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Guia Paris 2024 - HANDEBOL



*Por Carlo Saleme

FICHA TÉCNICA

Locais de disputa: South Paris Arena 6 (fases preliminares) e Stade Pierre-Mauroy (final)

Período: 25/07 a 11/08

Número de países participantes: 16

Total de atletas: 336 (168 homens e 168 mulheres)

Brasil: participa apenas do feminino


HISTÓRICO

O handebol varia de diversas modalidades e de diferentes épocas. Existem relatos de esportes similares jogados na Grécia e na Roma antiga, representados em ânforas e esculturas de pedra, além de alguns registros na Idade Média, na França Medieval e na Groelândia.

Antigamente, o handebol era jogado com 11 jogadores de cada lado, isso mudou somente com a oficialização do esporte, quando o conjunto moderno de regras foi publicado por Max Heiser, Karl Schelenz e Erich Konigh em 29 de outubro de 1917, data considerada o nascimento oficial do Handebol.

Em 1924, além da versão de campo com 11 jogadores, passou a ser jogado com 7 jogadores de cada lado (seis na linha e um no gol), e em ginásios fechados (antes era só em gramados). Isso se deve muito por conta dos praticantes dos países nórdicos - tradicionais no esporte - que resolveram fugir do frio para continuarem a jogar Handebol. 

Handebol feminino em Montreal-1976 (foto: Montreal Gazette)

Porém, foi handebol em gramado que estreou em Jogos Olímpicos, como esporte de demonstração em Berlim-1936 e em Helsinque-1952. A modalidade foi disputada na grama regularmente até ser excluído do Mundial da modalidade em 1966. O handebol indoor como conhecemos hoje estreou no Mundial de 1938, e em Jogos Olímpicos só estreou na versão em todos conhecemos em Munique-1972. Quatro anos depois, as mulheres estrearam.

Entre os homens, a França é a maior campeã com três ouros olímpicos em 2008, 2012 e 2020. No feminino, a Dinamarca é a maior vencedora com três conquistas seguidas entre os jogos de 1996 e 2004.

BRASIL

No masculino, o Brasil estreou em Olimpíadas na edição de Barcelona-1992, ficando na última colocação. A primeira vitória olímpica só viria em Atlanta-1996 sobre o Kuwait, em jogo que valeu a 11ª colocação. No feminino, o Brasil estreou em Sydney-2000, onde ficou em 8º. De lá para cá, as Leoas nunca ficaram de fora de uma Olimpíada, indo para a sua sétima participação olímpica seguida em Paris. Já os homens, que não se classificaram após duas participações seguidas, já foram seis vezes aos Jogos Olímpicos.

O Brasil jamais conquistou uma medalha olímpica no handebol. As melhores colocações foram jogando em casa (na Rio-2016), tanto no masculino como no feminino, 7º e 5º lugares, respectivamente.

FORMATO DE DISPUTA

As 12 seleções são divididas em dois grupos com seis seleções cada. Os quatro melhores de cada chave avançam às quartas de final e os dois últimos são eliminados. As equipes se enfrentam entre si em turno único dentro do grupo, com a vitória valendo 2 pontos e o empate valendo 1 ponto. 

Em caso de empate na classificação, o confronto direto, o saldo de gols e maior número de gols marcados entre as equipes envolvidas servirão como critérios de desempate, nessa ordem.

O 1º colocado do Grupo A enfrenta o 4º colocado do Grupo B nas quartas de final e assim segue a ordem dos melhores colocados de um grupo enfrentando os piores do outro. Os vencedores das quartas se enfrentam em confrontos eliminatórios de semifinais e finais para definir os campeões.

O Handebol será disputado em dois locais em Paris: a primeira fase será na South Arena Paris 6, localizada na  Paris Expo Porte de Versailles, onde aconteceu a feira mundial de 1900 - que aconteceu junto com a olimpíada daquele ano.  Nas fases decisivas, os duelos serão no estádio Pierre Mauloy em Lille. A estrutura, que tem teto retrátil,  será usada pelo basquete nas fases iniciais.

ANÁLISE

MASCULINO

Disputas: 27/07 a 11/08

Final: 11/08, às 08h30

Favoritos ao ouro: França (FRA) e Dinamarca (DEN)

Candidatos à medalha: Espanha (ESP) e Suécia (SWE)

Podem surpreender: Egito (EGY) e Noruega (NOR)

Brasil: Não participa


Mikkel Hansen vai para sua última olimpíada da carreira querendo estragar a festa dos franceses (Foto: Fabrice Cofrini/AFP)

França e Dinamarca protagonizaram as duas últimas finais olímpicas, do último Mundial  e do último europeu com dois títulos para os dinamarqueses (Rio-2016 e o Mundial) e o ouro em Tóquio e título continental para os franceses.

E em Paris, poderemos ter mais dois duelos entre franceses e dinamarqueses. O primeiro é garantido, já que as duas seleções estão no mesmo grupo (ao lado de Noruega, Argentina, Egito e Hungria) e também muito difícil, quase inimaginável pensar em uma final que não seja entre eles novamente, a não ser que o chaveamento não permita, com uma das seleções indo mal na primeira fase e precipitando um encontro na fase eliminatória ou uma eliminação precoce. São as duas melhores equipes já há algum tempo, e a França terá ao seu favor uma torcida que gosta muito do esporte e que promete empurrar o esquadrão local para o bi olímpico.

Espanha e Suécia pintam como as possíveis seleções que correm por fora pelo pódio. Elas devem se sobressair no grupo A - formado por Croácia, Alemanha, Eslovênia e Japão, além das duas equipes já citadas - com os suecos com uma pequena vantagem, visto o terceiro lugar conquistado no último europeu de handebol. Como surpresa - mais uma vez - pode surgir a seleção egípcia que em Tóquio perdeu para a França num jogo apertado e na disputa pelo bronze foi superada pela Espanha.

FEMININO

Fase de grupos: 25/07 a 10/08

Final: 10/08, às 10h

Favoritas ao ouro: França (FRA) e Noruega (NOR)

Candidatas à medalha: Dinamarca (DEN) e Países Baixos (NED)

Podem surpreender: Suécia (SWE)

Brasil: está no Grupo B, ao lado de Hungria, Países Baixos, Espanha, França e Angola.


França vem como favorita ao ouro no handebol feminino (foto: Susana Vega/Reuters)

A França, que vem de uma prata em 2016, do ouro em Tóquio e ser a atual campeã Mundial, joga com o apoio da torcida e desponta como a grande favorita ao título. A Noruega, que está no grupo A com Alemanha, Eslovênia, Suécia, Dinamarca e Coreia do Sul, campeã mundial em 2021 e europeia em 2022, é a principal concorrente para estragar a festa francesa. Dinamarquesas, neerlandesas e suecas correm por fora na briga pelo pódio.

O Brasil ainda com uma seleção em processo de renovação busca fazer uma campanha melhor do que a de Tóquio quando ficou em penúltimo lugar.  A prova é que as leoas vão para Paris sem dois dos mais antigos pilares dos últimos anos: Ana Paula Belo, que não se recuperou a tempo de lesão, e Babi Arenhart, que ficou como suplente. O objetivo é passar para as quartas de final e assim como em Tóquio, esta será uma tarefa dura. Hoje, no ranking, o Brasil só está à frente da Angola e vai precisar buscar vitórias contra uma das das europeias - Hungria, Países Baixos ou Espanha, já que a França que é a grande favorita no grupo e anfitriã.

Bruna de Paula é a principal estrela da seleção feminina de Handebol em Paris (foto: Gaspar Nóbrega/COB)


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