FICHA TÉCNICA
Local: Pierre Mauroy Stadium (Lille) e Accor Arena (Paris)
Período: 27/07 a 11/08
Número de países participantes: 15
Total de atletas: 288 (144 homens e 144 mulheres)
Brasil: Apenas no masculino
HISTÓRICO
Esporte coletivo criado em 1891 pelo professor de educação física canadense James Naismith, o basquete teve sucesso imediato nos Estados Unidos e no mundo e rapidamente conseguiu ser esporte de demonstração na Olimpíada de 1904, em Saint Louis (USA). Mas ele só veio a figurar oficialmente no programa olímpico a partir da edição de Berlim, em 1936.
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A estreia do basquete na Alemanha foi inusitada, já que o torneio olímpico foi disputado de forma improvisada em quadras de tênis ao ar livre. Ao menos, o próprio Dr. Naismith foi o responsável por entregar as medalhas para os três primeiros colocados do esporte que criou.
Já para os Jogos de Londres em 1948, a competição foi enfim disputada em um ginásio fechado, com piso apropriado pela primeira vez, o que se seguiu em todas as edições desde então. Somente na edição de Montreal, em 1976, que as mulheres estrearam na modalidade, 40 anos depois dos homens.
A Seleção dos Estados Unidos em Barcelona -1992 entrou para a história como o 'Dream Team' (foto: USA Basketball) |
E no bola-ao-cesto, não tem para ninguém: berço do esporte, os Estados Unidos são os maiores vencedores dos torneios olímpicos de basquete tanto no masculino quanto no feminino: Entre os homens, foram 15 ouros em 19 edições. Apenas a União Soviética (Munique 1972 - vencida em cima dos estadunidenses, em uma final que rende polêmicas até hoje - e Seul 1988), Iugoslávia (Moscou 1980, Olimpíada sem participação dos Estados Unidos) e Argentina (Atenas 2004) conseguiram furar o domínio dos estadunidenses no lugar mais alto do pódio na modalidade.
Entre as mulheres, a hegemonia do país também é imensa, com 8 ouros em 11 torneios disputados (sete deles de forma consecutiva entre 1996 e 2021). Apenas a União Soviética (em Montreal 1976 e Moscou 1980) e a CEI (Comunidade dos Estados Independentes da Antiga União Soviética) (Barcelona 1992), conseguiram roubar o ouro olímpico da mão das estadunidenses
BRASIL
Geração de prata de Atlanta-1996 (Foto: Divulgação/CBB) |
O Brasil esteve presente na estreia do basquete no masculino em Berlim-1936 e disputou 15 de 20 edições, ficando de fora apenas nas edições de 1976, 2000, 2004, 2008, 2020. Agora, em 2024, os homens conseguiram se classificar para a olimpíada após grande vitória em cima da Letônia no pré-olímpico em Riga. Já no feminino, o Brasil só conseguiu estrear apenas na edição de 1992, e disputou sete edições consecutivas até os Jogos do Rio em 2016. A equipe ficou de fora de Tóquio-2020 e agora, está fora dos Jogos de Paris
Apesar do momento distinto entre as seleções, o Brasil tem uma bela história na modalidade, com cinco medalhas: uma de prata, com a seleção feminina em Atlanta 1996, e quatro de bronze (1948, 1960 e 1964 com a seleção masculina e em 2000 com a seleção feminina). Mas esta linda história no basquete tem ficado cada vez mais distante na memória dos torcedores brasileiros.
FORMATO DE DISPUTA
Após a mudança em Tóquio, a Federação Internacional de Basquete (FIBA) decidiu repetir a configuração dos grupos do torneio olímpico, com três grupos de quatro seleções cada.
Após a primeira fase com as seleções se enfrentando entre si em cada grupo, avançam para as quartas de final os dois melhores de cada grupo, mais os dois melhores terceiros colocados. O sistema eliminatório continua o mesmo, com quartas de final, semifinais e finais.
E em Paris, uma mudança importante é que dois locais serão usados no torneio olímpico. Para a fase de grupos, o estádio Pierre Mauroy, do clube de futebol LOSC Lille, foi escolhido como sede das partidas por conta do seu teto retrátil , enquanto a Accor Arena em Paris sediará as partidas das quartas, semi e finais no masculino e feminino.
ANÁLISES
MASCULINO
Fase de grupos/Eliminatórias: 27/07 a 9/08
Final: 10/08 às 16 horas
Favoritos ao ouro: Estados Unidos (USA), França (FRA), Canadá (CAN)
Candidatos à medalha: Alemanha (GER) e Sérvia (SRB)
Podem surpreender: Grécia (GRE) e Espanha (ESP)
Brasil: está no grupo B, ao lado de França, Alemanha e Japão
Será que o Brasil terá força para chegar nas quartas de final em Paris? (Foto: Divulgação/FIBA) |
Após mais uma vez repetir o feito de levar uma seleção abaixo de sua força máxima e decepcionar no mundial, os Estados Unidos resolveram não brincar em Paris. Com nomes consagrados como Lebron James, Stephen Curry e Kevin Durant, e jovens estrelas como Jason Tatum, Joel Embiid e Anthony Edwards, a equipe estadunidense emula uma equipe mais próxima dos lendários ‘dream teams’ de olimpíadas anteriores, tudo para não correr nenhum tipo de risco de perder o ouro olímpico, que vem pertencendo a eles desde Pequim-2008
Até porque o treinador dos Estados Unidos, Steve Kerr sabe que a missão não será nada fácil. A principal rival dos estadunidenses será a França, que jogará em casa com um apoio de uma torcida que ama basquete e que promete ter um senhor garrafão formado pelo melhor e o segundo melhor defensor da última temporada da NBA - Rudy Gobert e o fenômeno Victor Wembanyama, além de ter outros bons valores no time. Outra seleção cotada para desbancar os favoritos é a do Canadá, que vai com que é considerada a melhor geração da história, com nomes como Shai Gilgeous-Alexander, Lu Dort, Dillon Brooks e cia, que inclusive venceram os Estados Unidos no último mundial e vão tentar repetir a dose em Paris.
Wembanyama e Gobert lideram a França para ser a maior ameaça ao ouro dos Estados Unidos (Foto: FFB) |
Outra seleção que pode brilhar é a atual campeã mundial Alemanha, que mostrou que com bom um jogo coletivo, defesa forte e com o reforço de nomes que brilham na NBA como Dennis Schroeder e irmãos Franz e Mo Wagner, podem surpreender e brigar pelo pódio. Outro país que pode brigar pelo pódio olímpico ou até chegar em uma final é a Sérvia, comandada por Nikola Jokic, tem ótimas chances de brigar pelo pódio e pode se credenciar a ser uma das equipes para tentar destronar os Estados Unidos, assim como a Grécia, que com Giannis Antetokounmpo também deve brigar pelo pódio. A Espanha, sem mais o brilho de outrora, mas com um bom jogo coletivo, corre por fora pelo pódio.
O Brasil conseguiu uma classificação meio improvável e épica, derrotando a Letônia na casa dos adversários e ficando com a vaga olímpica - única seleção visitante dos grupos do pré-olímpico a se classificar. Em um grupo com a fortíssima França e a campeã mundial Alemanha, o desafio será contra o Japão pelo terceiro lugar. Ganhar bem dos japoneses e perder de pouco para franceses e alemães vai ser fundamental para tentar chegar ao menos nas quartas de final, ‘teto’ para esta seleção mesmo com Raulzinho e Yago recuperados - ambos estão lesionados e tentam se recuperar a tempo enquanto este guia foi feito - na teoria.
FEMININO
Datas: 28/07 a 11/08
Final: 11/08 às 10h30
Favoritos ao ouro: Estados Unidos (USA)
Candidatos à medalha: Austrália (AUS), França (FRA) e Canadá (CAN)
Podem surpreender: China (CHN), Bélgica (BEL) e Espanha (ESP)
Brasil: Não se classificou
Mais uma olimpíada e mais uma vez, um ouro certo: os Estados Unidos no basquete feminino. A seleção do país continua praticamente imbatível e com nomes de destaque no basquete mundial como A’ja Wilson, Breanna Stewart, Sabrina Ionescu e que ainda pode se dar ao luxo de não levar a nova sensação do basquete feminino Caitlyn Clark para levar Diana Taurasi, que aos 42 anos pode se tornar a primeira jogadora hexacampeã olímpica da história do basquete.
Time dos EUA, atual campeão mundial feminino (Foto: Divulgação/FIBA) |
O octacampeonato olímpico dos Estados Unidos é considerado uma grande barbada, onde somente uma possível tragédia poderá fazer os EUA perderem uma partida nos Jogos Olímpicos - para se ter ideia, a última derrota foi na Olimpíada de Barcelona em 1992, há 32 anos atrás, quando Diana Taurasi tinha 10 anos de idade.
Com a disputa pela prata sendo a mais emocionante no basquete feminino, seleções com bons conjuntos como Austrália - de Ezi Magbegor e a interminável Lauren Jackson de 43 anos - e Canadá - da craque Kia Nurse - tem certo favoritismo para conquistar o posto de ‘melhor do resto’ e enfrentar os Estados Unidos na final.
Apesar de sua geração vitoriosa ter envelhecido e a reposição não ter sido da mesma qualidade, a França, jogando em casa e com algumas remanescentes de sua geração mais vitoriosa, tem boas chances de pódio por conta do apoio que terá de seus torcedores, que são muito fãs de basquete e dever apoiar muito sua seleção.
Meessemann vai comandar a seleção belga rumo ao pódio em Paris (foto: FIBA) |
Não se pode descartar também seleções como Bélgica e a atual ‘melhor do resto’ (vice mundial) China, que podem repetir o feito do Japão - prata em Tóquio - e surpreender pintando em uma final, isso claro se suas craques Emma Meesselmann e Han Xu, respectivamente, estiverem inspiradas nas quadras de Paris e Lille para derrotar as principais adversárias pelo pódio. Outra seleção que também pode surpreender é a Espanha, que apesar de estar sem uma grande estrela, tem um bom conjunto e isso pode fazer a diferença nos jogos olímpicos.
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