Foto: Divulgação/COB |
Nesta semana, quatro atletas brasileiros chegam em Busto Arsizio para a disputa do Pré-Olímpico mundial. Luiz Oliveira, o Bolinha, da categoria 57 kg é um deles.
Luiz Gabriel Oliveira tornou-se Bolinha em sua infância. Seu avô, Servílio de Oliveira, lendário boxeador, portador da glória de ter sido o primeiro medalhista olímpico brasileiro da modalidade, foi o responsável pelo apelido. “Eu era uma criança gordinha, meu avô que me apelidou. Aí começou”, brincou o atleta. O novo nome caiu nas graças e na boca do povo e do próprio lutador, “É um apelido que eu levo como se fosse meu nome. Para mim, eu sou o Bolinha”.
“Nasci dentro do boxe” é o que diz Bolinha ao referir-se à família que tanto o influenciou e o incentivou a seguir a carreira. Além de seu avô, seu pai e alguns tios são treinadores e boxeadores. Naturalmente, Luiz Gabriel entrou no mundo do Boxe. “Eu cheguei e o boxe já estava lá. Meu avô, meu pai, meus tios, todos no meio do boxe, então nasci dentro do esporte. Acompanhava eles em campeonatos, em eventos”, contou o atleta. Entretanto, antes mesmo de decidir seguir carreira nos ringues, Bolinha experimentou um pouco de tudo. “Comecei com outros esportes, fiz futebol, basquete, wrestling (antiga luta olímpica). Já fui para o mundo da música também, gosto de uma percussão. Já toquei bateria, hoje gosto de um pandeiro”, brincou o boxeador.
“Meu pai ia dar aula de boxe e enquanto isso eu ficava no basquete. Um dia eu pedi para treinar com ele. Eu já tinha tentado quando menor, com uns 5 anos de idade. Ele me disse ‘você quer treinar, mas dessa vez vai ser pra valer'”, assim começou seus treinos e lutas em São Caetano do Sul e nunca mais parou. “O boxe é sim o esporte da minha vida”, contou o atleta.
O legado que carrega Bolinha já conta 56 anos, tendo o avô Servílio iniciando o processo e chegando ao pódio na categoria mosca (até 51kg) na Cidade do México em 1968. Ele foi o primeiro brasileiro a conquistar tal feito no boxe olímpico, com um bronze, feito único que durou até 2012, com as conquistas de Esquiva Falcão (prata no peso meio-médio), Yamaguchi Falcão (bronze no peso meio-pesado) e Adriana Araújo (bronze no peso leve).
Assim como fez seu avô, Bolinha conquistou, nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Buenos Aires, a medalha de terceiro colocado na categoria até 52kg (peso mosca). Venceu a primeira luta por W.O. e perdeu a semifinal por decisão dividida. No entanto, na disputa do bronze, Luiz derrotou seu adversário irlandês, Dean Patrick Clancy, e ficou com o bronze por decisão unânime.
Nessa mesma competição, Bolinha foi escolhido para ser o porta-bandeira do Brasil na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos da Juventude: “No anúncio do escolhido, o presidente do COB começou a contar a história do meu avô e logo pensei ‘sou eu!'”, relembrou Bolinha. “Foi maravilhoso, e até hoje a bandeira está guardada em casa”.
Bolinha almeja usar toda a experiência vivida em Buenos Aires nos Jogos de Paris. Para isso, o brasileiro precisa se classificar em um dos dois Pré-Olímpicos mundiais, que serão as últimas oportunidades de carimbar passaporte para a Olimpíada. “Com os Jogos Olímpicos da Juventude a gente começa a ter noção do tamanho de um Jogos Olímpicos ‘Elite’, e agora eu estou em busca de conquistar minha vaga para Paris-2024”, finalizou Bolinha, confiante e esperançoso pelos novos dias.
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