Equipe brasileira termina final por equipes em 3º lugar. Foto: Ricardo Bufolin/CBG |
Após uma disputa eletrizante até o último aparelho, o Brasil é medalhista de bronze na final por equipes da Ginástica Artística nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. É a primeira vez que o conjunto brasileiro fica no pódio. A expectativa cultivada após o último Mundial foi concretizada: Rebeca Andrade, Flavia Saraiva, Jade Barbosa, Julia Soares e Lorrane Oliveira são medalhistas olímpicas por equipes.
A prova começou com um desempenho abaixo do esperado, com quedas na trave e erros nas barras assimétricas. Os aparelhos de melhor performance (solo e salto) ficaram para o fim e recolocaram o Brasil na briga pela medalha na Arena Bercy, em Paris, na tarde desta terça-feira (20).
Para garantir a medalha, as atletas do Flamengo (Rebeca, Flavia, Jade e Lorrane) e do Centro de Excelência de Ginástica (Julia) precisavam que Itália (no solo) ou Grã-Bretanha (na trave) não tirassem notas superiores nos seus respectivos últimos aparelhos – enquanto as brasileiras já haviam finalizado todas as rotações. O resultado veio e o Brasil ficou no pódio por 0.234.
A medalha de bronze é o melhor desempenho por equipes do Brasil – em Pequim 2008 e na Rio 2016, o conjunto brasileiro terminou na oitava posição.
Resultado final:
Estados Unidos – 171.296 🥇
Itália – 165.494 🥈
Brasil – 164.497 🥉
Grã-Bretanha – 164.236
As barras assimétricas, que o Brasil não classificou atletas para a final do aparelho, abriu a série. Na sequência, seguido da trave, com duas finalistas individuais, o solo e, pra fechar, o salto – esses dois últimos com Rebeca Andrade na disputa por medalhas no aparelho.
Veja como foi a prova do Brasil aparelho por aparelho:
BARRAS ASSIMÉTICAS (41.199)
No aquecimento da prova, Flavia Saraiva caiu do aparelho e cortou o supercílio. A preocupação foi geral, no ginásio e nas redes sociais. Lorrane Oliveira abriu a participação brasileira no aparelho e realizou bem as passagens e os movimentos carpados, mas teve um pequeno desequilíbrio e não cravou a saída. Ao receber a nota, Lorrane não ficou contente com o 7.500 de execução. Enquanto isso, Flavia Saraiva recebia o atendimento médico para estancar o sangramento e isolar a área lesionada.
No aparelho, a atleta do Flamengo deixou de lado toda a tensão do aquecimento e fez uma execução com poucos desequilíbrios. A nota foi pouco mais de um décimo menor que a fase classificatória. Rebeca Andrade, melhor brasileira das preliminares, uniu trocas perfeitas entre as barras, com piruetas bem executadas e uma saída cravada.
Lorrane Oliveira – 13.000
Flávia Saraiva – 13.666
Rebeca Andrade – 14.533
Após corte no supercílio, Flavia Saraiva executa série nas barras. Foto: Ricardo Bufolin/CBG |
TRAVE (39.966)
Julia começou com o "The Soares", entrada com seu nome. Após um bom início, com mortais sem desequilíbrios, a ginasta sofreu uma queda do aparelho e recebeu desconto de um ponto na nota final. Ela saiu com um duplo mortal cravo, com leve pulo e não conseguiu segurar a decepção da queda.
Flávia Saraiva começou projetando o corpo para fora da trave, com acrobacias cravadas. Depois de uma cortada, Flavinha teve um grande desequilíbrio, quase caiu, mas seguiu no aparelho. A saída foi dois mortais, com um grande passe para trás na chegada.
Rebeca Andrade começou com cortadas e flics firmes, mas teve um desequilíbrio leve depois dos mortais e, assim como Flavia, quase caiu da trave. A saída foi com um duplo carpado, com um pulo para trás.
Júlia Soares – 12.400
Flávia Saraiva – 13.433
Rebeca Andrade – 14.133
Mesmo com desequilíbrio, Rebeca Andrade é a melhor brasileira na trave. Foto: Ricardo Bufolin/CBG |
SOLO (40.966)
Assim como na trave, Julia Soares abriu o aparelho com um mashup da banda Raça Negra com a cantora Edith Piaf. Na série, teve beijinho para o público, samba no meio do tablado, cravou mortais com alto grau de dificuldade, mas teve pequenos desequilíbrios. Ainda assim, a ginasta melhorou a nota das classificatórias.
Flavia Saraiva também dialogou com o público, que se animaram com a trilha sonora que embalou mortais e acrobacias. Mesmo com alguns desequilíbrios e pouca altura em alguns mortais, ela melhorou a nota se compara com a fase preliminar.
Na série da Rebeca Andrade, tudo que era esperado aconteceu: mortais cravados, giro junto ao solo bem executados e o carisma que embalou aplausos da plateia. Mesmo com alguns desequilíbrios, a série também foi melhor que nas classificatórias.
Júlia Soares – 13.233
Flávia Saraiva – 13.533
Rebeca Andrade – 14.200
SALTO (42.366)
Jade Barbosa abriu a série com um salto médio, com desequilíbrio na chegada pisando fora da marcação para a chegada (e com desconto de -0.1). Logo após, Flavia Saraiva fez uma dupla pirueta e, na chegada, deu um salto para frente. Os pés também não chegaram juntos, que também foi descontado.
Para fechar, a medalhista de ouro em Tóquio precisava fazer um salto perfeito para jogar o Brasil na briga por medalhas. E ele veio! 15.100 para recolocar a equipe na briga pela medalha de bronze.
Jade Barbosa – 13.366
Flávia Saraiva – 13.900
Rebeca Andrade – 15.100
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