva nesse trio de frente. E ela atuaria pelo lado direito, setor onde faz a
função de lateral em alguns momentos. Isso aumentaria o poderio de frente, e
mais ainda se considerarmos que uma das laterais se destaca especialmente pelo
que é capaz de acrescentar no campo ofensivo.
E vale dizer: além da velocidade, Jéssica
Silva e Diana Silva são inteligentes para gerar e encontrar espaços pelos lados
do campo e também às costas das zagueiras rivais. Ademais, com boa frequência
elas trocam de posicionamento em um movimento que busca confundir a marcação e
abrir espaços para quem se desprende do meio campo.
Jéssica ainda tem a habilidade como ponto de desequilíbrio. Contra defensoras lentas e diante de equipes que não apresentam uma cobertura eficaz e atenta, trata-se de algo que pode pesar a favor de Portugal. A alternativa que apresenta maiores pontos em comum com esse móvel e habilidoso setor de frente português é Ana Capeta, de grandes momentos vividos no Sporting e que atua especialmente pelo lado esquerdo.
Telma Encarnação (de 21 anos) vem
de ótimas temporadas no Marítimo e é outro nome de destaque no ataque
português. Já Carolina Mendes ocupa um papel menos móvel, se destacando pelo
posicionamento nas proximidades do gol adversário. Caso que se assemelha ao de
Kelsey Araújo, atualmente no futebol francês e que foi ausência na lista final.
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Graças às atuações recentes no Levante, Tatiana Pinto vem sendo cobiçada por grandes equipes do futebol europeu. Foto: Bruno de Carvalho (SOPA Images) |
Destaque – Tatiana Pinto
Com exatas 100 aparições pela
seleção lusa desde a estreia, a meio campista do Levante é de suma importância
para o funcionamento do jogo português. Isso pelo fato de a jogadora de 29 anos
se destacar em praticamente todos os aspectos técnicos e mostrar grande capacidade
de desequilíbrio em qualquer setor do campo. Não raramente ela busca uma maior aproximação
às zagueiras na tentativa de auxiliar a saída de bola para poucos instantes
depois aparecer nas redondezas da área rival.
E é justamente essa movimentação intensa que faz
com que o centro do campo português seja um dos pontos mais fortes da equipe.
Outra característica que vem chamando a atenção em Tatiana Pinto é a sua
recente competência em balançar as redes. Pelo clube espanhol, a meio campista
marcou 12 gols em 31 jogos na temporada recém-encerrada. Nada mal para quem
havia balançado as redes rivais apenas em 12 oportunidades nas últimas quatro
temporadas somadas.
Trata-se de um momento bastante
especial para Tatiana e que coincide com o maior vivido também pela Seleção das Quinas. Se a jogadora
conseguir manter essa excelente forma durante o mês da Copa do Mundo, Portugal
tem todo o direito de sonhar com a histórica classificação à segunda fase mesmo
estando em um grupo tão complicado.
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