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Foto: Reprodução/X |
*Entrevista ao Minas Tênis Clube
Da equipe de apoio em Tóquio 2020 para titular da categoria meio-médio nos Jogos Olímpicos de Paris. O garoto arteiro e agitado – e até um pouco desastrado –, com tanta energia para gastar, passou por vários esportes antes de quebrar os dois dentes da frente e iniciar no judô para “aprender a cair”. Assim começa a trajetória do judoca Guilherme Schimidt, do Minas.
Quarto colocado no ranking olímpico até 81 kg, o judoca de 23 anos é natural de Brasília e foi um dos 10 nomes chamados durante a primeira etapa de convocação da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), em abril. No Clube desde 2019, Schimidt acumula diversas conquistas internacionais e conta um pouco de sua trajetória na modalidade.
Conte um pouco sobre quando iniciou no judô
Entrei no judô em 2009 e foi paixão à primeira vista. Quando comecei, acho que mudei da água para o vinho. Era uma criança que às vezes dava trabalho no colégio, e meu professor pegava muito no meu pé com a questão da disciplina, de ser um bom aluno, tanto no judô quanto na escola. Por causa do esporte, comecei a ser exemplo em casa, sendo uma criança mais tranquila, e no colégio, gastando energia só no tatame. Com um mês de treino, meu professor me inscreveu para uma competição. Fui e perdi. Meus pais até pensaram que eu iria desistir, mas sempre fui muito competitivo, então dali em diante falei que queria ser campeão e dei continuidade.
Qual foi a sua primeira competição internacional?
Com 13 para 14 anos, fui vice-campeão brasileiro e me classifiquei para um campeonato sul-americano, no Peru, em 2014, meu primeiro evento pela seleção e a primeira viagem internacional com o judô. Fui vice-campeão nessa competição, mas dali em diante surgiu o sonho de ser um atleta olímpico.
Como a estrutura do Clube ajudou no seu desenvolvimento como atleta?
Quando estava em Brasília, tudo era um pouco amador ainda, tinha que correr atrás de tudo. Aqui no Minas, faço a parte física no mesmo lugar que eu treino no tatame, tem a parte médica, nutricional e a fisioterapia para me atender. Pensei, então, que seria o lugar para eu realizar meus sonhos, que com a estrutura e equipe multidisciplinar estaria cada dia mais perto de realizá-lo.
Você foi para a Olimpíada de Tóquio como equipe de apoio. Lá você conseguiu mentalizar que o próximo ciclo seria a sua chance?
Naquela vivência olímpica que tive, todos os dias eu ficava mentalizando que em 2024 eu iria representar o Brasil nos Jogos Olímpicos. Treinei todos os dias, tive o privilégio de ir para a competição e participar do aquecimento dos atletas. Também tive o privilégio de pisar no tatame olímpico e nesse dia eu pensei: “Hoje estou pisando para aquecer, mas em 2024 vou pisar aqui para competir”. Mentalizei isso e trabalhei para conquistar a minha vaga.
Qual foi a sensação de ouvir o seu nome durante a convocação para os Jogos, desta vez como o titular da categoria meio-médio?
Fiz uma campanha muito boa nesse ciclo, então já esperava a convocação. Mas, realmente, a ficha só cai quando você escuta o seu nome. Fiquei muito feliz, acho que é a primeira parte do meu objetivo sendo concluída. Isso me motiva a trabalhar cada vez mais para conquistar uma medalha, que é o grande propósito disso tudo.
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