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Guia Paris 2024 - ÁGUAS ABERTAS (MARATONA AQUÁTICA)



Por Laura Leme

FICHA TÉCNICA

Local de disputa: Rio Sena

Finais: 8/08 e 9/08

Número de países participantes: 31

Total de atletas: 57

Brasil: Ana Marcela Cunha e Viviane Jungblut (feminino) e Guilherme Costa (masculino) 


HISTÓRICO

A disputa de provas em águas abertas é tão antiga quanto os jogos olímpicos modernos, mesmo que a maratona aquática, no modelo que conhecemos hoje, tenha entrado no programa apenas em Pequim-2008. Isso porque nas três primeiras edições das olimpíadas, Atenas-1896, Paris-1900 e Saint Louis-1904, os eventos de natação aconteciam em "espaços naturais", uma vez que a estrutura de piscinas ainda não estava disponível. Podendo ser disputadas em mar aberto, lagos ou rios, a maratona aquática teve o início de sua história olímpica com um percurso de 10 km  em Pequim-2008.

Prova inaugural da maratona aquática em Pequim 2008 (foto: Reuters)

O Brasil é quarto país com mais medalhas na modalidade. O top três é composto por Países Baixos (três ouros e uma prata); Alemanha (um ouro, uma prata e um bronze) e Hungria (um ouro e uma prata). Sharon van Rouwendaal é a atleta mais vitoriosa: a neerlandesa possui um ouro e uma prata em sua coleção. 

Veja também:

GUIA PARIS 2024 - ATLETISMO


BRASIL

O Brasil sempre esteve presente em todas as edições em que a modalidade foi disputada em olimpíadas. Ana Marcela Cunha é a principal estrela brasileira em águas abertas e é atual campeã olímpica da prova. Mas a primeira medalhista olímpica na modalidade é Poliana Okimoto, bronze nos Jogos olímpicos do Rio de Janeiro, que terminou em quarto, mas contou com a desclassificação de Aurelie Muller, que se apoiou em cima de Rachele Bruni para ficar bater primeiro na tábua de chegada, para ficar com o bronze.

Poliana Okimoto foi a primeira medalhista do Brasil na modalidade (foto: Sátiro Sodré/ SS Press)

Já no masculino, o Brasil tem um desempenho mais discreto com apenas um nadador representando o Brasil até então com Allan do Carmo, que disputou as olimpíadas de Pequim-2008 e Rio-2016 tendo como o melhor resultado o décimo quarto lugar na edição chinesa.

Em Paris, o Brasil terá como representantes Ana Marcela Cunha, defendendo o seu ouro olímpico, e Viviane Jungblut no feminino e Guilherme Costa, que se aproveitou de uma nova regra do Comitê Olímpico Internacional por ter índice para as provas de 800m e 1500m e dado que o Brasil não tinha nenhum outro representante no masculino em águas abertas, no masculino.


FORMATO DE DISPUTA

A competição de águas abertas está sendo observada de perto por organizadores e atletas dos jogos de Paris. Isso porque o local da prova, o Rio Sena, passa por um processo de despoluição para estar apto a receber os nadadores – e posteriormente banhistas – mas, até o momento, a água não foi considerada totalmente própria para banho, apesar de nomes da política francesa, como a ministra dos esportes, terem nadado no Rio para mostrar que não há perigo para os atletas nadarem lá. 


O percurso de 10 km será realizado tanto no feminino quanto no masculino, com a largada acontecendo embaixo da Ponte Alexandre III, localizada entre o Grand Palais e Les Invalides. A prova feminina será realizada no dia 08 de agosto, às 7h30 (2h30 da manhã no horário de Brasília), e a masculina no dia 09, no mesmo horário. 

Ao todo, 57 atletas, 33 homens e 24  mulheres, de 31 países participarão das provas. 


ANÁLISE


FEMININO

Data: 08/08, às 02h30 (horário de Brasília)  

Favorita ao ouro: Sharon van Rouwendaal (NED)

Candidatas à medalha: Ana Marcela Cunha (BRA), Angélica André (POR), Maria de Valdés (ESP), Moesha Johnson (AUS) e Maria Denigan (USA)

Pode surpreender: Caroline Laure Jouisse (FRA)

Brasil: Ana Marcela Cunha e Viviane Jungblut

Ana Marcela Cunha vai ter trabalho para conquistar o bi olímpico em Paris (foto: Jone Roriz/COB)

Ana Marcela Cunha, uma das maiores atletas de águas abertas de todos os tempos, chega a Paris em busca do bicampeonato olímpico. No entanto, apesar de sua grandiosidade e talento, outras atletas possuem uma leve vantagem ao primeiro lugar, considerando o ciclo olímpico completo, e Marcela terá que lutar pelo pódio. A maior adversária da brasileira, Sharon van Rouwendaal, maior medalhista olímpica da prova, é a grande favorita, sendo a atual campeã mundial nos 5 km e 10 km,

Por sua vez, a portuguesa Angélica André, campeã europeia de 2022 e vice-campeã mundial em 2024, chegará em busca de sua primeira medalha olímpica e deve ser umas das principais rivais de Ana Marcela pelo pódio. 

Outras três atletas, Maria de Valdés (ESP), Moesha Johnson (AUS) e Maria Denigan (USA), também estão entre as candidatas ao pódio, vindas de mundial forte e com medalhas no início de 2024. 

Já a francesa Caroline Laure Jouisse, sétima colocada nos 10 km e oitava nos 5 km no mundial de Doha, pode surpreender competindo em casa. 

Já Viviane Jungblut, que compete nas piscinas e em águas abertas, fará sua estreia na maratona aquática em jogos olímpicos. Em Tóquio, ela competiu na natação nos 800m e 1500m. Dentre suas principais conquistas na modalidade de águas abertas, estão dois bronzes conquistados nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023 e de Lima 2019.Ela pode funcionar como uma 'escudeira' de Ana Marcela e assim, também aproveitar para brigar por um lugar no pódio

  

MASCULINO

Data: 09/08, às 02h30 (horário de Brasília) 

Favoritos ao ouro: Kristof Rasovszky (HUN) e Florian Wellbrock (GER)

Candidatos à medalha: Marc-Antoine Olivier (FRA), Domenico Acerenza (ITA) e Gregorio Paltrinieri (ITA)

Podem surpreender: Logan Fontaine (FRA) e Hector Pardoe (GBR)

Brasil: Guilherme Costa 

Wellbrock é um dos cotados ao ouro olímpico em Paris (foto: Florian Wellbrock/Reuters)

Florian Wellbrock (GER), atual campeão olímpico, e Kristof Rasovszky (HUN), atual campeão mundial e prata em Tóquio, são os principais favoritos ao ouro nas águas abertas na categoria masculina. Ambos colecionam medalhas em mundiais e já se enfrentaram no Japão. 

No entanto, mesmo com certo favoritismo, a prova masculina tem diversos candidatos ao pódio que podem desbancar os dois principais postulantes ao ouro. Competindo em casa, o francês Marc-Antoine Olivier, prata no último mundial, tentará retornar ao pódio olímpico após passar em branco em Tóquio – ele foi bronze na Rio-2016. 

Já os italianos Domenico Acerenza e Gregorio Paltrinieri também entram fortes na disputa. Enquanto Domenico busca sua primeira medalha olímpica para adicionar a sua grande coleção de medalhas em mundiais, Gregorio busca seu quarto pódio olímpico, segundo na maratona aquática – foi bronze no Japão. 

Entre os atletas que podem surpreender está o jovem nadador Logan Fontaine (FRA), que conquistou seu primeiro ouro em águas abertas no mundial deste ano, em Doha, na prova dos 5 km. Nos 10 km, quase beliscou o pódio, terminando em 4º lugar. Com desempenho numa crescente ao longo deste ciclo, não seria nem tão surpreendente se o francês conquistasse uma medalha em Paris, mesmo com a disputa acirrada de atletas mais experientes.  Por fim, ao lado do francês, outro jovem que pode surpreender é o britânico Hector Pardoe, dono do bronze do mundial de Doha nos 10 km.

O Brasil terá Guilherme Costa, o Cachorrão, como seu representante. Apesar de não ter muita experiência nos 10 km, o atleta declarou que dará seu máximo, ainda mais considerando que a prova será após todas as modalidades da natação – que são sua prioridade e será disputada em um rio, mais fácil do que nadar em alto mar e que motivou a inscrição de Guilherme na prova, onde ele espera surpreender.

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