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Confira a análise do chaveamento e primeiros adversários do Brasil no Tênis em Paris 2024

Nesta manhã de quinta-feira (25) saiu o sorteio da chave feminina e masculina do torneio de simples e duplas dos Jogos Olímpicos de Paris, e por ser uma chave menor, diferentemente dos tradicionais Grand Slam não tem muito para onde fugir, mesmo com uma Olimpíada com muitas desistências de tenistas, seja por motivos pessoais ou por lesões. 

Confira a análise do chaveamento e primeiros adversários do Brasil no Tênis em Paris 2024
O trio feminino do Tênis brasileiro em Paris. Foto: Luisa Stefani/Instagram.

Simples:

Bia Haddad Maia #22 x Varvara Gracheva #68

A Bia é a cabeça de chave nº 14 do torneio e vai enfrentar na estreia uma das donas da casa. Teoricamente não é um jogo difícil para a brasileira, porém por se tratar de uma estreia em um torneio tão importante, e sendo jogado no complexo de Roland Garros contra uma francesa, deve ser ligado o sinal de alerta, ainda mais que a fase da Bia não é boa. 

A jovem francesa de 23 anos não vem em uma boa temporada, em torneios jogados no saibro (piso de Roland Garros e das Olimpíadas), seu melhor resultado foi em Roland Garros quando chegou até às oitavas de final. Nos demais torneios oscilou entre ser eliminada no qualificatório, primeira ou segunda rodada. Bia controlando a ansiedade e o nervosismo, pode fazer uma boa estreia e ganhar confiança para a sequência. Este será o primeiro confronto entre elas.

2ª rodada: Katie Boulter #34 x Anna Karolina Schmiedlova #70

Boulter vem de uma ótima temporada, mas vale lembrar que a britânica não é uma jogadora de saibro, tendo inclusive sido eliminada pela Gracheva em Roland Garros. Por esse aspecto, a Boulter se torna uma adversária acessível para Bia, mesmo a brasileira vindo de duas derrotas para ela recentemente, mas ambos os jogos foram jogados em quadra dura. A eslovaca Schmiedlova tem como seus melhores resultados no saibro neste ano a semifinal no WTA 250 de Budapeste na semana passada e um título de Challenger 125 de Parma conquistado em maio.

Oitavas de final: Magda Linette #48, Mirra Andreeva #32, Ana Bogdan #96 ou Jasmine Paolini #5

A partir daqui as coisas começam a afunilar e o nível subir. Para a Bia, as melhores adversárias seriam a polonesa Linette ou a romena Bogdan. Contudo, é muito difícil pensar que não seja a jovem prodígio russa Andreeva ou a italiana Paolini que vem de duas finais de Grand Slam (Roland Garros e Wimbledon). 

Andreeva bateu a Bia no WTA 1000 de Madrid do ano passado em sets diretos. Já a Paolini tem 3 vitórias diante da Bia, a última foi nesse ano pela 1ª rodada no WTA 1000 de Dubai, onde a Paolini se sagra campeã. Esse jogo inclusive é um divisor de águas para as duas, dali em diante a Paolini conseguiu os melhores resultados da carreira e a Bia atravessa um momento de instabilidade e poucos bons jogos. Vale lembrar que neste jogo a Bia tinha 6/4 e 4/2, a partir disso ela perdeu 10 games seguidos, o que torna uma eliminação bastante dolorosa e de quebra de confiança.

Laura Pigossi #110 x Dayana Yastremska #26

A ucraniana é uma jogadora consolidada no top 40 do ranking, mas não vem tendo bons resultados no saibro. A Laura é uma jogadora que sempre cresce quando joga competições pelo Brasil e vem cada vez jogando melhor, com mais potência nas trocas de bolas e com muita inteligência tática. É uma estreia difícil, onde a favorita é a Yastremska, mas a brasileira pode aprontar ou vender caro a derrota; elas nunca se enfrentaram. 

Em caso de classificação, Laura pode enfrentar na 2ª rodada a letã Jelena Ostapenko #11 ou a colombiana Camila Osorio #84.

Thiago Monteiro #79 x Sebastian Baez #18

Este é um confronto ocorrido cinco vezes, são quatro vitórias pro argentino e uma pro brasileiro, todas jogadas no saibro. Porém, nunca este confronto ocorreu com o Monteiro em tão boa fase, com confiança, sacando bem, acelerando bem as bolas, e ambos se conhecem muito bem, é um confronto bem imprevisível, mas onde o Baez tem leve favoritismo. Pesa a favor do Baez o retrospecto amplamente favorável contra brasileiros, são 14 vitórias contra 4 derrotas, sendo 11 vitórias nos últimos 12 jogos.

Na 2ª rodada, Monteiro pode enfrentar o estadunidense Christopher Eubanks #105 ou o libanês Benjamin Hassan #170, contra qualquer um dos dois, sendo no saibro, o brasileiro leva vantagem. Numa eventual oitavas de final, o provável adversário seria o grego Stefanos Tsitsipas #12, de quem o brasileiro já venceu neste ano no Masters 1000 de Madrid em sets diretos. 

Thiago Wild #72 x Tomas Etcheverry #35

Wild tem uma estreia complicada contra um adversário em que ele tem ampla desvantagem no confronto, são 5 jogos e 4 vitórias para o argentino, sendo duas delas neste ano. No ATP 250 de Lyon, Etcheverry elimina Wild nas oitavas de final e só para na final, foi a melhor campanha dele no saibro deste ano. 

Passando pela 1ª rodada, Wild teria pela frente o russo Roman Safiulin #67 ou o chileno Alejandro Tabilo #21, Tabilo vem numa excelente temporada de saibro e com muita confiança, seria o adversário mais difícil nesta fase. Caso Wild consiga chegar nas oitavas de final, o provável adversário seria o nº 2 do mundo, o espanhol Carlos Alcaraz, com quem o Wild tem 1 jogo e 1 derrota, neste ano.

Duplas:

Bia Haddad Maia/Luisa Stefani x Shuai Zhang/Yue Yuan

A dupla brasileira é cabeça de chave nº 6 e estreia contra uma dupla chinesa. Zhang, inclusive já fez parceria com a Bia e foram campeãs juntas, mas ela vem em péssima fase somando 21 derrotas seguidas, entre simples e duplas. É uma estreia bastante acessível para a dupla brasileira. O que pode pesar contra a dupla brasileira é a pouca quantidade de torneios jogados juntas, o que afeta o entrosamento, e também o saibro não ser o piso mais forte da Luisa. 

Oitavas de final: Angelique Kerber/Laura Siegemund ou Katie Boulter/Heather Watson

A dupla britânica seriam adversárias mais fáceis para as brasileiras, por não ser o piso natural delas. Inclusive, Bia pode encontrar Boulter em simples e duplas nas Olimpíadas. A dupla alemã é muito forte, Siegemund é a #5 do mundo em duplas, e é uma adversária que mesmo nas simples oferece muita dificuldade para Bia e as demais brasileiras; Kerber é uma ótima simplista e está fazendo a sua despedida como profissional.

Quartas de final: Caroline Garcia/Diane Parry, Arantxa Rus/Demi Schuurs, Erin Routliffe/Lulu Sun ou Sara Errani/Jasmine Paolini

A partir das quartas, o nível sobe ainda mais, a dupla da Nova Zelândia formada por Routliffe/Sun é muito forte, tendo hoje a melhor duplista do mundo (Routliffe). A dupla italiana tem muito entrosamento e vem com muita confiança, Sara Errani já venceu todos os Grand Slams em duplas, e hoje mesmo aos 37 anos, é a #16 do mundo na categoria, a sua parceira Paolini ocupa a 15ª posição. 

As duplas da França (Garcia/Parry) e dos Países Baixos (Rus/Schuurs) são jogos mais "fáceis", mas a atenção tem que ser máxima; a Schuurs é a parceira atual de Luisa Stefani no circuito da WTA, a francesa Caroline Garcia também já formou parceria com a brasileira, e também foram campeãs juntas.

Thiago Monteiro/Thiago Wild x Alexander Bublik/Aleksandr Nedovyesov

É um jogo complicado, onde a dupla brasileira além de não ter muito entrosamento, não são jogadores de duplas. A expectativa de avanço é bem pequena. A dupla cazaque é mais entrosada e tem um duplista de ofício, Nedovyesov é o #54 no ranking de duplas, e Bublik é um bom jogador de simples, embora seja muito temperamental, e vale lembrar que o próprio não gosta do saibro. 

Em caso de classificação, a dupla brasileira muito provavelmente encontrará nas oitavas de final os cabeças de chave estadunidenses nº 4, formada por Rajeev Ram e Austin Krajicek, neste duelo a chance de classificação da dupla brasileira é ínfima. 

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