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Guia Paris 2024 - JUDÔ



*Por Nathan Raileanu

Local de disputa: Grand Palais Éphémère

Período: 27/07 a 04/08

Número de países participantes: 107

Total de atletas: 356

Brasil: Michel Augusto (60kg), Willian Lima (66kg), Daniel Cargnin (73kg), Guilherme Schimidt (81kg), Rafael Macedo (90kg), Leonardo Gonçalves (100kg) e Rafael Silva “Baby” (+100kg); Natasha Ferreira (48kg), Larissa Pimenta (52kg), Rafaela Silva (57kg), Mayra Aguiar (78kg) e Beatriz Souza (+78kg); Equipe mista


HISTÓRICO

O judô estreou nos Jogos Olímpicos de Tóquio-1964, ou seja, começou na sua terra natal e no Budokan, construído especialmente para o evento e que virou um palco lendário para as artes marciais. Foram apenas quatro categorias, sendo uma aberta e outras três com peso e nestas, o Japão ganhou todas.

Na Cidade do México-1968, a modalidade não estava presente e voltou em Munique-1972, ainda restrita para homens. As mulheres começaram a participar em Seul-1988, mas naquela edição ainda como demonstração, entrando de vez em Barcelona-1992.

Em Tóquio-2020, foi introduzida a disputa por equipes mista com ouro para França, prata para o Japão e bronze para Alemanha e Israel.

Apenas em três edições, o Japão não foi o melhor país na modalidade, em Moscou-1980, quando foi a União Soviética, em Seul-1988, quando foi a Coreia do Sul e em Londres-2012, na qual a Rússia foi quem mais levou ouro.

No quadro geral de medalhas, o Japão tem 48 ouros, contra 16 da França, a segunda colocada. No total, os criadores da modalidade já conquistaram 96 medalhas desde Tóquio-1964.


BRASIL

 

Mayra Aguiar com o ouro do Grand Slam de Tóquio em 2023 (Foto: Emanuele Di Feliciantonio/IJF)

A modalidade é sempre esperança de medalhas para o Brasil, trazendo duas na edição de Tóquio-2020 com Mayra Aguiar e Daniel Cargnin. Em Londres-2012 e Rio-2016, os primeiros ouros brasileiros vieram da modalidade com Sarah Menezes e Rafaela Silva. Além delas, o país tem mais dois ouros na história, Aurélio Miguel em Seul-1988 e Rogério Sampaio em Barcelona-1992.

Olhando toda a história, a primeira medalha foi um bronze com Chiaki Ishii em Munique-1972 e desde Los Angeles-1984, com Douglas Vieira (prata), Luis Onmura (bronze) e Walter Carmona (bronze),  o país sempre sai com alguma medalha na modalidade, o que deu por muitos anos o status de 'carro-chefe' ao judô brasileiro

O Brasil chega em Paris-2024, sem conseguir medalhas no Mundial realizado no mês de maio, porém vale ressaltar que o país não foi com força máxima para o torneio, com Mayra Aguiar, Rafaela Silva e Rafael  Silva‘’Baby” fora da competição.

Por outro lado, é o país com mais categorias depois da França, país sede, que está garantido em todas as categorias, enquanto o Brasil não estará apenas na categoria até 70kg feminino. 

No masculino, Daniel Cargnin foi campeão do Masters em 2022 e é candidato a repetir o pódio em outra categoria agora em Paris-2024. Guilherme Schimidt chega no top-5 do ranking olímpico de sua categoria e Willian Lima em sexto na sua. Os três são candidatos à medalha.

No feminino, Rafaela Silva chega na terceira colocação do ranking olímpico da sua categoria, enquanto Beatriz Souza no peso pesado é a quarta colocada. Mayra Aguiar é a oitava no seu peso, mas ela ficou um tempo sem competir e por isso, essa posição é fantástica. Medalhista em todos os Jogos que disputou, Mayra pode repetir o feito mais uma vez.


FORMATO DE DISPUTA

Os judocas são sorteados em confrontos mata-mata e quem vence, avança de fase. Nas quartas de final, quem vence avança para a semi e o derrotado segue para a repescagem. Na repescagem, há dois confrontos entre os perdedores nas quartas e os vencedores enfrentam os dois derrotados na semifinal, para a disputa dos dois bronzes distribuídos para cada categoria. 

Na disputa por equipes, são três atletas de cada gênero, disputando no máximo seis lutas, ou seja, quem fizer quatro pontos primeiro, vence. Se o confronto terminar em 3 a 3, um confronto extra é definido por sorteio para que a partida tenha um vencedor. Assim como no individual, tem a repescagem e os dois bronzes.


ANÁLISE

FEMININO


-48kg

Fase eliminatória e final: 27/7
Favoritos ao ouro: Natsumi Tsunoda (JPN)
Candidatos à medalha: Assunta Scutto (ITA), Bavuudorjiin Baasankhüü (MGL)
Podem surpreender: Abiba Abuzhakynova (KAZ), Natasha Ferreira (BRA) e Shira Rishony (ISR)
Brasil: Natasha Ferreira

A japonesa Natsumi Tsunoda, tricampeã mundial neste último ciclo, é quem vem como a adversária a ser batida na categoria. As principais postulantes a bater a japonesa são Bavuudorjiin Baasankhüü e Assunta ScuttoAbiba Abuzhakynova corre por fora neste briga.

Duas judocas que não ficaram bem no ranking podem surpreender e uma é brasileira. Natasha Ferreira foi sétima no Mundial realizado neste ano e em 2023 conquistou a medalha de bronze no Grand Slam de Tel Aviv, torneio com alto nível no judô. 

A outra é a israelense Shira Rishony, que foi bronze por equipes e perdeu a disputa da medalha no individual em Tóquio-2020. Neste ciclo, ela foi prata no Grand Slam de Antalya, torneio prestigiado e bronze no Europeu em 2022.


-52kg

Fase eliminatória e final: 28/7
Favoritos ao ouro: Distria Krasniqi (KOS) e Amandine Buchard (FRA)
Candidatos à medalha: Diyora Keldiyorova (UZB) e Odette Giuffrida (ITA)
Podem surpreender: Larissa Pimenta (BRA) e Chelsie Gilles (GBR)
Brasil: Larissa Pimenta

Essa categoria promete indefinição até o final. Ouro no -48kg em Tóquio-2020, a kosovar Distria Krasniqi subiu de peso e foi campeã europeia em 2023 e do Masters em 2022 já no peso novo, mostrando que ela vai com tudo para o segundo ouro em Jogos. 

Ela terá como adversária a francesa Amandine Buchard, mordida pela prata em Tóquio-2020 e que terá o apoio da torcida. A judoca teve um 2023 excelente, com título no GS de Antalya, no Masters e no Europeu, sendo bronze no Mundial. 

Porém, a uzbeque Diyora Keldiyorova, campeã em Tbilisi ano passado e em Baku em 2024, com duas pratas nos últimos dois Mundiais, vê em Paris-2024, a chance da sua primeira medalha, vindo com o peso de ser a líder do ranking, assim como Odette Giuffrida, que após três bronzes nos mundiais de 2022,23 e 24, vai em busca de sua terceira medalha olímpica

A brasileira na categoria, Larissa Pimenta, vem de um bom ciclo. Ela parou nas oitavas em Tóquio-2020 para a japonesa Uta Abe, que foi ouro e estará em Paris-2024 brigando pelo bicampeonato. Ela foi ouro em Santiago-2023 e foi bronze no GS de Tel Aviv no ano passado. A depender da sua chave, ela pode ir com tranquilidade para a disputa de medalhas. Outro nome que pode surpreender é o de Chelsie Gilles, bronze em Tóquio e prata no mundial de 2022 

Judô brasileiro vai ao Cazaquistão para último Grand Slam antes dos Jogos Olímpicos de Paris
Rafaela Silva enfrentando Christa Deguchi (Foto:Anderson Neves/CBJ)


-57kg

Fase eliminatória/final: 29/7
Favoritos ao ouro: Christa Deguchi (CAN), Rafaela Silva (BRA) e Huh Mi-Mi (KOR)
Candidatos à medalha: Haruka Funakubo (JPN)
Pode surpreender: Sarah-Léonie Cysique (FRA) e Eteri Liparteliani (GEO)
Brasil: Rafaela Silva

Essa categoria é muito forte e Rafaela Silva chega despontando como candidata ao bicampeonato. Após voltar do doping, ela fez um excelente ciclo, sendo ouro em Santiago-2023, no Mundial de 2022 e no Grand Slam de Antalya também em 2023. De março de 2023 até os Jogos, só não foi pódio no Grand Slam de Paris do ano passado e se classificou na terceira colocação do ranking olímpico.

Sua principal adversária será Christa Deguchi, canadense que chega com o título mundial do ano passado e o vice deste ano, além de seis títulos de Grand Slam só neste ciclo. Porém, a sul-coreana Huh Mi-Mi, que derrotou a canadense no Mundial de 2024, também vem em ótima fase e promete acirrar a disputa. 

Nomes como Sarah-Léonie Cysique - prata em Tóquio -, Haruka Funakubo - vice mundial em 2022 e 2023 - e Eteri Liparteliani correm por fora na expectativa de uma das três favoritas terem um mal dia e não brigarem pelo ouro 


-63kg

Fase eliminatória/final: 30/7

Favoritos ao ouro: Joanne van Lieshout (NED), Catherine Beauchimin-Puchard (CAN)
Candidatos à medalha: Clarise Agbegnenou (FRA), Laura Fazliu (KOS) e Angelika Szymańska (POL)
Podem surpreender: Miku Tashiro (JPN)
Brasil: Ketleyn Quadros


A neerlandesa Joanne van Lieshout chega a Paris como líder do ranking e a atual campeã mundial. Ela teve um bom ciclo além desta conquista, com direito ao título mundial no último mundial de judô.

Com três Grand Slams e uma prata no Mundial de 2022, Catherine Beauchimin-Puchard, do Canadá, chega para brigar de frente com Joanne. Junto dela, a francesa Clarisse Agbegnenou, hexa campeã mundial - a última em 2023 - e ouro em Tóquio-2020, apesar do bronze no último mundial,  vem com tudo para defender o título e ainda terá o apoio da torcida, que pode ser um diferencial.

Nomes bem colocados no ranking e com pódios em grandes competições como Laura Fazliu, Angelika Szymańska e Miku Tashiro podem pintar de surpresa na briga por medalhas e até pelo lugar mais alto do pódio.

Ketleyn Quadros, bronze em Pequim-2008, teve dificuldades para se classificar e pegou a vaga só na realocação continental. Ela foi bronze em Santiago-2023 e venceu a etapa de Antalya do Grand Slam também no ano passado, superando Pinard, mas não deve ter vida fácil no sorteio da sua categoria e terá que fazer uma grande competição para brigar pelo pódio.


-70kg

Fase eliminatória e final:31/7

Favoritos ao ouro: Barbara Matic (CRO) e Elisavet Teltsidou (GRE)
Candidatos à medalha: Marie-Ève Gahié (FRA)
Podem surpreender
Brasil

A croata Barbara Matic, campeã mundial em 2021 e 2022 e atual campeã europeia, chega com um certo favoritismo, mas a grega Elisavet Teltsidou, prata no Europeu e com quatro títulos de Grand Slam no ciclo, chega como uma de suas principais adversárias.

A francesa Marie-Ève Gahié com alguns pódios neste ciclo, um ouro em Antalya e o título europeu em 2022 corre um pouco por fora.

-78kg

Fase eliminatória e final: 01/8

Favoritos ao ouro: Inbal Lamir (ISR), Anna-Maria Wagner (GER) e Mayra Aguiar (BRA)
Candidatos à medalha: Alice Bellandi (ITA)
Podem surpreender
Brasil: Mayra Aguiar

A categoria -78kg não permite nos dar prognósticos muito certeiros. Isso porque ela é uma das mais equilibradas do ciclo. Em três mundiais foram três campeãs diferentes, Mayra Aguiar (BRA), Inbal Lamir (ISR) e Anna-Maria Wagner (GER). As três chegam com chances de vencer os Jogos, sendo que a brasileira medalhou em todas as edições de Jogos que participou.

Além delas, a italiana Alice Bellandi vem de um ótimo ciclo, vencendo o Masters de 2022 e quatro Grand Slams, e assim ela chega como candidata ao pódio.

+78kg

Fase eliminatória e final: 02/08

Favoritos ao ouro: Romane Dicko (FRA), Wakaba Tomita (JPN) 
Candidatos à medalha: Raz Hershko (ISR) e Beatriz Souza (BRA) e Kim Ha-Yun (KOR)
Podem surpreender
Brasil: Beatriz Souza

A categoria dos pesos-pesados vem com uma disputa bem equilibrada. De um lado tem a francesa Romane Dicko, bronze em Tòquio-2020 e campeã por equipes, tricampeã do Masters, todos estes realizados neste ciclo, somados a conquista de três Grand Slams este ano, a colocam com mais fichas para os Jogos.

Pódio nos dois últimos Mundiais com um título, Wakaba Tomita se apresenta como grande adversária e ainda superou a atual campeã olímpica, Akira Sone, na disputa interna do Japão, colocando-a com muita moral na disputa.

Raz Hershko, de Israel, é outra com boas chances de ouro. Ela é a atual campeã europeia, foi fundamental na conquista do bronze por equipes em Tóquio-2020 e foi bronze no Grand Slam de Paris neste ano. A sul-coreana Kim Ha-Yun vem de bons resultados no ciclo e venceu o Grand Slam de Paris no ano passado, sendo uma candidata a correr por fora pela medalha. 

A brasileira Beatriz Souza dominou o continente neste ciclo, vencendo todos os Pans da modalidade realizados de Tóquio até Paris, conquistou o Grand Slam de Baku no meio do caminho e é uma adversária difícil para quem aparecer no caminho. 



MASCULINO

-60kg

Fase eliminatória e final: 27/7

Favoritos ao ouro: Yang Yung Wei (TPE) e Giorgi Sardalashvili (GEO)
Candidatos à medalha: Fernando Garrigos (ESP), Ryuju Nagayama (JPN) e Luka Mheidze (FRA)
Podem surpreender: Michel Augusto
Brasil: Michel Augusto

A categoria tem cinco nomes que despontam para brigar pelo ouro olímpico. O taiwanês Yang Yung-Wei, campeão dos Jogos Asiáticos, é um deles. Ele vem acumulando pódios no ciclo, além de estar mordido pela medalha de prata em Tóquio-2020.

Da Geórgia, Giorgi Sardalashvili foi bronze no Mundial de 2023 e venceu o de 2024, tem um ouro e três pratas em Grand Slam neste ciclo, aparecendo também entre os cotados. 

Um de seus principais adversários é o espanhol Fernando Garrigos, campeão mundial em 2023 e atual campeão europeu. 

Campeão de alguns Grand Slams durante o ciclo, o japonês Ryuju Nagayama foi campeão asiático em 2022 e venceu uma dura batalha interna no país contra um campeão mundial para chegar a Paris.

Representando o país-sede, o bronze em Tóquio-2020, Luka Mkheidze ganhou três Grand Slams muito disputados: Tel Aviv e Antalya em 2023 e Paris em 2024, mostrando que ele chega bem para tentar a glória olímpica em casa.

O brasileiro na categoria, Michel Augusto, chega como o atual campeão pan-americano e conseguiu a vaga após chegar às oitavas de final do Mundial deste ano. Ele venceu na campanha, o então campeão europeu, o azeri Balabay Aghayev. Michel pode pintar como surpresa na competição.

-66kg

Fase eliminatória e final: 28/7

Favoritos ao ouro: Ryoma Tanaka (JPN) e Denis Vieru (MDA)
Candidatos à medalha: Vazha Margelavshvili (GEO)
Podem surpreender: Willian Lima (BRA)
Brasil: Willian Lima


O japonês Ryoma Tanaka chega aos Jogos como atual campeão mundial e vencedor do Masters de 2023, quando venceu o moldavo Denis Vieru, um de seus fortes concorrentes em Paris. Vieru foi campeão europeu no ano passado e foi bronze no Mundial de 2022, vindo mordido pela campanha ruim em Tóquio-2020 quando parou nas oitavas de final.

Prata em Tóquio, o georgiano Vazha Margvelashvili venceu o Europeu deste ano, foi bronze no Mundial em fevereiro e ainda venceu os Grand Slams de Tel Aviv e Abu Dhabi em 2023, sempre chegando nas disputas pelo pódio. 

O brasileiro Willian Lima vem de quatro bronzes recentes, um em Santiago-2023 e outros três em Grand Slams. Ele ficou bem posicionado no ranking olímpico sendo o sexto colocado e é mais um brasileiro que pode aparecer como surpresa.

-73kg

Fase eliminatória e final:29/7

Favoritos ao ouro: Hidayet Heydarov (AZE) e Soichi Hashimoto (JPN)
Candidatos à medalha: Nils Stump (SUI) e Daniel Cargnin (BRA)
Podem surpreender
Brasil: Daniel Cargnin

Atual campeão mundial, o azeri Hidayet Heydarov chega com uma senhora liderança no ranking, puxada pelo tetracampeonato europeu, o tricampeonato do Grand Slam de Baku e mais outros três Slams vencidos pelo judoca.

O japonês Soichi Hashimoto vai tentar evitar o ouro de Heydarov. Ele foi campeão do Masters de 2023 e do Grand Slam de Tóquio em 2022. Quem também chega para tentar frear o azeri é o suíço Nils Stump, campeão mundial em 2023 e com três Grand Slams neste ciclo.

Bronze no -66kg em Tòquio-2020, Daniel Cargnin subiu para os 73 e de cara, mostrou que ele chegou com tudo. Em 2022, ele foi bronze no Mundial e venceu o Masters. Além disso, foi prata no Grand Slam de Paris e bronze no Grand Slam de Tel Aviv em 2023. Ele tem tudo para conseguir mais um pódio.


Guilherme Schmidt após o ouro em Antalya-2022 (Foto:IJF)

 

-81kg

Fase eliminatória e final: 30/7

Favoritos ao ouro: Tato Girgalashvili (GEO) e Matthias Casse (BEL)

Candidatos à medalha: Lee Joo-Hwan (KOR) e Guilherme Schmidt  (BRA)

Podem surpreender

Brasil: Guilherme Schmidt

Essa é a categoria que dá para separar mais fácil os quatro com mais chances de medalha. O georgiano Tato Girgalashvili é tricampeão mundial vencendo todos os torneios disputados neste ciclo.

Ele tem como principal adversário o belga Matthias Casse, vice-campeão mundial em 2022 e 2024, campeão do Masters em 2023 e vencedor de quatro Grand Slams neste ciclo. 

Na sombra dele, o sul-coreano Lee Joon-Hwan, atual campeão asiático e com dois bronzes nos últimos mundiais, também mostra que pode brigar pelo ouro.

O quarto na disputa é o brasileiro Guilherme Schmidt, bicampeão pan-americano neste ciclo e ouro no Pan de Santiago-2023 na categoria. Ele ainda tem dois ouros mais dois pódios em Grand Slams, sendo o último em Antalya neste ano.

-90kg

Fase eliminatória e final:31/7

Favoritos ao ouro: Lasha Bekauri (GEO) e Nemanja Madov (SRB)
Candidatos à medalha: Erlan Sherov (KGZ), Sanshiro Murao (JPN)
Podem surpreender: Krisztian Toth (HUN)
Brasil: Rafael Macedo

O atual campeão olímpico, Lasha Bekauri, chega a Paris com boas chances de levar o bicampeonato. Ele fez um ótimo ciclo, é o líder do ranking e medalhou nos Mundiais de 2022 e 2023, sendo bronze e prata, respectivamente. 

O sérvio Nemanja Majdov vem para desafiá-lo. O campeão europeu de 2023 acumulou alguns pódios, venceu o Grand Slam de Abu Dhabi também no ano passado e foi vice-campeão mundial neste ano. 

Sanshiro Murao, campeão do Masters de 2022, é a aposta japonesa nesta categoria. Ele venceu torneios durante todo o ciclo e chega com o título da Ásia pesando a seu favor. Porém, o campeão asiático de 2023, Erlan Sherov também está muito bem e também figura como candidato ao pódio.

O húngaro Krisztian Toth, bronze em Tóquio-2020, é uma pedra no sapato dos adversários e vem beliscando medalhas ao longo do ciclo, com vitórias em Grand Prix. Em nenhum momento ele pode ser descartado da luta por medalha.

O brasileiro Rafael Macedo oscilou bastante no ciclo, caindo em algumas competições nas quais ele poderia ir mais longe, mas teve bons resultados como o bronze nos Masters em 2022 e a prata em Santiago-2023. Não chega como um dos cotados a medalha.

-100kg

Fase eliminatória e final: 01/08

Favoritos ao ouro: Zelym Kotsoiev (AZE) e Ilia Sulamanidze (GEO)
Candidatos à medalha: Shady Elnahas (CAN) e Muzaffarbek Turoboyev (UZB)
Podem surpreender: Léo Gonçalves (BRA)
Brasil: Léo Gonçalves

O azeri Zelym Kotsoiev, atual campeão mundial, chega com o favoritismo. Além do título, ele chegou ao pódio nos outros mundiais do ciclo, foi pódio em seis Grand Slams, conquistando dois e ainda levou o título europeu em 2023. Ele sempre chega bem nas competições de alto nível e isso o coloca a frente na disputa.

Ilia Sulamanidze, da Geórgia, tem duas pratas nos últimos dois Europeus, mas é nos eventos do Circuito que ele se destaca. Foram quatro ouros em Grand Slams, mais duas medalhas de Masters, com o título em 2022 e o bronze em 2023.

O canadense Shady Elnahas é o candidato das Américas para este pódio. Ouro em Santiago-2023, prata no último Mundial e derrotado na disputa do bronze em Tóquio-2020, ele vem acumulando medalhas desde os últimos Jogos e mantém uma hegemonia continental, vencendo todos os Campeonatos Pan-Americanos desde 2019. 

Muzaffarbek Turoboyev, do Uzbequistão, não vem subindo tanto nos pódios como os adversários, porém, quando subiu foram em competições de alto nível. Ele foi campeão mundial em 2022, asiático em 2023 e 2024 e o Masters de 2023. 

O brasileiro Leonardo Gonçalves não entra como um dos mais cotados, mas ele não pode ser deixado de lado. De 2023 para cá, foram três ouros em Grand Prix e um bronze em Grand Slam. O judoca pode se beneficiar de uma possível repescagem para levar o bronze, mas se conseguir encaixar sua luta, pode ir longe.

+100kg

Fase eliminatória e final:02/08

Favoritos ao ouro: Teddy Riner (FRA)

Candidatos à medalha: Kim Min-Jong (KOR), Andy Granda (CUB) e Rafael “Baby” Silva (BRA)

Podem surpreender:

Brasil: Rafael “Baby” Silva

Quando se fala desta categoria, é impossível não pensar em Teddy Riner. Pois bem, lutando em casa, ele chega ainda mais favorito ao ouro. Bicampeão olímpico, ele mostrou que não é imbatível após o bronze em Tóquio-2020, mas não dá pra negar que o 11 vezes campeão mundial, chega com todos os créditos para ser o homem a ser batido. Só neste ano, ele venceu os três Grand Slams que disputou. 

O sul-coreano Kim Min-Jong chega como líder do ranking e atual campeão mundial, o que o coloca no páreo também. Quem também pode aparecer e causar um pouco é o georgiano Guram Tushishvili, prata em Tóquio-2020 e no Mundial deste ano. Ele tem três Grand Slams no ciclo e é um bom desafiante, pode ser ele quem derrote Riner.

Porém é nas Américas que dois dos principais adversários do francês estão. Estamos falando do cubando Andy Granda e do brasileiro Rafael “Baby’’ Silva. Granda foi campeão mundial em 2022 e surpreendentemente caiu na primeira fase em Tóquio-2020. Porém, ele mostrou neste ciclo toda sua força e o potencial de ser o substituto de Riner na hegemonia da categoria.

Baby vai para a sua última edição de Jogos Olímpicos e o homem de duas medalhas olímpicas quer fechar com chave de ouro. Ele foi vice de Granda em Santiago-2023, foi bronze no Mundial de 2023 - não participou do deste ano para focar na preparação olímpica -, medalhou no Grand Slam de Tel Aviv em 2022 (prata) e 2023 (bronze) e terá toda sua experiência contando a seu favor.

De quimono azul, Teddy Riner está de boca aberta comemorando a medalha  de ouro por equipes. Ele é alto e negro
Foto: Sérgio Perez/Reuters


DISPUTA POR EQUIPES

Fase eliminatória e final: 03/08

Favoritos ao ouro: França e Japão

Candidatos à medalha: Israel, Geórgia e Países Baixos

Podem surpreender: Brasil, Itália e Cuba

Brasil: Classificado


Os atuais campeões olímpicos, os franceses, chegam com o favoritismo. A torcida pode ajudar, mas eles têm um time muito equilibrado. Puxados pelos pesos pesados, os franceses vem com tudo para buscar o bicampeonato. Eles foram vice nos três últimos Mundiais, sendo que no de 2024 não estavam com a força máxima.


Quem venceu os três Mundiais foram os japoneses, cuja força no judô dispensa apresentações. Eles foram prata em Tóquio-2020 e depois disso foi só vitórias. Alguns judocas que foram ouro no individual e nos Mundiais não estarão em Paris, mas os seus substitutos são do mesmo nível, como demonstrado no Asiático deste ano ou seja, o time vem igualmente forte para tentar devolver a derrota em casa para os franceses justamente em Paris.


Alemanha e Israel, bronzes em Tóquio, também fizeram um bom ciclo. Eles foram bronze no Mundial de 2022 e os alemães ainda medalharam no Europeu. Israel vai mais uma vez com time equilibrado e candidatos à medalha no individual, a junção deles pode dar ao país do Oriente Médio, boas chances por equipes.


Geórgia e Países Baixos tiveram bons resultados durante o ciclo. Os georgianos foram bronze nos dois últimos Mundiais. Os neerlandeses levaram o bronze no Mundial de 2023 e ainda foram vice-campeões do Europeu de 2022, perdendo para a França. Na Europa, a Itália também se mostrou uma boa equipe e conquistou o bronze no último Mundial.


Nas Américas, quem desponta é Brasil e Cuba. Cuba foi ouro contra nós em Santiago-2023 de virada na luta de desempate. O Brasil venceu nos Pan-Americanos da modalidade.


No ciclo para Tóquio-2020, o Brasil estava melhor e disputava com a França a hegemonia, mas agora o país vem com uma geração renovada e que pode vir com tudo para brigar por medalha. Porém, a ausência do -70kg feminino fará com que Ketleyn Quadros tenha que subir de peso para a disputa por equipes, o que deixa uma dúvida quanto ao equilíbrio do time.


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