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Guia Paris 2024 - ATLETISMO



*Por Marcos Antônio


FICHA TÉCNICA

Locais de disputa: Stade de France (provas de pista e campo), Pont d'Iéna (Marcha atlética) e Hôtel de Ville e Les Invalides (maratona)

Período: 1/08 a 11/08

Número de delegações participantes: Aproximadamente 190

Total de atletas: Aproximadamente 1810


HISTÓRICO

Prática esportiva mais antiga que se tem conhecimento na história da humanidade, o atletismo é uma reunião de modalidades que consiste na disputa de diversas provas de pista e campo, que variam entre corridas, lançamentos, arremessos e saltos. Foi o atletismo que motivou a criação dos Jogos Olímpicos, ainda na Grécia Antiga, em 776 a.C. A maioria dos formatos existentes durante as épocas antigas foram reinventados ou adaptados várias vezes para o padrão moderno hoje existente.

Por ser o esporte precursor, o atletismo está presente nos Jogos Olímpicos da Era Moderna desde a primeira edição, Atenas-1896. Lá, apenas 12 provas foram realizadas, todas para homens, com cerca de 64 atletas de dez nações participando. As mulheres só estrearam no programa olímpico na edição de Amsterdã-1928, disputando cinco provas.

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Paris-2024 repete os eventos da Olimpíada de Tóquio, 48. A diferença é que o atletismo terá pela primeira vez o mesmo número de provas masculinas e femininas, 23, além de duas provas mistas - o revezamento 4x400m e o revezamento misto da marcha atlética, que entra no lugar da única prova do atletismo que era exclusivamente masculina, a marcha atlética de 50km.

Outra novidade é que a World Athletics, órgão que rege o atletismo no mundo, anunciou que dará uma premiação em dinheiro de 50 mil dólares para todo medalhista de ouro em Paris, sendo a única confederação internacional a destinar tal premiação nos jogos olímpicos.

Usain Bolt é um dos maiores da história do atletismo (foto: Kai Pfaffenbach/Reuters)

O atletismo é o esporte que mais distribuiu medalhas em Olimpíadas na história, com 3087 ao todo. Com os Estados Unidos, foram responsáveis pela conquista de mais de 25% do total dessas medalhas, tendo ido ao pódio 827 vezes em sua história. Apesar disso, um total de 103 nações já subiram ao pódio em alguma prova do atletismo, dez delas hoje já extintas, como a União Soviética, que faturou 64 ouros entre 1952 e 1988. Grã-Bretanha, Finlândia, Alemanha Oriental - nação também extinta -, Quênia, Polônia, Jamaica, Itália e Etiópia completam o top-10 histórico.


BRASIL

O Brasil já conquistou 19 medalhas no atletismo, sendo cinco de ouro, três de prata e 11 de bronze, a terceira modalidade que o país mais tem medalhas olímpicas. A primeira aparição do país na modalidade foi em Paris-1924, quando oito atletas disputaram 14 provas. A primeira participação em uma final foi com Alfredo Gomes, primeiro vencedor da corrida de São Silvestre, no cross-country individual - que não faz mais parte do programa olímpico, mas ele não terminou a disputa.

Sylvio Padilha, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) entre 1963 e 1991, foi outro finalista brasileiro em Berlim-1936, terminando em quinto lugar nos 400m com barreiras. Doze anos depois, Seis mulheres competiram na Olimpíada de Londres pela primeira vez - Melânia Luz, primeira mulher negra a representar o Brasil em Olimpíadas, Helena de Menezes, Elizabeth Muller, Benedicta de Oliveira, Lucila Pini e Gertrudes Morg.

Foi do atletismo que saiu o primeiro bicampeão olímpico da história do país: Adhemar Ferreira da Silva, ouro no salto triplo em 1952 e em 1956. o feito de Adhemar só foi igualado na olimpíada de Atenas 2004 por Giovane Gávio e Mauricio no vôlei e até hoje nunca foi superado nenhum atleta brasileiro. E seu bicampeonato olímpico consecutivo só foi repetido por Martine Grael e Kahena Kunze na vela na Olimpíada de Tóquio.

O Atletismo brasileiro também deu ao Brasil o melhor resultado de uma mulher no país por 32 anos, com Aida dos Santos, quarta colocada no salto em altura em Tóquio-1964 -só sendo superada por Jackie e Sandra, ouro em Atlanta-96. 

Joaquim Cruz é dono do único ouro do Brasil em provas de pista (foto: COB)

Joaquim Cruz, que faturou o ouro nos 800m rasos em Los Angeles-1984, deu o primeiro e único ouro do Brasil em provas de pista; Maurren Maggi, que venceu o salto em distância em Pequim-2008 foi a primeira mulher campeã olímpica em um esporte individual; e Thiago Braz, que triunfou no salto com vara na Rio-2016 com direito a recorde olímpico, são os outros campeões olímpicos brasileiros no atletismo.

O salto triplo é a prova em que o Brasil mais vezes foi ao pódio, sendo seis ao todo. Impulsionado pelo bi de Adhemar Ferreira da Silva, Nelson Prudêncio foi prata na Cidade do México-1968 e bronze em Munique-1972, enquanto João Carlos de Oliveira, o "João do Pulo" faturou bronzes em Montreal-1976 e Moscou-1980. O revezamento 4x100m é outra prova com muitas medalhas brasileiras, com quatro, com a prata em Sydney-2000 e bronzes em Atlanta-1996 no masculino e Pequim-2008 entre homens e mulheres .

Além deles, José Telles da Conceição - primeiro medalhista olímpico no atletismo no salto em altura, Robson Caetano nos 200m rasos, Vanderlei Cordeiro de Lima - que também é dono de uma Medalha Barão Pierre de Coubertin pelo seu espírito olímpico na histórica maratona de Atenas-2004 e Alison dos Santos nos 400m com barreiras são os outros medalhistas brasileiros do atletismo em Jogos olímpicos na história até o momento.

AS PROVAS

Como já dito anteriormente, a Olimpíada de Paris contará com 48 provas de atletismo, sendo 23 masculinas, 23 femininas e duas mistas. Por serem muitas, as disciplinas são agrupadas em provas de pista, de campo, combinadas e de rua. Entre as disputas de pista, há a divisão entre velocidade, meio-fundo, fundo e revezamento. Já nas provas de campo, há a divisão entre saltos e lançamentos/arremessos.

As provas de velocidade são compostas pelos 100m rasos, 200m rasos e 400m rasos, além dos 110m com barreiras (100m com barreiras para as mulheres) e dos 400m com barreiras. As provas de meio-fundo e fundo compreendem as distâncias de 800m, 1.500m, 5.000m e 10.000m, além dos 3.000m com obstáculos. Quanto aos revezamentos, há apenas três tipos no programa olímpico: 4x100m e 4x400m para homens e mulheres e 4x400m misto, que envolve dois homens e duas mulheres.

A pista de atletismo no Stade de France (Foto: Reuters)

As disputas de lançamento/arremesso compreenderão o lançamento de disco, lançamento de martelo, lançamento de dardo e o arremesso de peso. Já as modalidades de saltos variam entre salto em distância, salto triplo, salto em altura e salto com vara. As provas de rua compreendem a tradicional maratona, e as marchas atléticas de 20 km e revezamento misto - que substitui a prova masculina dos 50 km 

As disciplinas combinadas são diferentes para homens e mulheres. Eles disputam dez provas no decatlo (100m rasos, salto em distância, arremesso de peso, salto em altura, 400m rasos, 110m com barreiras, lançamento de disco, salto com vara, lançamento de dardo e 1.500m), enquanto elas participam de sete provas no heptatlo: 100m com barreiras, salto em altura, arremesso de peso, 200m rasos, salto em distância, lançamento de dardo e 800m.


FORMATO DE DISPUTA

PROVAS DE PISTA - As eliminatórias das provas de pista são feitas no formato de baterias, com os dois melhores de cada bateria avançando para as semifinais -  nos 110m com barreiras, 100m com barreiras, 400m com barreiras, 800m e 1.500m rasos, os três melhores avançam. 

A novidade em Paris é que os dois melhores tempos gerais da primeira fase não avançam mais para a próxima fase. Será disputada uma fase de repescagem para dar mais uma chance para os atletas eliminados na primeira fase avançarem para as semifinais. Essa medida visa deixar que todo atleta de pista dispute pelo menos duas provas na olimpíada e ela será válida nas provas de 200m até os 1500m, passando pelas provas de barreiras - somente a classificação dos 100m rasos permanece inalterada, por já ter uma fase preliminar.

Da semifinal para a final, o padrão se mantém igual ao das provas de velocidade. No caso dos revezamentos, os três melhores colocados de cada série, além dos dois melhores tempos gerais, avançam à final.

Já nas provas de fundo, como não há delimitação de raia, a quantidade de atletas em cada bateria dessas disputas é variada. No caso específico dos 10.000m, até 40 atletas competem na final. Já nos 5.000m, são cerca de 25 atletas por série nas semifinais (apenas duas séries), em que os cinco primeiros, além dos cinco melhores tempos gerais, avançam à final, que é composta por 15 corredores. Os 3.000m com obstáculos possuem três séries eliminatórias, com cerca de 15 atletas cada. Os três primeiros de cada uma, além dos seis melhores tempos gerais, avançam à final, que tem 15 esportistas.

PROVAS DE CAMPO - As eliminatórias são divididas em dois grupos iguais, de forma puramente organizacional, não interferindo na classificação à final. Com exceção do salto com vara e em altura, os atletas possuem três chances para saltar/lançar/arremessar nas eliminatórias. Cada prova possui uma marca de qualificação automática para a final. Ao conseguir ultrapassá-la, o atleta se garante automaticamente na final. Aqueles que não atingirem a marca, devem ter um dos 12 melhores registros da preliminar para se garantir.

Já a decisão é dividida em duas etapas. Na primeira, os finalistas têm três tentativas, uma de cada vez, obedecendo a ordem estabelecida ao final da preliminar. Ao final desses três primeiros movimentos, avançam para a segunda etapa apenas os oito primeiros colocados, que terão mais três oportunidades para executar suas ações. Vence quem tiver o maior registro ao final das seis rodadas.

No salto com vara e no salto em altura, também há uma marca específica a ser alcançada na eliminatória para classificação direta para a final. Ela, no entanto, dificilmente é atingida, já que as eliminações nessas provas acontecem muito cedo, definindo os 12 finalistas antes do sarrafo atingir a altura pré-determinada. Durante a final, o atleta tem três tentativas para ultrapassar determinada marca. Caso consiga, segue na competição. Caso não, é eliminado. Também existe a possibilidade de cometer um erro em determinada altura e subir o sarrafo diretamente, tentando ultrapassá-lo numa altura superior. O atleta é eliminado apenas se errar três vezes consecutivas, não importando a altura. A disputa só acaba quando restar um único atleta.

PROVAS COMBINADAS - Quanto ao heptatlo e ao decatlo, tais disciplinas são realizadas em dois dias diferentes. No caso das mulheres, são quatro provas em um dia e três no outro. Para os homens, a divisão é cinco em cada período. O desempenho em cada prova gera uma determinada pontuação que é agregada na classificação geral. Ao final das sete ou dez disputas, o vencedor será aquele que tiver mais pontos.

Kipchoge é um dos grandes nomes da história da maratona (foto: Kim Jong-Hi/ Reuters)


PROVAS DE RUA - As provas de rua compreendem cinco disputas: maratonas masculina e feminina, marcha atlética 20km masculina e feminina e revezamento misto. A maratona é a prova mais tradicional das Olimpíadas, em que os atletas correm uma distância de 42,195km. Em Paris,o traçado é inspirado na ‘Marcha das Mulheres' de 5 a 6 de outubro de 1789, quando aproximadamente 7.000 mulheres parisienses marcharam por Paris, Sèvres e St Cloud antes de chegar a Versalhes e forçar o rei Luís XVI de sair do palácio de Versalhes e voltar para o Palácio das Tulherias. 

Começando no Hôtel de Ville e terminando na Esplanade des Invalides, o percurso passará por alguns dos mais belos pontos turísticos e monumentos de Paris como a Pirâmide do Louvre, o Grand Palais, o Castelo de Versalhes e a Torre Eiffel como pano de fundo. Outra novidade é que pela primeira vez na história a maratona feminina encerra a olimpíada, ao invés da prova masculina

A marcha atlética, basicamente, é uma caminhada rápida, em que um dos pés obrigatoriamente deve estar no chão, sempre. As provas de 20km serão disputadas a partir da Pont d’Iena, aos pés da torre Eiffel. Já o revezamento misto usará o trajeto da maratona, com as marchadoras femininas tendo que fazer dois trajetos de 10 km enquanto os homens fazem uma perna de 10.450km e outra de 10.745km


ANÁLISES

MASCULINO

100m

Datas: 3/8

Final: 4/8 

Favoritos ao ouro: Noah Lyles (USA), Letsile Tebogo (BOT)

Candidatos à medalha: Oblique Seville (JAM), Ferdinand Omanyala (KEN) e Zharnel Hughes (GBR)

Podem surpreender: Akani Simbine (RSA), Kishane Thompson (JAM) e Marcell Jacobs (ITA)

Brasil: Felipe Bardi, Erik Cardoso e Paulo André


Prova rainha do atletismo, os 100m aguarda um bom duelo no masculino entre Noah Lyles e Letsile Tebogo. Lyles, após um ótimo mundial de 2023, tem no momento uma leve vantagem, mas pode ser superado pela revelação de Botsuana que já chegou a ser comparada a Usain Bolt. Correndo por fora, nomes como Oblique Seville - representando a escola de velocistas jamaicanos - Ferndinand Omanyala e Zhamel Hughes, promete fazer a prova uma das mais equilibradas das últimas olimpíadas, com chances de termos outra zebra como foi em Tóquio, com Marcell Jacobs da Itália faturando o ouro.

Noah Lyles é candidato a se tornar um dos grandes astros da olimpíada de Paris (foto: Alina Smutko/Reuters)

Jacobs, apesar do título olímpico, sofreu com muitas lesões e só em 2024 conseguiu mostrar todo o seu potencial e por isso, corre por fora na disputa pelo pódio olímpico. Outro nome que promete surpreender é o dono do melhor tempo do ano, Kishan Thompson da Jamaica com 9s77.

Os três representantes do Brasil na prova, Erik Cardoso, Felipe Bardi e Paulo André, sabem que se quiserem brigar em Paris, vão ter que quebrar a barreira dos 10 segundos para sonhar com alguma coisa no individual. Erik e Felipe quebraram essa barreira em 2023 e PA ainda busca seu tempo sub10,  em Paris eles sabem que se quiserem ir mais longe do que uma eliminatória ou semifinais terão que correr no mínimo bem próximo do 10s. Para chegar a uma final, só correndo abaixo desta marca, o que no momento parece ser algo mais difícil para o trio brasileiro.


200m

Datas: 5/8 a 8/8

Final: 8/8 

Favoritos ao ouro: Noah Lyles (USA), Letsile Tebogo (BOT)

Candidatos à medalha: Andre de Grasse (CAN), Kenny Bednarek (USA) 

Podem surpreender: Zharnel Hughes (GBR), Tarsis Orogot (UGA) e  Erriyon Knighton (USA)

Brasil: Renan Gallina

Os 200m masculino prometem ter mais um round entre Lyles e Tebogo, principais velocistas da atualidade. Mas a dupla deverá ter mais dificuldade pelo ouro, já que o atual campeão olímpico Andre DeGrasse deve brigar pelo bi em sua prova preferida. o prata em Tóquio Kenny Bednarek, Erriyon Knighton, presente no pódio nos últimos mundiais, e Zhamel Hughes correm por fora na disputa por um lugar ao pódio. Atenção para Tarsis Orogot, de Uganda, país com tradição para fundistas, mas pode surpreender com este jovem velocista que tem o quinto melhor tempo do mundo em 2024.

O Brasil terá como representante na prova Renan Gallina. O jovem fez um ótimo Pan-americano em Santiago e mostrou um grande valor para o futuro do Brasil na prova. Com 20 anos, Paris deverá ser a olimpíada para ele sentir como é uma grande competição, se conseguir chegar perto ou até superar sua melhor marca da carreira - 20s12 - na capital francesa e chegar pelo menos em uma semifinal, dará uma grande esperança para sua evolução no próximo ciclo.


400m

Datas: 4/8 a 7/8

Final: 7/8 

Favoritos ao ouro: Quincy Hall (USA) e Kirani James (GRN)

Candidatos à medalha: Matthew Hudson-Smith (GBR) e Alexander Doom (BEL)

Podem surpreender: Wayde Van Niekerk (RSA), Steven Gardiner (BAH), Christopher Morales Williams (CAN) e Bayapo Ndori (BOT)

Brasil: Matheus Lima e Lucas Carvalho


A prova de velocidade dos 400m promete ser uma das mais equilibradas em Paris. Sem Antonio Watson, atual campeão mundial, o veterano Kirani James, campeão da Diamond League em 2023 e dono de três medalhas olímpicas, e Quincy Hall, dono da melhor marca do ano, carregam um pouco mais de favoritismo do que os outros. Os antigos campeões olímpicos Wayde Van Niekerk e Steven Gardiner vem tendo bons resultados no último ciclo e não devem ser descartados, assim como o último medalhista em mundiais Mattew Hudson-Smith e o atual campeão mundial indoor e europeu Alexander Doom.

Dois jovens com ótimas marcas no ano podem surpreender: Christopher Morales Williams do Canadá - segunda melhor marca do ano - e Bayapo Ndori, campeão olímpico no revezamento 4x400m em Tóquio e agora buscando um destaque individual em Paris

Matheus Lima e Lucas Carvalho têm chances de chegar na semifinal. Matheus vem em uma ascendente com melhora nos tempos e se conseguir melhorar a sua marca de 44s52, pode até chegar na final. Já Lucas, apesar de ter feito o seu PB (personal best) em 2023, deverá brigar para chegar à uma semifinal olímpica.

Um detalhe é que Alison dos Santos conseguiu índice para esta prova, mas preferiu se focar somente nos 400m com barreiras e está inscrito no revezamento 4x400m


800m

Datas: 7/08 a 10/08

Final: 10/8 

Favoritos ao ouro: Marco Arop (CAN), Emmanuel Wanyonyi (KEN) e Djamel Sedjati (ALG) 

Candidatos à medalha: Wyclife Kinyamal (KEN)

Podem surpreender: Ben Pattison (GBR), Mohamed Attaoui (ESP) e Gabriel Tual (FRA)

Brasil: não participa

O sudanês naturalizado canadense Marco Arop pinta como o grande atleta para desafiar os favoritos quenianos na prova. Atual campeão mundial, Arop não terá a concorrência do bi olímpico  Emmanuel Korir, mas vai ter como um dos principais rivais, vindo do Quênia, Emmanuel Wanyonyi. O argelino Djamel Sedjati pinta como mais um favorito, graças aos ótimos tempos que tem feito na Diamond League. Já Ben Pattison, Mohammed Attaoui e Gabriel Tual são as esperanças da Europa que podem surpreender e pintar no pódio olímpico se algum dos favoritos vacilarem em Paris. 


1500m

Datas: 2/08 a 6/08

Final: 6/8 

Favoritos ao ouro: Jakob Ingebrigtsen (NOR) e Josh Kerr (GBR) 

Candidatos à medalha: Reynold Cheruiyot (KEN), Timothy Cheruiyot (KEN) e Narve Gilje Nordås (NOR)

Podem surpreender: Samuel Tefera (ETH)

Brasil: Não participa

Ingebrigtsen vai buscar o bi olímpico nos 1500m em Paris (foto: European Athletics)

Jakob Ingebrigtsen continua o nome a ser batido em Paris, e para quem pensava que sua aura de imbatível nesta prova foi quebrada nos últimos mundiais, a melhor marca da carreira feita na etapa de Mônaco da Diamond League prova que o bi olímpico é um sonho bem possível de se tornar realidade.

Josh Kerr tem mais chances de destronar Ingebrigtsen, assim como o também norueguês Narve Giljie Bordas, que é treinado pelo pai de Jakob - que rompeu com o pai após acusá-lo de violência doméstica junto com seus irmãos. Reynold Cheruiyot, nova joia do atletismo do Quênia e campeão mundial sub 20, é outro nome que devemos ficar de olho, assim como o bicampeão mundial indoor, Samuel Tefera e o prata em Tóquio Timothy Cheruiyot.


5000m

Datas: 7/8

Final: 10/8

Favoritos ao ouro: Jakob Ingebrigtsen (NOR) e Hagos Gebrhiwet (ETH)

Candidatos à medalha: Jakob Krop (KEN), Joshua Cheptegei (UGA)

Podem surpreender: Luis Grijalva (GUA) e Jakob Kiplimo (UGA) 

Brasil: não participa

Se Jakob Ingebrigtsen não tem tanto favoritismo nos 1500m, nos 5000m ele é o grande favorito. Bi mundial em 2022-23 na prova, o norueguês pode faturar seu segundo ouro olímpico nos 5000m, mas  ele está mais focado nos 1500m nesta temporada 2024. Mas para isso, ele terá que superar as armadas queniana, etíope e ugandense lideradas por Jakob Krop, Hagos Gebrhiwet e Joshua Cheptegei, respectivamente, para não ter sustos. Luis Grijalva (Guatemala) corre por fora na disputa de um pódio inédito para o seu país.


10000m

Final: 2/8

Favoritos ao ouro: Joshua Cheptgei (UGA) e Yomif Kejelcha (ETH)

Candidatos à medalha: Berihu Aregawi (ETH), Selemon Barega (ETH) e Jacob Kiplimo (UGA)

Podem surpreender: Bernard Kibet (KEN)

Brasil: Não participa

Os 10000 metros prometem ser uma grande revanche entre Joshua Cheptegei e Selemon Barega. Após o etiope surpreender o favorito ugandense em Tóquio, Cheptegei  dominou o ciclo olímpico na prova e vai querer o ouro em Paris que lhe foi tirado na última olimpíada. Outros nomes de Etiópia e Uganda como Yomif Kejelcha,Berihu Aregawi e Jacob Kiplimo podem surpreender, assim como o queniano Bernard Kibet.


110m com barreiras

Datas: 4 a 7/8

Final: 8/8

Favoritos ao ouro: Grant Holloway (USA) e Hansle Parchment (JAM)

Candidatos à medalha: Daniel Roberts (USA) e Freddie Crittenden (USA)

Podem surpreender: Rasheed Broadbell (JAM) e Lorenzo Simonelli (ITA)

Brasil: Rafael Pereira e Eduardo de Deus

Outra revanche olímpica esperada em Paris é entre Hansle Parchment e Grant Holloway. O jamaicano, ouro olímpico, viu seu rival estadunidense dominar os mundiais de 2022 e 23, fazendo a segunda e quarta melhores marcas da história e querendo o ouro que não conseguiu em Tóquio. O Estados Unidos vem muito forte nesta prova, e pode ter até três nomes na final. Rasheed Broadbell e Lorenzo Simonelli correm por fora pelo pódio.

O Brasil será representado por Rafael Pereira e Eduardo de Deus em Paris. Recordista sul-americano com 13s17, Rafael tem totais condições de estar em uma semifinal olímpica. E para chegar na decisão, ele terá que fazer um tempo próximo do seu recorde para chegar em uma final, condições para isso ele tem e se estiver em bom dia, isso pode acontecer.

O mesmo vale para Eduardo de Deus, que conseguiu o índice na última competição válida antes do fechamento do ranking, e se conseguir manter essa ascensão e melhorar os seus tempos, pode também chegar em uma semifinal olímpica.


400m com barreiras

Datas: 5 a 7/8

Final: 9/8

Favoritos ao ouro: Alisson dos Santos (BRA), Karsten Warholm (NOR) e Rai Benjamin (USA)

Candidatos à medalha: Kyron McMaster (IVB)

Podem surpreender: Trevor Bassit (USA) e Malik James-King (JAM)

Brasil: Alison dos Santos e Matheus Lima

Alison é um dos favoritos em uma das provas mais esperadas do atletismo em Paris (foto: Carol Coelho/CBAt)

Com certeza, é a prova mais esperada pelos brasileiros no atletismo. Afinal, nossa maior chance de medalha na modalidade está nos 400m com barreiras. Após o bronze em Tóquio em uma das provas mais disputadas da história da olimpíada, Alison dos Santos evoluiu, e após um 2023 se recuperando de lesão, já mostrou suas credenciais e promete um duelo eletrizante com Karsten Warholm e Rai Benjamin, outros corredores excepcionais.

Se em Tóquio ele brigava pelo pódio, desta vez em Paris 'Piu' tem chances reais de ouro e a expectativa é que a final dos 400m com barreiras seja tão ou até mais épica do que vimos na última olimpíada e de preferência, que ela tenha um final feliz para nós brasileiros com Alison no lugar mais alto do pódio.

Como os três estão muito acima do resto dos rivais, é muito improvável que o pódio olímpico não seja formado por Alison, Warholm e Benjamin.Se algum dos três falhar, Kyron McMaster é o que mais tem chances de pintar no pódio para conquistar a primeira medalha olímpica das Ilhas Virgens Britânicas. Trevor Bassit e Malik James-King também correm por fora se algum dos favoritos falhar em uma barreira

Matheus Lima é outro brasileiro na prova e sem a pressão por um bom resultado, pode correr com mais liberdade e quem sabe ter um bom resultado visando o próximo ciclo em Los Angeles.


3000m com obstáculos

Datas: 5/8

Final: 7/8

Favoritos ao ouro: Soufiane El Bakkali (MAR)

Candidatos à medalha: Lamecha Girma (ETH), Abraham Kibiwot (KEN) e Simon Koech (KEN)

Podem surpreender: Samuel Firewu (ETH)

Brasil: Não participa

Nesta prova, são todos contra Soufiane El Bakkali. O marroquino, campeão olímpico em Tóquio, faturou os dois mundiais em 2022 e 2023 e pinta como grande favorito para conquistar o segundo ouro em Paris. O etíope Lamecha Girma, cansado de várias pratas, quer surpreender e pegar o ouro de Bakkali na França. Outros nomes que estão na briga pelo pódio são os quenianos Abraham Kibiwot e Simon Koech e também pelo também etíope Samuel Firewu, são os principais nomes que deverão tentar desbancar o reinado de El Bakkali na prova.


Revezamento 4x100m

Datas: 8/8

Final: 9/8

Favoritos ao ouro: Estados Unidos

Candidatos à medalha: Canadá, Itália, Jamaica 

Podem surpreender: França

Brasil: classificado

Temos um grande favorito no revezamento 4x100m, que é os Estados Unidos. Com títulos nos mundiais de 2023 e o de revezamentos em 2024, a equipe estadunidense larga com vantagem para faturar mais um ouro em sua história. O Canadá, que surpreendeu levando o título em 2022 pode tentar estragar a festa ianque em Paris. A Jamaica, que ainda tenta se acertar sem um superstar do calibre de Usain Bolt e o  conjunto italiano, atual campeão olímpico, podem surpreender assim como o quarteto francês, que pode brilhar impulsionado por seus torcedores.

Já o Brasil garantiu seu revezamento via ranking e baseado nos últimos resultados, a equipe de revezamento vai ter que se superar e fazer uma corrida eficiente e sem erros para chegar em uma possível final em Paris.


Revezamento 4x400m 

Datas: 9/8

Final: 10/8

Favoritos ao ouro: Estados Unidos

Candidatos à medalha: Botsuana, França e Jamaica

Podem surpreender: Grã-Bretanha, Bélgica e Japão

Brasil: classificado

Esta é outra prova que os Estados Unidos dominam e tem o favoritismo em Paris para pegar o 18º ouro na história da prova. Os principais rivais dos estadunidenses são o quarteto de botsuana, atual campeão mundial de revezamentos e que querem surpreender em Paris, além dos revezamentos franceses e jamaicanos. As equipes da Bélgica, Grã Bretanha e Japão podem surpreender e beliscar uma vaga no pódio, se estiverem em um bom dia.

Com vaga garantida, o revezamento 4x400m brasileiro promete fazer um bom papel em Paris. Formada por jovens corredores, a equipe brasileira tem condições de chegar a uma final se tudo correr bem, dando a experiência necessária para o revezamento ‘explodir’ em Los Angeles. Ainda não há certeza de que Alison dos Santos pode reforçar esse time, que os deixaria com chances de medalhas, mas creio que apesar de inscrito, por conta da dificuldade dos 400m com barreiras, Piu deverá focar apenas na sua melhor prova.


Maratona

Datas: 10/8

Favoritos ao ouro: Eliud Kipchoge (KEN)

Candidatos à medalha: Victor Kiplangat (UGA), Kenenisa Bekele (ETH), Benson Kipruto (KEN)

Podem surpreender: Bahir Abdi (BEL), Maru Teferi (ISR), Alexander Mutiso Munyao (KEN)

Brasil: Não participa

A lenda da maratona Eliud Kipchoge pinta como favorito ao terceiro ouro olímpico da carreira, um feito que seria inédito na história. O queniano tem totais condições de atingir o feito, mas ele tem uma forte concorrência de nomes do próprio país, com Benson Kipruto e Alexander Mutiso Munyao, além do atual campeão mundial Victor Kiplangat de Uganda e Kenenisa Beleke, etíope com três medalhas olímpicas em prova de meio fundo e que busca o primeiro ouro olímpico na maratona.

O Brasil teria Daniel Nascimento na maratona, mas pouco antes da olimpíada ele foi pego em um exame antidoping e estará fora dos Jogos. Uma grande decepção, já que ele era muito promissor e com chances de fazer bonito em Paris.


20km marcha atlética

Final: 1º/8

Favoritos ao ouro: Álvaro Martín (ESP) 

Candidatos à medalha: Caio Bonfim (BRA), Toshikazu Yamanishi (JPN) e Perseus Karlström (SWE)

Podem surpreender:  Evan Dunfee (CAN),Brian Pintado (ECU), Koki Ikeda (JPN)

Brasil: Caio Bonfim e Matheus Correa

Prova que deve ser marcada pelo equilíbrio, com pelo menos sete nomes brigando pelo pódio. Campeão mundial dos 20 km e 35 km, o espanhol Álvaro Martín carrega certo favoritismo. Mas nomes como o campeão europeu Perseus Karlstrom e o campeão mundial de 2022 Toshikazu Yamanishi devem brigar pelo lugar mais alto do pódio se estiverem em um bom dia. As escolas equatoriana e chinesa da marcha atlética não podem ser descartadas e correm por fora por um lugar ao pódio.

Caio Bonfim tem chances de pódio olímpico em Paris (Foto: Miriam Jeske/COB)

Bronze no último mundial, Caio Bonfim é um nome que está cotado para brigar por medalha. Quarto na Rio 2016, o brasileiro não foi tão bem em Tóquio e espera que em Paris venha a tão sonhada medalha do brasileiro, as chances de vir pelo menos uma medalha de bronze são boas, visto a regularidade do brasileiro neste último ciclo olímpico. Já Matheus Correa, que avançou via ranking, não tem muitas chances de pódio na teoria, mas deve brigar para fazer um bom tempo em Paris.


Salto em altura

Datas: 7/8

Final: 10/8

Favoritos ao ouro: Gianmarco Tamberi (ITA) e Mutaz Essa Barshim (QAT)

Candidatos à medalha: Woo Sang-hyeok (KOR), Andriy Protsenko (UKR) e JuVaughn Harrison (USA)

Podem surpreender: Hamish Kerr (NZL) e Luis Henrique Zayas (CUB)

Brasil: Fernando Ferreira

Paris promete mais um duelo entre Gianmarco Tamberi e Mutaz Essa Barshim pelo ouro. Se em Tóquio, eles deram show de espírito esportivo dividindo o primeiro lugar, nos mundiais de atletismo ficou dividido também, com um ouro e um bronze para cada, em 2022 e 2023. Mas além da briga pelo ouro, eles vão ter rivais doidos para estragar a festa, como o sul-coreano vencedor da temporada 2023 da Diamond League Woo Sang-Heyok e o estadunidense JuVaughn Harrison. Andriy Protsenko, Hamish Kerr - ouro nos jogos da Commonwealth - e Luis Henrique Nayas correm por fora na briga pelo pódio.

O Brasil terá Fernando Ferreira como representante na prova. Na teoria, ele não é cotado para chegar na final, mas se conseguir se aproximar ou superar sua melhor marca da carreira (2,30m) pode sonhar com algum bom resultado em Paris.


Salto com vara

Datas: 3/8

Final: 5/8

Favoritos ao ouro: Armand Duplantis (SWE)

Candidatos à medalha: EJ Obienna (PHI) e Chris Nielsen (USA)

Podem surpreender: Kurtis Marschall (AUS), Bo Kanda Lita Baehre (GER), Thibault Collet (FRA) e Sam Kendricks (USA)

Brasil: Não participa

Armand Duplantis é uma das maiores 'barbadas' pelo ouro olímpico em Paris (foto: Aleksandra Smigzel/Reuters)

Este talvez seja o ouro mais certo do atletismo em Paris-2024. Sem adversários durante o ciclo, Armand Duplantis tem tudo para levar o ouro e unificar os recordes olímpico e mundial em Paris - porque é claro e evidente que a verdadeira competição dele é contra ele mesmo. O filipino EJ Obienna e o estadunidense Chris Nielsen serão os principais concorrentes pela prata - ou o ouro se acontecer um milagre. Outros nomes como Sam Kendricks, Kurtis Marschall e Bo Kanda Lite Baehe vão ter que chegar em ótima forma para brigar pelo pódio, que deverá ficar próximo da barreira dos 6 metros, um pouco acima ou um pouco abaixo.


Salto em distância

Datas: 4/8

Final: 6/8

Favoritos ao ouro: Miltiadis Tentoglou (GRE)

Candidatos à medalha: Wang Jianan (CHN), Wayne Pinnock (JAM), Tajay Gayle(JAM),

Podem surpreender: Simon Ehammer (SUI), Carey McLeod (JAM) e  Mattia Furlani (ITA)

Brasil: Lucas Marcelino

Esta prova com certeza tem um grande favorito, que é Tentoglou, fez um ciclo olímpico quase perfeito, com direito a salto 30 centímetros abaixo do quase inalcançável recorde mundial recentemente. Mas existe uma verdadeira legião de atletas querendo destroná-lo. Destaque para a armada jamaicana, com Wayne Pinnock, Tajay Gayle, Carey McLeoud, o chinês Wang Jianan - o único que derrotou o grego em uma grande competição neste ciclo e Simmon Ehammer. É bom ficar de olho em Mattia Furlani, que aos 19 anos, pinta como grande promessa italiana na prova.

Lucas Marcelino é o representante brasileiro na prova e em sua primeira olimpíada, não tem muitas expectativas de pódio e deverá usar os Jogos Olímpicos para melhorar suas marcas.


Salto triplo

Datas: 7/8

Final: 9/8

Favoritos ao ouro: Pedro Pichardo (POR) e Hugues Fabrice Zango (BFA)

Candidatos à medalha: Lázaro Martinez (CUB), Zhu Yaming (CHN), Andy Diaz (ITA), Jordan Diaz (ESP)

Podem surpreender: Cristian Nápoles (CUB), Jaydon Hibbert (JAM) e Almir Júnior (BRA)

Brasil: Almir Júnior

Outra disputa que promete ser aberta pelo ouro é no salto triplo. Hughes Fabri Zango atualmente tem o maior favoritismo, mas o cubano naturalizado portguês Pedro Pichardo, voltando de contusão, não pode ser descartado. Aliás, Cuba vem forte na prova com Lázaro Martinez e Cristian Nápoles, além de Andy Diaz, naturalizado italiano, que mostra que quatro nomes criados na Ilha caribenha tem chances de pódio. Nomes como o chinês Zhu Yaming, o jovem Jaydon Hibbert e o espanhol Jordan Diaz, que fez a terceira melhor marca da história do salto triplo recentemente, podem surpreender na briga pelo pódio.

Quem pode surpreender também é o brasileiro Almir Júnior, após aprimorar o seu salto, o brasileiro tem tido bons resultados e é um nome bem cotado para chegar na final. E estando em um dia bom, pode brigar por este disputado pódio.


Arremesso de peso

Datas: 2/8

Final: 3/8

Favoritos ao ouro: Ryan Crouser (USA) e Joe Kovacs (USA)

Candidatos à medalha: Leonardo Fabbri (ITA), e Tom Walsh (NZL)

Podem surpreender: Jacko Gill (NZL) e Darlan Romani (BRA)

Brasil: Darlan Romani e Wellington Morais

Rayan Crouser busca fazer história em Paris. Um dos maiores - senão o maior - da história do arremesso de peso, o estadunidense quer o tri olímpico para não restar dúvidas de quem é o melhor de todos os tempos na prova. E seu principal rival será o seu compatriota Joe Kovacs, que vem de duas pratas olímpicas e único a arremessar acima de 23 metros no ano fazendo de tudo para superá-lo, já que com certeza ele não quer ser tri-vice olímpico.

Além deles, bons nomes surgiram neste ciclo e que podem incomodar os favoritos, como o italiano Leonardo Fabbri e o neozelandês Tom Walsh, que teve uma queda de rendimento nos últimos anos, mas ainda é um adversário perigoso.

Darlan Romani vai conseguir superar os favoritos e pegar uma medalha em Paris? (foto: Alexandre Loureiro/COB)

Darlan Romani é o representante do Brasil na prova e assim como nas outras olimpíadas, sabe que subir ao pódio é difícil. Concorrer com nomes que estarão na história da modalidade quando se aposentarem é uma tarefa complicada, mas Darlan, mesmo não estando com resultados tão fortes, deverá estar na final e vai precisar do arremesso (mais do que) perfeito para conseguir a tão sonhada medalha olímpica.

Wellington Morais é o outro representante do Brasil na prova e apesar de ter feito a melhor marca da carreira em 2024 com 21,01m, ainda está muito longe dos principais arremessadores do mundo e se não tiver uma grande melhora, pode não ir para a concorrida final da prova.


Lançamento de disco

Datas: 5/8

Final: 7/8

Favoritos ao ouro: Mykolas Alekna (LTU)

Candidatos à medalha: Kristjan Ceh (SLO) e Daniel Stahl (SWE)

Podem surpreender:  Andrius Gudzius (LTU), Matthew Denny (AUS) e Alex Rose (SAM)

Brasil: Não participa


A previsão de disputa pelo ouro no lançamento de disco em Paris estava equilibrada até Mykolas Alekna quebrar o recorde mundial mais antigo entre os homens, que durava 38 anos, com a marca de 74,35m e virar o grande favorito ao ouro olímpico. 

O jovem tem dominado as etapas da Diamond League e parece que Paris será sua consagração. Kristjan Ceh e Daniel Sthal esperam que o lituano tenham um mau dia para conquistarem o  ouro - o lançador sueco está em busca do bi olímpico, façanha que não é feita desde quando o pai de Mykolas, Virgilijus, venceu consecutivamente em Sydney e Atenas. Já nomes como Andrius Gudzius, Matthew Denny e o samoano Alex Rose correm por fora na disputa pelo pódio.


Lançamento de martelo

Datas: 2/8

Final: 4/8

Favoritos ao ouro: Wojciech Nowicki (POL) e Paweł Fajdek (POL)

Candidatos à medalha: Ethan Katzberg (CAN),Bence Halász (HUN) e Eivind Henriksen (NOR)

Podem surpreender: Mykhaylo Kokhan (UKR) 

Brasil: Não participa

A prova do lançamento de martelo promete um duelo caseiro entre os poloneses Wojciech Nowicki e Pawel Fajdek, que após o ouro e bronze em Tóquio, querem repetir a dose em Paris. Mas nomes como Ethan Katzberg, atual campeão mundial e pan-americano e dono da nona melhor marca da história, Bence Halász e Eivind Henriksen estão bem credenciados por seus resultados e também querem entrar nesse pódio. Atenção para o jovem Mykhaylo Kokhan, que pode surpreender os favoritos após o quarto lugar em Tóquio-2020.


Lançamento de dardo

Datas: 6/8

Final: 8/8

Favoritos ao ouro: Neeraj Chopra (IND)

Candidatos à medalha: Jakub Vadlejch (CZE) e Arshad Nadeem (PAK)  

Podem surpreender: Max Dehning (GER) e Anderson Peters (GRN)

Brasil: Luiz Maurício e Pedro Henrique Nunes


Primeiro indiano campeão olímpico do dardo na história, Neeraj Chopra é o grande favorito a se tornar bi olímpico desta prova. Ídolo em seu país, Chopra tem como um dos seus principais rivais o paquistanês Arshad Nadeem, o que deve deixar a disputa ainda mais acirrada por conta da rivalidade histórica entre Paquistão e Índia. O tcheco Jakub Vadlejch é o principal nome que pode se meter no meio dos rivais e faturar o ouro no dardo. Já o alemão Max Dehning - único a lançar o dardo acima dos 90 metros em 2024 - e o granadino Anderson Peters correm por fora por um lugar no pódio.

O Brasil terá dois bons atletas na prova. Luiz Maurício quebrou o recorde sul-americano e se repetir os bons lançamentos, pode brigar por uma vaga na final. Pedro Henrique é outro que está em uma crescente e no melhor dos mundos, poderemos ter dois brasileiros na final do dardo. Brigar por pódio é difícil, mas já temos um bom caminho para estes dois atletas estourarem no ciclo de Los Angeles.


Decatlo

Datas: 2 e 3/8

Favoritos ao ouro: Damian Warner (CAN)

Candidatos à medalha: Lindon Victor (GRN) Karel Tilga (EST) e Kevin Mayer (FRA)

Podem surpreender: Ayden Owens-Delerme (PUR), Leo Neugebauer (GER) e Markus Rooth (NOR) 

Brasil: Fernando ‘Balotelli’

A prova mais extenuante do atletismo perdeu a chance de um duelo caseiro, já que Pierce LePage se lesionou e está de fora dos jogos. Com isso, Damian Warner, atual campeão olímpico, é o favorito ao bi. Atual recordista mundial Kevin Mayer vai competir em casa, mas uma lesão recente o pode deixar de fora da disputa pelo ouro, O Granadino Lindon Victor e o estoniano Karel Tilga vem em uma crescente e podem brilhar em Paris. Outro que pode surpreender é Leo Neugebauer, que fez a sexta maior pontuação da história do decatlo em junho e vai querer brigar por este concorrido pódio.

Fernando Balotelli é nosso representante na prova que por conta do nível altíssimo, será difícil vermos o brasileiro entre os primeiros. Bater o recorde sul-americano da prova, que já dura 13 anos, é um objetivo mais plausível para o brasileiro.

FEMININO

100m

Datas: 2/8

Final: 3/8

Favoritas ao ouro: Sha'Carri Richardson (USA), Shelly-Ann Fraser-Pryce (JAM)

Candidatas à medalha: Shericka Jackson (JAM) e Julien Alfred (LCA)

Podem surpreender: Dina Asher-Smith (GBR), Melissa Jefferson (USA) e Maria Josée Ta Lou (CIV)

Brasil: Vitória Rosa e Ana Carolina Azevedo

Sha'Carri Richardson vai em busca do ouro olímpico em Paris (foto: Pawel Kopczynski/ Reuters)

Após ficar de fora da Olimpíada de Tóquio por testar positivo para o uso de maconha na seletiva estadunidense, Sha’Carri Richardson vai para Paris com ‘sangue nos olhos’ em busca do seu ouro olímpico. Atual campeã mundial, ela detém o favoritismo da prova rainha do atletismo, e ela ganhou mais status de favorita com a lesão de Elaine Thompson-Herah, que a tirou da olimpíada.

Mas as compatriotas de Elaine, Shelly-Ann Fraser-Pryce e Shericka Jackson prometem incomodar e muito a estadunidense na luta pelo ouro, com Julien Alfred correndo por fora em busca da primeira medalha olímpica de Santa Lúcia. A britânica Dina Asher-Smith, a estadunidense Melissa Jefferson e a veterana marfinense Maria Josée Ta Lou correm por fora por um lugar no pódio olímpico, que sempre pode pintar uma surpresa.

O Brasil terá duas representantes em Paris e Vitória Rosa e Ana Carolina Azevedo só terão alguma chance de final se conseguirem correr abaixo dos 11 segundos, tempo que nenhuma das duas conseguiu na carreira. Uma semifinal olímpica é um resultado mais plausível para as duas.


200m

Datas: 4 e 5/8

Final: 6/8

Favoritas ao ouro: Shericka Jackson (JAM) e Gabrielle Thomas (USA)

Candidatas à medalha: Brittany Brown (USA), Julien Alfred (LCA) e Dina Asher-Smith (GBR)

Pode surpreender: Daryl Neita (GBR) 

Brasil: Lorraine Martins e Ana Carolina Azevedo


Se nos 100m a disputa promete ser equilibrada, nos 200m a grande favorita é a jamaicana Shericka Jackson, bicampeã mundial, da Diamond League e dona do segundo melhor tempo da história na prova. Uma lesão sofrida em junho pode atrapalhar um pouco o favoritismo dela, mas ela promete chegar 100% em Paris e faturar este ouro e quem sabe, destronar o recorde mundial de Florence Griffith-Joyner e que já dura 36 anos.

As estadunidenses Gabrielle Thomas e Brittany Brown correram abaixo de 22 segundo na seletiva estadunidense e vão tentar desbancar Shericka, mas a missão é difícil por conta do ciclo dominante de Jackson. As Britânicas Daryl Neita e Dina Asher-Smith e a santa lucense Julien Alfred - que vai buscar a primeira medalha olímpica da história de Santa Lúcia também nos 200 metros - correm por fora na briga pelo pódio.

Lorraine Martins e Ana Carolina Azevedo serão as representantes do Brasil na prova e a expectativa é que as duas devam chegar no máximo na semifinal, visto os melhores tempos feitos pelas duas, que não se classificaram pelo índice e sim via ranking mundial


400m

Datas: 5 a 7/8

Final: 9/8

Favoritas ao ouro: Marileidy Paulino (DOM)

Candidatas à medalha:  Natalia Kaczmarek (POL), Rhasidat Adeleke (IRL), Sada Williams (BAR) e Nickisha Pryce (JAM)

Podem surpreender:  Shaunae Miller-Uibo (BAH) e Kaylyn Brown (USA) 

Brasil: Tiffani Marinho 


No momento, a grande favorita ao ouro na prova é a dominicana Marileidy Paulino, atual campeã mundial e que tem dominado a prova desde 2023. A polonesa Natalia Kaczmarek pinta como sua grande rival pelo ouro, mas ela sabe que terá que se esforçar para vencer Paulino em Paris. 

Quem não podemos descartar na disputa pelo ouro é a bahamense Shaunae Miller-Uibo, que ficou mais ausente deste ciclo para realizar o sonho de ser mãe e vai em busca de se tornar a primeira tricampeã olímpica da história dos 400m rasos. Já as jovens revelações Rhasidat Adeleke, Nickisha Pryce e Kaylyn Brown tem ótimas marcas em 2024 e podem surpreender, assim como Sada Williams de Barbados, que vem de dois pódios em mundiais e vai buscar o primeiro pódio olímpico em Paris.

Tiffany Marinho é a representante do Brasil na prova, com vaga conquistada via ranking mundial, ela deverá se focar em conseguir passar para as semifinais e quem sabe, superar sua melhor marca da carreira para chegar mais longe em Paris.


800m

Datas: 2 a 4/8

Final: 5/8

Favoritas ao ouro: Mary Moraa (KEN) e Keely Hodgkinson (GBR)

Candidatas à medalha: Nia Aktins (USA) e Prudence Sekgodiso (RSA)

Podem surpreender: Tsige Duguma(ETH) e Jemma Reckie (GBR)

Brasil: Flávia de Lima

Os 800m rasos feminino tinha tudo para termos uma disputa tão emocionante quanto os 400m com barreiras masculino com três atletas muito fortes pelo ouro, mas Athing Mu sofreu uma queda na seletiva estadunidense e não se classificou para a olimpíada. Com isso, a disputa pelo ouro deverá se resumir a Keely Hodgkinson e Mary Moraa, as duas melhores da prova na atualidade

Como as chances de um pódio com as três já citadas é grande, nomes como Prudence Sekgodiso, Nia Aktins, Tsige Duguma - campeã mundial indoor - e Jemma Reckie vão brigar pela possível vaga que sobrou no pódio ou até pelo ouro se a infelicidade de Mu se repetir com alguma das favoritas

Flávia de Lima será a representante do Brasil na prova e em sua segunda olimpíada -a primeira foi no Rio de Janeiro, onde terminou em 53º lugar, vai tentar avançar para a próxima fase e quem sabe, ficar próximo da sua melhor marca da carreira.


1500m

Datas: 4 a 8/8

Final: 10/8

Favoritas ao ouro: Faith Kipyegon (KEN) e Gudaf Tsegay (ETH)

Candidatas à medalha: Sifan Hassan (NED), Jéssica Hull (AUS) e Laura Muir (GBR)

Podem surpreender: Birke Haylom (ETH) e Ciara Mageean (IRL)

Brasil: não participa

Kipygeon é a grande favorita em Paris (foto: Dylan Martinez/Reuters)

A queniana Faith Kipygeon tem dominado a prova desde a Rio-2016 e está em busca do feito inédito de se tornar a primeira tricampeã olímpica da prova. Seu bi mundial em 2022 e 2023 e o recorde mundial batido em 2024 provam que ela é o nome a ser batido em Paris. Mas sua principal rival na prova será a etíope Gudaf Tsegay, que tem feitos tempos muito bons e pinta como maior ameaça à queniana. Sifan Hassan e Jéssica Hull são outros nomes que também vão se esforçar para estragar a festa da queniana e ficar com esse ouro.

Nomes como Laura Muir - prata em Tóquio nesta prova, a jovem Birke Haylom  e Ciara Mageean - campeã europeia - podem surpreender as favoritas e faturar um lugar no pódio se estiverem inspiradas.


5000m

Datas: 3/8

Final: 6/8

Favoritas ao ouro: Gudaf Tsegay (ETH), Sifan Hassan (NED) e Faith Kipyegon (KEN)

Candidatas à medalha: Beatrice Chebet (KEN) e Ejgayehu Taye (ETH)

Podem surpreender: Margaret Kipkemboi (KEN) e Medina Eisa (ETH)

Brasil: Não participa


Outro duelo que promete ser muito interessante em Paris é nos 5000 metros, onde Sifan Hassan vai ter que encarar as esquadras quenianas e etíopes para conseguir o bi olímpico. Sem nenhuma atleta do mesmo nível nos Países Baixos, Hassan terá que usar uma tática muito inteligente para não ficar presa entre alguma queniana ou etíope que pode trabalhar para Tsegay ou Pigyegon - ou até mesmo Chebet - levar este ouro e impedir o bi olímpico de Hassan.


10000m

Final: 9/8

Favoritas ao ouro: Gudaf Tsegay (ETH), Sifan Hassan (NED) e Beatrice Chebet (KEN) 

Candidatas à medalha: Margaret Kipkemboi (KEN) 

Podem surpreender: Tsigie Gebreselama (ETH) e Nadia Batocletti (ITA)

Brasil: Não participa

O round 3 do duelo entre Tsegay e Sifan Hassan promete ter uma intrusa e tanto: Beatrice Chebet, que quebrou o recorde mundial da prova em abril, pinta como uma das favoritas ao ouro. Tsegay, atual campeã mundial e Hassan, atual campeã olímpica, não terão vida fácil nesta prova. Outra queniana que pode aprontar é Margaret Kipkemboi. Já as jovens Tsigie Gebreselama e Nadia Batocletti podem surpreender se a chance surgir e elas estiverem bem preparadas. 


100m com barreiras

Datas: 7 a 9/8

Final: 10/8

Favoritas ao ouro: Tobi Amusan (NGR) e Jasmine Camacho-Quinn (PUR)

Candidatas à medalha: Danielle Williams (JAM) e Devynne Charlton (BAH)

Podem surpreender: Masai Russell (USA), Ackera Nugent (JAM)  e Cyréna Samba-Mayela (FRA)

Brasil: Não participa

A nigeriana Tobi Amusan parte com certo favoritismo nesta prova. Atual recordista mundial  e tri da Diamond League, Tobi terá como principal adversária a campeã olímpica Jasmine Camacho-Quinn, que conseguiu dois pódios nos mundiais de 2022 e 2023 e manteve a regularidade no ciclo olímpico de Paris. A veterana Danielle Williams mostrou que ainda tem lenha para queimar e pode brigar por medalhas. Olho nas jovens Ackera Nugent - campeã mundial sub20, Cyréna Samba-Meyla e Masai Rusell, dona da melhor marca do mundo em 2024, que podem aprontar e beliscar um pódio olímpico.


400m com barreiras

Datas: 4 a 6/8

Final: 8/8

Favoritas ao ouro: Femke Bol (NED) e Sydney McLaughlin-Levrone (USA)

Candidatas à medalha: Rushell Clayton (JAM), 

Podem surpreender: Kemi Adekoya (BHR)

Brasil: Chayenne Pereira

Femke Bol vai fazer um grande duelo com McLaughlin-Levrone pelo ouro em Paris (foto: Dylan Martinez/Reuters)

Os 400m com barreiras feminino terá um grande duelo, Após dominar o ciclo após a lesão no joelho de Sydney McLaughlin-Levrone, Femke Bol parecia pintar como grande favorita ao ouro, mas a estadunidense se recuperou e quebrou o recorde mundial da prova, se tornando a primeira correr a prova abaixo dos 51s na história. Bol tratou de não ficar tão atrás e fez o segundo melhor tempo da história, correndo também abaixo dos 51 segundos, prometendo um grande duelo pelo entre as duas em Paris. Nomes como Rushell Clayton e Kemi Adekoya podem surpreender, já que um simples erro ao pular a barreira pode custar o ouro.

Chayenne Pereira é a representante do Brasil na prova. Atual recordista sul-americana com um tempo muito acima das favoritas, seu objetivo vai ser tentar melhorar a marca e quem sabe, avançar para as semifinais da prova.


3000m com obstáculos

Datas: 6/8

Final: 8/8

Favoritos ao ouro: Winfred Yavi (BHR)

Candidatos à medalha: Beatrice Chepkoech (KEN), Faith Cherotich (KEN) e Peruth Chemutai (UGA)

Podem surpreender: Sembo Almayew (ETH) e Norah Jeruto (KAZ)

Brasil:Tatiane Raquel


Em uma prova em que Quênia é fortíssima, a favorita é uma queniana...naturalizada Barenita. Winfred Yavi fez um grande temporada em 2023 e continua em um ritmo forte, sendo a mais cotada para levar o ouro em Paris. Mas as quenianas Beatrice Chepkoech e Faith Cherotich e a campeã olímpica em Tóquio Peruth Chemutai de Uganda prometem incomodar e trazer o ouro para casa - no caso de Chemutai, o bi olímpico. A jovem etíope Sembo Almayew e a queniana naturalizada cazaque Norah Jeruto também correm por fora.

A recordista sul-americana Tatiane Raquel é a representante do Brasil na prova, e seus objetivos se assemelham aos objetivos da última olimpíada: melhorar o recorde do continente e quem sabe, avançar para uma final olímpica.


Revezamento 4x100m

Datas: 8/8

Final: 9/8

Favoritos ao ouro: Estados Unidos (USA)

Candidatos à medalha: Grã Bretanha (GBR), Jamaica (JAM) e França (FRA)

Podem surpreender: Alemanha (GER) e Itália (ITA)

Brasil: Não participa

O revezamento feminino dos Estados Unidos dominou o ciclo olímpico de Paris e conta com o favoritismo na olimpíada. Mas resta saber como virá o revezamento jamaicano, já que se as estadunidenses são mais entrosadas na passagem de bastão, é inegável que a Jamaica tem as atletas mais velozes e que podem conquistar o bi olímpico.

O Revezamento da Grã Bretanha não é tão cotado para o ouro, mas tem boas chances de pódio, assim como os revezamentos de França, Alemanha e Itália, que podem abocanhar um pódio se as favoritas falharem.


Revezamento 4x400m

Datas: 9/8

Final: 10/8

Favoritos ao ouro: Países Baixos (NED), Estados Unidos (USA)

Candidatos à medalha: Jamaica (JAM) e Grã Bretanha (GBR)

Podem surpreender: Canadá (CAN) e Polônia (POL)

Brasil: Não Participa

Paris-2024 deverá trazer o grande duelo esperado há tempos: Países Baixos e Estados Unidos com força máxima. As neerlandesas esperam contar com Femke Bol, que brilhou no último mundial com uma arrancada espetacular ultrapassando Jamaica e Grã Bretanha - outras seleções que brigarão pelo pódio - nos metros finais enquanto as estadunidenses esperam fazer uma corrida sem erros de passagem de bastão. Canadá e Polônia são outros revezamentos que correm por fora pelo pódio olímpico.


Maratona

Final: 11/8

Favoritos ao ouro: Hellen Olibri (KEN) e Peres Jepchirchir (KEN)

Candidatos à medalha: Brigid Kosgei (KEN), Tigst Assefa (ETH) e Amane Beriso Shankule (ETH)

Podem surpreender: Fatima Ezzahra Gardadi (MOR), Lonah Chemtai Salpeter (ISR) e Sifan Hassan (NED)

Brasil: Não participa

A prova da maratona feminina em Paris promete ser uma repetição de como em Tóquio: Com as corredoras quenianas dominando. Hellen Olibri e Peres Jepchirchir - atual campeã olímpica - são as grandes favoritas, com Brigid Kosgei correndo por fora para manter Quênia no topo da maratona feminina pela terceira olimpíada seguida.

Mas existe um grupo de corredoras que pretende acabar com a festa queniana, começando com as etíopes Tigst Assefa- bicampeã da maratona de Berlim - e Amane Beriso Shankule - atual campeã mundial, além de queniana naturalizada israelense Lonah Chemtai Salpeter, a marroquina Fatima Ezzahra Gardadi estão na briga.

Quem também está garantida na maratona feminina é Sifan Hassan. A etíope naturalizada neerlandesa tem feito boas provas nas maratonas consideradas Majors, e pode surpreender as favoritas e pintar no pódio, em uma olimpíada que promete ser bem ocupada para Hassan.


Marcha atlética 20 km

Final: 1º/8

Favoritas ao ouro: Kimberly García (PER) e María Pérez (ESP)

Candidatas à medalha: Jemima Montag (AUS), Antonella Palmisano (ITA) e Katarzyna Zdziebło (POL)

Podem surpreender: Qieyang Shijie (CHN)

Brasil: Erica Sena, Viviane Lyra e Gabriela Sousa

A promessa é que tenhamos um grande duelo pelo ouro entre a peruana Kimberly Garcia - campeã mundial de 2022 - e a espanhola María Perez - campeã em 2023. Mas o número de marchadoras que estão na briga pelo pódio é grande, com destaque para a campeã olímpica e recém campeã europeia Antonella Palmisano. Katarzyna Zdzieblo, Jemina Montag e Qieyang Shijie também são outras que estarão brigando pelo pódio.

O Brasil terá três representantes na prova , com Érica Sena, Viviane Lyra e Gabriela Sousa. Érica, que pausou sua carreira para ser mãe, vai para mais uma olimpíada para tentar voltar a chegar perto do pódio olímpico como foi em Tóquio, quando uma punição perto do fim da prova a tirou da medalha e deverá estar no bolo pelo pódio em Paris, assim como Viviane, que vem em constante evolução no ciclo olímpico e deverá brigar para ficar no mínimo entre as dez melhores. Já Gabriela não deverá ter muitas chances de pódio, mas deve brigar para melhorar suas marcas pessoais em Paris.


Salto em Altura

Datas: 2/8

Final: 4/8

Favoritas ao ouro: Yaroslava Mahuchikh (UKR) e Eleanor Patterson (AUS)

Candidatas à medalha: Nicola Olyslagers (AUS), Morgan Lake (GBR) e Iryna Herashchenko (UKR)

Podem surpreender: Angelina Topic (SRB), Lamara Distin (JAM) e Rachel Glenn (USA)

Brasil: Valdiléia Martins

Mahuchikh quebrou o recorde mundial do salto em altura e pinta como grande favorita ao ouro em Paris (foto: Aleksandra Smigiel/Reuters)

Em uma prova em que apenas 16 atletas conquistaram a vaga via índice olímpico, o favoritismo recai sobre poucas atletas. A ucraniana Yaroslava Mahuchikh é o principal nome para ficar com o ouro, muito por conta do recorde mundial quebrado - 2,10m - que durava 36 anos. E ela terá a concorrência da australiana Eleanor Patterson. Austrália e Ucrânia ainda tem mais dois nomes cotados para o pódio com Nicola Olyslagers (AUS) e Iryna Herashchenko (UKR). Morgan Lake da Grã Bretanha é outro nome que pode surpreender.

Mas convém ficar de olho nas jovens Lamara Distin e Rachel Glenn, além da sérvia Angelina Topic, de apenas 18 anos. Ela vem tendo grandes resultados e pode surpreender e ir para o pódio olímpico em Paris.

Valdiléia Martins será a representante do Brasil em Paris e seu objetivo será mais modesto mas não menos importante: tentar quebrar o recorde brasileiro da prova, que está vigente desde 1989 e ela está a dois centímetro de igualá-lo - seu PB é de 1,90m e o recorde é de 1,92m de Orlane Maria dos Santos.


Salto com vara

Datas: 5/8

Final: 7/8

Favoritas ao ouro: Katie Moon (USA) e Nina Kennedy (AUS)

Candidatas à medalha: Wilma Murto (FIN),Molly Caudery (GBR) e Angelica Moser (SUI)

Podem surpreender: Katerina Stefanidi (GRE)

Brasil: Juliana Campos

A disputa do salto com vara promete ser mais um capítulo do duelo entre Katie Moon e Nina Kennedy. Katie tem levado vantagem, com o ouro olímpico em Tóquio e o mundial de 2022, mas em 2023 Nina chegou a fazer frente e as duas dividiram o ouro. A expectativa é que as duas capitalizem as disputa do ouro, com a estadunidense levando pequena vantagem.

Como o nível atual do salto com vara está relativamente baixo, em um bom dia, nomes como Wilma Murto, Molly Caudery - com a melhor marca do ano, 4,92m - e Angelica Moser têm chances de brigar pelo pódio ou até pelo ouro. A veterana medalhista olímpica Katerina Stefanidi corre por fora.

Juliana Campos é a representante do Brasil na prova sem muitas chances de ir para a final, mas espera-se que ela faça uma boa marca em Paris.


Salto em distância

Datas: 6/8

Final: 8/8

Favoritas ao ouro: Ivana Spanovic (SRB), Malaika Mihambo (GER)

Candidatas à medalha: Tara Davis-Woodhall (USA) e Larissa Iachipino (ITA)

Podem surpreender: Alina Rotaru-Kottmann (ROU) e Marthe Koala (BUR)

Brasil: Eliane Martins e Lissandra Campos

A alemã Malaika Mihambo vai em busca de um feito inédito em Paris: Ser a primeira bicampeã olímpica consecutiva no salto em distância. Mas a missão não será fácil, já que ela terá como principal rival a sérvia Ivana Spanovic (anteriormente chamada pelo nome de casada Vuleta) tri da Diamond league e atual campeã mundial.

Nomes como as jovens Tara Davis-Woodhall dos Estados Unidos - atual campeã mundial indoor - Larissa Iachipino da Itália podem surpreender, assim como as mais experientes Alina Rotaru-Kottmann da Romênia e Marthe Koala de Burkina Faso, deixando a disputa pelo pódio bem interessante.

Sem a medalhista mundial Leticia Oro Melo, lesionada, o Brasil conta para a prova do salto em distância Eliane Martins e Lissandra Campos. Reunindo a experiência de Eliane, que vai para sua terceira olimpíada e a juventude de Lissandra, a expectativa é que elas melhorem suas marcas, para Eliane ter uma boa despedida olímpica e Lissandra mostrar potencial para o próximo ciclo olímpico.


Salto triplo

Datas: 2/8

Final: 3/8

Favoritas ao ouro: Thea LaFond (DOM),Leyanis Pérez (CUB) e Ana Peleteiro (ESP)

Candidatas à medalha: Shanieka Ricketts (JAM), Maryna Bekh-Romanchuk (UKR) e Tori Franklin (USA)

Podem surpreender: Tugba Danismaz (TUR)

Brasil: Gabriele Sousa

A ausência de Yulimar Rojas, favoritíssima ao bi olímpico em Paris, por conta de uma lesão no tendão de aquiles em abril, abriu totalmente a disputa do salto triplo na olimpíada. Com isso, nomes que começaram bem na temporada 2024 pintam como favoritas ao lugar mais alto do pódio, como Thea LaFond de Dominica - campeã mundial indoor, a cubana Leyanis Pérez e a espanhola Ana Peleteiro, donas das melhores marcas do ano.

Mas como a disputa está aberta, outros nomes podem surgir como as experientes Shanieka Ricketts, Maryna Bekh-Romanchuk e Tori Franklin ou até mesmo a jovem turca Tugba Danismaz pode aparecer no pódio. A hora de aproveitar é essa, pois não se sabe se Yulimar Rojas dará outra chance de alguma outra atleta ser campeã no salto triplo de novo quando voltar de lesão - E Rojas estará em Paris, para ser a porta-bandeira na cerimônia de abertura. Será que ela aparece de surpresa na competição?

Gabriele Sousa é a representante brasileira na prova classificada via ranking. Sem muitas chances de ir para a final olímpica, ela deverá tentar melhorar suas marcas em sua primeira olimpíada.


Arremesso de peso

Datas: 8/8

Final: 9/8

Favoritas ao ouro: Chase Jackson (USA)

Candidatas à medalha: Sarah Mitton (CAN), Gong Lijiao (CHN), Aurier Dongmo (POR)

Podem surpreender: Yemisi Ogunleye (GER) e Jessica Schilder (NED)

Brasil: Ana Caroline Silva

Na prova do arremesso de peso, a estadunidense Chase Jackson surge como favorita ao ouro. Bi mundial e da Diamond League em 2022 e 2023, ela parece não ter grandes ameaças pelo ouro em Paris. A canadense Sarah Mitton, campeã mundial indoor, surge como principal concorrente. A Campeã olímpica em Tóquio Gong Lijao, a camaronesa naturalizada portuguesa Aurier Dongmo, a alemã vice mundial indoor Yemisi Ogunleye e neerlandesa campeã europeia Jessica Shilder vão brigar por este pódio se conseguirem chegar perto ou ultrapassar a marca dos 20 metros.

Ana Caroline Silva vai para sua primeira olimpíada em Paris. Com o PB de 18,46m ela teoricamente está longe de uma briga em uma final, se melhorar suas marcas na olimpíada fica bem cotada para manter sua evolução para o próximo ciclo. 


Lançamento de disco

Datas: 2/8

Final: 4/8

Favoritas ao ouro: Valarie Allman (USA) e Feng Bin (CHN)

Candidatas à medalha: Sandra Perkovic (CRO) e Marike Steinaker (GER)

Podem surpreender: Jorinde van Klinken (NED)

Brasil: Izabela Rodrigues e Andressa de Morais

Campeã olímpica em Tóquio, Valarie Allman ainda tem a aura de favorita para Paris, mas ela terá pelo menos uma forte concorrente na disputa do ouro: a chinesa Feng Bin, campeã mundial em 2022. Quem também pode pintar na briga é a bicampeã olímpica em Londres e Rio de Janeiro Sandra Perkovic, agora usando o nome de casada Elkasevic, que venceu o europeu recentemente mostrando que está em forma. A jovem neerlandesa Jorinde Van Klinken e a alemã Marike Steinaker correm por fora.

O destaque negativo da competição será não ter as presenças de Yaime Perez e Denia Caballero, cubanas que desertaram nos últimos anos e não estarão em Paris.

Izabela rodrigues tem boas marcas e pode ir para sua segunda final olímpica na carreira (foto: Alexandre Loureiro/COB)

O Brasil terá a atual campeã pan-americana Izabela Rodrigues como representante na prova. Indo para a sua segunda olimpíada, a expectativa é que ela consiga repetir o resultado de Tóquio e ir para a sua segunda final olímpica melhorando suas marcas, o que já seria um ótimo resultado. Outra classificada é Andressa de Morais, que vai para sua terceira olimpíada e vai tentar brigar de novo para ir para uma final inédita para a sua carreira.


Lançamento de martelo

Datas: 4/8

Final: 6/8

Favoritas ao ouro: Camryn Rodgers (CAN)

Candidatas à medalha: Anita Wlodarczyk (POL), Sara Fantini (ITA),DeAnna Price (USA) e Zalina Marghieva (MDA)

Podem surpreender: Hanna Skydan (AZB)

Brasil: Não participa

Chega a ser uma heresia não colocar a maior atleta da história do arremesso do martelo como candidata ao ouro, mas a verdade é que a polonesa Anita Wlodarczyk, tricampeã olímpica e recordista mundial, não teve um dos melhores ciclos olímpicos lutando com muitas lesões e vem, aos 38 anos, como outsider na briga pelo quarto ouro consecutivo. 

Nomes como a atual campeã Mundial Camryn Rodgers, Sara Fantini - que derrotou Anita no último Europeu - e DeAnna Price tem mais chance de pódio do que a polonesa atualmente. Mas ela não pode ser descartada em hipótese alguma, afinal, ela pode tirar um ’martelo’ da cartola e mostrar o porquê de ser considerada a melhor de todos os tempos no aparelho. Além dos nomes já citados, Hanna Skydan e Zalina Marghieva correm por fora nessa disputa pelo pódio.


Lançamento de Dardo

Datas: 7/8

Final: 10/8

Favoritas ao ouro: Haruka Kitaguchi (JPN)

Candidatas à medalha: Flor Ruiz (COL), Mackenzie Little (AUS) 

Podem surpreender: Victoria Hudson (AUT)

Brasil: Jucilene Lima

A japonesa Haruka Kitaguchi leva o favoritismo no dardo. Com uma temporada excepcional em 2023 e com um 2024 muito bom também, Haruka deverá ter como principais rivais a colombiana Flor Ruiz, que quebrou o recorde sul-americano e fez a melhor marca do mundo em 2024, australiana Mackenzie Little e a austríaca Victoria Hudson, atual campeã europeia.

A brasileira Jucilene Lima se classificou pelo ranking e está em franca evolução. Após a final no último mundial, a expectativa é que a lançadora consiga repetir a dose na olimpíada e chegar em uma final olímpica em sua segunda olimpíada

Heptatlo

Datas: 8 e 9/8

Favoritas ao ouro: Nafissatou Thiam (BEL)

Candidatas à medalha: Auriana Lazraq-Khlass (FRA), Anna Hall (USA) e Anouk Vetter (NED)

Podem surpreender: Katarina Johnson-Thompson (GBR), Adriana Sulek (POL) e Noor Vidts (BEL) 

Brasil: Não Participa

Outra prova com uma grande favorita é no heptatlo, com Nafissatou Thiam buscando o tri olímpico para se tornar a segunda mulher no atletismo a conquistar três ouros olímpicos na história. Ela já mostrou que está recuperada de lesão sofrida em 2023, vencendo o campeonato europeu recentemente e nomes como Anna Hall, Katarina Johnson-Thompson e Anouk Vetter terão muito trabalho para tentar destroná-la, mas sabem que esta é a melhor chance de superar a heptatleta belga em uma olimpíada. Jovens nomes como Adriana Sulek e Auriana Lazraq-Khlass esperam surpreender e conseguir um lugar no pódio.

MISTA

Revezamento 4x400m 

Datas: 2/8

Final: 3/8

Favoritas ao ouro: Estados Unidos (USA)

Candidatas à medalha: Irlanda (IRL), Grã Bretanha (GBR), República Dominicana (DOM) e Países Baixos (NED)

Podem surpreender: Nigéria (NGR) e Polônia (POL)

Brasil: não participa

Quando o negócio é revezamento, os Estados Unidos estão sempre na briga pelo topo do pódio olímpico. Após quebrarem o recorde mundial no último campeonato em Budapeste, os estadunidenses carregam o favoritismo de conseguir o ouro que acabou escapando em Tóquio. Nações com bons conjuntos como o da Irlanda e Grã Bretanha e com astros como República Dominicana e Países Baixos vão estar na briga, assim como os conjuntos da Nigéria e dos atuais campeões olímpicos da Polônia 

Revezamento da Marcha atlética

Final: 7/8

Favoritos ao ouro: Itália (ITA)

Candidatos à medalha:  Japão (JPN), Espanha (ESP) e México (MEX)

Podem surpreender: Brasil (BRA) e Austrália (AUS)

Brasil: compete com Caio Bonfim e Viviane Lyra

Sendo uma prova recente, que fez sua estreia em uma competição mundial somente em março de 2024, fica um pouco difícil em fazer uma escala de favoritismo para Paris, mas baseado pela prova disputada em Antalya, a dupla italiana formada por Francesco Fortunato e Valentina Trapletti levam vantagem, já que venceram a prova. Mas Japão, Austrália e Espanha, que classificaram duas duplas, podem incomodar e brigar também por esse ouro.

Viviane Lyra e Caio Bonfim podem surpreender e faturar medalha na estreia do revezamento da marcha atlética (Foto: Alexandre Loureiro/COB) 

O Brasil, que deverá ser representado por Caio Bonfim e Viviane Lyra, fez um ótima atuação, chegando a liderar a prova em alguns momentos, mas acabou terminando em quinto, deixando uma boa impressão de que vão brigar pelo pódio e quem sabe conseguir um pódio nesta prova que faz sua estreia em olimpíadas. 

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