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Maria Eduarda Alexandre, a mais nova pedra preciosa do esporte brasileiro

Maria Eduarda Alexandre está de casaco verde e segurando as medalhas que conquistou em Santiago. Ela é morena, está sorrindo, de batom vermelho e com cabelo preto preso
Foto: Ricardo Bufolin/CBG

Maria Eduarda Alexandre tem 16 anos e é uma das revelações do esporte brasileiro em 2023. Neste ano, ela foi para final de Copa do Mundo, Pan e de cara, conquistou duas medalhas de ouro, uma prata e um bronze no Pan de Santiago. O detalhe é que tudo isso foi feito no seu primeiro ano de profissional/adulto. 

Sua atuação em quadra encantou a todos e especialistas já apontam que ela é candidata a lutar pelas primeiras posições em um futuro próximo. Não há dúvidas que a ginasta Maria Eduarda Alexandre é um diamante a ser lapidado


Ela já tem uma rotina dura de treinos, que ocupam a semana inteira, porém ela ainda está em idade escolar e concilia com os estudos em uma rotina puxada, que ocupa metade de seu dia. 

"Eu vou pra escola às 7h30, estudo até 12h40, dali até as 13h30, é o meu tempo de almoço. Eu moro bem perto do ginásio, já vou ali já vou de a pé e corro pra lá. Das 13h45 às 19h30 é meu horário de treino. É uma rotina bem puxada. Eu não consigo fazer tipo atividade da escola durante a semana porque depois do treino ainda tem Fisioterapia ou aula de inglês", contou. 

Após a sua primeira medalha na competição, ela revelou que consegue lidar bem essa dupla rotina puxada de quem no próximo ano irá se formar no Ensino Médio, isso porque ela conta com a ajuda da própria escola e de seus amigos. 

"Eu ainda estou conseguindo conciliar mesmo com esse tanto de competição que eu tive esse ano e a escola onde eu estou, está me ajudando extremamente com os estudos, conciliando com os treinos e é isso vai ter que continuar no ritmo. Eu tenho muitos amigos que me ajudam, me apoiam além das atividades da escola, me apoiam no esporte. Isso é muito bom porque a gente parece que vai uma alavanca a mais tendo amigos que apoiam". 

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Quando uma pessoa quer um diamante, ela gosta de sua beleza e busca na pedra preciosa, a perfeição. Maria Eduarda busca ela mesma a perfeição. Durante seus treinamentos é perceptível que ela não aceita errar e a característica foi confirmada pela sua treinadora, Solange Paludo.

"Ela é uma ginasta perfeccionista, na própria modalidade existe esse perfeccionismo, né? Então ela é muito trabalhadora. As dificuldades e as suas coreografias tem nível elevado. Existem falhas ainda, mas eu acredito que aos poucos ela vai tendo essa maturidade, dominando cada vez mais e ainda com esse grau alto, aí ninguém segura", disse Solange.

Por isso, levando em conta também a idade, Solange tem uma relação de carinho e cobrança com a mais nova estrela da ginástica brasileira. "A minha relação com ela é de muito exigência, eu cobro bastante, mas o carinho, não tem como né? A gente vive todos os dias junto e a gente tem essa cumplicidade uma com a outra então eu acredito que é o que faz dar certo".

Maria Eduarda está com a perna esquerda levantada, com o arco na sua mão, que é colorida. O seu collant é vermelho com detalhes em azul e bege. Ela é morena e está de coque
Foto: Ricardo Bufolin/CBG

Houve quem já pedisse por Maria Eduarda em Paris-2024, mas a meta traçada é para Los Angeles-2028 e lá, o objetivo é ser medalhista, não apenas ser finalista. 

''Nós há algum tempo já havíamos traçado Los Angeles-2028 como meta, então esse é trabalho um que vem dando certo. Então a gente vai trabalhar para isso para para que consiga a vaga nas próximas Olimpíadas (...) a nossa meta é realmente não só participar de Jogos Olímpicos, mas sim brigar por medalha e nos mundiais, eu sei que é um longo processo pela frente. Eu não quero né dizer que vai ser fácil porque não vai, vai ser muito difícil, mas assim nós estamos dispostas a trabalhar para isso", falou a técnica.

O desempenho na sua primeira grande competição levou ao questionamento de se a carreira da jovem ginasta mudou de patamar, já que ela venceu Bárbara Domingos, Geovanna Santos, Evita Griskenas e Marina Malpica. Ela não vê como mudança de nível, mas sim como evolução.

"Eu acho que vai um passo de cada vez. No começo do ano eu posso ter ter dado um passo para trás para dar dois/três pra frente, mas eu acho que sim é uma evolução muito grande", comentou a atleta. 

Mas afinal, o que tanto Maria Eduarda, quanto Solange pensam sobre ela ser um diamante. Ambas concordam, mas também avisam que é um passo de cada vez e que o processo é demorado. 

"Sendo lapidado sim, mas eu acho que vai demorar bastante para ele ficar pronto, né? Porque é cada ano um objetivo, um princípio. Ano que vem a gente tem o último ano desse código e daí a cada ano vai ter que ir adaptando porque é bem difícil adaptar no começo de código e quando tem muitas mudanças é um passinho de cada vez", disse a atleta.

"Sim, realmente é um diamante, porque eu estou nesse ramo da ginástica muito tempo e é uma ginasta por completo. Ela tem todas as qualidades que um treinador gostaria de ter para trabalhar e lapidar esse tesouro e assim vamos continuar, para que ela continue brilhando para o Brasil e tenha ótimos resultados", falou Solange.

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