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Presidente da World Athletics mantém a proibição a atletas russos

Presidente da World Athletics, Sebastian Coe. - Foto arquivo Reuters/Aleksandra Szmigiel


O presidente da World Athletics, Sebastian Coe, defendeu fortemente a decisão de sua federação de não permitir que russos ou belarrussos participem de competições organizadas pela entidade, após a invasão da Ucrânia no ano passado, insistindo: "Não sou neutro".

 

A frase de Coe, proferida durante uma mesa redonda da mídia internacional, pode ter sido uma referência direta à linguagem empregada no ano passado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), recomendando que atletas da Rússia e de Belarus deveriam ser autorizados a participar de torneios internacionais como "indivíduos neutros" com base no fato de não apoiarem a guerra ou terem conexões com os militares.

 

Depois de deixar claro que normalmente não buscaria punir os atletas pelas decisões de um governo se eles não participassem ativamente delas, o COI disse que a guerra na Ucrânia era uma circunstância excepcional e tomaria uma decisão para "proteger a integridade das competições esportivas e a segurança de todos os participantes", no entanto, no final do ano, o presidente do COI, Thomas Bach, mudou o discurso e passou a enfatizar que "nenhum atleta deve ser impedido de competir apenas por causa de seu passaporte".

 

Em Paris, ao presidir a cerimônia de convites do COI para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, que começam em 26 de julho do próximo ano, Bach disse: "A missão dos Jogos Olímpicos é alinhar o mundo inteiro em uma competição pacífica. Em nosso mundo frágil com conflitos, divisões e guerras, precisamos desse poder unificador mais do que nunca. Os Jogos Olímpicos devem sempre construir pontes, nunca devem erguer muros."

 

Solicitado a responder às declarações de Bach, nas quais ele também afirmou que competidores individuais ucranianos, russos e belarrussos já participavam de eventos internacionais sem levantar "questões de segurança", Coe foi duro nas palavras:


"O atletismo não estará do lado errado da história. Fizemos um julgamento como Conselho no ano passado que foi quase unânime e tomamos essa decisão poucos dias após a invasão ilegal de um estado soberano, e o fizemos por razões de integridade - não se tratava de passaportes ou política. Você simplesmente tinha uma nação que não podia mais competir e estava tendo sua infraestrutura destruída."

 

Sebastian Coe ressaltou que a decisão foi tomada e reforçada novamente na reunião do Conselho da entidade em maio e é assim que a organização se mantém. Ele afirma que a World Athletics poderá rever a situação, com um grupo de trabalho já criado, e que vai analisar, no momento certo, quais são as métricas que podem ter de ser aplicadas para liberar as sanções e reverter a exclusão.

 

"Não é nossa ambição ter isso como status quo, assim como não era nossa ambição quando suspendemos a Rússia por causa do flagrante ataque à integridade de nosso esporte por meio do doping. Criamos um grupo de trabalho e a posição tornou-se mais complicada por causa dos sistemas geopolíticos, então tomamos uma decisão. Não baseamos na opinião pública ou o que outros esportes fariam."

 

Coe, que deu a entender que concorrerá à presidência do COI nas eleições de 2025, acrescentou que estas são questões difíceis, mas você precisa resolvê-las e às vezes, as decisões se tornam muito mais óbvias quanto mais você se aproxima delas.

 

"Na véspera do Campeonato Europeu de Munique 2022, sentei-me com uma garota ucraniana que havia perdido a mãe quatro horas antes em um ataque a um prédio em Kiev. Sinto muito, não sou neutro", finalizou Coe.

 

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