*Por Eduardo Gigante
FICHA TÉCNICA
Local de disputa: Palácio de Versalhes
Período: 27/07 a 29/07
Número de países participantes: 27
Total de atletas: 65
Brasil: Carlos Parro, Marcio Jorge, Rafael Losano, Ruy Fonseca
HISTÓRICO
O hipismo é um dos poucos esportes dos antigos Jogos Olímpicos que estão presentes atualmente. Aparecendo em 680 a.C e sendo considerado um dos mais emocionantes, sua estreia na era moderna aconteceu em 1900. Houve algumas tentativas sem sucesso e somente em 1912 entrou de fato no programa olímpico.
Nas décadas seguintes, os saltos individuais foram dominados pelos militares. Mas com os exércitos cada vez mais mecanizados, os civis começaram a se destacar e assumir o protagonismo. Até 1948 apenas homens podiam participar. A restrição foi eliminada quatro anos depois nas Olimpíadas de Helsinki, quando mulheres começaram a competir, tornando os eventos mistos.
Hoje, três provas fazem parte do programa olímpico do hipismo: adestramento, saltos e CCE (Concurso Completo de Equitação).
CCE
O Concurso Completo de Equitação (CCE) foi incluído nos Jogos de Estocolmo em 1912 e é a disciplina de competição combinada mais completa, exigindo do cavaleiro e do cavalo uma experiência considerável em todos os ramos do hipismo.
No individual, a Alemanha vai tentar o hexa olímpico consecutivo e ampliar seu domínio no quadro de medalhas do CCE, aumentando sua diferença à segunda colocada Suécia, que tem quatro títulos. Os alemães também tentarão recuperar sua hegemonia por equipes, tendo seu bicampeonato interrompido com a vitória da França no Rio de Janeiro em 2016 e da Grã-Bretanha em 2020.
BRASIL
Foto: Miriam Jeske/COB |
O Brasil fez sua estreia no hipismo nos Jogos Olímpicos de Londres em 1948, levando seis atletas e entre eles estava Aécio Coelho, que foi o mais jovem a estrear, tendo na época 23 anos. As participações dos atletas nas disciplinas CCE e salto individuais, além do salto em equipe, acabaram sendo discretas, com um sétimo lugar.
No CCE, o Brasil já marcou presença em sete edições dos jogos olímpicos (1948, 1996, 2000, 2004, 2008, 2016 e 2020), tendo o 6º lugar em Sydney-2000 como melhor resultado por equipes. Com o bronze nos Jogos Pan-Americanos de 2019, o Brasil herdou a vaga dos Estados Unidos – medalhista de prata e já classificado – e carimbou sua vaga olímpica para Paris.
FORMATO DE DISPUTA
No CCE individual, os 25 melhores após o adestramento, o cross-country e a primeira passagem dos saltos, vão disputar a segunda passagem, que decide as medalhas, com o vencedor sendo o que somar o menor número de pontos perdidos.
Na competição por equipes, que acontece simultaneamente com a individual, a decisão do ouro sai logo após o final da primeira passagem dos saltos. A equipe com menor número de pontos perdidos após as três provas, com pelo menos três atletas, vence.
ANÁLISE
Equipe
Classificatórias: 27/07 (adestramento), 28/07 (cross-country), 29/07 (saltos)
Final: 29/07
Favoritas ao ouro: Alemanha e Grã-Bretanha
Candidatas à medalha: França, Austrália e Nova Zelândia
Podem surpreender: Estados Unidos
Brasil: Carlos Parro, Marcio Jorge, Rafael Losano e Ruy Fonseca
O CCE por equipes promete ser uma das disputas mais emocionantes dos jogos olímpicos, com a Alemanha visando retomar sua hegemonia na modalidade após duas edições sem o ouro e a Grã-Bretanha buscando o bicampeonato olímpico. E, é claro, tem a anfitriã França, campeã olímpica em 2016, que fará de tudo para triunfar no Palácio de Versalhes.
Desde 2006, Alemanha e Grã-Bretanha vivem alternando o primeiro lugar do pódio em mundiais, com a primeira levando o ouro em 2006, 2014 e 2022 e a segunda em 2010 e 2018. Os germânicos contarão com os últimos dois campeões olímpicos (Julia Krajewski e Michael Jung), mas a Grã-Bretanha tem atualmente 10 dos 12 melhores atletas no ranking mundial, ou seja, a vitória será nos detalhes.
Além dos três países europeus, não podemos descartar a Austrália, que foi prata em Tóquio e tem muita tradição na modalidade (foram tricampeões olímpicos em 1992, 1996 e 2000) e os Estados Unidos e a Nova Zelândia, respectivamente prata e bronze no último mundial de CCE, disputado em 2022. Quanto ao Brasil, embora as chances de medalha sejam pequenas, a equipe tem tudo para terminar no top 10 e, quem sabe, melhorar o 6º lugar conquistado em Sydney-2000.
Individual
Classificatórias: 27/07 (adestramento), 28/07 (cross-country), 29/07 (saltos)
Final: 29/07
Favoritos ao ouro: Julia Krajewski (GER), Michael Jung (GER) e Oliver Townend (GBR)
Candidatos à medalha: Boyd Martin (USA) e Tim Price (NZL)
Brasil: Carlos Parro, Marcio Jorge, Rafael Losano, Ruy Fonseca
Em Tóquio-2020, a alemã Julia Krajewski fez história ao se tornar a primeira amazona a ganhar um ouro individual no CCE. Embora ela atualmente seja o 28º lugar no ranking mundial, ela é uma das favoritas ao ouro, juntamente com seu compatriota Michael Jung, bicampeão olímpico em Londres-2012 e Rio-2016.
No entanto, não podemos descartar os britânicos - que, novamente, ocupam 10 das 12 primeiras colocações no ranking mundial - em especial Oliver Townend (número 1 do mundo) e Rosalind Carter (número 3 do mundo), que devem liderar a equipe britânica. Vai ser emocionante!
Além dos alemães e britânicos, quem pode surpreender é o americano Boyd Martin, que já participou de três edições dos jogos olímpicos e está em sua melhor fase na carreira (número 2 do mundo) e o neozelandês Tim Price, bronze no último mundial da categoria.
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