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Guia Paris 2024 - BREAKING


*Por Paulo César Guimarães

FICHA TÉCNICA

Local de disputa: Praça da Concórdia

Disputa: 9/08 (feminino) e 10/08 (masculino)

Número de países participantes: 16

Total de atletas: 33 (17 mulheres e 16 homens)

Brasil: Não participa

 

HISTÓRICO

Paris-2024 marca a estreia do Breaking como esporte nos Jogos Olímpicos. A primeira pergunta a ser respondida neste caso é: “Quem colocou o Breaking nas Olimpíadas?” E a resposta está no anseio do COI (Comitê Olímpico Internacional) em tornar o seu produto principal mais atrativo para os jovens, com mais esportes urbanos, fazendo assim com que o breaking alçasse vários degraus rapidamente e, consequentemente, garantisse o seu espaço nas Olimpíadas. 

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Na verdade, nem mesmo a comunidade do breaking sabe dizer como isso aconteceu. Nunca houve um pedido ou ações que explorassem uma aproximação do breaking com o movimento olímpico. Pioneiro e inovador em toda a sua história, o Breaking será o primeiro esporte de dança a estrear no programa principal de um evento esportivo globalmente, justamente nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, mesmo que já tenha participado do movimento olímpico durante os Jogos da Juventude de 2018, em Buenos Aires, na Argentina. 

(Foto: WDSF)

O breaking como esporte olímpico está “associado” à WDSF (Federação Internacional de Dança Esportiva) e no Brasil ao CNDD (Conselho Nacional de Dança Esportiva) e apesar de ser uma prática antiga e com fortes raízes populares, como modalidade esportiva divide opiniões inclusive entre seus adeptos.  Sua origem está diretamente associada com o surgimento do Hip Hop, uma corrente musical e cultural que, simbolicamente, nasceu em 11 de agosto de 1973, no Bronx, Nova York. O breaking chegou ao Brasil ainda na década de 1980.

Toda a competição de breaking nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 será realizada na histórica Praça da Concórdia, local que será o epicentro dos esportes urbanos durante as olimpíadas, pois também sediará as competições de BMX Freestyle, skate e basquete 3×3.


BRASIL

Apesar de ter um campeão mundial em 2010 (o B-boy Neguin), Brasil não conseguiu a vaga olímpica pelo sistema de classificação para Paris-2024, seja pelos eventos qualificatórios ou pelo ranking mundial, e nem mesmo a tradição do país nos eventos de breaking, antes da era olímpica, credenciaram o país a receber uma das vagas por universalidade.


FORMATO DE DISPUTA

A disputa do breaking em Paris 2024 consistirá em confrontos individuais. São 33 atletas divididos ao todo na disputa, 16 B-boys (masculino) e 17 B-girls (feminino).  Os atletas irão participar de disputas solo, primeiramente divididos em grupos, em que haverá competição em round-robin, em que todos do grupo se enfrentam, para definir os 8 melhores de cada naipe que avançam para a disputa de quartas de finais e seguem em mata-mata até a disputa pelo ouro, definindo assim os primeiros medalhistas do esporte na história dos Jogos Olímpicos. 


Place de La concorde será o centro urbano dos jogos e lá terá a ocmpetição de Breaking (foto: Paris 2024)

Nas batalhas individuais, os atletas precisam realizar uma combinação de movimentos de forma improvisada em sincronia com a música de um DJ. Sempre que um competidor estiver performando o outro aguarda para poder responder aos movimentos, ao mesmo tempo em que são avaliados pelos árbitros. Na competição olímpica, os atletas de breaking serão julgados de acordo com seis critérios: Musicalidade, Performance, Criatividade, Personalidade, Técnica e Variedade. Após a apresentação, cinco juízes realizam a avaliação dos critérios e o atleta que tiver a maior pontuação vence a batalha.


ANÁLISE


MASCULINO

Data: 10/08

Favoritos ao ouro:   B-boy Victor (USA) e B-boy Phil Wizard (CAN) 

Candidatos à medalha: B-boy Shigekix (JPN) e B-boy Dany (FRA)

Pode Surpreender: B-boy Amir (KAZ) e B-boy Menno (NED)

Brasil: Não participa


Phil Wizard é um dos grandes favoritos ao ouro em Paris (Foto: Neil Andersen/AFP)


Apesar de ser a primeira vez do breaking no programa olímpico, os critérios de avaliação não devem ter grandes novidades em relação ao que é observado pelos juízes no Circuito Mundial. Assim, temos como favoritos à disputa pelo ouro o B-boy Victor, dos Estados Unidos, e o B-boy Phil Wizard, do Canadá, que decidiram o Mundial de 2023 com vitória do norte-americano. Phil era o campeão mundial de 2022 e venceu também os Jogos Pan-americanos de Santiago-2023. O bronze do mundial do ano passado ficou com o japonês Shigekix que carregará a tradição do Japão na modalidade e deve estar na briga por medalhas junto com o francês Dany, atual campeão europeu e que competirá em casa. O breaking é dinâmico e novos movimentos são criados especialmente para os eventos, neste caso, alguns b-boys mais criativos podem surpreender como o caso do cazaque B-boy Amir e do B-boy Menno, dos Países Baixos.


FEMININO

Data: 9/08

Favoritas ao ouro: B-girl Nicka (LTU) e B-girl 671 (CHN)

Candidatas à medalha: B-girl Sunny (USA), B-girl Ami (JPN) e B-girl Ayumi (JPN) 

Pode Surpreender: B-girl Syssy (FRA)

Brasil: Não participa


Auymi é uma das B-girls que vão brigar pelo pódio olímpico (foto: Romina Amato/ Red Bull content pool)

Apesar de todo o dinamismo das batalhas de breaking, a campeã mundial Nicka, da Lituânia, surge como favorita ao ouro da modalidade, já que além do título no último mundial, também saiu como a grande vencedora do Campeonato Europeu e é a B-girl a ser batida em Paris-2024. Provavelmente a disputa entre as b-girls deva ficar entre Nicka e a chinesa B-girl 671, que é a líder do ranking mesmo não estando em um bom momento. Correndo por fora nesta disputa temos a campeã dos Jogos Pan-americanos de Santiago-2023, a B-girl Sunny, que em 2022 foi a vice campeã mundial, além das japonesas B-girl Ami, campeã mundial em 2022, e B-girl Ayumi, a mais experiente do grupo, com 41 anos, e que foi a vice-campeã mundial em 2023. A B-girl francesa Syssy vem de um terceiro lugar no mundial de 2023 e é uma das apostas para brigar por medalhas competindo em seus domínios e contando com todo o apoio do público francês.

Uma das grandes histórias desta olimpíada é que as batalhas femininas contarão com a presença de Manizha Talash, conhecida como a primeira afegã praticante de breaking, que competirá pela equipe de Refugiados. Os problemas começaram quando os talibãs retomaram o poder em agosto de 2021, e não só o direito de dançar foi tirado das mulheres, mas também o de estudar e de trabalhar. Sendo assim, ela não poderia representar o seu país e passou a ser perseguida. Após um período de clandestinidade e indefinição, tanto Manizha quanto seus companheiros de equipe deixaram o país em 2022 e ela precisou cruzar as montanhas até o Paquistão para se proteger. Passados 11 meses, ela conseguiu asilo na Espanha e participará da estreia da modalidade em Paris-2024.


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