A quarta-feira foi responsável por confirmar as duas primeiras seleções classificadas à fase final da Copa do Mundo. Ambas estão no Grupo C e eram as grandes favoritas ao avanço se considerarmos as análises feitas antes do início da competição. Trata-se de Japão e Espanha, que venceram seus duelos ante Costa Rica e Zâmbia e se enfrentam na última rodada somente para a definição de quem deixa a chave como o líder geral e quem a deixa como vice-líder. O sexto dia de jogos foi completado com um grande confronto em Perth, que viu o atual campeão olímpico Canadá vencendo a Irlanda de virada.
Grupo B (2ª
Rodada) – Canadá 2x1 Irlanda
Foi com muitas dificuldades, mas o Canadá conseguiu
sua primeira vitória nesta edição da Copa do Mundo. A seleção saiu em
desvantagem na etapa inicial e conseguiria o empate em lance isolado após
apresentar muitas dificuldades para superar o sempre organizado setor de
marcação irlandês. Entretanto, a etapa final viria a consolidar a melhora da
seleção e a virada.
Já no comecinho, logo aos quatro minutos, a Irlanda
surpreendeu e largou em vantagem. A capitã Katie McCabe bateu escanteio pelo
lado direito e bateu a goleira Kailen Sheridan com uma cobrança de muito efeito
e que entraria no ângulo. Gol olímpico e o primeiro da história irlandesa em
Copas do Mundo.
A partir daí, a seleção europeia se sentiu
confortável para fazer o que mais lhe apetece. No caso: manter a solidez
defensiva e apostar em movimentos de contra-ataque. Com o detalhe de que, desta
vez, Kyra Carusa conseguiu levar vantagem nos duelos contra as defensoras
rivais. Algo não visto contra a Austrália poucos dias atrás.
Uma eficiente marcação das linhas defensivas e meio
campo ainda impedia que o Canadá tivesse uma posse de bola produtiva. Julia
Grosso e Jessie Fleming foram figuras bastante discretas nessa etapa, o que
afetaria o rendimento da equipe no momento da construção. A ausência das
laterais no apoio também foi algo digno de menção.
Foi somente com Vanessa Gilles que o Canadá de fato ameaçou
na primeira meia-hora do confronto. Na chance mais clara criada pelo conjunto
de Bev Priestman, a zagueira desviou já na pequena área um lançamento de Ashley
Lawrence por cima da meta defendida por Courtney Brosnan. Eram passados 29
minutos naquele momento.
Entretanto, mesmo com tantas dificuldades, as
canadenses sairiam da primeira etapa com o 1x1. Isso já aos 50 minutos, quando Julia
Grosso efetuou cruzamento à área (em um dos raros momentos em que chegou aos
arredores da área irlandesa para isso) e contou com um desvio de Megan Connolly
em direção à própria meta. Gol contra e empate no marcador.
Para o segundo tempo, a comissão técnica alteraria
totalmente a postura canadense com as trocas efetuadas. Especialmente com Christine
Sinclair e Sophie Schmidt, que tornaram o meio campo mais móvel e de maior
controle das ações. Assim, a posse de bola consciente passou a ficar mais tempo
no pé canadense.
Aos 8 minutos, Schmidt encontrou um pelo passe para
Adriana Leon dentro da área rival. A atacante controlou e finalizou com muita
qualidade, vencendo Brosnan. O domínio das favoritas permaneceu por mais tempo,
ainda que a reta final tenha mostrado uma Irlanda que incomodou. Especialmente
através de McCabe, de grandes momentos técnicos pelos lados.
De qualquer forma, o placar seria mesmo o 2x1. Na
última rodada do Grupo B, o Canadá tem uma parada bastante indigesta pela
frente. Nada menos do que a anfitriã Austrália, em partida a acontecer em
Melbourne na próxima segunda-feira (31). A partida inicia às 7h, no mesmo
horário em que a Irlanda duela contra a Nigéria em Brisbane.
Grupo C (2ª
Rodada) – Japão 2x0 Costa Rica
Confirmando sua boa fase, o Japão não teve dificuldades para superar a Costa Rica por 2x0 em Dunedin. As trocas promovidas pela comissão técnica na equipe inicial não fizeram com que a equipe tivesse seu rendimento ofensivo afetado. Muito pelo contrário, já que desde o começo do duelo foi o conjunto asiático quem tomou a iniciativa.
Até os 15 minutos, foram três chegadas com perigo. Em
duas delas, Daniela Solera faria boas defesas e evitaria o pior. O detalhe foi
o bom aproveitamento japonês em lances pelo alto, já que em dois escanteios as
atletas de ataque levariam a melhor contra uma defesa costarriquenha mal
posicionada e com nítidos problemas de organização.
Aos 25, enfim sairia o gol. Após belo passe de Mina
Tanaka para o lado esquerdo, a meio campista Hikaru Naomoto invadiu a área e
bateu cruzado e forte com o pé canhoto. Desta vez, Solera não conseguiu efetuar
a defesa. Um detalhe que chamou a atenção foi o espaço que a atleta teve para
receber a bola e conduzi-la sem ser incomodada para então finalizar.
Dois minutos mais tarde, o Japão ampliaria sua
vantagem. Desta vez pelo lado direito, com Aoba Fujino vencendo a primeira
marcadora com um bonito drible e arrancando área adentro. Novamente a linha
defensiva da Costa Rica deixou a desejar em matéria de posicionamento, e a
japonesa bateu forte para vencer Solera.
O segundo tempo seguiu no mesmo cenário, com as latino-americanas
encontrando dificuldades para atacar enquanto o Japão tinha a bola nos pés e, quando
trocava passes com boa velocidade, criava espaços interessantes na
intermediária ofensiva. A real grande defesa executada por Ayaka Yamashita veio
apenas aos 34 minutos, em chute de Gloriana Villalobos.
Os três pontos obtidos pelas asiáticas confirmaram a
classificação da seleção de Futoshi Ikeda ao mata-mata da Copa do Mundo e
acabariam eliminando a Costa Rica ainda na fase de grupos. O que falta definir agora
é a posição em que o time japonês avançará. É algo a se saber na próxima
segunda-feira (31), às 4h, no duelo direto contra a Espanha em Wellington.
A Costa Rica retorna a campo no mesmo dia e no mesmo
horário para cumprir tabela contra o também eliminado conjunto de Zâmbia. A
partida acontece em Hamilton e colocará frente a frente dois times que não
pontuaram e sequer marcaram gols na atual edição da Copa do Mundo.
Grupo C (2ª
Rodada) – Espanha 5x0 Zâmbia
Bem como o Japão, a Espanha alcançou os seis pontos e também a classificação para a segunda fase com os três pontos conquistados nessa quarta-feira. Em Wellington, La Roja mostrou desajustes defensivos e teve dificuldades quando atacada, mas acabaria vencendo os três pontos com um sonoro 5x0 ao ser bastante efetiva no campo de frente.
Através do seu característico estilo de troca de
passes e movimentação constante de suas atletas, as europeias largariam em
vantagem logo aos 9 minutos. E com um golaço da meio campista Teresa Abelleira,
em lindo chute de fora da área que encontraria o ângulo direito da goleira
Eunice Sakala.
Quatro minutos mais tarde, um lance gerado pelo setor
canhoto encontrou Alexia Putellas com liberdade dentro da grande área. A Melhor
do Mundo deu um cruzamento preciso para que Jenni Hermoso finalizasse de cabeça
sem ser incomodada, ampliando a vantagem para 2x0. A atacante ainda teria um
gol anulado na etapa inicial por conta de claro impedimento.
Além desse volume ofensivo, o que chamou a atenção
foi o espaço deixado no setor defensivo quando a Espanha perdia a bola. Até por
conta da ofensividade das laterais e a constante presença do trio de meio
campistas no ataque, quando algum passe era interceptado e Zâmbia conseguia
contra-atacar, o perigo era iminente.
Pena para as africanas que o erro na tomada de
decisão comprometeria esses lances. Dessa forma, mesmo contando com atletas de
alto nível para a finalização, a bola dificilmente chegava até elas em
condições de finalizar. Seja por um erro técnico ou pela opção errada por parte
de alguma atleta de Zâmbia no momento de passar ou finalizar.
E assim a partida foi se desenhando até os 24
minutos, quando a Espanha tratou de mostrar-se mais eficiente. Alba Redondo
recebeu belo passe de Eva Navarro e venceu zagueira e também goleira rival
antes de marcar o 3x0. No lance seguinte, mais um gol espanhol. Novamente com
Jenni Hermoso, desta vez aproveitando rebote da trave.
Barbra Banda acertaria a trave aos 35 minutos, exatamente cinco antes de sua Zâmbia sofrer o quinto gol no confronto. E ele nasceu de mais uma combinação envolvendo Eva Navarro e Alba Redondo, com a atacante do Sevilla matando no peito e ajeitando bonito antes de chutar forte com o pé direito e vencer a goleira Sakala.
O 5x0 deixa a Espanha na liderança do Grupo C ao
final da segunda rodada por conta do saldo de gols (8 a 7 contra o Japão).
Porém, a definição da liderança acontecerá de fato na próxima segunda-feira,
quando as seleções se enfrentam em Wellington a partir das 4h. Em mesmo dia e horário,
as já eliminadas equipes de Costa Rica e Zâmbia cumprem tabela em Hamilton.
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