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Guia Paris 2024 - HIPISMO ADESTRAMENTO


*Por Anna Julia Sbardelot


FICHA TÉCNICA

Local de disputa: Château de Versailles

Período: 30/07, 31/07, 03/08 e 04/08

Número de países participantes: 30 países na disputa individual e 15 por equipes

Total de atletas: 60

Brasil: João Victor Oliva


HISTÓRICO

O hipismo é um dos poucos esportes dos antigos Jogos Olímpicos que continuam presentes atualmente, aparecendo em 680 a.C. e sendo considerado um dos mais emocionantes. Sua estreia na era moderna aconteceu em 1900, sendo efetivado em 1912. 

O adestramento é uma das modalidades do hipismo, ao lado dos saltos e CCE (Concurso Completo de Equitação). A categoria surgiu com os gregos da Antiguidade, que acreditavam que, para sobreviver a uma batalha, a cooperação entre o cavaleiro e o cavalo deveria ser completa. Para isso acontecer, eles desenvolveram um método de adestramento para a guerra, revitalizado no Renascimento e, no século XVIII, chegou ao seu auge com a criação da famosa Escola Espanhola de Adestramento, em 1729, em Viena.

A Suécia dominou nas dez primeiras edições do adestramento individual no programa olímpico, conquistando cinco medalhas de ouro (1912, 1920, 1924, 1956 e 1960), três de prata (1912, 1920 e 1924) e quatro de bronze (1912, 1920, 1928 e 1948). Já nos anos 60 e 70, a União Soviética e a Suíça subiram no lugar mais alto do pódio duas vezes. Os soviéticos levaram em 1960 e 1968 enquanto os suíços conquistaram o ouro em 1964 e 1976. Desde então, a Alemanha vem dominando a modalidade, tendo conquistado o ouro e a prata em Tóquio-2020 com Jessica von Bredow-Werndl e Isabell Werth. 

A prova por equipes do adestramento, que entrou nos Jogos de Amsterdã em 1928, também teve períodos de soberania. Por mais de 20 anos, Alemanha e França se revezaram no topo, com os alemães vencendo em 1928 e 1936, enquanto os franceses conquistaram a medalha dourada em 1932 e 1948. 

Após isso, somente suecos e alemães venceram até a década de 1970. Em Helsinque-1952 e Estocolmo-1956, a Suécia de Henri Saint Cyr, Genhäll Persson e Gustaf Adolf Boltenstern Jr conquistou o bi. Já a Alemanha começa a demonstrar um começo de hegemonia com duas medalhas de ouro em sequência, em 1964 e 1968.

A União Soviética também conquistou duas medalhas de ouro, em 1972 e 1980, enquanto se alternava com a equipe alemã que conquistou em 1976. A partir dos Jogos Olímpicos de 1984, começou uma predominância da Alemanha, estando no lugar mais alto do pódio até Pequim em 2008, vendo a equipe mista da Grã-Bretanha levar o ouro em 2012. A equipe alemã voltou a vencer na Rio-2016 e em Tóquio-2020. 

BRASIL

João Victor Oliva durante a apresentação por equipes em Santiago
Foto: Luis Ruas/CBH

O Brasil estreou no hipismo adestramento na olimpíada de 1972, com Sylvio de Rezende ficando em 25º no individual. Depois disso, o Brasil só foi aparecer na modalidade em Sydney-2000, com Jorge da Rocha. Após uma ausência em 2004, o Brasil voltou a competir  na modalidade regularmente a partir de Pequim-2008.

O adestramento brasileiro fez história nos Jogos Pan-americanos em 2023 com a conquista da inédita medalha de prata, de João Victor Oliva montando Feel Good. Ele conquistou a medalha com 86,160% no GP Freestyle e será o único representante do Brasil na disciplina em Paris. 

João Victor é o nome mais conhecido do hipismo adestramento do país na última década, tendo conquistado a maior nota do Brasil na história da modalidade em Jogos Olímpicos. Em Tóquio-2020, o atleta brasileiro, montando Escorial Horsecampline, registrou 70,419%, superando a sua própria marca de 68,071% conquistada no Rio 2016.


FORMATO DE DISPUTA

No adestramento individual, 60 atletas disputam a competição, dividida em três fases. Todos participam do Grand Prix 1, que classifica 32 conjuntos para o Grand Prix 2, que, por sua vez, qualifica 18 para o Grand Prix Special e o Grand Prix Freestyle. Apenas a pontuação do Freestyle conta para a definição das medalhas.

Por equipes, todos competirão no Grand Prix 1 e 2, em que as seis melhores - e as empatadas no sexto lugar - vão para o Grand Prix Special. A média do Grand Prix combinada com o Grand Prix Special determinará os medalhistas.


ANÁLISE


ADESTRAMENTO INDIVIDUAL

Local de disputa: Château de Versailles

Período: 30/07, 31/07 e 04/08

Atletas: 60

Países: 30

Favoritos ao ouro: Cathrine Laudrup-Dufour (DEN), Charlotte Fry (GBR) e Jessica von Bredow-Werndl (GER)

Candidatos ao pódio: Dinja van Liere (NED) e Isabell Werth (GER)

Podem surpreender: - 

Brasil: João Victor Oliva

Não seria surpresa considerar a Alemanha como a grande favorita no esporte em que é a maior medalhista. E no adestramento individual não poderia ser diferente. Jessica von Bredow-Werndl e Isabell Werth dividiram o pódio em Tóquio-2020 e podem repetir o feito em Paris. 

Quem pode desbancar a hegemonia alemã é Charlotte Dujardin. Além de ser a britânica mais bem sucedida do adestramento, ela vem de um bicampeonato em Jogos Olímpicos (2012 e 2016) e vai atrás da terceira medalha de ouro, após conquistar o bronze em Tóquio-2020. 

Por outro lado, Cathrine Laudrup-Dufour pode surpreender e trazer uma medalha para a Dinamarca que não chega desde as Olimpíadas de Los Angeles, em 1984. Sendo medalhista de bronze no europeu em 2023, vai muito bem desde a Rio-2016 e foi campeã mundial em 2022, além do título por equipes. 


ADESTRAMENTO POR EQUIPES

Local de disputa: Château de Versailles

Período: 30/07, 31/07 e 03/08

Atletas: 45

Países: 15

Favorita ao ouro: Alemanha (GER)

Candidatas ao pódio: Grã-Bretanha (GBR) e Dinamarca (DEN)

Podem surpreender: Estados Unidos (USA), Suécia (SWE) e Países Baixos (NED)

Brasil: Não tem

No adestramento por equipes são 14 medalhas de ouro, três pratas e um bronze para a Alemanha. Com números tão expressivos, o país europeu é extremamente favorito para a disciplina. 

Outras nações que podem ocupar o pódio olímpico são a Grã-Bretanha, prata no Mundial de 2022 com Charlotte Fry na equipe e a Dinamarca, campeã inédita em 2022 com Cathrine Laudrup-Dufour. Suécia, Espanha e Estados Unidos correm por fora.

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