Últimas Notícias

Guia Paris 2024 - BADMINTON

 


*Por Hugo Magliano

Local de competição: Arena Porte de la Chapelle

Data dos eventos: 27/07 a 05/08

Número de países participantes: 48

Atletas participantes: 172 (sendo 86 homens e 86 mulheres)

Brasil: Ygor Coelho (masculino) e Juliana Vieira (feminino)


HISTÓRICO

O badminton nasceu na Índia, com o nome de “poona”. Oficiais ingleses a serviço no país gostaram do jogo e acabaram o levando para a Europa. O “poona” passou a se chamar badminton quando, na década de 1870, uma nova versão do esporte foi jogada na propriedade de Badminton, pertencente ao Duque de Beaufort’s, em Gloucestershire, Inglaterra. Em 1934, foi criada a Federação Internacional de Badminton, com sede justamente em Gloucestershire.

A história do badminton no Brasil tem início no Clube dos Ingleses, na cidade de Santos, no ano de 1938. Porém, a prática da modalidade só tornou-se competitiva a partir da década de 80, quando foi disputada a primeira edição da Taça São Paulo. A Confederação Brasileira de Badminton, entretanto, só foi fundada em 1993.

Veja também:

A primeira aparição do Badminton em Jogos Olímpicos foi em Munique-1972, mas como esporte de demonstração, ou seja, sem valer medalhas oficiais. Em Seul-1988, o esporte voltou a ser disputado como demonstração. A estreia oficial da modalidade só ocorreu quatro anos depois, em Barcelona-1992, com quatro eventos distribuindo medalhas: individual masculino e feminino e duplas masculinas e femininas. A partir de Atlanta-1996 foi incluída a categoria de duplas mistas.

Em Barcelona-1992 foram distribuídos dois bronzes para os perdedores das semifinais, não havendo, portanto, disputa de terceiro lugar. Mas em Atlanta-1996 os derrotados nas semifinais passaram a disputar uma única medalha de bronze, permanecendo assim até os dias de hoje.

Viktor Axelsen é o atual campeã olímpico do Badminton (foto: BWF)

BRASIL

A estreia do Brasil na modalidade se deu na Rio-2016, quando foi o país-sede. Ygor Coelho representou a nação no torneio individual masculino enquanto que Lohaynny Vicente no individual feminino. Ambos perderam as duas partidas que fizeram, sendo eliminados na fase de grupos.

Na olimpíada seguinte, Tóquio-2020, Ygor Coelho voltou a representar o Brasil no individual masculino. Ele conquistou a primeira e, até o momento, única vitória do Brasil no badminton em olimpíadas, ao vencer o atleta das Ilhas Maurício, Julien Paul por 2 a 0. Infelizmente, mesmo com a vitória, o brasileiro foi eliminado na fase de grupos. Pelo individual feminino, Fabiana Silva perdeu os dois jogos que disputou também sendo eliminada na fase inicial.

Em Paris-2024 novamente o Brasil terá dois atletas no badminton nas provas individuais: Ygor Coelho e Juliana Vieira. Ambos conseguiram suas vagas ao serem top-50 do ranking mundial nos seus respectivos naipes. Ainda não será em Paris que o Brasil estreará na competição de duplas.


FORMATO DE DISPUTA

Serão disputadas cinco categorias nos Jogos Olímpicos: individual masculino e feminino e duplas masculinas, femininas e mistas. Nas competições individuais, os atletas são divididos em 14 grupos de três cada, que jogam entre si. Apenas o campeão de cada grupo avança para a fase de mata-mata nas oitavas de final. Nos dois grupos em que  estão os melhores ranqueados, o primeiro colocado avança direto às quartas de final.

Já nas duplas o formato é mais simples. As 16 duplas de cada categoria são divididas em grupos de quatro. As duplas jogam entre si e avançam para as quartas de final os dois melhores duetos de cada grupo. A partir daí são jogos únicos e eliminatórios até a decisão. Tanto no individual quanto nas duplas, o ranking é dividido por cruzamento olímpico (o jogador ou time de melhor ranking enfrenta o de pior; o segundo melhor joga contra o segundo pior e assim sucessivamente). Ao todo, 172 atletas, sendo 86 homens e 86 mulheres, de 48 países, participarão no badminton.

A Arena Porte de La Chapelle será o palco do badminton em Paris, espaço multiuso com capacidade para 8 mil pessoas e que depois da olimpíada, será a casa do Paris Basketball e do handebol do Paris Saint Germain


ANÁLISE

INDIVIDUAL MASCULINO

Datas: 27/07 a 02/08; 04/08 e 05/08

Favoritos ao ouro: Viktor Axelsen (DEN) 

Candidatos ao pódio: Anders Antonsen (DEN), Jonatan Christie (INA), Li Shi Feng (CHN), Anthony Ginting (INA) e Kunlavut Vitidsarn (THA)

Podem surpreender: -

Brasileiros: Ygor Coelho (está no grupo J ao lado de Kodai Naraoka, do Japão, e Jeon Hyeok Jin, da Coreia do Sul)


Vigente número 2 do mundo na categoria, Viktor Axelsen é o atual campeão olímpico, além de ter sido bronze em 2016 no Rio. Bicampeão mundial (2017 e 2022) e quatro vezes campeão europeu (2016, 2018, 2022 e 2023), Viktor aparenta estar no auge de sua carreira. Um de seus rivais será seu compatriota Anders Antonsen. Ele foi vice mundial em 2019 e vencedor europeu em 2019, 2021 e 2024.

Outro propenso medalhista é o indonésio Jonatan Christie (3º no ranking global). Christie foi campeão asiático em 2018 e em 2024, além de ter sido prata em 2022. O vice-campeão asiático em 2024 foi o chinês Li Shi Feng, que venceu um campeonato continental em 2022. Outros que não podem ser deixados de fora são o indonésio Anthony Ginting e o tailandês Kunlavut Vitidsarn. O primeiro foi medalhista de bronze em Tóquio-2020 e no asiático de 2018, mas venceu o continental do ano passado. Já o tailandês foi ouro no mundial de 2023 e prata em 2022.

Ygor Coelho será o representante brasileiro no masculino
Ygor Coelho será o representante brasileiro no masculino (Júlio César Guimarães/COB)



O brasileiro Ygor Coelho é o 48º no ranking e vai pra sua terceira olimpíada. Em um esporte amplamente dominado por asiáticos, nosso representante poderá se considerar feliz caso consiga, assim como em 2020, vencer uma partida.


INDIVIDUAL FEMININO

Datas: 27/07 a 01/08; 03/08 a 05/08

Favoritas ao ouro: An Se-young (KOR), Chen Yufei (CHN) e Carolina Marín (ESP)

Candidatas ao pódio: Akane Yamaguchi (JPN), Tai Tzu-ying (TPE), P. V. Sindhu (IND) e He Bingjiao (CHN)

Podem surpreender: -

Brasileiras: Juliana Vieira (está no grupo D ao lado de Supanida Kathetong, da Tailândia, e Lo Sin Yan Happy, de Hong Kong)


Atualmente líder do ranking, a sul coreana An Se-young venceu o mundial de 2023 e foi medalhista de bronze em 2022. Na sua única participação em olimpíadas, em 2020, foi derrotada nas quartas de finais para a jogadora que viria a ganhar o ouro, a chinesa Chen Yufei. Um ano depois, nos Jogos Asiáticos de 2022, An Se-young deu o troco em sua algoz. A chinesa já foi medalhista em mundiais quatro vezes: prata em 2022 e bronze nos anos de 2017, 2019 e 2023. A campeã dos Jogos Olímpicos de 2016 foi a espanhola Carolina Marín, que não esteve em Tóquio. Carolina domina o badminton feminino na Europa vencendo sete vezes o campeonato continental desde 2014. Durante esse período também conquistou três mundiais (2014, 2015 e 2018) além do vice no ano de 2023.

Ausente em Tóquio, Carolina Marín vai brigar pelo pódio em Paris (foto: BWF)

Apesar de não ter um bom retrospecto em olimpíadas, sendo duas vezes eliminada nas quartas de final, a japonesa Akane Yamaguchi é bicampeã mundial (2021 e 2022) e vencedora asiática em 2019. Já a taiwanesa Tai Tzu-ying é a atual vice olímpica e é tricampeã asiática. Ela possui duas láureas em mundiais: prata em 2021 e bronze em 2022. Outra a ter medalha olímpica é a indiana P. V. Sindhu. Ela, que já chegou a ser vice-líder do ranking, foi medalhista de prata em 2016 e de bronze em 2020. Em seu currículo também constam o mundial de 2019 e o título dos Jogos da Commonwealth de 2022. Olho vivo em He Bingjiao, quarta colocada em Tóquio.

No torneio, o Brasil contará com a atleta Juliana Vieira. Número 47 do ranking, a esperança reside em vencer um jogo. Caso isso aconteça, será a primeira vitória feminina do Brasil no badminton.


DUPLAS MASCULINAS

Datas: 27/07 a 30/07; 01/08, 02/08 e 04/08

Favoritos ao ouro: Liang Weikeng/Wang Chang (CHN)

Candidatos ao pódio: Kang Min-hyuk/Seo Seung-jae (KOR), Satwiksairaj Rankireddy/Chirag Shetty (IND), Kim Astrup/Anders Skaarup Rasmussen (DEN), Aaron Chia/Soh Wooi Yik (MAS) e Takuro Hoki/Yugo Kobayashi (JPN)

Podem surpreender: -

Brasileiros: -


Os chineses Liang/Wang são os atuais vencedores asiáticos e foram terceiro colocados no mundial de 2023. Os campeões foram os sul-coreanos Kang/Seo. Os indianos Rankireddy/Shetty entram na lista de candidatos ao pódio devido aos títulos continentais em 2023 e 2022 bem como o bronze no mundial de 2022.

Os únicos medalhistas olímpicos na lista são os malaios Chia/Soh. Em Tóquio, eles conquistaram o bronze. Em sua galeria de títulos há também o mundial de 2022 e o bronze do ano seguinte. No que diz respeito à dupla dinamarquesa Astrup/Rasmussen, eles venceram competições europeias em 2018, 2023 e 2024 e foram vice no mundial de 2023 e terceiro em 2021. Por fim, os japoneses Hoki/Kobayashi venceram o mundial de 2021 e foram vice em 2019, se credenciando como postulantes ao pódio.


DUPLAS FEMININAS

Datas: 27/07 a 30/07; 01/08 a 03/08

Favoritas ao ouro: Chen Qingchen/Jia Yifan (CHN)

Candidatas ao pódio: Baek Ha-na/Lee So-hee (KOR), Kim So-yeong/Kong Hee-yong (KOR), Mayu Matsumoto/Wakana Nagahara (JPN) e Apriyani Rahayu/Siti Fadia Silva Ramadhanti (INA)

Podem surpreender: -

Brasileiras: -

Chen e Jia são as favoritas ao ouro em Paris (foto: China Daily)

As chinesas Chen/Jia colecionam títulos. Quatro vezes campeãs mundiais (2017, 2021, 2022 e 2023) e quatro continentais (2018, 2019 e duas vezes em 2022), algumas vezes parecem imbatíveis, mas não são. Na final de Tóquio, elas foram superadas por Greysia Polii/Apriyani Rahayu, da Indonésia. Apriyani buscará outra medalha olímpica, desta vez junto a Siti Fadia Silva Ramadhanti. Mesmo formada a pouco tempo, a dupla indonésia já tem o vice mundial de 2023.

Vencedoras do último asiático, as sul-coreanas Baek/Lee também chegam com moral para a disputa, tendo amargado a prata nos dois anos anteriores. Suas compatriotas Kim/Kong levaram o bronze nas últimas olimpíadas e a prata no mundial de 2022. A última dupla destacada, Matsumoto/Nagahara, do Japão, ganhou os mundiais de 2018 e 2019 e ficou com o bronze nos anos de 2021 e 2022. Também possui o vice asiático de 2019.


DUPLAS MISTAS

Datas: 27/07 a 29/07; 31/07 a 02/08

Favoritos ao ouro: Zheng Siwei/Huang Yaqiong (CHN)

Candidatos ao pódio: Feng Yanzhe/Huang Dongping (CHN), Yuta Watanabe/Arisa Higashino (JPN), Dechapol Puavaranukroh/Sapsiree Taerattanachai (THA) e Seo Seung-jae/Chae Yoo-jung (KOR)

Podem surpreender: -

Brasileiros: -


Os chineses Zheng/Huang têm dominado as competições, deixando poucas chances aos rivais. Juntos ganharam três mundiais (2018, 2019 e 2022) e obtiveram a prata em 2023. Também foram campeões de três continentais (2018 e duas vezes em 2022), sendo prata no ano de 2023 e bronze nos anos de 2018, 2019 e 2024. Nas olimpíadas de Tóquio chegaram como favoritos, mas ficaram com a prata ao serem superados na final em jogo extremamente equilibrado por seus compatriotas Wang Yilyu/Huang Dongping. Huang Dongping agora formará dupla com Feng Yanzhe. O dueto parece promissor: Foram campeões do último asiático e medalhistas de bronze em 2022.

Os japoneses Watanabe/Higashino, medalhistas de bronze em Tóquio-2020, também possuem o vice mundial de 2021 e 2022, além de bronze em 2019 e 2023. Medalharam duas vezes em competições asiáticas em 2022 (uma prata e um bronze). Já os tailandeses Puavaranukroh/Taerattanachai venceram o mundial de 2021 e foram segundo em 2019. No ano de 2017 foram prata no asiático, e em 2019, bronze. A última dupla a ser destacada, os sul-coreanos Seo/Chae, ganharam o mundial de 2023 e foram vice no asiático de 2024.

0 Comentários

.

APOIE O SURTO OLÍMPICO EM PARIS 2024

Sabia que você pode ajudar a enviar duas correspondentes do Surto Olímpico para cobrir os Jogos Olímpicos de Paris 2024? Faça um pix para surtoolimpico@gmail.com ou contribua com a nossa vaquinha pelo link : https://www.kickante.com.br/crowdfunding/ajude-o-surto-olimpico-a-ir-para-os-jogos-de-paris e nos ajude a levar as jornalistas Natália Oliveira e Laura Leme para cobrir os Jogos in loco!

Composto por cinco editores e sete colaboradores, o Surto Olímpico trabalha desde 2011 para ser uma referência ao público dos esportes olímpicos, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.

Apoie nosso trabalho! Contribua para a cobertura jornalística esportiva independente!

Digite e pressione Enter para pesquisar

Fechar