Foto: Wander Roberto/COB |
A equipe brasileira de boxe segue se preparando para a estreia nos Jogos
Olímpicos de Paris 2024. Em treino realizado em Serre Wangari nesta
quarta-feira, 21, o boxeador Keno Marley - que subiu de categoria em
relação a Tóquio 2020, e agora vai competir na faixa de até 92kg -
explicou como seu ciclo olímpico o ajudou a chegar bem para a competição
na França.
“Sei que eu fiz um trabalho muito bom com a equipe
olímpica. Sei o quanto estou preparado. É minha segunda participação nos
Jogos Olímpicos. Em Tóquio eu fiz uma boa campanha, faltou um pouquinho
para a medalha, e isso me motivou mais ainda. De Tóquio para cá foram
mais de 54 combates, 93% de aproveitamento, muitas vitórias. (...)
Fisicamente, foi um ciclo mais longo, porque eu comecei desde Tóquio.
Chego aqui mais motivado e psicologicamente muito mais tranquilo”,
avaliou Keno.
A categoria até 92kg terá 16 atletas em Paris, com
todos iniciando nas oitavas de final. Para o brasileiro, o número
reduzido faz com que apenas os melhores do mundo estejam na briga por
uma medalha nos Jogos Olímpicos. Um dos adversários classificados é o
cubano Julio Cesar La Cruz, que Keno enfrentou na final dos Jogos
Pan-Americanos de Santiago 2023, quando o brasileiro conquistou a
medalha de prata.
“São os 16 melhores do mundo, então não tem principal, todo mundo é
muito forte. A final do Pan-Americano pra mim foi uma experiência
magnífica, fiz uma luta muito boa, uma decisão dividida pelos juízes. O
boxe é um esporte subjetivo, né? Me motivou muito em saber que eu estou
lutando no mesmo nível que os principais do mundo. E não só que estou
lutando no mesmo nível, mas que hoje eu sou um dos principais do mundo
também”, completou Keno.
A última etapa de preparação do Brasil
para os Jogos Olímpicos de Paris 2024 incluiu um training camp em
Portugal. Além de viagens internacionais, o fim do ciclo da equipe
também foi marcado por lutas em eventos de nível B e C em 2024,
atendendo às expectativas do treinador-chefe Mateus Alves.
O
caminho em busca de uma medalha nos Jogos Olímpicos será traçado após
sorteio e a definição do chaveamento do boxe em Paris. Mateus garante
que a delegação brasileira não será surpreendida, independentemente de
quem serão os adversários pela frente, devido aos estudos realizados
durante o ciclo.
“Se esconder um pouco de alguns rivais também é
legal. Agora é ajustar técnica, tática, estratégia e algumas lutas que
temos contra possíveis favoritos ao ouro. Isso faz parte do campeonato.
Temos uma análise de desempenho aqui no Comitê Olímpico, com tudo que
você possa imaginar. Quem vai lutar, se é canhoto, se é destro, se já
lutamos, perdemos. Fizemos um estudo de probabilidade de quem vamos
enfrentar na primeira luta, já com o sorteio. Agora realmente é fazer
uma boa luta, lutar bem, ter bom controle emocional. A chave da vitória
nos Jogos Olímpicos é o detalhe”, finalizou Mateus.
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