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| Foto: Arquivo Pessoal |
O início muitas vezes é ali, em meio a tantos outros jovens. Os Jogos da Juventude abrem as portas para o sonho de quem quer trilhar o caminho do esporte. Neste ano, João Pessoa será o palco do maior evento multiesportivo do país para jovens de até 17 anos, entre os dias 13 e 28 de novembro. E tem gente com vaga garantida nos Jogos Olímpicos Paris 2024 que ainda guarda boas memórias de seus primeiros passos na competição.
Duda Lisboa é uma delas. Um dos maiores nomes do vôlei de praia mundial, a sergipana foi apresentada ao esporte brasileiro na disputa dos Jogos da Juventude. E de um jeito diferente. Àquela época, se arriscou na quadra para representar seu estado nos Jogos Escolares, precursor dos Jogos da Juventude.
“Eu saí de São Cristóvão (SE) para estudar em Aracaju. Eu já jogava vôlei de praia, mas consegui uma bolsa para jogar na quadra porque entre 12 e 14 anos não tinha vôlei de praia naquela época. Então, os primeiros torneios que eu joguei nos Jogos Escolares foram na quadra. E o primeiro torneio foi em João Pessoa”, disse a atleta, campeã mundial ao lado de Ana Patrícia em 2022.
Ela guarda com carinho as lembranças de seu começo no esporte. Uma das principais promessas de medalha do Brasil em Paris, Duda diz que os Jogos da Juventude são a oportunidade para que jovens atletas tenham contato com o mundo olímpico.
“Quando você joga os Jogos da Juventude, eles dão a base do que é o esporte profissionalmente. Eu lembro quando fui e pensei: ‘Caramba, que legal, todo mundo se reúne aqui’. Era como se fosse uma pequena Olimpíada. Você vivia 10, 12 dias com o pessoal e ia jogar. Eu tive uma base do que era. Eles ensinam, falam sobre Olimpíadas. Desde o início, eu me encontrei. Pensava: ‘Imagina um dia eu estar lá’. E quem dava as medalhas para a gente eram atletas olímpicos. Eu vi o Vanderlei (Cordeiro de Lima), jogadores de vôlei de praia. Então, já construí uma coisa de Olimpíadas mesmo”.
Outra atleta que sabe bem como é dividir o sonho olímpico com tantos outros jovens é Rosamaria. A ponteira ainda busca garantir seu lugar na lista final do técnico José Roberto Guimarães, mas é presença quase certa com a seleção feminina em Paris. Lá atrás, foi descoberta justamente nos Jogos Escolares.
Rosamaria disputou quatro edições do precursor dos Jogos da Juventude pelo Nova Trento, de Santa Catarina. Ganhou medalhas em todas elas. De lá, foi descoberta pelo Pinheiros, onde começou no esporte profissional.
“Ter participado foi muito especial. Foi onde eu apareci para os grandes clubes, onde eu pude ter minhas primeiras experiências, vislumbrando a vida de jogadora profissional. Foi muito especial tudo o que aprendi, tudo o que vivi nesse campeonato, que engloba várias categorias”.
A jogadora, de 30 anos, tem a mesma impressão de Duda. Ela acredita que os Jogos da Juventude são o primeiro contato de um jovem com o mundo olímpico.
“Olhando para trás, é uma pequena Olimpíada. É onde você convive com outras modalidades, onde você observa, aprende como atleta e pessoa. Tenho certeza que contribuiu muito para a minha carreira. Para eu chegar aonde cheguei. Ainda espero conquistar muitas coisas na minha carreira, muitos títulos. Assim como conquistei na minha época nos Jogos da Juventude”.
Desde 2000, os Jogos da Juventude reúnem anualmente mais de 4.500 atletas com até 17 anos, oriundos de escolas públicas e privadas de todo o país. Mais de 2 milhões de estudantes das 27 unidades federativas (26 estados e o Distrito Federal) participam das etapas classificatórias.
Além de Duda e Rosamaria, outros grandes nomes do esporte brasileiro passaram pelos Jogos da Juventude. Atletas como a campeã olímpica Sarah Menezes e a campeã mundial Mayra Aguiar, ambas do judô; os mesatenistas Hugo Calderano e Bruna Takahashi; Darlan Romani, Paulo André e Rosângela Santos, todos do atletismo; os armadores Raulzinho e Tainá Paixão, do basquete; a nadadora Etiene Medeiros; e Haniel Langaro e Tamires Morena, do handebol, também disputaram o evento
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