*Por Carlo Saleme
Local de disputa: Bercy Arena
Período: 27/07 a 05/08
Número de países participantes: 50
Total de atletas: 192
Brasil: Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira e Júlia Soares (Feminino); Diogo Soares e Arthur Nory (masculino).
HISTÓRICO
A ginástica artística está presente desde a primeira edição dos Jogos Olímpicos da era moderna em 1896, permanecendo até os dias atuais. Em Atenas-1896, houve apenas a disputa masculina e, além de alguns aparelhos usados atualmente, também continha provas como escalada em corda. Em Amsterdã-1928 pela primeira vez a modalidade foi disputada por mulheres.
Antes das duas Guerras Mundiais, Itália e Alemanha se destacavam ao lado da Hungria. O cenário mudou a partir de 1952 com a primeira participação da União Soviética, que começou a dominar o esporte na metade do século.
Em Montreal-1976, a Romênia surgiu como principal ameaça ao domínio soviético, com Nadia Comaneci, que surpreendeu a todos ao tirar a primeira nota 10 da ginástica artística feminina em Jogos Olímpicos. Com a queda da União Soviética, Romênia, China, Rússia e Estados Unidos dominaram o cenário no feminino. As estadunidenses dominaram a modalidade na última década, com destaque para Simone Biles. O Japão também dividiu a soberania no esporte com a União Soviética no masculino.
Nadia Comaneci encantou o mundo na ginástica artística (foto: Action images via Reuters) |
Ao todo (feminino e masculino) os recordistas de medalhas, são: União Soviética juntamente com Rússia e ROC (Comitê Olímpico Russo) detém 234 medalhas, sendo 84 de ouro. Em seguida vem os Estados Unidos com 120 medalhas (39 de ouro), Japão com 103 (33 de ouro), China com 69 (29 de ouro), e fechando o top 5, a Romênia com 71 medalhas (25 de ouro).
BRASIL
Moscou-1980 marcou a primeira participação do Brasil na Ginástica Artística feminina e masculina com Cláudia Magalhães e João Luiz Ribeiro, respectivamente. Luísa Parente em Seul-1988 foi a primeira brasileira a conseguir se classificar para uma final.
O Brasil possui seis medalhas ao todo, sendo duas de ouro. Arthur Zanetti nas Argolas (ouro em Londres-2012 e prata na Rio-2016), Rebeca Andrade no Salto (ouro) e no Individual Geral (prata), ambas em Tóquio-2020; Diego Hypólito e Arthur Nory, prata e bronze, respectivamente, na Rio-2016.
Daiane dos Santos ajudou a colocar o Brasil no mapa dos grandes países na ginástica artística (foto: COB) |
Desde Sydney-2000, com Daniele Hypólito e Camila Comin, o Brasil vem evoluindo na Ginástica Artística e obtendo bons resultados.2004 e 2008 nomes como Daiane dos Santos e Diego Hypólito apareceram entre os postulantes ao pódio e em 2012 veio a primeira medalha, e de lá pra cá, o Brasil sempre conquistou alguma medalha, assim se tornando uma força emergente no esporte.
Nesta Olimpíada de Paris não vai ser diferente, o Brasil vem muito forte, principalmente no feminino, incluindo até disputa por equipes que veio com o bronze no Mundial da Antuérpia em 2023, sendo esta uma medalha inédita na história do Brasil.
Bercy Arena será o palco da ginástica artística em Paris. O Local é conhecido por ser palco do Masters de Paris de tênis e do grand slam de Paris. Na olimpíada, além da ginástica artística, serão disputados o evento de Ginástica de trampolim.
FORMATO DE DISPUTA
Os homens se apresentam em seis aparelhos, são eles: solo, cavalo com alças, argolas, salto sobre a mesa, barras paralelas e barra fixa. Já as mulheres competem em quatro: salto sobre a mesa, barras assimétricas, trave e solo.
Até 2005, os ginastas recebiam uma nota de 0 a 10 pelo seu desempenho. Atualmente, a nota é calculada de forma diferente. Primeiro, os atletas recebem uma nota de dificuldade, a partir dos elementos e das obrigatoriedades que eles apresentam nas suas séries. A nota de dificuldade não tem um teto, mas a maioria dos atletas que tem chances de medalha, vão fazer apresentações com grau de dificuldade entre 5.0 e 7.0 pontos.
A segunda nota é a de execução que vale até 10 pontos. Todos os ginastas começam com um 10, mas vão sendo descontados a cada erro na sua apresentação. As notas de execução e dificuldade são somadas, dando a pontuação final do atleta no aparelho
Todos os atletas participam da fase qualificatória, das apresentações neste dia é decidido quem vai participar das disputas por medalhas. Na competição por equipes, participam 12 países em cada gênero e os 8 melhores avançam para a final.
O individual geral é a disputa que premia os ginastas mais completos da competição, somando todos os aparelhos. Os 24 melhores da qualificatória disputam a final. Já os ginastas especialistas precisam terminar entre os 8 melhores para avançar às finais por aparelhos. Vale destacar que as finais individuais têm um limite de dois atletas por país.
ANÁLISE
Classificação: 28/07, de 04h30 até 17h50 (todos horários de Brasília)
EQUIPES
Final: 30/07, às 13h15
Favorita ao ouro: Estados Unidos (USA) e Brasil (BRA)
Candidatas à medalha: França (FRA) e China (CHN)
Podem surpreender: Itália (ITA) e Canadá (CAN)
Brasil: Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira e Júlia Soares
A equipe brasileira chega em Paris num excelente momento, conquistando a medalha de prata no Mundial de 2023, perdendo apenas para as estadunidenses, capitaneadas por Simone Biles. Era um desejo antigo medalhar por equipes em Mundial, e no mesmo dia que conquistaram a prata, as meninas já falavam do desejo de ganhar uma medalha como equipe em Paris. O Brasil tem reais chances de brigar pelo pódio, lideradas pela brilhante e renomada Rebeca Andrade, Flávia Saraiva que é uma ótima ginasta e ainda busca sua primeira medalha olímpica, além da experiente Jade Barbosa que pode contribuir em aparelhos que é especialista, como o Salto, além de orientações para as mais novas, como a Lorraine Oliveira, e Júlia Soares que fará a sua estreia em Olimpíadas.
No entanto, as grandes favoritas são as estadunidenses. Elas vêm de dois ouros nos dois últimos Mundiais. Se tratando de Jogos Olímpicos, são: dois ouros (Rio e Londres), e duas pratas (Tóquio e Pequim). A equipe comandada pela melhor ginasta de todos os tempos, Simone Biles, é a equipe a ser desafiada e batida, e é uma das tarefas mais difíceis de todos os Jogos Olímpicos. Todavia, a equipe sofreu uma baixa importante nas seletivas, trata-se de Shilese Jones que sofreu uma lesão. Ela era a segunda melhor ginasta da equipe, multimedalhista e completa em todos os aparelhos. Skye Blakely e Kayla DiCello também se machucaram nas seletivas e estão fora de Paris-2024.
As donas da casa estão com uma equipe bem sólida e vindo de resultados que dão confiança, como duas finais nos dois últimos Mundiais, sendo em 2023 bronze na Antuérpia, e bronze no último Campeonato Europeu, mesmo com uma equipe alternativa. Vão ter o fator casa que pode dar um gás ainda maior nas francesas. A China mesmo não atravessando o seu melhor momento por equipes não pode ser descartada, o último ouro foi em casa em 2008, e a última subida ao pódio foi na Rio-2016 conquistando o bronze, as chinesas renovaram a equipe e prometem lutar por uma medalha.
A Grã-Bretanha certamente estaria aqui, não fossem pelas lesões das irmãs Gadirova que são as grandes ginastas britânicas, sem elas, muito dificilmente a equipe britânica brigará por medalha. Com isso abre espaço para a Itália, que é liderada por Alice D’Amato. As italianas vêm conquistando bons resultados, porém elas estarão desfalcadas de Vanessa Ferrari e Asia D’Amato, a irmã gêmea de Alice. No último Campeonato Europeu que foi realizado em casa, a Itália foi muito dominante, inclusive com o ouro por equipes, e duas quintas colocações nos dois últimos Mundiais. O Canadá que conquistou o bronze no Mundial de 2022 também corre por fora.
INDIVIDUAL GERAL
Final: 01/08, às 13h15
Favoritas ao ouro: Simone Biles (USA) e Rebeca Andrade (BRA)
Candidatas à medalha: Sunisa Lee (USA) e Alice Kinsella (GBR)
Podem surpreender: Flávia Saraiva (BRA) e Melanie de Jesus dos Santos (FRA)
Brasil: Rebeca Andrade e Flávia Saraiva
Simone Biles é uma das grandes estrelas da olimpíada (Foto: Matt Khron/USA Today/Reuters) |
É impossível falar de Individual Geral sem falar de Simone Biles que é a recordista em medalhas na história da Ginástica Artística, foi ouro na Rio-2016 e no último Mundial. Parece estar retomando a confiança e a alegria de competir, embora ao que tudo indica, esta será a última Olimpíada da mesma.
A ginasta que se mostra mais capaz de competir com a Biles e ameaçar este trono é a brasileira Rebeca Andrade que vem de um ouro e uma prata nos últimos dois Mundiais, além da prata nos jogos de Tóquio. Rebeca que vem cada vez mais assertiva e confiante em suas séries, num dia bom pode bater de frente com uma adversária do nível de Simone Biles.
Sunisa Lee volta a competir pelos Estados Unidos em competições de primeira linha, ela estava fora da equipe titular desde as Olimpíadas de Tóquio, na ocasião ela ganhou o ouro em cima da Rebeca no Individual Geral. Alice Kinsella será a líder da equipe britânica que sofreu perdas de peso para Paris, com as lesões das irmãs gêmeas Gadirova. Alice foi 4ª e 7ª nos Mundiais de 2022 e 2023, respectivamente, e 4ª no Campeonato Europeu em maio deste ano, além disso, esteve na equipe que conquistou o bronze em Tóquio.
Quem corre por fora é a brasileira Flávia Saraiva, e a francesa Melanie de Jesus dos Santos que são duas ginastas individualistas, mas ambas têm sofrido com lesões durante as competições importantes. As duas estando 100% fisicamente podem incomodar as grandes favoritas.
SALTO SOBRE A MESA
Final: 03/08, às 11h20
Favoritas ao ouro: Rebeca Andrade (BRA) e Simone Biles (USA)
Candidata à medalha: Yeo Seo-Jeong (KOR)
Podem surpreender: Coline Devillard (FRA)
Brasil: Rebeca Andrade
Rebeca e Biles competem diretamente no Salto, no Mundial de 2023 Rebeca foi ouro e Biles foi prata, mesmo com a estadunidense aumentando a nota de dificuldade com um salto mais difícil do que o que ela apresentava desde a Rio-2016. Rebeca é também a atual campeã olímpica no aparelho.
A sul coreana Yeo Seo-Jeong de 22 anos vem se destacando. Foi finalista (7º lugar) do Mundial de Liverpool em 2022 e no de 2023 foi bronze completando o pódio com Rebeca e Biles, em Tóquio-2020 ela também foi bronze. A ginasta que tem uma chance de surpreender é a dona da casa Coline Devillard que também foi finalista no último Mundial e ouro no último Campeonato Europeu.
BARRAS ASSIMÉTRICAS
Final: 04/08, às 10h40
Favorita ao ouro: Nina Derwael (BEL)
Candidatas à medalha: Qiu Qiyuan (CHN) e Sunisa Lee (USA)
Podem surpreender: Naomi Visser (NED) e Sanna Veerman (NED)
Brasil: Rebeca Andrade
Rebeca deverá ser a principal rival de Biles em Paris (foto: Miriam Jeske/COB) |
Rebeca Andrade, segundo a própria, ama competir nas Barras Assimétricas, mas não vem colecionando bons resultados, ela possui uma série difícil e alguns pequenos erros custam caro. No Mundial de 2022 foi para a final e ficou em 8º lugar, quem sabe agora não obtém um resultado melhor.
A belga Nina Derwael vai defender o seu ouro conquistado em Tóquio. Recentemente ela sofreu uma lesão no ombro que a tirou de combate por algum tempo, a ver como retornará da lesão.
A jovem chinesa de 17 anos Qiu Qiyuan é a atual campeã mundial e asiática neste aparelho, ela vem chamando bastante a atenção do mundo da ginástica, sobretudo nas Barras. Qiu fará a sua estreia em Jogos Olímpicos. Sunisa Lee foi bronze no aparelho em Tóquio, no último ciclo não coleciona resultados a nível Mundial, pois ficou ausente da equipe, mas nunca se pode subestimar uma medalhista olímpica, o que pode faltar para a estadunidense é ritmo de competição e confiança.
Correndo por fora temos as neerlandesas Naomi Visser e Sanna Veerman. Naomi foi 7ª colocada nos dois últimos Mundiais, e Veerman foi 5ª em 2022 e 6ª em 2023.
SOLO
Final: 05/08, às 09h20
Favoritas ao ouro: Simone Biles (USA) e Rebeca Andrade (BRA)
Candidatas à medalha: Flávia Saraiva (BRA) e Jade Carey (USA)
Podem surpreender: Naomi Visser (NED) e Melanie de Jesus dos Santos (FRA)
Brasil: Rebeca Andrade e Flávia Saraiva
Rebeca por muito pouco não conquistou uma medalha em Tóquio no Solo, dois erros pisando para fora do tablado custaram o pódio, mas ela vem muito forte com esta série nova que já lhe deu uma prata no Mundial de 2023 e com a série antiga ainda ganhou o bronze em 2022. Flávia Saraiva é muito forte no Solo e conquistou o bronze no Mundial da Antuérpia em 2023, fazendo dobradinha com Rebeca.
Onde tem Simone Biles, tem favoritismo. Ela foi ouro na Rio-2016 e ouro no último Mundial. A também estadunidense Jade Carey foi ouro no solo em Tóquio-2020 e bronze no Mundial de 2022, é uma ginasta que sempre costuma brigar por medalhas e está habituada a esse tipo de competição.
Naomi Visser pode surpreender, sempre aparece bem nas finais de aparelhos, no Solo foi 5º e 6º lugar nos dois últimos Mundiais, respectivamente. Melanie já possui dois ouros no Solo em Europeus, em 2018 e 2019, e com o apoio da torcida pode voltar a se destacar neste aparelho.
TRAVE
Final: 05/08, às 07h36
Favoritas ao ouro: Simone Biles (USA) e Sanne Wevers (NED)
Candidatas à medalha: Guan Chenchen (CHN) e Rebeca Andrade (BRA)
Podem surpreender: Ellie Black (CAN) e Flávia Saraiva (BRA)
Brasil: Rebeca Andrade e Flávia Saraiva
Rebeca não se sente tão confortável na Trave, mas foi finalista no Mundial de 2022 e bronze em 2023. Flavinha foi finalista na Trave em sua primeira Olimpíada na Rio-2016 e costuma ir bem no aparelho, porém carece de bons resultados em competições importantes ainda, quem sabe não seja dessa vez?
A experiente Sanne Wevers desbancou Biles na Rio-2016 e foi ouro na Trave, de lá para cá, conquistou o ouro no Europeu de 2023 e foi quarto lugar no Mundial do mesmo ano. Biles, no entanto, que foi bronze na Rio-2016 e em Tóquio-2020, além de ser ouro no Mundial de 2023, vai em busca do seu primeiro ouro olímpico na Trave.
A chinesa Guan Chenchen é a atual campeã olímpica na Trave, e embora tenha perdido espaço para outras compatriotas nas competições que se sucederam, irá defender o seu título. A canadense Ellie Black é uma ginasta experiente e especialista na Trave, ela foi prata no Mundial de 2022 e pode surpreender em Paris.
MASCULINO
Classificação: 27/07, de 06h até 17h30 (todos horários de Brasília)
EQUIPES
Final: 29/07, às 12h30
Favoritos ao ouro: Japão (JPN) e China (CHN)
Candidatos à medalha: Grã-Bretanha (GBR) e Estados Unidos (USA)
Pode surpreender: Itália
Brasil: não classificou
A delegação japonesa é a favorita a conquistar o ouro, após deixarem escapar o ouro em casa na última edição dos jogos para a Rússia, que não estará presente dessa vez. Na ocasião, o Japão ficou com a prata. Em 2016 e em 2012, o Japão ficou com o ouro e o bronze, respectivamente. Além disso, foram prata no Mundial de 2022 e ouro no de 2023.
Os chineses, que rivalizam com os nipônicos nas últimas três Olimpíadas, só ficaram de fora do pódio em 2012. Em Tóquio e no Rio conquistaram o bronze, e no Mundial de 2022 ficaram com o ouro. Sem a Rússia, prometem endurecer ainda mais a disputa pelo ouro.
Muito dificilmente o pódio não ficará completo com a Grã-Bretanha que vem em crescimento desde o bronze conquistado em Londres, e também ficou com o bronze no Mundial de Liverpool em 2022. Quem pode tentar surpreender e aproveitar a brecha deixada pela Rússia são os Estados Unidos que vem de uma prata no último Mundial, mas não sobe no pódio desde Pequim-2008 (bronze), e a Itália que já foi mais forte tenta voltar aos bons dias, no Mundial de 2022 ficou em quarto lugar.
INDIVIDUAL GERAL
Final: 31/07, às 12h30
Favorito ao ouro: Daiki Hashimoto (JPN)
Candidatos à medalha: Oleg Verniaiev (UKR) e Illia Kovtun (UKR)
Podem surpreender: Brody Malone (USA) e Xiao Ruoteng (CHN)
Brasil: Diogo Soares
Hashimoto é o grande nome da ginástica masculina na atualidade (Foto: Mike Blake/ Reuters) |
O brasileiro Diogo Soares vai para a sua segunda Olimpíada e tem tido bons resultados, ainda é difícil colocá-lo nesse páreo, mas pode fazer uma boa competição. Diogo fez duas finais nos dois últimos Mundiais, em 2022 ficou em 17º, e em 2023 melhorou a sua posição ficando em 10º.
O japonês Daiki Hashimoto é o grande favorito ao ouro no Individual Geral, é o ginasta mais completo já há algum tempo e os concorrentes sempre parecem estar um passo atrás. Ele é o atual bicampeão mundial e campeão olímpico.
Os ucranianos Verniaiev e Kovtun são postulantes ao pódio. Kovtun vem de duas finais em Mundiais, sendo prata na última. Já Verniaiev foi prata no último Campeonato Europeu, e foi prata também na Rio-2016.
Brody Malone foi quarto lugar no Mundial de 2022 e vem se recuperando de lesão para estar apto para Paris. O chinês Xiao Ruoteng foi prata em Tóquio-2020 e pode ser que consiga rivalizar mais uma vez.
SOLO
Final: 03/08, às 10h30
Favoritos ao ouro: Artem Dolgopyat (ISR) e Daiki Hashimoto (JPN)
Candidato à medalha: Luke Whitehouse (GBR)
Pode surpreender: Carlos Yulo (PHI)
Brasil: Arthur Nory
O Solo atualmente não é o principal aparelho de Arthur Nory, mas vale lembrar que ele foi bronze neste aparelho na Rio-2016, fazendo a dobradinha histórica com Diego Hypólito.
O israelense Artem Dolgopyat é o atual campeão mundial e campeão olímpico, além de ser medalhista de prata no Campeonato Europeu de 2024, vem num ótimo momento e com muita confiança. Daiki Hashimoto promete ser o principal adversário de Dolgopyat, ele foi prata no Mundial de 2022 e o 7º no Mundial de 2023.
Luke Whitehouse foi ouro no último Campeonato Europeu, inclusive desbancando Dolgopyat, e por isso se coloca na disputa. Por fora, aparece o filipino Carlos Yulo, ginasta bem completo e que sempre chega forte nas competições representando um país sem muita tradição no esporte, Carlos foi 7º e 4º nos Mundiais de 2022 e 2023, respectivamente.
CAVALO COM ALÇAS
Final: 03/08, às 12h10
Favoritos ao ouro: Max Whitlock (GBR) e Rhys McClenaghan (IRL)
Candidatos à medalha: Ahmad Abu Al-Soud (JOR) e Harutyun Merdinyan (ARM)
Pode surpreender: Lee Chih-Kai (TPE)
Brasil: não classificou
Este aparelho tem muitos ginastas cotados vindos de bons resultados recentes e por ser um dos aparelhos mais difíceis, qualquer erro custa a medalha, pois é uma disputa muito equilibrada. Max Whitlock é o grande nome da ginástica britânica e deste aparelho, ele foi bronze em Londres-2012 e é o atual bicampeão olímpico, também foi 5º lugar no Mundial de 2023. O irlandês Rhys McClenaghan vem de resultados fantásticos e se credencia a lutar pelo ouro olímpico em Paris, é o atual bicampeão mundial, ouro no Campeonato Europeu, e todos esses resultados com certa vantagem nas notas para os demais adversários.
O jordaniano de 29 anos Al-Soud vem de uma prata e um bronze nos Mundiais de 2022 e 2023, respectivamente. Além dele, o armênio Merdinyan se coloca numa boa colocação para brigar pelo pódio, pois foi bronze no Mundial de 2022 e 4º lugar no de 2023.
Lee Chin-Kai de Taipé Chinês foi bronze em Tóquio-2020 e chegou à final do aparelho no último Mundial, terminando em 8º. Não conseguiu manter o embalo pós medalha olímpica, mas a experiência em Olimpíadas pode ser um diferencial.
ARGOLAS
Final: 04/08, às 10h
Favoritos ao ouro: Eleftherios Petrounias (GRE) e Liu Yang (CHN)
Candidato à medalha: You Hao (CHN)
Pode surpreender: Nikita Simonov (AZE)
Brasil: não classificou
As Argolas são um aparelho muito aberto, e assim como o Cavalo com Alças, qualquer erro custa a medalha, dado o equilíbrio entre os competidores e a dificuldade do aparelho. O grego Petrounias ainda se mantém competitivo, foi ouro na Rio-2016 e bronze em Tóquio-2020, também conquistou a prata no Mundial de 2023 e o ouro no Campeonato Europeu de 2024. O chinês Liu Yang é o atual campeão olímpico e mundial, e vem mais forte para a disputa.
O também chinês You Hao foi 5º no Mundial de 2022 e bronze no Mundial de 2023, além de ter sido prata em Tóquio-2020, fazendo a dobradinha com Yang. Uma surpresa nessa disputa pode ser Nikita Simonov, do Azerbaijão, que foi 5º colocado no Mundial de 2023 e medalhista de prata no Campeonato Europeu deste ano, ficando atrás apenas de Petrounias.
SALTO SOBRE A MESA
Final: 04/08, às 11h25
Favoritos ao ouro: Artur Davtyan (ARM) e Jake Jarman (GBR)
Candidato à medalha: Igor Radivilov (UKR)
Pode surpreender: Carlos Yulo (PHI)
Brasil: não classificou
O experiente armênio Davtyan foi bronze em Tóquio-2020, conquistou o ouro no Mundial de 2022, foi 5º lugar no Mundial de 2023 e prata no último Campeonato Europeu, chega com bons resultados e muita experiência. O britânico Jake Jarman é o atual campeão mundial e europeu, restando agora ir em busca do ouro olímpico.
Igor Radivilov foi bronze e 4º lugar nos dois últimos Mundiais. Yulo busca também surpreender no Salto, foi prata no Mundial de 2022 com uma nota que poderia ser prata novamente em 2023 e ouro no Europeu de 2024.
BARRAS PARALELAS
Final: 05/08, às 06h45
Favoritos ao ouro: Lukas Dauser (GER) e Zou Jingyuan (CHN)
Candidato à medalha: Ferhat Arican (TUR)
Pode surpreender: Illia Kovtun (UKR)
Brasil: não classificou
Depois de ser prata em Tóquio-2020, Lukas Dauser foi prata no Mundial de 2022 e ouro no Mundial de 2023, chega bem forte para a disputa do ouro em Paris, duelando com o chinês Zou Jingyuan que foi o medalhista de ouro em Tóquio, e também foi ouro no Mundial de 2022.
O turco Arican foi bronze em Tóquio-2020 e quarto lugar no Mundial de 2022. Tentando mudar um pouco a cara do último pódio olímpico, aparece o ucranino Kovtun que foi 5º lugar no Mundial de 2023 e ouro no Campeonato Europeu de 2024.
BARRA FIXA
Final: 05/08, às 08h31
Favoritos ao ouro: Daiki Hashimoto (JPN) e Tin Srbic (CRO)
Candidato à medalha: Sun Wei (CHN)
Pode surpreender: Brody Malone (USA)
Brasil: Arthur Nory
Nory vai tentar brigar pelo pódio na barra fixa (foto: Gaspar Nóbrega/ COB) |
A Barra Fixa é o aparelho mais forte do Nory. Ele foi ouro no Mundial de 2019 e bronze no Mundial de 2022. A lamentação fica por conta dos Jogos de Tóquio em 2020 que o Nory não conseguiu a classificação para a final após uma queda, e o mesmo aconteceu na final do Mundial de 2023, quando ele terminou em 7º.
Hashimoto é o atual campeão olímpico e mundial do aparelho, inclusive as duas vezes vencendo seu principal rival, o croata Tin Srbic, que foi prata nas duas ocasiões e que também acumula um sexto lugar no Campeonato Europeu deste ano. Hashimoto também tem uma medalha de prata no Mundial de 2022.
O chinês Sun Wei foi quarto lugar no Mundial de 2022 e bronze na edição de 2023. O norte-americano Brody Malone que foi ouro no Mundial de 2022, inclusive batendo o Hashimoto, promete lutar por medalha na competição também.
1 Comentários
Estou impressionada com a riqueza de informações e detalhes descritos, tanto sobre as modalidades de cada esporte, como sobre os históricos. Parabéns!
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