*Por Gabriel Sanches
Local de competição: Centro Aquático de Paris
Período: 05/08 a 10/08
Número de países participantes: 18
Total de atletas: 96
Brasil: não participa
HISTÓRICO
A origem do nado artístico é um pouco incerta, mas acredita-se que ele tenha surgido de acrobacias simples na água, que evoluíram para o ballet aquático – um precursor do nado sincronizado atual. Essa modalidade, caracterizada pela extrema plasticidade dos movimentos, foi ganhando popularidade e se aperfeiçoando até se tornar um esporte oficial. Inicialmente conhecido como ballet aquático, este esporte era exibido apenas nos intervalos das competições de natação.
Em 1891, o esporte começou a ser praticado por alemães durante uma disputa esportiva em Berlim. O termo "nado sincronizado" foi usado pela primeira vez em 1933, na Feira Mundial de Chicago. Após uma apresentação dos alunos de Katherine Curtis, o nadador medalhista de ouro, Norman Ross, cunhou o termo "natação sincronizada".
Nos Jogos Pan-Americanos de 1955, realizados na Cidade do México, o nado sincronizado apareceu pela primeira vez em escala global. A modalidade fez sua estreia no programa do Mundial de Desportos Aquáticos da FINA em 1973, em Belgrado.
O nado sincronizado passou a valer pódios na edição de 1984, em Los Angeles, após o Comitê Olímpico Internacional ter inserido a modalidade no programa oficial dois anos antes. Entre 1984 e 1992, foram disputadas somente as provas de solo e dueto; Em Atlanta-96, as provas saíram para a entrada da competição por equipes. E a partir de Sydney-2000,o dueto voltou ao programa olímpico, permanecendo ao lado do conjunto desde então.
Após a olimpíada do Rio de Janeiro em 2016, por recomendação do COI, a World Aquatics renomeou a modalidade para nado artístico, como vem conhecido desde então.
O nado artístico possui uma grande novidade em Paris-2024: até dois homens poderão compor as equipes de oito atletas, embora nenhum país tenha usado esta opção para a olimpíada. A prova em duetos é restrita a mulheres.
A Rússia é a maior campeã olímpica da modalidade com 10 ouros; Estados Com 5 ouros e Canadá com 3, vem logo em seguida. Em quantidade, o Japão é quem tem mais medalhas, com quatro pratas e dez bronzes.
BRASIL
O nado artístico tem uma história interessante no Brasil. O esporte começou a se desenvolver por aqui nas décadas de 1960 e 1970, especialmente com a influência de imigrantes europeus que trouxeram conhecimento técnico e experiência na modalidade.
O dueto brasileiro no Pan de Santiago (Foto: Miriam Jeske/COB) |
No entanto, foi a partir dos anos 1980 que o nado artístico brasileiro começou a ganhar destaque internacional. O país passou a competir em campeonatos mundiais e pan-americanos, com resultados crescentes ao longo dos anos. A modalidade se popularizou e atraiu mais praticantes e fãs.
Um marco importante foi a primeira participação nos Jogos Olímpicos. O Brasil estreou no nado artístico em Los Angeles-1984, participando regularmente até Barcelona-92. Após ficar de fora em Atlanta-96, o Brasil voltou como dueto em Sydney-2000, se mantendo assim até os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016, competindo pela primeira e única vez com uma equipe.
Em Tóquio e agora em Paris, o Brasil não conseguiu se classificar do nado artístico e pela primeira vez, fica de fora da modalidade em duas edições seguidas.
FORMATO DE DISPUTA
No nado artístico nas Olimpíadas de 2024, o formato de disputa será dividido em duas competições principais:
- Dueto: Cada país pode inscrever uma dupla de atletas para competir em duas rotinas. Na rotina Técnica, as exibições são coreografadas de acordo com um conjunto específico de movimentos e elementos técnicos obrigatórios. Na rotina Livre, os duetos têm mais liberdade criativa na escolha dos elementos e da música. O dueto vencedor é definido pela soma das notas das duas rotinas
(Foto: Pasquale Francesco Mesiano / Deepbluemedia / Insidefoto) |
- Equipes: A competição por equipes tem, além das duas rotinas técnica e livre, tem mais uma rotina que é a acrobática, uma novidade na modalidade. Nela, as equipes apresentam acrobacias técnicas e plasticamente arriscadas, onde os juízes tem que avaliar a dificuldade, a execução e a impressão artística de estruturas complexas, movimentos aéreos e uma ampla diversidade de combinações de ações acrobáticas para eleger a melhor equipe.
ANÁLISE
CONJUNTO
Rotina técnica: 05/08
Rotina livre: 06/08
Rotina acrobática: 07/08
Favoritos ao ouro: China
Candidatos à medalha: Japão e Estados Unidos
Podem surpreender: Espanha e Itália
Brasil: não participa
A China vem como favorita ao ouro em Paris (foto: Xinhua News) |
Sem a favorita Rússia, suspensa pelo COI por conta da invasão à Ucrânia, quem assume o posto de grande favorita ao ouro é a China, que vem dominando no conjunto desde então. Japão e Estados unidos são podem tentar destronar as chinesas, mas em uma modalidade em que é difícil vermos surpresas, mais provável que este seja o pódio em Paris, ao não ser que não tenhamos um erro muito grotesco em alguma execução durante as rotinas. Espanha e Itália correm por fora.
DUETO
Rotina técnica: 09/08
Rotina livre: 10/08
Favoritos ao ouro: China
Candidatos à medalha: Japão e Áustria
Podem surpreender: Grã Bretanha e Ucrânia
Brasil: não participa
Assim como no conjunto, a China é favorita no dueto, mas sem a mesma dominância, já que duetos do Japão e da Áustria superaram as chinesas nos últimos mundiais e com séries inspiradas e em um mau dia das favoritas, podem surpreender e ficar com o ouro. Medalhistas nos últimos mundiais, os duetos Grã Bretanha e Ucrânia devem fazer exibições impactantes para brigar pelo pódio
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