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Guia Paris 2024 - CICLISMO PISTA



*Por Eduardo Gigante e Regys Silva

FICHA TÉCNICA

Local de disputa: Vélodrome National de Saint-Quentin-en-Yvelines

Período: 05/08 a 11/08

Número de países participantes: 34

Total de atletas: 208

Brasil: sem participantes


HISTÓRICO

Maior medalhista olímpica da história da Grã-Bretanha, Laura Kenny anuncia aposentadoria
Laura Kenny (Foto: Christophe Ena/AP)

O ciclismo é um dos esportes que formam o núcleo olímpico, com provas de pista e estrada tendo sido disputadas desde Atenas-1896. A única edição que não contou com nenhuma prova de pista foi Estocolmo-1912. 

As provas eram exclusivamente masculinas até Seul-1988, quando finalmente as mulheres conseguiram o direito de participar. Desde Londres-2012, existe paridade entre provas masculinas e femininas.

Em 2020, o inglês Jason Kenny se isolou como o maior medalhista do esporte nos jogos olímpicos, com sete medalhas de ouro e duas de prata entre 2008 e 2020. Em segundo lugar figura o escocês Chris Hoy, com seis ouros e uma prata conquistados entre 2000 e 2012, sendo dois destes ouros em conjunto com Kenny, que representaram a equipe de velocidade do Reino Unido em 2008 e 2012.

Na breve história do ciclismo de pista feminino, quem se destaca é a britânica Laura Kenny, com cinco ouros e uma prata entre Londres-2012 e Tóquio-2020, apenas duas medalhas a menos que seu marido, Jason. 

Num esporte dominado pela Europa, a América do Sul tem dois recordes: o argentino Juan Esteban Curuchet é o ciclista de pista que mais participou de Jogos Olímpicos: 1984, 1988, 1996, 2000, 2004 e 2008, quando, aos 43 anos e 197 dias, finalmente levou o ouro no madison ao lado do seu compatriota Walter Pérez. Na época ele era o participante mais velho da história do ciclismo de pista, mas em Londres, a colombiana María Luisa Calle competiu no omnium com 43 anos e 309 dias. Pérez ainda é o medalhista e campeão mais velho.

BRASIL

Anésio Argenton foi o primeiro representante do país no ciclismo de pista em Jogos Olímpicos, indo para Melbourne-1956 e Roma-1960. Ele ficou em 9º nos 1000m time trial (contrarrelógio) e na velocidade individual na Austrália e foi melhor ainda em Roma: chegou às quartas de final e terminou em sexto na corrida contrarrelógio.

O Brasil ainda retornou aos velódromos olímpicos entre 1980 e 1992. Na Rio-2016, Gideoni Monteiro conseguiu vaga olímpica no omnium, terminando em 13º lugar. Assim como em 2020, nenhum ciclista do país estará presente em Paris.


FORMATO DE DISPUTA

As provas do ciclismo pista serão disputadas no Vélodrome National de Saint-Quentin-en-Yvelines, entre 05/08 a 11/08. Tanto no masculino quanto no feminino, são seis modalidades em disputa, totalizando 12 ouros:  Keirin, Madison, Omnium e velocidade individual; além das provas de perseguição e velocidade por equipes. Cada evento tem um formato específico:

A velocidade, que ficou de fora apenas em 1904 e 1912, começa com todos fazendo uma volta rápida sozinhos na pista para montar o chaveamento. A partir daí é mata-mata: dois ciclistas disputam uma volta e quem vencer segue vivo. A partir das quartas-de-final a disputa é em melhor de três. Um dado curioso é que os ciclistas fazem três voltas, mas só a última é cronometrada. Assim, as primeiras são mais táticas, e em geral eles ficam lado a lado, evitando o vácuo.

A perseguição só é disputada em equipes nos Jogos Olímpicos. Os atletas largam em lados opostos da pista e a prova termina até que uma equipe alcance a outra, chegando a uma distância de 1 metro. No Keirin, os atletas percorrem um total de 2 km na pista. Uma bicicleta motorizada impõe o ritmo no início até que, nos metros finais, ela sai e os atletas seguem.

Após voltar em 2020 depois de uma ausência de 2 edições, o Madison é disputado em dupla; cada par compete por 50 km (200 voltas) no masculino e 30 km (120 voltas) no feminino. Enquanto um pedala, o outro descansa. A cada 20 voltas, pontos são distribuídos. Para cada volta dada, a dupla também ganha mais 20 pontos, e para cada volta recebida perde 20. Ganha quem completar mais voltas ao final. 

Omnium significa "todos" em latim e envolve seis etapas: Flying Lap (uma volta rápida), Corrida de Pontos (a cada 10 voltas um sino indica que aquela volta valerá pontos), Scratch (corrida tradicional), corrida de eliminação, perseguição individual, e contrarrelógio. A cada disputa, pontos são distribuídos, e, ao final, vence quem tiver acumulado mais.


ANÁLISE

MASCULINO


SPRINT

Eliminatórias: 07/08 a 09/08

Final: 09/08

Favoritos ao ouro: Harrie Lavreysen (NED), Nicholas Paul (TRI), Jack Carlin (GBR)

Candidatos ao pódio: Mateus Rudyk (POL) e Thomas Cornish (AUS)

Pode surpreender: Kaiya Ota (JPN)

Brasil: não tem atletas

(foto: Cláudio Reyes/ Panam Sports)

Atual campeão olímpico e Mundial, Lavreysen é o favorito para conquistar o ouro, mas tem a ameaça de Paul- de Trinidad e Tobago - e Carlin.

Quarto no último mundial, Rudyk é uma ameaça aos principais favoritos. A surpresa é o japonês Ota, que chegou até as quartas de final


SPRINT POR EQUIPES

Eliminatórias: 05/08 e 06/08

Final: 09/08

Favoritos ao ouro: Austrália, Canadá e França 

Candidatos ao pódio: Japão e Alemanha

Pode surpreender: Grã-Bretanha

Brasil: não tem atletas

Melhor colocada entre os países classificados no último Mundial, a Austrália é a favorita para o ouro, entretanto Canadá e França não estão muito distantes.

Por fora estão Alemanha e Japão, mas a grande surpresa é a Grã-Bretanha.


KEIRIN

Eliminatórias: 10/08 e 11/08

Final: 11/08

Favoritos ao ouro: Kevin Quintero (COL), Matthew Richardson (AUS) e Shinji Nakano (JPN)

Candidatos ao pódio: Harrie Lavreysen (NED) e Jack Carlin (GBR)

Pode surpreender: Jeffrey Hoogland (NED)

Brasil: não tem atletas

Campeão mundial, Quintero é o grande nome na prova, além de Richardson e Nakano na disputa pelo título olímpico.

Lavreysen vai tentar outra medalha olímpica individual no keirin, ao lado de Carlin. A surpresa no pódio atende pelo nome de Hoogland.


PERSEGUIÇÃO POR EQUIPES

Eliminatórias: 05/08 e 06/08

Final: 07/08

Favoritos ao ouro: Dinamarca, Itália e Nova Zelândia

Candidatos ao pódio: Austrália e França

Pode surpreender: Canadá

Brasil: não tem atletas

Campeã mundial, a Dinamarca é a favorita para subir no topo do pódio em Paris. Mas Itália e Nova Zelândia vão brigar pelo ouro também.

Austrália e França são as equipes que podem beliscar uma medalha, enquanto o Canadá é o azarão.


MADISON

Final: 10/08

Favoritos ao ouro: Países Baixos, Grã-Bretanha e Nova Zelândia

Candidatos ao pódio: Bélgica e Dinamarca

Pode surpreender: França

Brasil: não tem atletas

Os Países Baixos tem o favoritismo para o ouro pelo título mundial, entretanto Grã-Bretanha e Nova Zelândia são ameaças reais.

Quem batalha por um lugar no pódio é Bélgica e Dinamarca, mas a França, que foi top-6 no Mundial de 2023, é o azarão.


OMNIUM

Final: 08/08

Favoritos ao ouro: Iuri Leitão (POR), Oliver Wood (GBR) e Tim Torn Teutenberg (GER)

Candidatos ao pódio: Vincent Hoppezak (NED) e Dylan Bibic (CAN)

Pode surpreender: Niklas Larsen (DEN)

Brasil: não tem atletas

O português Iuri Leitão é o favorito para o ouro com o título mundial de 2023, mas Wood e Teutenberg são nomes que podem tomar o primeiro lugar dele.

Os ciclistas que correm por fora e podem beliscar o pódio são Hoppezak e Bibic. Mas não se pode descartar Larsen.


FEMININO

SPRINT

Eliminatórias: 09/08 a 10/08

Final: 11/08

Favoritos ao ouro: Emma Finucane (GBR), Lea Friedrich (GER) e Eliesse Andrews (NZL)

Candidatos ao pódio: Sophie Caldwell (GBR) e Liying Yuan (CHN)

Pode surpreender: Emma Hinze (GER)

Brasil: não tem atletas

Campeã em 2023, Finucane é a principal favorita para o ouro, mas Friedrich e Andrews tem possibilidades de levar o título olímpico.

Caldwell e Yuan são os nomes que podem pintar no pódio, enquanto Hinze é quem corre por fora e pode surpreender as favoritas.


SPRINT POR EQUIPES

Eliminatórias e Final: 05/08

Favoritos ao ouro: Alemanha, Grã-Bretanha e China

Candidatos ao pódio: Países Baixos e Nova Zelândia

Pode surpreender: México

Brasil: não tem atletas

Com uma boa equipe, a Alemanha tem tudo pra vencer em Paris, mas Grã-Bretanha e China não vão tornar fácil a vida alemã.

Quem vem por fora, com chance de surpreender, são Países Baixos e Nova Zelândia, mas a grata surpresa pode ser o México.


KEIRIN

Eliminatórias: 07/08 e 08/08

Final: 08/08

Favoritos ao ouro: Eliesse Andrews (NZL), Martha Bayona (COL) e Lea Friedrich (GER).

Candidatos ao pódio:  Hetty van de Wouw (NED), Nicky Degrendele (BEL)

Pode surpreender: Mathilde Gros (FRA).

Brasil: não tem atletas

Também entre as favoritas no sprint, Andrews vai tentar brigar por dois ouros, um deles no keirin. Mas Bayona e Friedrich têm chances de buscar o ouro olímpico.

O pódio é uma possibilidade real para Van de Woud e Degrendele, mas não se deve descartar Gros, que corre por fora.


PERSEGUIÇÃO POR EQUIPES

Eliminatórias: 06/08

Final: 07/08

Favoritos ao ouro: Grã-Bretanha, Nova Zelândia e França

Candidatos ao pódio: Itália e Austrália

Pode surpreender: Estados Unidos

Brasil: não tem atletas

Mesmo sem Katie Archibald (contundida), a Grã-Bretanha mantém o favoritismo para vencer a prova. Nova Zelândia e França podem se aproveitar de algum deslize e ganhar o ouro.

Por um lugar no pódio, estão Itália e Austrália, enquanto a equipe dos Estados Unidos tem possibilidades de beliscar um lugar entre os três primeiros.


MADISON

Final: 09/08

Favoritos ao ouro: Grã-Bretanha, Austrália e França

Candidatos ao pódio: Polônia e Itália

Pode surpreender: Estados Unidos

Brasil: não tem atletas

Assim como na perseguição por equipes, a Grã-Bretanha tem boas possibilidades de faturar a medalha de ouro, mas Austrália e França vão brigar pelo topo do pódio em Paris.

Polônia e Itália são os países que podem aproveitar uma brecha e ganhar uma medalha. A zebra que pode pintar na prova é os Estados Unidos.


OMNIUM

Final: 11/08

Favoritos ao ouro: Jennifer Valente (USA), Amalie Dideriksen (DEN) e Lotte Kopecky (BEL)

Candidatos ao pódio: Valentine Fortin (FRA) e Ally Wollaston (NZL)

Pode surpreender: Daria Pikulik (POL)

Brasil: não tem atletas

(foto: USA Cycling)

Única estadunidense com chances de título na modalidade, Valente vai buscar o bicampeonato olímpico na prova. Mas as dinamarquesas Dideriksen e Kopecky - que também compete no ciclismo estrada - tornarão essa busca mais difícil.

Para subir ao pódio nessa briga, estão Fortin e Wollaston, enquanto Pikulik é a surpresa que pode desbancar quem cometer falhas na prova.

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